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AS 12 CAMADAS

E A FORMAÇÃO DA
PERSONALIDADE

francisco.escorsim
02

Estrutura do Curso

1) A Lógica da Teoria
2) A Prática da Teoria
3) Os Frutos da Prática
4) Um Novo Olhar

francisco.escorsim
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AS DOZE CAMADAS DA
PERSONALIDADE HUMANA E
AS FORMAS DE SOFRIMENTO
PRÓPRIAS

A Teoria das Camadas é, entre outras


coisas, a tentativa de responder às
seguintes perguntas: Por que indivíduos
com horóscopos semelhantes agem de
maneira diferente? e Por que o mesmo
indivíduo, conservando seu horóscopo,
age de maneira diferente, em épocas
diferentes?
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05
Camada 1 - Astrocaracerologia

A Ordem das Camada 2 - Szondi (e Temperamentos)


Camada 3 - Piaget, Gestalt, Behaviorismo
Teorias Camada 4 - Psicanálise
Camada 5 - Jung
Camada 6 - Ungricht, Cyrill Burt, Eysenck
Camada 7 - Adler e Escola Culturalista
Camada 8 - Le Senne e Berger
Camada 9 - Pradines, Bergson
Camada 10 - Kant, Husserl, Caruso
Camada 11 - Weber
Camada 12 - Paul Diel e Victor Frankl

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07

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O Corpo e suas
Camadas 1) Infância
2) Adolescência
3) Juventude
4) Maturidade
5) Velhice

O corpo permanece o mesmo,


apesar das mudanças
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Camada = Propósito de Vida


"(...) faz parte de um desenvolvimento ideal do ser humano
ao longo da vida; é como se fosse um esquema da vida, ou
seja, um esquema do desenvolvimento temporal
humano."
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13

Autoconsciência
É um valor que precisa ser conhecido, desejado e buscado -
"então ela se desenvolve".

Logo, na teoria das camadas, trata-se de tomar


consciência dos propósitos na vida.
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Camada 3 - Cognição

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Camada 4 - Afetividade
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As Camadas de Base

Algo se fixa naquela estrutura da


personalidade que servirá de base para a
construção da personalidade.
Camada 5 "Ele pode enfrentar a vida, mas o que ele
enfrenta no momento ainda não é a vida
real, é apenas a sua auto-imagem."

Camada 6
"o que interessa não é a demonstração de poder
pessoal, mas a consecução de algo objetivo, como
trabalhar e receber um salário. Isto é conseqüência
de um desvio de eixo de valor, que se transfere do
sujeito para o objeto."

Camada 7
"Quando um sujeito assume um papel social, isto significa que ele
nasceu, teve tendências hereditárias, passou por um aprendizado,
vivenciou uma história e conquistou seu espaço vital, onde selecionou
certas áreas sobre as quais adquiriu um poder específico que lhe permite
desempenhar um papel social e ser reconhecido através dele. Assim
francisco.escorsim podemos delinear uma vida. No entanto, o indivíduo pode ter atuado de
maneira equivocada, não atendendo às responsabilidades normais de sua
posição."
Camada 8 - Síntese Individual
O sofrimento pertinente à camada 8 é o sofrimento do sujeito com ele mesmo. É típico do
indivíduo maduro que, tendo percorrido todas as camadas até conquistar um papel social e tudo o
que este pode proporciona, termina por se perguntar: “o que eu fiz da minha vida?”

Supondo-se que uma pessoa tenha realmente obtido o que desejava, ainda assim ela pode revelar
uma insatisfação consigo mesma. Para isto é necessário olhar a própria vida como um conjunto.
O que está sendo questionado não é somente o papel social, o espaço vital, a história afetiva, mas
o curso inteiro de uma existência. Em geral, as pessoas desconhecem este tipo de sofrimento até
chegar aos 40 anos.

A capacidade de julgar a vida como uma totalidade, sem culpar ninguém, é assunto da camada 8.
Aí se dá o confronto com o destino. O sujeito já está individualizado, definido, sabe que sua
personalidade e sua vida compõem um todo distinto, sabe que é autor de seus atos e que foram
suas as escolhas que fez, tenham sido certas ou erradas. francisco.escorsim
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A Personalidade Definida

É possível mudar ainda?


