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M1042 M1015
Segundo semestre
2023/2024
Análise II 1 / 270
Docentes das unidades
Gabriela Chaves
gchaves@fc.up.pt
Peter Gothen
pbgothen@fc.up.pt
Análise II 2 / 270
Bibliografia principal
Análise II 3 / 270
Slides das aulas teóricas e lista de exercícios
Análise II 4 / 270
Bibliografia dos slides
Análise II 5 / 270
Visão geral do programa
Curvas parametrizadas
Integrais múltiplos
Análise II 6 / 270
Avaliação distribuída sem exame final
Análise II 7 / 270
Conteúdo
1 Curvas parametrizadas
Análise II 8 / 270
1. Curvas parametrizadas
Bibliografia principal
Capítulos 10, 13 do livro James Stewart; Calculus : early transcendentals. ISBN: 978-1-305-27237-8
Seção 10.4 do livro Marsden e Weinstein; Calculus II. 2nd ed. ISBN: 0-387-90975-3
Seção 14.6 do livro Marsden e Weinstein; Calculus III. 2nd ed. ISBN: 0-387-90985-0
Análise II 9 / 270
Curva parametrizada
Curva
Uma função c : D → Rn em que D é um intervalo de R diz-se uma
curva. O conjunto
{c(t) : t ∈ D}
que corresponde ao contradomínio de c é o traço de c.
Análise II 10 / 270
Curvas no plano e no espaço
t ∈ D é designado de parâmetro.
Análise II 11 / 270
Exemplo
Considere a curva
c : [0, 2π] → R2
.
t 7→ (cos(t), sen(t))
0.8
0.6
0.4
0.2
sin(t)
-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
-1 -0.5 0 0.5 1
cos(t)
Análise II 12 / 270
Exemplo
Considere a curva
c : R → R2
.
t 7→ (t, 6t + 1)
Análise II 13 / 270
Exemplo
Considere a curva
3
c: R → R
t .
t 7→ cos(t), sen(t),
10
Ao traço de c chama-se hélice.
1.0
0.5
0.0
!0.5
!1.0
2.0
1.5
1.0
0.5
0.0
!1.0
!0.5
0.0
0.5
1.0
Análise II 14 / 270
Exemplos
c(t) = (cos(t), sen(t)) , t ∈ [0, 2π] c(t) = cos3 (t), sen3 (t) , t ∈ [0, 2π]
Análise II 15 / 270
Exemplos
c(t) = cos(t), sen(t), 6t , t ∈ [0, 6π] c(t) = (cos(t), − cos(t), sen(t)) , t ∈ [0, 2π]
Análise II 16 / 270
Exemplo
O traço da curva
Análise II 17 / 270
Observação
Análise II 18 / 270
Retas
Análise II 19 / 270
Retas
Note-se que qualquer reta r no plano (ou no espaço) é determinada
por um ponto P0 e por uma direção v 6= 0. Assim:
P ∈ r ⇔ P = P0 + tv para algum t ∈ R .
v
P_0
P_0 ponto;
V direção
Análise II 20 / 270
Reta - equações paramétricas e equação cartesiana
Se P0 = (b, d) e v = (a, c), então o sistema
(
x = at + b
P = P0 + tv , t ∈ R ⇔ (t ∈ R)
y = ct + d
Análise II 21 / 270
Exemplo
Considere a reta r que contem o ponto P0 = (1, −3) e a direção
v = (1, 2). Um par de equações paramétricas de r é
(
x =1+t
(t ∈ R)
y = −3 + 2t
Análise II 22 / 270
Exercício
Análise II 23 / 270
Circunferências
Equações da forma
(
x = r cos(t) + x0
(t ∈ [0, 2π])
y = r sen(t) + y0
m
(
(x − x0 )2 + (y − y0 )2 = r 2
.
(x , y ) ∈ R2
Análise II 24 / 270
Exercício
Análise II 25 / 270
Exercício
é uma parábola.
Análise II 26 / 270
Exemplo
O traço da curva
2
c(t) = sen(t), sen (t) (t ∈ R)
está contido na parábola de equação y = x 2 . Contudo, x (t) = sen(t) = sen(t + 2kπ) ∈ [−1, 1] para todo t ∈ R e k ∈ Z.
