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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

FERNANDA COSTA ALMEIDA 1423845


JESSICA PATRICIO 1012426

A CRIANÇA E O BRINCAR: DA RUA PARA OS NOVOS ESPAÇOS

Fortaleza
2018
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FERNANDA COSTA ALMEIDA


JESSICA PARICIO

A CRIANÇA E O BRINCAR: DA RUA PARA OS NOVOS ESPAÇOS

TCC apresentado ao curso de graduação em


Psicologia da Universidade de Fortaleza como
requisito parcial para aprovação na disciplina
de Trabalho de Conclusão de Curso em
Psicologia. Grupo de Pesquisa: Psicologia.
Linha de Pesquisa: Desenvolvimento Social e
da Personalidade.

Orientador(a): prof. Profa. Dra. Eliane Vasconcelos Diógenes

Fortaleza
2018
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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ


UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - UNIFOR
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS
CURSO DE PSICOLOGIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A criança e o brincar: da rua para os novos espaços

Autores: Fernanda Costa Almeida e Jessica Patrício


Prof(a). Orientador(a): Dra. Eliane Vasconcelos Diógenes

Palavras-chave: cCriança. , bBrincar. , dDesenvolvimento. C, criatividade.

Resumo
Este trabalho investiga a importância do brincar para o desenvolvimento infantil, averigua a
diminuição da prática do brincar nos ambientes públicos (rua), e examina as mudanças das
brincadeiras de rua para as brincadeiras atuais e a criação de novos espaços destinados às
atividades lúdicas. Realizamos esta pesquisa na abordagem qualitativa, desenvolvendo a
pesquisa bibliográfica e documental. Verificamos a relevância das brincadeiras como uma
forma de desenvolver habilidades, aprendizagens e socializações. Percebemos o quanto o
brincar estimula o desenvolvimento, a criatividade e a aprendizagem do sujeito, desse modo,
compreendemos que precisamos cada vez mais intensificar e ampliar esse olhar para a
realização do brincar nas suas diferentes formas e novos ambientes e sentidos.

Introdução
O presente trabalho investiga a importância do brincar no desenvolvimento infantil, e
examina o deslocamento do espaço destinado ao brincar das crianças, ou seja, a passagem da
rua para novos espaços. Percebem atualmente, a invenção de novos territórios dedicados à
prática do brincar.
Esse debate se revela importante para o contexto atual de nossa sociedade, porque
instaura questionamentos e novos paradigmas acerca das práticas do brincar. A partir dessa
discussão, surgem indagações e diálogos como um convite a respeito da magnitude do
brincar, da relevância desta ferramenta transformadora e potencializadora do desenvolvimento
infantil.
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A presente pesquisa é fundamentada na teoria elaborada por Vigotski, psicólogo da


área de desenvolvimento infantil. Seus estudos são marcantes acerca dos seguintes temas: o
processo de educação e formação do homem, suas relações sociais, e sua consciência.
Vigotski (1991) reconhece que, por meio da brincadeira, é possível revelar e criar
zonas de desenvolvimento proximal e, assim sendo, oportunizar às crianças avanços
qualitativo no seu desenvolvimento e na sua aprendizagem.
Segundo Edda Bomtempo (1999), no brincar, a criança consegue integrar o mundo à
sua forma sem nenhum ajuste com a realidade. Sendo assim, o brincar é parte ativa, agradável
e participativa do desenvolvimento intelectual.
Conforme Cordazzo e Vieira (2007) a brincadeira, seja simbólica ou de regras, não
tem apenas o objetivo de diversão ou de distração. É por meio da brincadeira que a criança,
sem o propósito, estimula uma série de aspectos que auxilia tanto no seu desenvolvimento
individual quanto na sua relação com o social.
Bomtempo (1999) salienta que a brincadeira auxilia na aprendizagem e
desenvolvimento, especialmente das crianças. Sendo assim, durante o desenvolvimento, as
crianças conseguem gerar novas habilidades, na qual possibilitará a compreensão e
entendimento de como operar de maneira mais ativa no meio. Podemos afirmar que a
brincadeira é algo de suma importância para o desenvolvimento infantil, afinal, é através
dessa prática que ela começa a criar significações.