Camada 9 "O indivíduo conquista uma personalidade
intelectual quando a solução de um problema,
teórico ou prático, que se coloque à sua
inteligência, seja para ele mais importante do que a
sua própria personalidade.

Camada 10 "A camada 10 representa a conquista de um papel


definido dentro da hierarquia da humanidade. Estar
nesta camada é estar permanentemente tendo
consciência intelectual da universalidade de todos os
atos.

Camada 11
"Quando se age em função de fins históricos, age-se em função
de algo que não existe ainda, o que implica que essa ação não
pode ser avaliada nem pelo seu conteúdo social nem pelo seu
proveito prático, porque está acima disto. Somente
francisco.escorsim encontraremos a chave do comportamento se subirmos mais
alto. Aí sim, os atos se unificam e adquirem uma forma
completa.
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Camada 12 - Destino Final
A camada 12 consiste na ação do indivíduo em função do propósito último de todas as coisas. Para
Gandhi - que é um protótipo da camada 12 - somente interessa a relação dele com uma finalidade
que transcende a vida biológica e a vida da espécie humana. Quando ambas acabassem, sobraria
Deus, e é esperando por esse momento que se norteia a sua ação.

No caso de Gandhi, nem mesmo o objetivo político explica o seu comportamento, pois ele não
aceitava a independência da Índia em quaisquer termos, colocando exigências morais muito acima
do que os seres humanos costumam imaginar. Gandhi agia exatamente ao contrário do raciocínio
político, apelando para o centro da questão e oferecendo como garantia não apenas sua própria vida,
mas seu destino “post-mortem”.

Na camada 12 todas as ações são pautadas pela seguinte regra: “o que Deus vai achar disto?” Tal é o
sujeito que, de acordo com a Bíblia, caminha diante de Deus e sabe o que Ele está pensando.
Normalmente, mesmo uma pessoa excepcional não submete todos os atos a esse critério. O confronto
com Deus pressupõe que o homem seja capaz de conceber cada ato seu sob um prisma eterno.
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1) São fases, etapas


2) Não se salta camada
A Teoria na Prática 3) Não se entende a posterior
4) Onde dói?
5) Qual seu propósito?
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Autoconsciência
É um valor que precisa ser conhecido, desejado e buscado -
"então ela se desenvolve".

Logo, na teoria das camadas, trata-se de tomar


consciência dos propósitos na vida.
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Como ter autoconsciência?

CONFISSÃO do seu estado presente.


ESTÁ CONFUSO? EM DÚVIDA?
ONDE DÓI?

Qual o seu PROPÓSITO na vida? Tem


um claro para você? O QUE VOCÊ
ESTÁ FAZENDO AQUI HOJE?
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A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE

As Camadas de 1 a 4 precisam ser


CONHECIDAS. Quem você já está
sendo?

Com a 5 começa a fase da


CONSTRUÇÃO da personalidade.
Quem você quer (deve) ser?
CAMADAS 1 A 4 CAMADAS 5 A 12

A FUNDAÇÃO DA CONSTRUÇÃO DA
PERSONALIDADE PERSONALIDADE

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A CASA
O TERRENO E A FUNDAÇÃO
CAMADAS 5 A 7 CAMADAS 8 A 12

CONSTRUÇÃO CONSTRUÇÃO A
NO TEMPO QUALQUER TEMPO

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francisco.escorsim
Por quê?
Para quê?
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“A aventura usual do herói
começa com alguém de quem
algo foi tirado, ou que sente
que falta algo na experiência
normal disponível ou
permitida aos membros da
sociedade. A pessoa, então,
embarca em uma série de
aventuras além do comum, seja
para recuperar o que foi
perdido ou para descobrir
algum elixir que dá vida.
Geralmente é um ciclo, uma
vinda e uma volta.”

