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OLIVEIRA, Fernando de 1
RU: 685512
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Este artigo tem por objetivo analisar a efetividade da Lei dos Sexagenários no
município de Pindamonhangaba. Levando em consideração, o processo de
desenvolvimento da respectiva lei na condição social dos escravos (as) desta cidade.
Porquanto, a relevância da pesquisa, consiste em saber o quanto a narrativa do negro,
tem sido contada e valorizada por seus conterrâneos. Pois, é de ciência de seus
moradores, que esta cidade fez parte do “ciclo do café vale paraibano”, no século
dezenove. Muitos veem nos antigos barões e ruralistas da cidade, toda magnificência
e opulência daquele tempo. E acabam esquecendo-se de todos aqueles escravos (as)
que trabalharam sobre penosas condições; para Pindamonhangaba ser o que é hoje.
1
Pós-Graduado em Teologia do Novo Testamento pelas Faculdades Batista do Paraná - FABAPAR (2019).
Cursando Licenciatura em História pelo Centro Universitário Internacional - UNINTER (2016). Bacharel em
Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo - UMESP (2014). Bacharel em Ciências Teológicas pela
Faculdade Boas Novas, Manaus – FBN (2013). Email: ferinhos7@gmail.com / Plataforma Lattes:
<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K2123337Y4>. Aluno do Centro Universitário
Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. 6° - 2018 (semestre e ano).
1
Sendo assim, concretizar esta investigação sobre os sexagenários, evidência o
quanto estes cativos lutaram por sua liberdade.
Depois, de todo este processo, iremos para consultas das fontes e documentos
relacionados à concernente ocasião. Imediatamente, confrontando as informações
adquiridas, com aquelas que já estão consagradas na historiografia de
Pindamonhangaba. Nesta parte do texto, não foram incluídos todos os materiais
relacionados à Lei dos Sexagenários. No caso, selecionamos apenas algumas fontes
e documentos para poder produzir o artigo. Pois, o texto é simples e sucinto; tendo o
caráter de iniciação científica. Tudo com a intenção de evidenciar a efetividade
histórica social da Lei dos Sexagenários, em Pindamonhangaba.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2
A Lei Saraiva-Cotegipe em Pindamonhangaba. Buscando problematizar uma
nova forma de ler a historiografia pindense. Levando em consideração a História
Social. Deslocando o eixo histórico da elite cafeicultora, para protagonizar os
acontecimentos a partir dos escravos (as). Desse modo, a Lei dos Sexagenários, que
foi estabelecida em 28 de setembro de 1885, será o foco principal deste artigo. Esta
lei concedia liberdade aos escravos e escravas com 60 anos ou mais, que ainda
precisavam pagar indenização para alcançar sua liberdade. Com o propósito de
“regular a extinção gradual do elemento servil”.2 Isto depois, de um extenso debate no
parlamento brasileiro. Tendo seu início com o Projeto Dantas, de 1884, mas este
projeto não previa indenização para os proprietários de escravos. Sendo assim,
rejeitado pelos legisladores. E o logo em seguida, sendo complementado pelo Projeto
Saraiva, de 1885. Já contemplando alforrias por indenização. Para enfim, ser
constituído pelo conservador, o Barão de Cotegipe.
2
Lei N. 3270, de 28 de Setembro de 1885. Disponível em: <
http://legis.senado.leg.br/legislacao/ListaTextoSigen.action?norma=545046&id=14377125&idBinario=1577957
2&mime=application/rtf >. Acesso em: 18 jun. 2018.
3
permite olhar para a sociedade atual e ver que esse processo de disputa é uma
constante no Legislativo. Assim, podemos relacionar o principal referencial teórico da
pesquisa, com a Lei Saraiva-Cotegipe. O historiador E P Thompson (1987), abordou,
em um de seus estudos mais riquíssimos, a questão da Lei Negra. Contando as
experiências vividas pelos Negros de Waltham, usuários da Floresta de Windsor e
entre outras.