Método
Para a elaboração do presente trabalho, utilizamos a metodologia da abordagem
qualitativa. Trata-se de um tipo de pesquisa, que tem como finalidade compreender aspectos
simbólicos dos fenômenos sociais como: crenças, percepções, comportamentos, sentimentos,
valores e significados das ações humanas. Conforme Minayo e Sanches (1993) a abordagem
qualitativa é um campo marcado pela adesão entre a subjetividade e o simbolismo sendo
compreendido através de atividades humanas e seus significados. Nesse contexto, esta
abordagem possui uma intimidade entre sujeito e objeto, pois ambos são da mesma natureza,
se revelando a importância fundamental desta aproximação.
É exatamente esse nível mais profundo (em constante interação com o ecológico), o
nível dos significados, dos motivos, das aspirações, das atitudes, das crenças e dos valores,
que se expressam pela linguagem comum e na vida cotidiana, que consiste no objeto da
abordagem qualitativa. (MINAYO; SANCHES, 1993, p. 245).
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Nesta pesquisa qualitativa, especificamente, utilizamos a metodologia da pesquisa


bibliográfica e da pesquisa documental.

Entende-se pesquisa como um processo no qual o pesquisador tem “uma atitude e


uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente
inacabado e permanente”, pois realiza uma atividade de aproximações sucessivas da
realidade, sendo que esta apresenta “uma carga histórica” e reflete posições frente à
realidade. (MINAYO, 1994, p. 23).

A metodologia bibliográfica nos proporciona uma grande variedade de conteúdos


acerca do nosso tema. De acordo com Gil (19942008), a pesquisa bibliográfica oferece um
amplo alcance de informações, e também permite a utilização de dados que estão
disseminados em várias publicações, auxiliando desse modo, na construção, na melhor
definição do quadro conceitual, que envolve o objeto de estudo proposto.
Observamos o quão abrangente são os estudos relacionados ao brincar no contexto
infantil, gerando possibilidades e abertura para novos questionamentos e discussões,
contribuindo para o desenvolvimento.
Salvador (1986) afirma que a pesquisa bibliográfica é percorrida por um estudo teórico
elaborado e que tem como base uma reflexão pessoal. O trabalho foi realizado através de
análises de documentos escritos, originais primários, denominados fontes seguindo-se de uma
sequência de procedimentos ordenados e estruturados, logo, não pode ser aleatória.
Segundo Lima e Mioto (2007), a pesquisa bibliográfica é um procedimento
metodológico importante na produção do conhecimento científico capaz de gerar,
especialmente em temas pouco explorados, a postulação de hipóteses ou interpretações que
servirão de ponto de partida para outras pesquisas.
O nosso trabalho se baseou em estudos apresentados em fontes bibliográficas como
artigos, que são encontrados em revistas eletrônicas como Scielo, Pepsic e E-psi. Esta revista
possui um grande conjunto de conteúdos associados à importância do brincar. Encontramos
alguns livros que discutem questões voltadas para as práticas do brincar nos novos espaços e
para a diminuição do brincar na rua. Encontramos também Blogs, que exibem visões dos
profissionais da área da educação, relatos dos desafios integrantes do ofício dos professores e
das suas relações com os familiares implicados em dificuldades na criação dos seus filhos.
Além da pesquisa bibliográfica, exploramos o documentário Tarja Branca (ROHDEN,
2014), em que são exibidas uma série de entrevistas com profissionais e artistas, abordando o
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tema do brincar na contemporaneidade. Desse modo, temos uma melhor compreensão das
queixas relacionadas à falta do brincar no contexto do sujeito.
Gil (2008) sustenta que as pesquisas documentais, que são usadas para fins científicos,
são objetos que não visam apenas esclarecer determinada coisa, mas, também, contribuir na
investigação de um fato ou fenômeno. Gil (2008) enfatiza a vantagem que esse tipo de
pesquisa proporciona ao pesquisador por fornecer dados em quantidade e qualidade
satisfatória, evitando um desperdício de tempo que, muitas vezes, são ofertados em contatos
diretos com as pessoas.

