MARQUES, Antônio Henrique de Oliveira Marques; Capitulo III: O Estado Feudal, In:
Breve Historia de Portugal; Editorial Presença; 2006
1 Thiago Moreira de Oliveira
No livro escrito por A. H. de Oliveira Marques, Breve Historia de Portugal,
exatamente no capitulo III, intitulado de “O Estado Feudal”, o autor vem discutir o Estado de Portugal durante a Idade Média, salientando suas principais características da época, como elementos culturais, políticos e econômicos. No inicio do capitulo, o autor começa sua descrição mostrando os elementos que eram comuns tanto a Portugal e Castela, quanto a toda Europa ocidental, porem a península Ibérica em particular, tinha características próprias, devido a ocupações por povos moçárabes, batalhas da Reconquista cristã, e outros elementos que estavam totalmente ligados aos costumes árabes. Esses elementos precisavam ser comparados tanto com outros povos europeus, quanto com povos islamicos para possam ser interpretados e compreendidos. A discussão continua falando sobre os elementos comuns aos feudos situados nesse território, como o poder do rei que em todos os senhorios tinha a ultima palava no casos de alta justiça, isso demonstra um poder altamente centralizado na imagem do rei, já que em vários momentos da historia houveram inquirições régias em Portugal que proveram a administração central com um cadastro rigoroso de grande parte do País, isso fez com que o rei conhecesse os direitos de propriedade e de rendas, estabelecendo ainda mais seu poder centralizador e um sistema financeiro planificado. O poder centralizador foi sendo construido com medidas feitas pelo rei, que procurava manter sempre seu poder central, dificultando a liberdade dos nobres. O autor ainda discute as concepções de mercado externo, existentes nos feudos sem senhores locais, totalmente dependentes do rei, eram territórios não auto- suficientes, que precisavam fazer comercio com outras localidades para poder prover produtos que estes não produziam, isso fazia com que existisse um paradoxo, o país feudal convivia com o pais moderno coexistindo por muito tempo, fazendo com que as analises e definições fossem mais difíceis e complexas.
1 Universidade do Estado da Bahia - UNEB Campus XIV
Portugal possuía um sistema monetário que possibilitava esse comercio, em vários momentos da historia, foram utilizadas moedas de ouro e prata, que com o tempo foram sendo substituídas, por se tornarem obsoletas e acabarem sendo depreciadas, logo sumindo, em outros momentos moedas muçulmanas e outras estrangeiras, de ouro e prata, foram utilizadas por mais de um século no território português, essas moedas em varios momentos, foram desvalorizadas e fizeram o pais entrar em crises economicas, tendo de recorrer as desvalorizações de moedas varias vezes em seus governos. A complexidade da administração do pais, fez com que fossem criadas novas funções para auxiliar no governo do rei, posições de confiança, como braços direitos que detinha poderes autênticos, formando um quadro permanente localizado em Lisboa, que ficavam pronto redigir novas leis e atos, apenas um pequeno grupo seguia o rei por suas terras, o dando conselhos em certas situações de urgência ou até intimidade. A península Ibérica foi um dos primeiros “estados” europeus, a possuirem um parlamento, mostrando sua concepção moderna de politica, contradizendo com outras regiões vizinhas, estes já possuíam representantes das varias camadas sociais em seu território. A educação também é abordada pelo autor que trás características das escolas que existiam em Portugal, sempre ligadas a igrejas, tinham como principal função formar novos clérigos, depois da solicitação uma Universidade foi criada com a mesma função, sendo mantida pela igreja também, porem com o tempo os laicos começaram a entrar nesta instituição clerical, para fazer novos cursos, não foi uma universidade de destaque no estrangeiro e nem muito menos local, porem foi muito util para formar profissionais que atuaram naquele território. A arquitetura e movimentos culturais e literareos são citados pelo autor, que trás a discussão para a cultura não só oficial, mas também a “popular” que era proferida na linguagem local e não no latim, o galego-português, uma hibridazação existente na localidade entre duas línguas, que juntas formaram o dialeto de Portugal na época, proferida por Trovadores e os jograis para encantar o povo, na arquitetura existiam os mais variados tipos prédios, separados por estilos, como o gótico e o romântico citados pelo autor. Alem de discutir a cultura, a arquitetura, o idioma, a economia e outros aspectos o autor se atenta, a Peste Negra que destruiu grande parte da população da Europa, deixando grandes vazios demográficos, está crise foi responsável por uma grande queda na produção geral de vários países incluindo Portugal, já que houve então um exodo rural e migratorio para outros paises a procura de melhores condições de vida, gerando um crise generalizada. O governo reagiria criando leis para manter os trabalhadores em seus postos e localidades, impedindo a livre movimentação com um sistema de passaportes, porem com o tempo essas leis foram se tornando menos eficientes, e grande parte da mão-de-obra era livre e trabalhava por contratos renováveis e revogáveis. Essa crise gerou as mais variadas consequências, um surto de fome por varias localidades, incluindo Lisboa, pouca mão de obra em determinadas areas, principalmente nas areas rurais, a concentração de riquezas na mão da igreja, que recebeu as mais variadas doações, por parte dos grandes proprietarios e outras pessoas que temiam o inferno, e precisavam se redimir ou medo da morte, toda essa crise ainda afetou a cultural e os costumes da região. Nas ultimas paginas do capitulo autor vem explorar a construção do reinado por meio das batalhas, casamentos e acordos existentes entre reis e possiveis rivais, alem do estabelecimento da capital, ele vem mostrar os momentos delicados onde houveram rebeliões, batalhas entre pessoas da realeza, e seus parentes, alem de batalhas envolvendo regiões muito proximas, como Castela e Portugal.