Aqui podemos notar que Direito e História estão em uma íntima relação. Sendo
que, a própria Lei do Ventre Livre (1871), foi usada para confrontar a Lei dos
Sexagenários. Os parlamentares falavam que a lei era contra o direito de propriedade
escrava, pois não previa indenização aos proprietários de escravos. Mendonça (2008)
alega que Thompson, em suas leituras sobre a Lei Negra, deixa bem claro, que os
usuários das Florestas de Windsor, constituíram-se como infratores e que o uso da lei
serviu somente para legitimar o poder de uma classe sobre a outra. Por isso, existe
certa ambiguidade entre a lei e aquilo que se vive diariamente.
4
Se a lembrança dos mais velhos, a inspeção e a exortação tende a estar no
centro da interface do costume entre a lei e a práxis, o costume passa no
outro extremo para áreas totalmente indistintas – crenças não escritas,
normas sociológicas e usos asseverados na prática, mas jamais registrados
por qualquer regulamento. Essa área é mais difícil de recuperar precisamente
porque só pertence à prática da tradição oral. Talvez seja a área mais
significativa para o sustento dos pobres e das pessoas marginais da
comunidade do vilarejo. (THOMPSON, 1998, p. 88).
Prontamente, podemos entender que a vida dos escravos (as) era marcada
pela ambivalência entre o cativeiro e a liberdade. Os negros (as) viviam alhures de
esperanças. Sendo assim, “[...] não podemos deixar de considerar as fugas em massa
e as pressões cotidianas dos escravos pela ampliação de seus espaços de
autonomia” (NEPOMUCENO e MENDONÇA, 2012, p.74). Pois, segundo Schulz
(1996, p. 51-52), podemos apontar que os proprietários de escravos (as), detinham o
controle de todo um sistema escravocrata em declínio, por conta, da suspensão dos
empréstimos oferecidos pelo Banco do Brasil. Eles buscavam seus próprios
interesses. Mesmo, querendo legitimar a liberdade dos cativos. Porquanto, de certa
forma, a nobreza cafeeira se beneficiava ou não, deste sistema. E desta maneira,
ainda era mantida fidalguia urbana e rural, invejável para os aduladores.
3
Arquivo Histórico Dr. Waldomiro Benedito de Abreu. Palacete 10 de Julho - Pindamonhangaba. Remissão de
serviços do preto, Adão. Documento A 000.127. Pindamonhangaba, 14 de Maio de 1886.
5
Este e outros casos podem ser acompanhados nos arquivos históricos da
cidade, de Pindamonhangaba. Quando foram consultados os documentos (ou fontes)
deu para perceber a dinâmica social da Lei dos Sexagenários, neste município. Os
proprietários de escravos mantinham uma relação de subjetividade com a referida lei.
A nobreza cafeicultura, escravocrata e latifundiária não estava querendo ver sua
lamentável decadência, por conta, da extinção gradual do elemento servil. Conforme
afirma Abreu (1977, p. 391);
Uma sociedade que havia provado todo o apogeu do ciclo do café. Com
grandes festas dadas pela elite cafeeira. Os palacetes com seus salões centrais eram
justamentes preparados para estes fins. Estas construções mostravam o riquíssimo
conforto dos nobres e toda sua ostentação. “A vila, que já se beneficiara um pouco na
fase anterior, recebe extraordinários melhoramentos. É a época dos palacetes e
igrejas novas. Redobra a força do ruralismo” (ABREU, 1977, P. 377). Os grandes
proprietários de rurais da cidade mantinham suas fortunas na base do escravismo.
Como descreveu Ebe Reale (1970, p. 33);
6
Esta era a fina flor pindense. Pessoas que não quiseram ver o fenecimento da
cultura cafeeira. O maior proprietário de escravos da cidade de Pindamonhangaba foi
o Visconde da Palmeira.4 Ainda no ano de 1887 era o que possuía a maior quantidade
de escravos sexagenários. Podemos notar este dado ao fazer uma leitura da relação
de escravos maiores de sessenta anos existentes no município de
Pindamonhangaba.5 Sendo assim, viu-se o quanto estes escravos (as) aguardavam
sua liberdade. Pois, o processo era bem rigoroso e burocrático. Eles precisavam ser
apresentados na coletoria da cidade, num prazo determinado pelo juiz de órfãos, para
poder ter sua emancipação julgada e conseguir a liberdade.