Assim, dada a periodicidade de sen(t), o traço de c é a parte da parábola compreendida entre (−1, 1) e (1, 1) e é percorrida
Análise II 27 / 270
Definição de limite
Análise II 28 / 270
Observação
Análise II 29 / 270
Exemplo
!
3 −t sen(t)
lim 1 + t , te , = (1, 0, 1) .
t→0 t
Análise II 30 / 270
Definição de derivada
Análise II 31 / 270
Figura 1 da Secção 13.2 do livro James Stewart; Calculus : early
transcendentals. ISBN: 978-1-305-27237-8
Análise II 32 / 270
Curva regular
c 0 (t0 )
T (t0 ) = .
kc 0 (t0 )k
Análise II 33 / 270
Observação
Análise II 34 / 270
Curvas no plano e no espaço deriváveis
Análise II 35 / 270
Reta tangente a uma curva plana
É habitual representar-se o vector c 0 (t0 ) aplicado no traço da curva
em c (t0 ).
Observação
Se f 0 (t0 ) = 0 e g 0 (t0 ) 6= 0, então a reta tangente ao traço de c em
c(t0 ) é vertical.
Análise II 36 / 270
Exemplo
0.8
0.6
0.4
0.2
sin(t)
-0.2
-0.4
-0.6
-0.8
-1
-1 -0.5 0 0.5 1
cos(t)
Análise II 37 / 270
Exemplo
Considerar
c(t) = 1 + t 3 , te −t , sen(2t) , t ∈ R .
Análise II 38 / 270
Exercício
Análise II 39 / 270
Exercício
Encontre equações paramétricas
√ e cartesiana
da reta tangente ao
traço da curva c(t) = t 4 + 2 t, sen(tπ) quando t = 1.
Análise II 40 / 270
Segunda derivada
Aceleração
Sendo c : D → Rn derivável tal que c 0 : D → Rn também é
derivável então c é duas vezes derivável; se t0 ∈ D então
c 00 (t0 )
diz-se a aceleração de c em t0 .
Exemplo
Sendo c : R → R3 tal que c(t) = (2 cos(t), sen(t), t) então
Análise II 41 / 270
Terminologia
Análise II 42 / 270
Algumas propriedades
Análise II 43 / 270
Relembrar produto vetorial (em R3)
Definição
V = R3
Sendo u = (u1 , u2 , u3 ), v = (v1 , v2 , v3 ) ∈ R3 , o produto vetorial de u
por v é o vetor
u × v = (D1 , D2 , D3 )
onde
1 0 0 0 1 0 0 0 1
D1 = u1 u2 u3 D2 = u1 u2 u3 D3 = u1 u2 u3
v1 v2 v3 v1 v2 v3 v1 v2 v3
u × v = (u2 v3 − u3 v2 , (−1)(u1 v3 − u3 v1 ), u1 v2 − u2 v1 )
Análise II 44 / 270
Produto vetorial
Exemplo
1 0 0 0 1 0 0 0 1
1 0 −1 = 1, 1 0 −1 = −2, 1 0 −1 = 1
1 1 1 1 1 1 1 1 1
Análise II 45 / 270
Produto vetorial
Propriedade importante
u ⊥ (u × v ) v ⊥ (u × v )
Análise II 46 / 270
Produto vetorial
Propriedade importante
u, v ∈ R3
Análise II 47 / 270
Produto vetorial
Propriedade importante
ku × v k = kukkv k sen θ
Análise II 48 / 270
Produto vetorial
Propriedade importante
u, v , w ∈ R3
u · (v × w ) = det(u, v , w )
Definição
u · (v × w ) designa-se de produto misto dos 3 vetores u, v , w
Assim:
|u · (v × w )| = volume do paralelipípedo determinado por u, v , w
Análise II 49 / 270
Produto misto: propriedades importantes
(i) u · (v × w ) = 0
(ii) det(u, v , w ) = 0
Segue que:
u · (v × w ) 6= 0 se e só se os vetores u, v , w formam uma base de R3
Análise II 50 / 270
Produto vetorial - propriedade
Análise II 51 / 270
Observação
Prova
Se kc(t)k2 = c(t) · c(t) ≡ k 2 para alguma constante k ∈ R então
derivando
Análise II 52 / 270
Observação
Se c : D → Rn é uma curva derivável com velocidade escalar
constante então c(t) e c 0 (t) são ortogonais para todo t ∈ R.