Resultados e Discussão

3.1 A importância do brincar no desenvolvimento infantil.

“É no brincar, e talvez apenas no brincar,


que a criança ou o adulto fruem
sua liberdade de criação.”
( D.W. Winnicott, 1971, p. 63)

Kishimoto (1995) afirma que, no decorrer da história da civilização humana, a criança


era vista em cada de cultura de uma forma distinta. Nas antigas gerações, eram reconhecidas
como um sujeito inacabado, sem utilidade; somente no século XVIII, ela passa a ser revelada
como alguém de natureza própria que tem necessidades, que merecem ser valorizadas e
desenvolvidas. Portanto, o renascimento foi o período em que brincadeira começa ser
considerada uma ferramenta crucial para o desenvolvimento da inteligência das crianças.
Segundo o dicionário Ferreira (2003, p. 286), o brincar pode ter inúmeros
significados :como "divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar, entreter-se com
jogos infantis".
O brincar é algo muito presente nas nossas vidas, porém, percebemos que ele deveria
estar em maior evidência no contexto atual.
As brincadeiras têm um papel significativo, onde favorece o desenvolvimento de
diversas capacidades, como a memória, a imaginação, a atenção, dentre outras. Vigotski
(1991) sustenta que o brincar é um componente essencial para o desenvolvimento da
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identidade e da autonomia da criança. A partir do brincar, a criança experimenta sensações


antes desconhecidas, entra no mundo adulto, reproduz relações sociais e trabalha de forma
lúdica. Pela brincadeira, as crianças se apropriam do mundo, desenvolve um processo de
construção da sua subjetividade histórico-social. Ou seja, o sujeito aprende a agir, a criar
vínculos com a sociedade e consigo.
Queiroz (2006) destaca que, através da brincadeira, a criança consegue formar seus
conhecimentos e experiências de se conectar com o meio de modo participativo, e
experimentar suas próprias escolhas. Quando a criança se depara com um jogo, ela pode
decidir se quer brincar ou não, o que torna um aspecto significativo da brincadeira, visto que
propicia um avanço na criatividade, na sua autoestima, na consciência, suas escolhas e
atitudes. Desta forma, a prática do brincar proporciona às crianças grandes transformações:
ações e relações com o meio, criatividade, autoestima, tomadas de decisões, atitudes.
Aspectos essenciais que contribuirão com seu próprio crescimento.
Donald Woods Winnicott (1971/1975), afirma que, no brincar, existem diversas
brincadeiras. Pelo faz-de-conta, a criança demonstra seus sentimentos e emoções. Dessa
forma, ela desenvolve sua criatividade. Tais benefícios parecem ser os responsáveis pelo
maior número de pesquisas realizadas com esse tipo de brincadeira. Portanto, o faz-de-
conta ajuda a acessar com mais facilidade o mundo da criança.
Para Vygotsky (1998), a brincadeira de faz-de-conta possibilita um crescimento
proximal, afinal, quando a criança consegue retratar um objeto por outro, a mesma consegue
construir uma ligação com o sentido que a ele foi concedido, e não com ele em si. Este brincar
pode gerar outras interpretações para as crianças, nas quais a levam para o progresso de
reflexões abstratas.

A linguagem origina-se em primeiro lugar como meio de comunicação entre a


criança e as pessoas que a rodeiam. Só depois, convertido em linguagem interna, se
transforma em função mental interna que fornece os meios fundamentais do
pensamento da criança. (VIGOTSKI, 1991, p. 46).

É inegável a importância do lúdico para o desenvolvimento cognitivo das crianças, a


brincadeira e o jogo estão presentes em todas as fases de evolução em nossa vida, portanto,
um adulto que não teve acesso ou oportunidades de vivenciar momentos de ludicidade, muito
possivelmente acabará se tornando uma pessoa de capacidade pouco criativa. Segundo
Vygotsky (2007, apud NAVARRO, 2009, p. 21 – 25), “brincar é satisfazer necessidades
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com a realização de desejos que não poderiam ser imediatamente satisfeitos. O brinquedo
seria um mundo ilusório, em que o desejo pode ser realizado”.
Quando uma criança tem acesso a um espaço mais favorável ao desenvolvimento de
sua criatividade, ela terá mais oportunidade de ser um adulto mais seguro, mais confiante no
ato de se expressar em público. O lúdico proporciona, sobretudo, uma maior interação com o
social. Ferreira (19898) nos ressalta que a criança deverá se sentir mais a vontade em
ambientes que sejam agradáveis, pois dessa forma se reconhece como integrante do meio em
que está inserida.
Jardim (2003) deixa claro que o brincar pode ser visto como uma ferramenta que
proporciona um espaço de criação, inovação e transformação. O brincar possibilita às crianças
acessarem práticas no mundo, que os adultos expostos às pressões do cotidiano não
conseguem saborear.