E nesta relação continha o nome dos proprietários de escravos (as), os nomes
dos escravos (as), as idades, a cor, o estado civil, a filiação, a profissão, o número do
arrolamento, o ano em que completou sessenta anos e as observações; referente aos
escravos (as) que precisavam ser beneficiados pela aludida lei. Entretanto, tinham
aqueles que precisavam ter seu nome retirado da relação, por motivo de falecimento,
pois não conseguiam chegar até a idade prevista.6 Mas, também, existiam outros
escravos (as) que já haviam ultrapassado 65 anos, segundo a relação de
sexagenários. Isso quando a Lei havia sido implantada. Toda esta documentação
mostrava como era controlada, a ação dos sexagenários no município.7
A coletoria de Pindamonhangaba havia ficado responsável por esta função. E
nesta dinâmica social todos deviam estar atentos às ordens e normas do Brasil
Império, no segundo reinado. A fim de cumprir com suas obrigações legais, que tinham
consequências tanto na vida do escravocrata, quanto na vida do escravo (a). Tudo
4
Antonio Salgado Silva biog. Foi um homem dotado de belos sentimentos e de extraordinária força de vontade.
Adquiriu não pequena fortuna a custa de seu trabalho. Foi abastado fazendeiro e rico proprietário. Em 1822 foi
nomeado capitão da Guarda de Honra do Príncipe regente, mas não o acompanhou até S. Paulo. Em 1841 na
qualidade de Juiz Municipal, sup. e presidiu a primeira sessão de Jury que se instalou neste termo a 2 de março
daquele ano. Prestou inestimáveis serviços a causa do partido liberal de que foi prestigioso chefe e tomou parte
activa na revolução de 1842. Faleceu em 25 de fevereiro de 1888. (MARCONDES, 1922, p. 55, parte I).
5
Arquivo Histórico Dr. Waldomiro Benedito de Abreu. Palacete 10 de Julho - Pindamonhangaba. Oficio e mapa
do coletor de Rendas Gerais, relativamente a maiores sexagenários. Pindamonhangaba, 02 de Julho de 1887.
6
No prazo de 48 horas depois da morte do liberto, o dono do estabelecimento ou seu administrador é obrigado a
remetter com segurança ao Juiz de orphãos a caderneta do morto, sob pena de ser reputado vivo para o fim de se
lhe abonar a gratificação, ate que a caderneta seja entregue, salvo perda ou descaminho, allegados no mesmo prazo,
provados e julgados no mesmo Juizo. Art. 04º § 23 do Decreto N. 9602, de 12 de Junho de 1886. Disponível
em: < https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-9602-12-junho-1886-543354-
publicacaooriginal-53585-pe.html >. Acesso em: 03 out. 2018.
7
Arquivo Histórico Dr. Waldomiro Benedito de Abreu. Palacete 10 de Julho - Pindamonhangaba. Relação de
escravos que completaram sessenta anos de idade do município de Pindamonhangaba. Documentos de 1885,
1886, 1887 e 1888.
7
porque, no ano de 1886, havia tido uma “nova matricula8 de escravos” na cidade.9
Conforme previa a Lei dos Sexagenários em relação à matrícula.10 Para poder
assegurar direitos legais de ambos os lados. Esta condição era de suma importância
para que os escravos (as) estivessem com seus dados escritos corretamente na
coletoria.