Análise II 53 / 270
Uma fórmula para ve0
c 0 (t) · c 00 (t)
ve0 (t) = .
ve (t)
Análise II 54 / 270
Comprimento de arco
Definição
Sendo c : [a, b] → Rn uma curva continuamente derivável e regular então o comprimento da curva é o integral
Z b Z b
0
l(c) = ve (t) dt = kc (t)k dt,
a a
corresponde à distância percorrida entre os instantes t = a e t = b e depende da velocidade escalar e não da direção da
velocidade.
Figura 1 da Secção 13.3 do livro James Stewart; Calculus : early transcendentals. ISBN: 978-1-305-27237-8
Análise II 55 / 270
Exemplo
porque √
ve (t) = kc 0 (t)k = 2.
Análise II 56 / 270
Exercício
Análise II 57 / 270
Reparametrização
Definição
Sendo c : [a, b] → Rn uma curva e f : [c, d] → [a, b] uma função
contínua bijetiva então c ◦ f : [c, d] → Rn diz-se uma
reparametrização de c. As curvas c e c ◦ f têm o mesmo traço e o
mesmo comprimento (sendo c e f curvas continuamente deriváveis
e regulares).
Análise II 58 / 270
Função comprimento de arco
Definição
Sendo c : [a, b] → Rn uma curva continuamente derivável e regular,
considere-se a função comprimento de arco a partir de t = t0 , onde
t0 ∈ [a, b], definida por
Z t
s(t) = ve (u) du, t ∈ [a, b] .
t0
Análise II 59 / 270
Reparametrização pelo comprimento de arco
Definição
A curva C = c ◦ s −1 : [l(a), l(b)] → Rn diz-se uma
reparametrização de c pelo comprimento de arco com origem em t0 .
Análise II 60 / 270
Reparametrização pelo comprimento de arco
C (s) é o vetor posição do vetor c(t) se s = s(t) depois de ter
percorrido s(t) unidades de comprimento a partir de t = t0 .
Figura da Secção 13.3 do livro James Stewart; Calculus : early transcendentals. ISBN: 978-1-305-27237-8
Análise II 61 / 270
Reparametrização pelo comprimento de arco
kC 0 (s)k = 1
para s ∈ [s(a), s(b)] e
C 0 (s) = TC (s)
é o vetor tangente unitário à curva C em s. Além disso,
Análise II 62 / 270
Exemplo
Análise II 63 / 270
Curvatura
Sendo c : [a, b] → Rn uma curva continuamente derivável e regular,
sabemos que T (t) indica a direção de c no tempo t que varia pouco
se o traço da curva não é muito sinuoso e varia muito caso
contrário. A curvatura de uma curva num ponto mede a variação da
direção da tangente à curva no ponto e define-se como sendo a
norma da derivada do vetor tangente unitário duma
reparametrização de c pelo comprimento de arco, para que seja
independente da parametrização escolhida:
κ(s) = kT 0 (s)k = kC 00 (s)k
onde T (s) = C 0 (s) é o vetor tangente unitário de C em s. Usando
a regra da cadeia, obtém-se
1
κ(t) = kT 0 (t)k
ve (t)
onde T é o vetor tangente unitário de c em t.
Análise II 64 / 270
Exemplo
Análise II 65 / 270
Exemplo
Análise II 66 / 270
Curvatura de uma curva no espaço
Fórmula
Sendo c : D → R3 é regular e duas vezes derivável,
kc 0 (t) × c 00 (t)k
κ(t) = .
ve3 (t)
Análise II 67 / 270
Curvatura de uma curva no espaço
Como c 0 (t) = ve (t)T (t), derivando obtém-se
c 00 (t) = ve0 (t)T (t) + ve (t)T 0 (t) .
Considerando
c 0 (t) × c 00 (t) = ve0 (t)c 0 (t) × T (t) + ve (t)c 0 (t) × T 0 (t)
= ve0 (t)ve (t)T (t) × T (t) + ve (t)c 0 (t) × T 0 (t) .
= ve (t)c 0 (t) × T 0 (t) = ve2 (t)T (t) × T 0 (t)
Como kT (t)k = 1 então T (t) e T 0 (t) são perpendiculares e
kc 0 (t) × c 00 (t)k = ve2 (t)kT (t) × T 0 (t)k = ve2 (t)kT 0 (t)k
1 1
κ(t) = kT 0 (t)k = 3 kc 0 (t) × c 00 (t)k .
ve (t) ve (t)
2
Análise II 68 / 270
Exercício
Análise II 69 / 270
Exercício
Mostre que a curvatura da curva c(x ) = (x , x 2 ) (cujo traço é uma
parábola) é
2
κ(x ) = .