Kishimoto (2003) salienta que a brincadeira é um incitador, possibilitando o fluir do


imaginário da criança. O brincar pode ser visto como uma ferramenta na qual consegue
acessar o lúdico e a criatividade da criança.
Conforme Jardim (2010), o brinquedo é um instrumento repleto de significações para
as crianças. Destacamos que, através dele, as crianças conseguem recompor suas experiências,
e , muitas vezes, reproduzir sua realidade.
Segundo Dohme (2002), pelo brincar, a criança não sente apenas prazer pelo ato, mas,
também, explora novas formas de se expressar, novas percepções, que antes não eram
acessíveis a elas, estimulando assim o desenvolvimento cognitivo, social e psicológico.
Winicott (1982) também afirma que as brincadeiras introduzem várias experiências
físicas e emocionais no cotidiano das crianças, o que possibilitam lidar com as suas angústias,
frustrações e organizar ideias e impulsos.
Conforme Leopoldo Fulgencio (2008), o brincar favorece na composição do homem
como um ser integral, integra aspectos dentro de si de forma dissociada, possibilita uma
experiência de viver seu verdadeiro self, tornando esse indivíduo espontâneo e criativo.
Através do pensamento de Winnicott, importante representante da psicanálise, Fulgencio
(2008) reforça a ideia, que somente, através do brincar, o indivíduo poderia usufruir de sua
personalidade de forma integral.
O brincar traz muitos aspectos que se configuram nas demais formas de estilo, cultura,
valores e etnias que consequentemente estão se tornando mais presentes no mundo infantil.
Observa-se que o brincar não é somente uma ferramenta que a criança pode manejar, mas
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também contribui para seu processo de desenvolvimento e aprendizagem. (KISHIMOTO,


1996).
De acordo com Vigotski (1991), a atividade do brincar é um meio essencial na
formação da linguagem e da aprendizagem dessa criança, é uma maneira de crescimento e de
desenvolvimento.
O brincar é uma atividade de fundamental relevância no cotidiano, permitindo o
desenvolvimento n psicológico e de aprendizagem. Para Oliveira (2000), o brincar é visto
como um mecanismo de humanização, um meio pelo qual a criança, constrói vínculos mais
duradouros, desenvolve capacidades de raciocínio, de julgamentos e de argumentação,
possibilitando novas formas de percepção.
Antunes (2004) salienta que, quando a criança entra em contato com jogos e
brincadeiras de uma maneira ordenada, ela faz grandes descobertas relacionadas à sua vida,
amplia o seu auto-conhecimento, o que e facilita suas relações com o meio. Afinal, essas
práticas estão inteiramente ligadas ao viver.

De acordo com Vygotsky (1994), a criança exerce o significado das coisas através de
um desenvolvimento no pensamento conceitual. A brincadeira, e possui um papel
indispensável no progresso do próprio pensamento da criança.

Segundo Vygotsky (2007, p.118),

Em resumo, o brinquedo cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a


a desejar, relacionando seus desejos a um “eu” fictício, ao seu papel no jogo e
suas regras. Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são
conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível
básico de ação real e moralidade. (VYGOTSKY, 2007, p. 118)..

Para as crianças, o brincar é uma forma de existir. Na história da humanidade, as


crianças sempre brincaram, continuam exercendo essa prática até os dias atuais e
provavelmente, prosseguirão brincando. Pois o brincar é algo prazeroso para quem realiza
essa atividade e um meio de se expressar. (SANTOS, 1999).