francisco.escorsim
E agora, José? Está sem mulher, E agora, José? Se você gritasse,
A festa acabou, está sem discurso, Sua doce palavra, se você gemesse,
a luz apagou, está sem carinho, seu instante de febre, se você tocasse
o povo sumiu, já não pode beber, sua gula e jejum, a valsa vienense,
a noite esfriou, já não pode fumar, sua biblioteca, se você dormisse,
e agora, José? cuspir já não pode, sua lavra de ouro, se você cansasse,
e agora, você? a noite esfriou, seu terno de vidro, se você morresse...
você que é sem nome, o dia não veio, sua incoerência, Mas você não morre,
que zomba dos outros, o bonde não veio, seu ódio — e agora? você é duro, José!
você que faz versos, o riso não veio,
que ama, protesta? não veio a utopia Com a chave na mão Sozinho no escuro
e agora, José? e tudo acabou quer abrir a porta, qual bicho-do-mato,
e tudo fugiu não existe porta; sem teogonia,
e tudo mofou, quer morrer no mar, sem parede nua
e agora, José? mas o mar secou; para se encostar,
quer ir para Minas, sem cavalo preto
Minas não há mais. que fuja a galope,
francisco.escorsim José, e agora? você marcha, José!
José, para onde?
E agora, você?

francisco.escorsim
Por que quero fazer de mim um herói? Eu na verdade sou anti-heroica.
O que me atormenta é que tudo é "por enquanto", nada é "sempre".

Clarice Lispector

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1

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buda francisco.escorsim
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Reflexividade

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Autotranscendência

francisco.escorsim
Autotranscendência

francisco.escorsim
francisco.escorsim Não sabemos como era a cabeça, que falta,
de pupilas amadurecidas. Porém
o torso arde ainda como um candelabro e tem,
só que meio apagada, a luz do olhar, que salta

e brilha. Se não fosse assim, a curva rara


do peito não deslumbraria, nem achar
caminho poderia um sorriso e baixar
da anca suave ao centro onde o sexo se alteara.

Não fosse assim, seria essa estátua uma mera


pedra, um desfigurado mármore, e nem já
resplandecera mais como pele de fera.

Seus limites não transporia desmedida


como uma estrela; pois ali ponto não há
que não te mire. Força é mudares de vida.
francisco.escorsim
francisco.escorsim
Isto é o homem:
um escritor de livros, um anotador de palavras, um pintor de quadros,
um inventor de mil e uma filosofias. Apaixona-se por idéias, ataca com
desprezo e desdém o trabalho de outros; acha o caminho, o verdadeiro
caminho para si próprio e considera todos os outros falsos – embora
entre os bilhões de livros sobre as prateleiras não haja um que possa
dizer-lhe como dar um único e efêmero suspiro. Ele faz histórias das
coisas do mundo, conduz o destino de nações mas não conhece sua
própria história, e é incapaz de conduzir seu próprio destino com
dignidade e sabedoria por dez minutos consecutivos.

francisco.escorsim
Thomas Wolfe
“Porque a vida é um verdadeiro caos onde ele está perdido. O homem suspeita disso; mas tem
pavor de se encontrar cara a cara com essa realidade terrível, e procura ocultá-la com uma
cortina fantasmagórica, onde tudo está muito claro. Não se importa que suas ‘ideias’ não sejam
verdadeiras; usa-as como trincheiras para se defender da sua vida, como rompantes para
afugentar a realidade.

O homem de cabeça clara é aquele que se liberta dessas ‘ideias’ fantasmagóricas e olha a vida de
frente, e assume que tudo é problemático nelas, e se sente perdido. Como isso é a pura verdade –
a saber, que viver é se sentir perdido --, aquele que o aceita já começou a se encontrar, já
começou a descobrir sua autêntica realidade, já está em terra firme. Instintivamente, como o
náufrago, buscará algo a que se agarrar, e essa busca trágica, peremptória, absolutamente veraz,
porque se trata de salvar-se, o fará ordenar o caos de sua vida.