(1 + 4x 2 )3/2
Análise II 70 / 270
Vetor normal principal unitário e vetor binormal
Sendo c : [a, b] → R3 uma curva continuamente derivável e regular, kT (t)k ≡ 1 e T (t) e T 0 (t) são ortogonais.
Definição
(i) Para t tal que κ(t) 6= 0, o vetor normal principal unitário é
T 0 (t)
N(t) = .
kT 0 (t)k
Podemos interpretar N(t) como um vetor que indica a direção na qual a curva está a virar no tempo t.
Notar que B(t) é ortogonal a T (t) e a N(t); além disso, B(t) é unitário.
Análise II 71 / 270
Triedro de Frenet
Para cada t, o conjunto (T (t), N(t), B(t)) forma uma base de R3 e
denomina-se de Triedro de Frenet, que varia ao longo do tempo.
Figura 6 da Secção 13.3 do livro James Stewart; Calculus : early transcendentals. ISBN: 978-1-305-27237-8
Análise II 72 / 270
Exemplo
√
Considerar a curva c(t) = (cos(t), sen(t), t). Como c 0 (t) = (− sen(t), cos(t), 1) e ve (t) = 2, então
1
T (t) = √ (− sen(t), cos(t), 1) ,
2
0 1 0 1
T (t) = √ (− cos(t), − sen(t), 0) e kT (t)k = √ .
2 2
Assim,
1
N(t) = (− cos(t), − sen(t), 0) e B(t) = T (t) × N(t) = √ (sen(t), − cos(t), 1) .
2
Análise II 73 / 270
Exemplo (continuação)
Figura 7 da Secção 13.3 do livro James Stewart; Calculus : early transcendentals. ISBN: 978-1-305-27237-8
Análise II 74 / 270
Plano normal, plano osculador e círculo da
curvatura
Definição
O plano gerado por B(t) e N(t) e que contém c(t) é o plano normal à curva c no ponto c(t). Contém todas as retas
ortogonais a T (t).
O plano gerado por T (t) e N(t) e que contém c(t) é o plano osculador à curva c no ponto c(t). É o plano que está mais
próximo de conter a parte da curva próxima de c(t). Por exemplo, se a curva é plana, o plano osculador em qualquer ponto
da curva é o plano que contém a curva.
O círculo da curvatura de c em c(t) é o círculo no plano osculador de c em c(t), que tem o mesmo vetor tangente de c em
c(t), está situado no lado côncavo de c (para onde o vetor normal N aponta), tem raio 1/κ(t), assumido que κ(t) 6= 0, e
centro o ponto à distância 1/κ(t) de c(t) sobre N. É o círculo que melhor descreve o traço de c perto de c(t), partllhando
Análise II 75 / 270
Exemplo
Análise II 76 / 270
Exemplo (continuação)
Figura 8 da Secção 13.3 do livro James Stewart; Calculus : early transcendentals. ISBN: 978-1-305-27237-8
Análise II 77 / 270
Exemplo
Análise II 78 / 270
Exemplo (continuação)
Figura 9 da Secção 13.3 do livro James Stewart; Calculus : early transcendentals. ISBN: 978-1-305-27237-8
Análise II 79 / 270
Fórmulas - triedro de Frenet e curvatura
c 0 (t) T 0 (t)
T (t) = N(t) = B(t) = T (t) × N(t)
ve (t) kT 0 (t)k
1 kc 0 (t) × c 00 (t)k
κ(t) = kT 0 (t)k =
ve (t) ve3 (t)
Análise II 80 / 270
Relembrar: velocidade e aceleração
Análise II 81 / 270
Exemplo
Análise II 82 / 270
Componente tangente e normal da acelera¸ao
Sendo c : [a, b] → Rn uma curva continuamente derivável e regular,
sabemos que T (t) = 1/ve (t)c 0 (t). Então c 0 (t) = ve (t)T (t) e
derivando ambos os membros obtemos que
onde
aT (t) = ve0 (t), aN (t) = κ(t)ve2 (t) .
aT (t) é a componente tangente da aceleração em t e aN (t) é a
componente normal da aceleração em t.