Havia casos que os proprietários de escravos não compareciam a coletoria
para justificar a liberdade dos sexagenários. E precisavam ser comunicados
pessoalmente pelo oficial de justiça, para cumprir com suas obrigações legais. No ano
de 1887, teve um caso, entre tantos que costumavam acontecer, que o proprietário
de escravo, conhecido pelo nome de João Antonio de Godoy,11 não compareceu a
coletoria da cidade para conceber liberdade ao seu escravo, Sebastião, a fim de
declara-lo livre. Isso porque o mesmo havia viajado para cidade de Campos do Jordão,
onde possuía uma residência particular. Ficando assim, a mercê de multa pela sua
imprudência.12 Esta era uma constante entre os ruralistas.
8
Matrícula eram registros dos escravos, feitos em órgão público (a Coletoria) pelos senhores. Nelas constavam os
nomes do escravo e do senhor; o sexo do escravo, sua cor, idade, filiação, aptidão para o trabalho. Nessas
matrículas eram feitas anotações (as chamadas averbações) quando ocorria mudança de endereço para outro
município, transferência de domínio de um senhor para outro, depósito de pecúlio. (MENDONÇA, 2001, p. 60).
9
Arquivo Municipal e Histórico Athayde Marcondes - Pindamonhangaba. Jornal Tribuna do Norte.
Pindamonhangaba, 23 de Maio de 1886. Ano IV, Num. 48. p. 2-3.
10
Será de um anno o prazo concedido para a matricula, devendo ser este annunciado por editaes affixados nos
logares mais publicos com antecedencia de 90 dias, e publicos pela imprensa, onde a houver. Art. 1º § 6 da LEI
N. 3270, de 28 de Setembro de 1885. Disponível em:
<http://legis.senado.leg.br/legislacao/ListaTextoSigen.action?norma=545046&id=14377125&idBinario=157795
72&mime=application/rtf >. Acesso em: 18 jun. 2018.
11
Arquivo Histórico Dr. Waldomiro Benedito de Abreu. Palacete 10 de Julho - Pindamonhangaba. Intimação e
Ofício Judicial do Juiz de Órfão para João Antonio de Godoy. Pindamonhangaba, 15 de Novembro de 1887.
12
Dentro de 10 dias, contados do recebimento da comunicação, o Juiz de Orphãos mandará intimar por Carta do
Escrivão os senhores de taes escravos para, no decurso do mez seguinte, os trazerem a sua presença, sob a pena
de, não o fazendo no referido prazo, pagarem a multa de 20$ para o fundo de emancipação e assignar-se-lhes novo
prazo de mais um mez, findo o qual se imporá ao remisso outra multa de 100$, que será aplicada ao resgate do
arrolado, na forma disposta no art. 3º § 12 da Lei n. 3270 de 28 de Setembro de 1885. Art. 11º § 3 do Regulamento
N. 9517, de 14 de Novembro de 1885. Coleção de Leis do Brasil Império (1881 a 1889). Atos do Poder Executivo,
1885. p. 742. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/atividade-
legislativa/legislacao/doimperio/colecao8.html>. Acesso em: 03 out. 2018.
8
dinheiro do fundo para libertar escravos que no ano seguinte seriam atingidos pela
referida lei”. A Lei dos Sexagenários previa que o escravo (a) fosse liberto pelo fundo
de emancipação13 ou por qualquer outra forma legal. Mas, como vimos, não era bem
isso o que acontecia. O próprio sexagenário costumava pagar pela sua liberdade.
Estes proprietários de escravos (as) faziam parte da ala dos políticos liberais,
da sociedade pidense. Eles não costumavam ficar isentos de praticas, que pareciam
ser contrárias as suas posições políticas. Ao ler o Jornal Tribuna do Norte, fundado
pelo Dr. João Romeiro,14 percebemos o quanto esta nata engordava as fileiras liberais.
O próprio, proprietário, do jornal era considerado um liberal abolicionista. No entanto,
a oportuna “typographia” do periódico, costumava oferecer “uma escrava boa para
todo serviço doméstico”, ou seja, “alugava uma preta para cozinhar, lavar e engomar”.