Essas são as únicas ideias verdadeiras: as ideias dos náufragos. O resto é retórica, postura, farsa
íntima. Aquele que não se sente verdadeiramente perdido, perde-se inexoravelmente; quer
dizer, jamais se encontra, nunca encara a própria realidade.
francisco.escorsim
Ortega y Gasset
Isto é o homem:
Se nos perguntarmos o que pode ter causado e produzido o vácuo
existencial, apresenta-se a seguinte explicação: ao contrário dos animais,
o homem não conta com instintos ou pulsões para lhe dizerem o que
tem de fazer. E, ao contrário do que acontecia em épocas anteriores,
hoje ele já não conta com as tradições para lhe dizerem o que deve
fazer. Sem saber nem o que tem de fazer, nem o que deve fazer, ele
também já não sabe ao certo o que ele realmente quer. Qual a
consequência? Ou ele só quer aquilo que os outros fazem, e isso é
conformismo, ou então, ao contrário, ele só faz o que os outros querem
dele.
Viktor Frankl francisco.escorsim
francisco.escorsim
E agora, José? Está sem mulher, E agora, José? Se você gritasse,
A festa acabou, está sem discurso, Sua doce palavra, se você gemesse,
a luz apagou, está sem carinho, seu instante de febre, se você tocasse
o povo sumiu, já não pode beber, sua gula e jejum, a valsa vienense,
a noite esfriou, já não pode fumar, sua biblioteca, se você dormisse,
e agora, José? cuspir já não pode, sua lavra de ouro, se você cansasse,
e agora, você? a noite esfriou, seu terno de vidro, se você morresse...
você que é sem nome, o dia não veio, sua incoerência, Mas você não morre,
que zomba dos outros, o bonde não veio, seu ódio — e agora? você é duro, José!
você que faz versos, o riso não veio,
que ama, protesta? não veio a utopia Com a chave na mão Sozinho no escuro
e agora, José? e tudo acabou quer abrir a porta, qual bicho-do-mato,
e tudo fugiu não existe porta; sem teogonia,
e tudo mofou, quer morrer no mar, sem parede nua
e agora, José? mas o mar secou; para se encostar,
quer ir para Minas, sem cavalo preto
Minas não há mais. que fuja a galope,
francisco.escorsim José, e agora? você marcha, José!
José, para onde?
E agora, você?

francisco.escorsim
"Incluímos em nossos livros o consumidor, o funcionário público, o torcedor de futebol, o
amante, o público de televisão. E na visão da luz protocolar, sua vida é um tipo de morte. Existe
uma outra vida, oriunda de um persistente sentido daquilo que somos, que renega as criações
dessa luz e a vida falsa - a morte-em-vida - que fizeram para nós. Pois ela é falsa, sabemos
disso, e nossa secreta e incoerente resistência a ela não a pode deter - esta resistência nasce das
intuições persistentes. Talvez a humanidade não possa suportar realidade demais, mas também
não pode suportar irrealidade demais, um excessivo abuso da verdade.

(...) Um romance se equilibra entre algumas poucas impressões autênticas e a multidão de


impressões falsas que mascaram aquilo a que chamamos vida. O romance nos diz que para cada
ser humano há uma variedade de existências, que a existência isolada é ela mesma em parte
uma ilusão, que essas várias existências significam alguma coisa, tendem a alguma coisa,
preenchem alguma coisa; o romance nos promete sentido, harmonia e até justiça. O que Conrad
disse era verdade: a arte tenta descobrir no universo, na matéria bem como nos fatos da vida,
aquilo que é fundamental, duradouro essencial."
francisco.escorsim
Saul Bellow
Nada é mais burguês do que o medo da morte - Ravelstein costumava
dizer. (...) No entanto, ele tinha me perguntado como eu imaginava que
a morte seria, e quando eu disse que as imagens iriam cessar, ele
refletiu seriamente sobre a minha resposta, deu uma parada, e
considerou o que eu estava querendo dizer com isso. Ninguém pode
desistir das imagens. As imagens devem e vão continuar. Se Ravelstein,
o ateu-materialista tinha me dito implicitamente que mais cedo ou mais
tarde me tornaria a ver, ele estava querendo dizer que não aceitava que
o túmulo fosse o fim. Ninguém pode aceitar e ninguém aceita isso. Nós
só bancamos os durões.