Análise II 83 / 270
Componente tangente e normal da aceleração
(i) A aceleração de um objeto a mover-se no espaço pertence ao
plano osculador (gerado por T e N).
Página 874 da Secção 13.4 do livro James Stewart; Calculus : early transcendentals. ISBN: 978-1-305-27237-8:
". . . if we think of a passenger in a car – a sharp turn in a road means a large value of the curvature, so the component of
the acceleration perpendicular to the motion is large and the passenger is thrown against a car door. High speed around the
turn has the same effect; in fact, if you double your speed, aN is increased by a factor of 4."
Análise II 84 / 270
Componente tangente e normal da aceleração
Figura 7 da Secção 13.4 do livro James Stewart; Calculus : early transcendentals. ISBN: 978-1-305-27237-8
Análise II 85 / 270
Componente tangente e normal da aceleração
c 0 (t) · c 00 (t)
aT (t) = ve0 (t) = = c 00 (t) · T (t) .
ve (t)
e depois,
aN (t)N(t) = c 00 (t) − aT (t)T (t) .
Análise II 86 / 270
Exercício
Análise II 87 / 270
Fórmulas de Frenet
dNC
ds
= −κC TC + τC BC
dBC
ds
= −τC NC
Análise II 88 / 270
Primeira fórmula de Frenet
dTC
= κC NC .
ds
2
Análise II 89 / 270
Segunda fórmula de Frenet
Como kNC (s)k ≡ 1, então Nc (s) e NC0 (s) são ortogonais, logo
NC0 (s) pertence ao complemento ortogonal de < N(s) >, isto é,
NC0 (s) é combinação linear de TC (s) e BC (s):
Similarmente,
τC (s) = NC0 (s) · BC (s)
e τC (s) designa-se a torção de C em s.
Análise II 90 / 270
Segunda fórmula de Frenet
e
αC (s) = −κC (s) .
2
Análise II 91 / 270
Torção de uma curva no espaço e terceira fórmula
de Frenet
Como BC (s) = TC (s) × NC (s) então
dBC
ds
= TC0 (s) × NC (s) + TC (s) × NC0 (s)
= κC (s)NC (s) × NC (s) + TC (s) × (−κC (s)TC (s) + τC BC (s))
= TC (s) × τC (s)BC (s)
= −τC (s)NC (s)
Análise II 92 / 270
Fórmulas de Frenet para c
dT
dt
= ve κN
dN
dt
= −ve κT + ve τ B
dB
dt
= −ve τ N
Análise II 93 / 270
Fórmula para a torção
Análise II 94 / 270
Fórmula para a torção
Derivando c 00 (t) = ve0 (t)T (t) + κ(t)ve2 (t)N(t),
000 00 0 0 2
0 2 0
c (t) = ve (t)T (t) + ve (t)T (t) + κ(t)ve (t) N(t) + κ(t)ve (t)N (t) .
0
c 000 (t) = ve00 (t)T (t) + ve0 (t)ve (t)κ(t)N(t) + κ(t)ve2 (t) N(t) + κ(t)ve2 (t) (−ve (t)T (t) + ve (t)τ (t)B(t))
0 .
= ve00 (t)T (t) + ve0 (t)ve (t)κ(t)N(t) + κ(t)ve2 (t) 3 2 3
N(t) − ve (t)κ (t)T (t) + ve (t)κ(t)τ (t)B(t)
Como c 0 (t) × c 00 (t) = ve3 (t)κ(t)B(t) e kc 0 (t) × c 00 (t)k = ve3 (t)κ(t), então
000 0 00
6 2
c (t) · c (t) × c (t) = ve (t)κ (t)τ (t)
e
c 000 (t) · c 0 (t) × c 00 (t) det(c 0 (t), c 00 (t), c 000 (t))
τ (t) = = .
kc 0 (t) × c 00 (t)k2 kc 0 (t) × c 00 (t)k2
Análise II 95 / 270
Curvas planas têm torção nula
Suponhamos que c(t) = (x (t), y (t), z(t)) é uma curva plana que
satisfaz
Ax (t) + By (t) + Cz(t) = D
para algum vetor (A, B, C ) 6= (0, 0, 0). Derivando ambos os
membros, uma, duas e três vezes, obtém-se que
Assim, c 0 (t), c 00 (t), c 000 (t) são 3 vetores ortogonais a (A, B, C ), logo,
são linearmente dependentes e det (c 0 (t), c 00 (t), c 000 (t)) = 0. Segue,
pela fórmula da torção que τ (t) = 0. 2
Análise II 96 / 270
Curvas com torção nula são planas
Análise II 97 / 270
Exemplos
(i) Considere a curva c(t) = (4 cos(t), 4 sen(t), 3t) , t ∈ R. Mostre
que:
T (t) = 15 (−4 sen(t), 4 cos(t), 3)
a b
κ(t) = , τ (t) = .