Brincar é também um grande canal para o aprendizado, senão o único canal para
verdadeiros processos cognitivos. Para aprender precisamos adquirir certo
distanciamento de nós mesmos, e é isso o que a criança pratica desde as primeiras
brincadeiras transicionais, distanciando-se da mãe. Através do filtro do
distanciamento podem surgir novas maneiras de pensar e de aprender sobre o
mundo. Ao brincar, a criança pensa, reflete e organiza-se internamente para
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aprender aquilo que ela quer, precisa, necessita, está no seu momento de aprender;
isso pode não ter a ver com o que o pai, o professor ou o fabricante de brinquedos
propõem que ela aprenda. (MACHADO, 2003, p. 37).

Borba (20076), afirma que o brincar é um método psicológico de suma relevância,


apontado na infância, a qual consegue possibilitar as crianças oportunidades de se expressarem.
Afinal, elas conseguem explorar sua imaginação e fantasia. Desta forma, as brincadeiras
permitem a elaboração de conhecimentos e aptidões nos planos de relações sociais e cognitivos.

3.2 Da rua para os novos espaços do brincar

Kishimoto (1999) evidencia que os jogos e as brincadeiras tradicionais integram


formas de manifestações espontâneas da cultura popular. Desse modo, configuram como
realização e formação espiritual de um povo em uma determinada época histórica. Os jogos e
as brincadeiras são disseminados pela linguagem se transformando e incorporando por várias
gerações. Estão relacionados ao folclore e englobam os aspectos de anonimato, transmissão
oral, tradicionalismo, conservação, mudança e universalidade. As exposições da cultura
popular possuem a missão de preservar a cultura infantil e desenvolver formas de convivência
social.
Diversos são os questionamentos em torno de como se deu a origem do brincar. Onde
aconteciam as brincadeiras de antigamente? Ainda existem crianças que utilizam as ruas
como espaços de brincar? Como ocorreu a transição das ruas para os demais espaços do
brincar? Diante disso, destacamos que nos dias de hoje a infância nos parece ser a idade certa
para a criança brincar, ir à escola e ser educada, mas segundo Philippe Ariès (1981) em sua
obra História social da criança e da família, o conceito de infância não existiu sempre e da
mesma maneira.
Ariès (1981) afirma que no mundo medieval não existia qualquer sentimento de
infância, pois as crianças eram integradas rapidamente na vida do adulto, ou seja, as crianças
brincavam com os adultos, aprendiam a jogar e a arte de um ofício. Na sociedade medieval, as
crianças eram retratadas como adultos em miniatura. No século XVIII, não existia uma
diferenciação entre as atividades lúdicas dos adultos e das crianças, pois ambos
compartilhavam das mesmas práticas de brincar, mesmos jogos e brinquedos.
Observamos que a prática do brincar nas ruas diminuiu consideravelmente em
comparação às décadas anteriores. Florestan Fernandes (1979) salienta em seus estudos que,
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na década de 40, as crianças, que moravam nos bairros operários, se reuniam depois da escola
para brincar nas ruas, desse modo a criança participava ativamente da construção da cultura
infantil. “O desejo comum de brincar, o contínuo trato com as mesmas crianças, a preferência
por certos tipos de jogos, sua livre escolha, a liberdade de que goza nesses momentos e o
interesse que lhe desperta o brinquedo em bando conduzem a criança à formação das
primeiras amizades, dando-lhes a noção de posição social”. (FERNANDES, 1979, Pp. 378).

Kishimoto (1999) declara que em São Paulo, no século XX, o brincar e os jogos
tradicionais de ruas foram práticas condenadas, uma vez que essas práticas estavam
associadas às crianças pobres. Estas eram acusadas de criminosas, maltrapilhas e promíscuas.
Desse modo, as crianças ricas eram proibidas de saírem à rua, principalmente as meninas, e
deveriam brincar nos quintais e clubes. “A ideia do jogo associado ao prazer não era vista
como importante para a formação da criança, mas tida como causadora de corrupção”
(KISHIMOTO, 1999, p. 86).
Conforme Brougère (2001) pode-se dizer que antigamente as crianças praticavam
brincadeiras nas ruas de maneira grupal, como: cirandas, roda, pular corda, amarelinha. Essa
prática, que era perpassada de geração por geração, está sendo abandonada e substituída.

Figura 1 -TÍTULO
12

Fonte: TONI, 2018.