Ravelstein, de Saul Bellow

francisco.escorsim
Mas também o autêntico conhecimento de si mesmo, que, na verdade, permanece mudo,
expressando-se essencialmente apenas através do comportamento, ainda não basta, ele é
um primeiro passo, imprescindível e penoso, todavia, de maneira nenhuma suficiente.
Autoconhecimento como melancolia perpétua, como companheiro espirituoso de nossa
resignação anterior, é muito frequente, e pessoas dessa natureza são para nós muitas vezes
os mais simpáticos vizinhos de mesa; mas o que significa isso para elas? Deixaram de lado
um papel falso, e isso já quer dizer alguma coisa, decerto, mas isso ainda não as conduz de
volta à vida... (...) Na exigência de ter de amar o próximo como a si mesmo, subentende-se
que alguém ame a si mesmo, aceite a si mesmo, do jeito como veio ao mundo. Apenas com
auto-aceitação, o problema não se resolve! Enquanto quero convencer o mundo de que não
sou ninguém além daquele que de fato sou, necessariamente tenho medo de falsas
interpretações, torno-me seu prisioneiro por força desse receio... Sem a certeza de uma
instância absoluta além de qualquer interpretação humana, sem a certeza de que existe uma
realidade absoluta, não posso imaginar', diz meu promotor público, 'que jamais possamos
conseguir ser livres.'
P.s.: Instância absoluta? Realidade absoluta? Por que não diz 'Deus'? Ele evita essa palavra,
penso, com um zelo consciente. Somente em relação a mim?"
francisco.escorsim
"Nos meus dias de menino eu me lembrava de Deus. Aos vinte e quatro anos sentia Deus muito distante,
uma sombra, um conto esquecido. Só a morte permanecia, era uma certeza, uma preocupação que
sempre me chegava nos momentos de isolamento. O Deus de Felismina fora o que eu encontrara dentro
de casa em menino. Minha mãe não tivera tempo de nos ensinar coisa nenhuma, e meu pai não
acreditava, parecia alheio à tudo que não fosse a minha saúde. Tanto assim que cresci, fiquei homem,
sem que ninguém se lembrasse de me aproximar da religião. Felismina me ensinava orações, me
pregava no pescoço bentinhos e fazia sempre promessas para mim. Aquele Cristo de braços estendidos,
posto junto do corpo de meu pai, já naquele tempo não valia quase nada para mim. Sentia-me seco, um
coração frio para os estremecimentos da fé. Não acreditava em nada. Às vezes essa indiferença parecia
uma diminuição de mim mesmo. Homem sem crença, homem sem esperança. Não tinha esperança. De
lutar para viver nunca precisei. Possuía bens, e o trabalho que arranjara no escritório de um amigo era
mais para encher o meu tempo vazio de tudo. Não quero contar a minha vida. Ela é tão pequena, tão
sem relevo, que não merece isso. Para que deixar aos outros o exemplo de fraqueza como a minha? Se
escrevo estas impressões, é mais para tomar o meu tempo. Amigos nunca os tive, além da
camaradagem. Amigo que entrasse em minha vida, que fosse um sócio dos meus entusiasmos, um
confidente, me faltou sempre. Um homem com o meu feitio deve ser um tipo a evitar."

Trecho de "Pureza", de José Lins do Rêgo. francisco.escorsim


Por quê?
Para quê?
francisco.escorsim
Por que E agora, Para que
nasci? você? nasci?

francisco.escorsim
francisco.escorsim Não sabemos como era a cabeça, que falta,
de pupilas amadurecidas. Porém
o torso arde ainda como um candelabro e tem,
só que meio apagada, a luz do olhar, que salta

e brilha. Se não fosse assim, a curva rara


do peito não deslumbraria, nem achar
caminho poderia um sorriso e baixar
da anca suave ao centro onde o sexo se alteara.

Não fosse assim, seria essa estátua uma mera


pedra, um desfigurado mármore, e nem já
resplandecera mais como pele de fera.

Seus limites não transporia desmedida


como uma estrela; pois ali ponto não há
que não te mire. Força é mudares de vida.
E agora, Deus?

francisco.escorsim
Por que E agora, Para que
nasci? Deus? nasci?

francisco.escorsim
francisco.escorsim
10. Nisto consiste o amor: não em termos nós amado a Deus, mas em
ter-nos Ele amado, e enviado o seu Filho para expiar os nossos pecados.

1 São João, 4

francisco.escorsim
E agora,
Por amor Para amar
Jesus?

francisco.escorsim
Sendo a forma pura da personalidade, o caráter é
Camada 1 uma precondição para que exista a personalidade;
ele é “anterior” à personalidade, pois enquanto
forma pura da possibilidade desta, já está dado,
pronto, no instante do nascimento, ao passo que
a personalidade será a resultante do esforço de
existenciação mediante a absorção progressiva
dos elementos.
francisco.escorsim
O caráter também é “posterior” à personalidade,
no sentido de que, finda (e, é claro, realizada) a
existência, ele expressará, em sua analogia com o
horóscopo, a forma total do destino.