Bastava pagar a quantia de 15$000 contos de reis por mês.15
13
O Fundo de Emancipação de escravos foi uma contribuição que o governo Imperial atribuiu as Províncias e
municípios, cujo escopo era auxiliar na libertação dos escravos através da indenização feita aos seus senhores, de
acordo com os critérios de classificação estabelecidos. ANTOCZECEN, Inês Valéria; NETTO, Fernando Franco.
A aplicabilidade do fundo de emancipação de escravos e as irregularidades em Castro/Pr. VI Congresso
Internacional de História. 25 a 27 de Setembro de 2013. p. 1. Disponível em: <
http://www.cih.uem.br/anais/2013/trabalhos/191_trabalho.pdf>. Acesso em: 18 set. 2018.
14
João Marcondes de Moura Romeiro. Nasceu em Pindamonhangaba, aos 26 de maio de 1842. Formou-se em
bacharel em Ciências Sociais e Jurídicas em 1865, na Academia de São Paulo. Voltando a sua terra natal foi
nomeado Juiz Municipal e filiou-se ao partido liberal. Em 1882, fundou o Jornal Tribuna do Norte. E no ano de
1887 foi eleito vereador da Câmara Municipal da cidade. “Trabalhou sempre em prol das ideias liberais e
promoveu a libertação dos escravos do Município, com seu irmão Dr. Francisco Romeiro e o Dr. Gregório Costa,
aos 25 de fevereiro de 1888”. Morreu aos 8 de julho de 1915. (FILHO, 2001, p. 89).
15
Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina - Palacete Visconde da Palmeira-
Pindamonhangaba. Jornal Tribuna do Norte. Pindamonhangaba, 24 de Outubro de 1886. Ano V, Num. 18. p.3.
16
Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina - Palacete Visconde da Palmeira-
Pindamonhangaba. Jornal Tribuna do Norte. Pindamonhangaba, 29 de Agosto de 1886. Ano V, Num. 13. p. 4.
9
como assalariados”. Aconteceu o pior: Os negros deram no pé, fato que
ensejou dirigirem-se os dois cavalheiros a estação local, parando os trens
que passavam, a fim de desembarcar, a força, os seus possíveis viajantes de
cor e obriga-los a aceitar trabalho remunerado. (ABREU, 1977, p. 394).
Deu para perceber que existia certa elasticidade entre a elite cafeicultora e
aqueles doutores que defendiam as propostas liberais, com mais afinco e
animosidade. Ainda que o Jornal Tribuna do Norte fosse usado para fins escravistas.
Ele era considerado um excelente veículo midiático, para imprensa da época. De
modo que este meio de comunicação, era aproveitado para promover informações
sobre a Lei dos Sexagenários. Deixando a sociedade pindense ciente de muita coisa
que costumava acontecer no parlamento brasileiro. Leiamos algumas notícias:
17
Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina - Palacete Visconde da Palmeira-
Pindamonhangaba. Jornal Tribuna do Norte. Pindamonhangaba, 27 de Setembro de 1885. Ano IV, Num.15. p.
3.
18
Arquivo Municipal e Histórico Athayde Marcondes - Pindamonhangaba. Jornal Tribuna do Norte.
Pindamonhangaba, 23 de Maio de 1886. Ano IV, Num. 48. p. 2-3.
19
Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina - Palacete Visconde da Palmeira-
Pindamonhangaba. Jornal Tribuna do Norte. Pindamonhangaba, 06 de Junho de 1886. Ano IV, Num. 30. p. 3.
20
Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina - Palacete Visconde da Palmeira-
Pindamonhangaba. Jornal Tribuna do Norte. Pindamonhangaba, 21 de Novembro de 1886. Ano V, Num. 22. p.
2.
10
Nesse modo de vida paradoxal, os proprietários de escravos (as) e os doutores
liberais, faziam o que podiam para sustentarem seus status e patrimônios. Uma vida
social marcada pela contradição e ambivalência, que de certo modo acabou
cooperando para o processo de abolição da escravidão em Pindamonhangaba. De
modo que, mesmo antes, da Lei Áurea os senhores de escravos (as) já eram
pressionados para libertá-los da servidão. Os principais escritores da narrativa
historiográfica pindense, registraram em seus livros este acontecimento. Sendo que,
foi no dia 25 de Fevereiro de 1888; o marco da emancipação geral de escravos e
escravas, desse município (Cf. MARCONDES, 1922, p. 23, parte II; D’ARACE, 1954,
p. 125-133; ALMEIDA, 1958, p. 45-47; GUIMARÃES, 2007, p.188).