a2 + b2 a2 + b2
Análise II 98 / 270
Observação
Como
Análise II 99 / 270
2. Cálculo diferencial de funções vectoriais de
várias variáveis
Bibliografia principal
Seção 14.3 e Capítulos 15-16 do livro Marsden e Weinstein; Calculus III. 2nd ed. ISBN: 0-387-90985-0
Grf = {(x , f (x )) : x ∈ D} .
0
−7.5 −5.0 −2.5 0.0 2.5 5.0 7.5
−1
x
−2
y −3
−4
−5
−6
Exemplo
h i
Gráfico da função g : [−1, 1] → − π2 , π2 tal que g(x ) = arcsen (x )
y=arcsen x, x in [−1,1]
1.5
1.0
0.5
0.0
−1.0 −0.5 0.0 0.5 1.0
x
−0.5
−1.0
−1.5
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
−1.5 −1.0 −0.5 0.0 0.5 1.0 1.5
x −0.2
−0.4
y
−0.6
−0.8
−1.0
!5
!4
!2
Exemplo
O conjunto dos pontos de nível 0 da função f : R → R tal que
f (x ) = sen(x ) é formado pelos zeros da função:
N0 = {kπ : k ∈ Z} .
0
7.5 5.0 2.5 0.0 2.5 5.0 7.5
1
x
y 3
Nc = {x ∈ D : f (x ) = c} ⊆ R2 .
Exemplo
As curvas de nível de f : R2 → R tal que f (x , y ) = x 2 + y 2 são:
∅ se c < 0;
Nc = {(0, 0)} se c = 0;
{(x , y ) ∈ R2 : x 2 + y 2 = c} se c > 0 .
!5
!4
!2
-1
-5
-1
-5
-5
-4
-2
4
Análise II 115 / 270
Exemplo
A superfície em R3 de equação z = sen(x ).
Aberto
Assuma-se que D é um aberto de R2 , isto é, dado qualquer
(x0 , y0 ) ∈ D, existe δ > 0 tal que todos os vetores (x , y )
satisfazendo k(x , y ) − (x0 , y0 )k < δ pertencem a D.
Definição
Sendo D ⊆ R2 , f : D → R uma função e (x0 , y0 ) ∈ D, diz-se que o
limite de f quando (x , y ) tende para (x0 , y0 ) é um número real L
quando
3x 2 y 3x 2 |y |
= ≤ 3|y | .
x2 + y2 x2 + y2
p
Dado > 0, podemos escolher δ = /3 tal que, se 0 < x 2 + y 2 = k(x , y ) − (0, 0)k < δ = /3 então
3x 2 y 3x 2 |y |
p p
|f (x , y ) − 0| = = ≤ 3|y | = 3 y2 ≤ 3 x 2 + y 2 < 3δ = 3 = .
x2 + y2 x2 + y2 3
As propriedades de limite de funções reais de variável real também se generalizam para funções de várias variáveis. Por
exemplo, se lim(x ,y )→(x ,y ) f (x , y ) = L1 e lim(x ,y )→(x ,y ) g(x , y ) = L2 então
0 0 0 0
lim (f (x , y ) + g(x , y )) = L1 + L2
(x ,y )→(x0 ,y0 )
e
lim (f (x , y )g(x , y )) = L1 L2 .
(x ,y )→(x0 ,y0 )
Prova: Exercício.
Observação
Na definição de limite, f (x , y ) está tão próximo de L (a distância inferior a > 0) desde que seja possível escolher δ > 0 tal
que (x , y ) esteja próximo de (x0 , y0 ) o suficiente (a distância inferior a δ sem ser 0). Esta condição tem de se verificar para
caminho S em que também (x , y ) se aproxime de (x0 , y0 ), ter-se-à que ter lim(x ,y )→(x ,y );(x ,y )∈S f (x , y ) = L.