A camada 1 é o caráter no sentido


astrocaracterológico, ou seja, a forma primeira,
imutável e, de certo modo, abrange todas as
possibilidades subjetivas.
A FORMAÇÃO DA
PERSONALIDADE PELO AMOR

"Por que me chamais: Senhor, Senhor... mas não fazeis o que digo? Se
alguém vem a mim escuta as minhas palavras e põe em prática, mostrar-vos-
ei a quem é comparável. Assemelha-se ao homem que, ao construir uma
casa, cavou, aprofundou e lançou os alicerces sobre a rocha. Veio a
enchente, a torrente, deu contra a casa e mas, não pôde abalar, porque ela
estava bem cons­truída. Aquele, porém, que escutou e não pôs em prática, é
seme­lhante ao homem que construiu a sua casa no chão, sem alicerces. A
torrente deu contra ela, e imediatamente desabou; e foi grande a sua ruína.”
Lucas 6, 46-49.

francisco.escorsim
fundação: conhece a ti mesmo

francisco.escorsim
Conhecendo as Camadas 2, 3 e 4
PELA HISTÓRIA CUJO CAPÍTULO VOCÊ ENTROU E OS DEMAIS QUE
CO-ESCREVEU

"O autoconhecimento é tão importante que,


por mais próximo que você esteja do céu, eu
gostaria que não descuidasse do cultivo de
francisco.escorsim sua percepção de si mesmo."
- Santa Teresa d'Ávila -
A SOLIDÃO ORIGINAL
DO HOMEM
"O homem se encontra sozinho diante de Deus, sobretudo para exprimir,
através de uma autodefinição, a própria autoconsciência, como primitiva e
fundamental manifestação da humanidade. O autoconhecimento acompanha
o conhecimento do mundo, de todas as criaturas visíveis, de todos os seres
vivos a que o homem deu nomes para afirmar, em confronto com eles, a
própria diversidade. Assim, a consciência revela o homem como o ser que
possui a faculdade cognitiva a respeito do mundo visível. Com este
conhecimento, que de certo modo o faz sair de dentro do seu próprio ser, ao
mesmo tempo o homem revela-se a si mesmo em toda a peculiaridade do
seu ser. Está não apenas essencialmente, mas subjetivamente só. Solidão, de
fato, significa também subjetividade do homem, a qual se forma através do
autoconhecimento.”
São João Paulo II francisco.escorsim
A DOR DA CAMADA 4

francisco.escorsim

[Insira sua letra de música de sofrência prefererida]


A IMPORTÂNCIA DA CAMADA 4

francisco.escorsim

‘Para mim a oração é um impulso do coração, um simples olhar para o Céu,


um grito de gratidão e amor no meio da provação como no meio da alegria"
Santa Teresinha
A "CURA" DA CAMADA 4
“Solidão – meus momentos prediletos!
Solidão – mas sempre Convosco, Jesus e Senhor!
Junto ao Vosso Coração passo horas agradáveis
E junto dele minha alma encontra descanso.
Quando o coração está repleto de Vós e cheio de amor,
E a alma arde como fogo puro,
Então no maior abandono a alma não sente solidão,
Porque descansa em Vosso seio.
Ó solidão – momentos da mais elevada companhia!
Embora abandonada por todas as criaturas,
Afundo-me toda no oceano de Vossa divindade,
E Vós ouvis ternamente as minhas confidências”.

Santa Faustina- Diário 1699 francisco.escorsim


Por que eu nasci?

Para que eu nasci?

francisco.escorsim
"Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus,
criou o homem e a mulher."

Gênesis 1;27

francisco.escorsim
"O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só. Vou dar-
lhe uma auxiliar que lhe seja adequada”.

Gênesis, 2;18

francisco.escorsim
"Por isso, o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir à sua
mulher; e já não são mais que uma só carne.

O homem e a mulher estavam nus, e não se envergonhavam."

Gênesis, 2;24-25

francisco.escorsim
Por que eu nasci?

Para que eu nasci?


francisco.escorsim
08

francisco.escorsim
A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE

As Camadas de 1 a 4 precisam ser


CONHECIDAS. O quanto você foi e
é AMADO?