Tudo indica que os fatos ocorreram dessa forma, mas com certas ressalvas. É
preciso corrigir alguns pontos fundamentais relacionados à própria Lei dos
Sexagenários. Como foi o caso do proprietário de escravos, Cornélio Bicudo Varela
Lessa. O Jornal Tribuna do Norte, publicou que ele havia dado baixa na matricula dos
escravos. Mas, um pouco antes, do corrente mês, Lessa tinha deixado de apresentar
seus escravos na coletoria da cidade. Ficando assim, os escravos: Urbano, Chrispim
e Teodoro sem comparecer a coletoria no período correspondente. Desse modo, ele
acabou correndo o risco de responder legalmente pelos seus atos. E mesmo, sendo
intimado na véspera da “abolição antecipada”, não compareceu ao Juiz de Órfão da
cidade. Isso aconteceu em 06 de Fevereiro de 1888.21
21
Arquivo Histórico Dr. Waldomiro Benedito de Abreu. Palacete 10 de Julho - Pindamonhangaba. Intimação e
Ofício Judicial do Juiz de Órfão para Cornélio Bicudo Varela Lessa. Pindamonhangaba, 06 de Fevereiro de
1888.
22
Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina - Palacete Visconde da Palmeira-
Pindamonhangaba. Jornal Tribuna do Norte. Pindamonhangaba, 26 de Fevereiro de 1888. Ano VI, Num. 37. p.
2.
11
pronunciamento de todo o povo [...]”.23 Assim, é possível perceber que a emancipação
dos escravos (as) em Pindamonhangaba, aconteceu dentro dos limites, de uma
transição de regime de trabalho.
4 METODOLOGIA
23
Arquivo Histórico Dr. Waldomiro Benedito de Abreu. Palacete 10 de Julho - Pindamonhangaba. Atas da
Câmara – 1887 a 1888. Pindamonhangaba, 22 de Fevereiro de 1888. p. 127.
12
fundamentação teórica ao material historiográfico já determinado a respeito da
História de Pindamonhangaba.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao realizar esta pesquisa, não se consiste em uma tarefa simples. Pois, existem
os fatores limitadores, que envolvem o estudo acadêmico. De modo que a disposição
do uso das fontes e documentos é determinante, neste processo. Por isso, só iremos
saber aonde vamos chegar, depois, de uma boa leitura do material disponível. Sendo
que, no trato com as fontes documentais manuscritas e impressas (algumas em mal
estado de conservação), fica um pouco complexo saber ao certo, algumas palavras e
suas possíveis datações. Mais nada, que prejudique a qualidade e seriedade da
pesquisa acadêmica.
6 FONTES E BIBLIOGRAFIA
24
Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina - Palacete Visconde da Palmeira-
Pindamonhangaba. Jornal Tribuna do Norte. Pindamonhangaba, 26 de Fevereiro de 1888. Ano VI, Num. 37. p.
3.
14
2 Fontes impressas
3 Fontes manuscritas
3 Bibliografia
16
FILHO, Francisco Piorino. Biografias. Pindamonhangaba, SP: Mystic Editora, 2001.
MENDONÇA, Joseli Maria Nunes. Entre a mão e os anéis: a Lei dos Sexagenários
e os caminhos da abolição no Brasil. Campinas, SP: Editora Unicamp, 2008.
MENDONÇA, Joseli Maria Nunes. Lei dos Sexagenários completa 130 anos. 31
ago. 2015. Disponível em: <
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2015/08/31/lei-dos-sexagenarios-
completa-130-anos >. Acesso em: 29 jul. 2018.
17