Ketzer (2003) ressalta que a evolução da cultura lúdica proporcionou o atual cenário
para as brincadeiras. Novos brinquedos foram surgindo e uma ampla variedade apresentam
mais atrativos. Consequentemente, as brincadeiras de ruas passaram a ser substituídas pelos
brinquedos.
Postman (1999) destaca como as brincadeiras de ruas estão sendo extintas no nosso
contexto social; grande parte das crianças desconhecem essa prática. Os grandes índices de
violência nas cidades, contribuindo para que esse cenário de brincar na rua fosse reduzido e
muitas vezes esquecido.

Contudo, acredita-se que as brincadeiras em grupo, otimizam as reais


competências de interações sociais. Na qual, essa atividade proporciona a
troca de olhares, à compreensão, á partilha de emoções um com o outro e um
melhor posicionamento através da fala. (FORTUNA, 2008, p. 15).
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Ao longo dos anos foram surgindo novos espaços do brincar e consequentemente


novas visões acerca da importância do mesmo para o sujeito. Com base nisso, os espaços não
formais relacionados à atividade do brincar foram se tornando essenciais para a evolução das
capacidades cognitivas e crescimento do individuoindivíduo.

O ser infantil precisa aprender a ser reconhecido pelos outros, por uma questão
de sobrevivência. Para aprender, o sujeito se utiliza da ação e das diversas
formas de linguagem. Esse é o processo que se instaura a partir do outro,
situando na posição de ensinante. O brincar faz mediação necessária entre o
sujeito e o contexto sociocultural, provando no aprendente a falta de saber
(HEINKEL, 2003, p. 18).

Dentre os espaços não formais, podemos citar a sala de espera de um Hospital situado
na Cidade de Porto Alegre. As salas de espera são consideradas como um espaço não formal
de aprendizagem e estimulado pela brincadeira. Santos (2001) reforça a ideia de que o
Hospital pode ser um ambiente que permite novas formas de integração e que todos são livres
para se encontrarem e interagirem. Além disso, essa integração torna-se importante para a
formação do indivíduo, principalmente para as crianças que aguardam atendimento
enfatizando a importância do brincar, construindo mais um espaço a ser explorado. Gohn
(1999) evidencia que esses espaços são vistos como campos e dimensões que contribuem para
o ensino e aprendizagem.
O espaço não formal contribui de forma significativa para a educação. Ele pode ser
concebido como um eixo pedagógico, onde são mostrados também setores como a cultura e
saúde. Freire (1986) rejeita a ideia de que exista uma autolibertação; para ele, a liberdade é
sempre social, coletiva, independente do espaço seja ele, formal ou não formal. Paulo Freire é
uma referência no que diz respeito à educação e sua utopia como forma relevante para
preparação de educadores que nos proporcionam a acreditar que mudar é difícil, mas é sempre
possível.
Segundo Voitille (2012), a brinquedoteca surge com um ambiente bastante procurado
para produzir o brincar. A brinquedoteca é considerada como o espaço da criança, onde serão
encontrados gibis, livros, jogos e brinquedos. Trata-se de um lugar onde a criança será
estimulada a desenvolver suas capacidades intelectuais e sociais, e, também, a aprender a ter
mais autonomia e criatividade. Dependendo do lugar onde essa brinquedoteca está inserida,
ela possui para cada lugar, uma finalidade diferente, mas todas cumprem as mesmas funções.
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Figura 2 - Título

Fonte: OCHOA, 2018.

Dentre essas funções da brinquedoteca estão: socializar, estimular atividades


individuais e coletivas (entre as crianças e entre estas e os adultos), desenvolver a
inteligência e a criatividade, estimular a concentração e a atenção, valorizar o
brinquedo como meio de desenvolvimento intelectual e social, permitir maior
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autonomia da criança, incentivar o desenvolvimento da responsabilidade, enriquecer as


relações familiares – pais e filhos.

Figura 3 - título

Fonte: CYRELA, 2018.

A brinquedoteca pode se instalar de forma significativa em diferentes espaços.


Nos hospitais, a brinquedoteca assume a função de amenizar o sofrimento das crianças
internadas. Nas creches e escolas, ela tem a finalidade pedagógica. Em bibliotecas e
centros culturais, ela funciona principalmente como espaço de incentivo à leitura. As
brinquedotecas temporárias criam espaços de lazer e diversão em shopping centers e
grandes lojas.
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Figura 4- título

Fonte: CAMPOS, 2018.