Com a 5 começa a fase da


CONSTRUÇÃO da personalidade. Você
sabe AMAR?
A IMPORTÂNCIA DA CAMADA 7

francisco.escorsim

“O Senhor não olha tanto a grandeza das nossas obras. Olha mais o amor com que são feitas."
Santa Teresa D'ávila
“Uma vez que a virtude nos conduz à vida bem-aventurada, eu afirmaria que a virtude não é
absolutamente nada senão o sumo amor a Deus. E, na medida em que compreendo, diz-se que a
virtude é quadripartida precisamente em consideração da variedade das disposições que o próprio
amor assume. Assim, essas famosas quatro virtudes, cuja força queira o céu que esteja no ânimo
de todos, assim como os seus nomes estão em todas as bocas, eu não hesitaria defini-las também
assim: a temperança é o amor íntegro que se dá àquilo que se ama; a fortaleza é o amor que
tolera tudo facilmente por aquilo que se ama; a justiça é o amor que serve exclusivamente aquilo
que se ama e que, por causa dele, domina com retidão; a prudência é o amor que distingue com
sagacidade aquilo que é útil daquilo que é nocivo. Mas, como dissemos, esse amor não é por
qualquer um, mas por Deus, isto é, pelo sumo bem, pela sapiência suma e pela suma harmonia.
Portanto, as virtudes podem ser definidas assim: a temperança é o amor a Deus que se conserva
íntegro e incorruptível; a fortaleza é o amor a Deus que tolera tudo com facilidade; a justiça é o
amor que serve somente a Deus e, por causa disto, comanda com justiça todas as outras coisas
que se sujeitam ao homem; a prudência é o amor que discerne com clareza aquilo que ajuda a ir
em direção a Deus daquilo que o impede.”
francisco.escorsim
Santo Agostinho
Onde estamos? Estamos numa situação de egoísmo, na qual o homem velho ou a mulher velha está
“muito bem, obrigado”, por isso precisamos mortificá-lo. Para tanto, a Igreja nos propõe o jejum. O
jejum é simplesmente — digamos assim — um resumo de toda a vida de ascese e de penitência. Não é
para prejudicar a saúde, não. A finalidade não é essa. A finalidade do jejum é dizer às nossas tendências
egoístas: “Não é você quem vai mandar em mim. Fique aí, ‘de boa’, ‘na sua’”. Você precisa mortificar o
seu egoísta.

Mas apenas o jejum não basta. O jejum é deixar de ser movido pelo egoísta, mas agora é preciso ser
movido pelo Espírito Santo e pelo amor, a fim de mudar, isto é, sair do Egito e da escravidão.
Como ser movido? É preciso oração, porque a oração é o que abre o nosso coração a ser movido pela
graça de Deus. Primeiro, deixar de ser movido pelo homem velho e egoísta; segundo, ser movido agora
pelo Espírito Santo na oração.

Na dinâmica dessas duas obras — deixar de ser movido pelo egoísta (jejum), ser movido pelo Espírito
Santo (oração) — nós começaremos a amar concretamente a Deus nos irmãos. É a esmola. De amor em
amor e de fé em fé, iremos progredindo até chegar à santidade que Deus quer para nós. Essa é a lógica,
a engenharia das obras quaresmais.

francisco.escorsim
Padre Paulo Ricardo
Isto é o homem:
Tudo em volta induz à loucura, ao infantilismo, à exasperação
imaginativa. Contra isso o estudo não basta. Tomem consciência da
infecção moral e lutem, lutem, lutem pelo seu equilíbrio, pela sua
maturidade, pela sua lucidez. Tenham a normalidade, a sanidade, a
centralidade da psique como um ideal. Prometam a vocês mesmos ser
personalidades fortes, bem estruturadas, serenas no meio da
tempestade, prontas a vencer todos os obstáculos com a ajuda de Deus
e de mais ninguém. Prometam SER e não apenas pedir, obter, sentir,
desfrutar.

Olavo de Carvalho francisco.escorsim


Isto é o homem:
Muitos homens, muitos mesmo, enfrentaram os mesmos problemas
morais e espirituais que você está enfrentando agora. Felizmente, alguns
deles guardaram um registro de seus problemas. Você aprenderá com
eles, se quiser. Da mesma forma que, algum dia, se você tiver alguma
coisa a oferecer, alguém irá aprender alguma coisa de você. É um belo
arranjo recíproco. E não é instrução. É história. É poesia.

Professor Antolini (O Apanhador no Campo de Centeio)

francisco.escorsim
MUITO OBRIGADO!

41 8790-7579 francisco.escorsim

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