0 0
Observação
Se existirem dois caminhos S1 e S2 tais que
lim(x ,y )→(x ,y );(x ,y )∈S f (x , y ) = L1 6= lim(x ,y )→(x ,y );(x ,y )∈S f (x , y ) = L2 então não existe
0 0 1 0 0 2
lim(x ,y )→(x ,y ) f (x , y ).
0 0
O seguinte limite,
x2 − y2
lim
(x ,y )→(0,0) x2 + y2
x2 − y2 x2 x2 − y2 −y 2
lim = lim = 1 6= lim = lim = −1 .
(x ,0)→(0,0) x2 + y2 x →0 x2 (0,y )→(0,0) x2 + y2 y →0 y2
apesar de
xy xy
lim = lim = 0.
(x ,0)→(0,0) x2 + y2 (0,y )→(0,0) x2 + y2
xy
Sugestão: determine lim(x ,x )→(0,0) 2 2 .
x +y
xy xy
Sugestão: determine por exemplo lim(x ,x )→(0,0) 2 2 e lim(y 2 ,y )→(0,0) 2 2 .
x +y x +y
Definição
Sendo D ⊆ R2 , f : D → R uma função e (x0 , y0 ) ∈ D, diz-se que f
é contínua em (x0 , y0 ) quando lim(x ,y )→(x0 ,y0 ) f (x , y ) = f (x0 , y0 ).
(i) lim 2x 3 y 2 + 6xy + 7 = 15
(x ,y )→(1,1)
(ii) A função
x 2 −y 2
x 2 +y 2
se (x , y ) 6= (0, 0);
f (x , y ) =
0 se (x , y ) = (0, 0)
A função
3x 2 y
x 2 +y 2
se (x , y ) 6= (0, 0);
f (x , y ) =
0 se (x , y ) = (0, 0)
∂f
Se existir ∂x |P0 para todo P0 ∈ D, então podemos definir a função
derivada parcial de f em relação a x :
∂f
∂x
: D → R
∂f .
P0 7→ ∂x |P0
f (x0 , y0 + h) − f (x0 , y0 )
lim ,
h→0 h
∂f ∂f
e denota-se por ∂y |P0 . Se existir ∂y |P0 para todo P0 ∈ D, então
define-se a função derivada parcial de f em relação a y :
∂f
∂y
: D → R
∂f .
P0 7→ ∂y |P0
∂f
Note-se que |
∂x P0
indica a variação de f (em P0 ) na restrição ao
conjunto
que corresponde à reta que passa por P0 e tem a direção de (1, 0).
∂f
Analogamente, ∂y |P0 indica como varia f (em P0 ) na restrição ao
conjunto
∂f
|
∂y (x ,y )
= x − e x sen(y ) .
∂f ∂f
Determinar |
∂x (x ,y )
e |
∂y (x ,y )
onde
!
x
f (x , y ) = sin se y 6= −1 .
1+y
Equação de Laplace
Considere a equação às derivadas parciais
∂2u ∂2u
+ = 0.
∂x 2 ∂y 2
Equação de onda
Considere a equação às derivadas parciais
∂2u 2 ∂2u
=a .
∂t 2 ∂x 2
f (P0 + hY ) − f (P0 )
lim .
h→0 h
Indica como f varia na vizinhança de P0 na restrição à reta que
passa por P0 e tem a direção de Y .
∂f
Se existe a função derivada de primeira ordem ∂x
, denote-se por h.
ordem de f no ponto P0 .
Exercício
Determine as funções derivadas parciais de primeira e segunda
ordens da função f definida por
f (x , y , z) = xy 2 + ye −x + sen(x − z), (x , y , z) ∈ R3 .
∂ 2f ∂ 2f
|P0 = |P .
∂y ∂x ∂x ∂y 0
Definição
Seja D ⊆ R2 e f : D → R uma função de classe C 1 e P0 ∈ D. O
plano tangente ao gráfico de f em P0 é o plano de equação
∂f ∂f
z = f (P0 ) + |P0 (x − x0 ) + |P (y − y0 )
∂x ∂y 0
√
Considere a superfície de equação
q z = 1 − x 2 − y 2 e seja
P0 = (x0 , y0 ) tal que z0 = 1 − x02 − y02 > 0. Uma equação do
plano tangente a f em (x0 , y0 ) é
x0 y0
z = z0 − (x − x0 ) − (y − y0 )
z0 z0
e (x0 , y0 , z0 ) é perpendicular ao plano.