Brinquedotecas terapêuticas ajudam e auxiliam no tratamento de crianças portadoras


de deficiências físicas e mentais, muitas vezes criando brinquedos adaptados. Lynn Alves
(2004) salienta que, ao longo dos anos, ocorreu uma modificação na prática do brincar. As
brincadeiras, que antes eram feitas coletivamente, como jogos e brincadeiras de rua, passaram
a ser desempenhadas de outra forma e foram sendo substituídas pelos aparelhos eletrônicos,
que se mostram mais atraentes. Esta mudança introduziu cada vez mais a presença da
tecnologia no cotidiano de cada indivíduo e em seus lares. Deve-se de algum modo se adaptar
a essa nova alternativa e utilizá-la como uma ferramenta pedagógica, que estimule o gosto e o
desejo de aprendizagem em busca de novos conhecimentos e criatividade.
Segundo Turkle (1997), os jovens estão estabelecendo uma nova cultura através do
uso de videogames e computadores. Estão se voltando a práticas novas e construindo sua
identidade e percepções. Para eles, os jogos produzem um desenvolvimento pessoal e de
afetividade.
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Nos dias atuais, é impressionante a abertura de novos ambientes destinados ao brincar.


O Serviço de Psicologia Aplicada da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) instaura Grupos
de Criatividade. Este serviço se fundamenta na tese do brincar como uma forma de trabalhar o
desenvolvimento infantil. Este projeto existe há treze anos. Segundo Elias (2010), através dos
Grupos de Criatividade, ou seja, por meio do brincar e do lúdico, as crianças conseguem se
desenvolver e estabelecer relações mais saudáveis com o mundo.

Elias (2010) destaca que grande parte das crianças, que chegam aos Grupos de
Criatividade, são tachadas como crianças problemas, crianças que não conseguem aprender.
Os grupos promovem a quebra desse paradigma, a ruptura com a ideia de que é preciso estar
em uma sala de aula para aprender e se desenvolver. Desse modo, o brincar é peça
fundamental para o desenvolvimento dessas crianças. As brincadeiras executadas sempre têm
um objetivo a ser realizado; sua finalidade consiste em trabalhar a percepção, a atenção, a
ajuda mútua, a memória e autoestima da criança.

“Brincar é viver criativamente no mundo.


Ter prazer em brincar é ter prazer em viver”.
M.M. (MACHADO, 2003, p. 27).

Considerações Finais
Baseada em uma ampla pesquisa sobre a importância do brincar na
contemporaneidade, percebemos o quanto o lúdico se torna significativo para construção e
desenvolvimento do sujeito, o quanto o brincar possibilita a criatividade e a aprendizagem. A
partir disso, compreendemos que precisamos cada vez mais intensificar e ampliar esse olhar
para a realização do brincar nas suas diferentes formas e novos ambientes e sentidos.
Este estudo nos permite observar a importância das brincadeiras, e suas
representações, e os efeitos da falta do brincar, problema tão presente nos dias atuais. Apesar
da escassez do brincar, notamos, ao mesmo tempo, o surgimento de espaços direcionados à
atividade do brincar, espaços não formais de educação. Percebemos que o brincar na rua está
cada vez mais extinto na sociedade em que vivemos. Muitas crianças desconhecem essa
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prática, o que chega a ser lamentável, afinal, o brincar na rua proporciona sensação de
liberdade, leveza, interação grupal e troca de experiências.
Na nossa busca de fontes bibliográficas, encontramos muitas publicações que
articulam a importância do brincar com o desenvolvimento infantil, porém, para o debate a
respeito da atual prática do brincar em novos espaços, ainda encontramos escassez de estudos.
Esta constatação nos estimula a continuar esta pesquisa no mestrado.

Referências
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2004.

ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2. a ed. Rio de Janeiro: LTC,
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/v3n1/v3n1a07.pdf>. Acesso em: 12 out. 2018.

BORBA, Ângela Â. M. O brincar como um modo de ser e estar no mundo. In: BRASIL.
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica MEC/SEB(Org.). Ensino
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Anexos
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