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FISIOTERAPIA, 3º PERIODO
PLEXO - LOMBOSSACRAL
SERRA TALHADA
19 DE ABRIL DE 2024
Plexo Lombossacral
O plexo lombossacral é formado pelos ramos ventrais dos nervos espinais de T12 a S4,
compreendendo um grande emaranhado de fibras que , por sua vez, levam à formação de seus
nervos periféricos. É responsável por fornecer o suprimento nervoso para a parede
abdominal, assoalho pélvico e membros inferiores. O plexo lombossacral é dividido em dois
segmentos: o plexo lombar e o plexo sacral.
1. Plexo Lombar:
É constituído pelos ramos ventrais dos nervos espinais de L1, L2, L3 e L4. Têm-se os nervos
ilio-hipogástrico, ilioinguinal, genitofemoral, cutâneo femoral lateral, femoral e obturatório.
• Nervo ílio-hipogástrico(T12 e L1).
O ramo ilíaco inerva a pele da região lateral do quadril e o ramo hipogástrico desce
anteriormente para inervar a pele da região anterolateral do abdome e do dorso.
Fig 4. Localização do nervo cutâneo femoral lateral no plexo lombar. Adaptado de Netter (2011).
Fig.6. Localização e disribuição cutânea do nervo obturatório no plexo lombar. Adaptado de Netter (2011).
2. Plexo sacral
Localiza-se anteriormente ao m. piriforme, sobre a parede posterior da pelve. Esse plexo é
constituído pelo tronco lombossacral e os ramos ventrais dos nervos espinais de S1, S2, S3 e
S4. Além disso, corresponde à porção inferior do plexo lombossacral. Principais nervos:
tronco lombossacral, nervo glúteo superior, nervo glúteo inferior, nervo cutâneo posterior da
coxa, nervo pudendo, nervo isquiático, nervo tibial, nervo fibular comum, nervo fibular
superficial e nervo fibular profundo.
• Tronco lombossacral ( L4 e L5).
União do ramo inferior de L4 e o ramo ventral do nervo espinal de L5. Esse tronco emite
ramos motores colaterais que seguem para inervar o m. quadrado lombar, músculos
intertransversais, a partir de L1 e L4, e o m. psoas maior, a partir de L2 e L3.
Fig 7. Localização do tronco lombossacral no plexo sacral. Adaptado de Netter (2011.
Fig 8. Localização do nervo glúteo superior no plexo sacral. Adaptado de Netter (2011) .
Fig 12. Localização do nervo isquiático no plexo sacral. Adaptado de Netter (2011).
• Nervo tibial
É originado do nervo isquiático (divisões anteriores de L4, L5, S1, S2 e S3). Inicia seu
trajeto na porção superior da fossa poplítea, lateralmente aos vasos poplíteos e desce
verticalmente pela face posteromedial da perna para se posicionar entre o calcanhar e o
maléolo medial. Este nervo termina abaixo do retináculo dos mm. flexores, onde se ramifica
em seus ramos terminais: o nervo plantar medial e o nervo plantar lateral que continuam em
direção ao pé.
Os ramos articulares suprem a articulação do joelho e tornozelo. Seus ramos motores inervam
todos os músculos do compartimento posterior da perna, são eles: gastrocnêmio lateral e
medial, sóleo, poplíteo, tibial posterior, flexor longo dos dedos do pé e flexor longo do hálux.
Um ramo do n. tibial, o nervo cutâneo sural medial, geralmente se une ao nervo cutâneo sural
lateral para formar o nervo sural, que supre a pele da parte lateral e posterior do terço inferior
da perna e a região lateral do pé. Esse nervo será explicado mais adiante.
Antes de sua divisão, inerva o abdutor do dedo mínimo e dá origem a pequenos ramos que
suprem a pele da parte lateral da planta do pé. O ramo superficial se divide em dois nervos
digitais plantares: o lateral e o medial. O primeiro inerva a face lateral do quinto dedo, flexor
curto do dedo mínimo e os dois interósseos no quarto espaço intermetatarsal. Já o medial se
conecta ao terceiro ramo digital plantar comum (do nervo plantar medial) e se divide em dois
para suprir os lados adjacentes do quarto e quinto dedos. O ramo profundo acompanha a
artéria plantar lateral, suprindo do segundo ao quarto lumbrical, adutor do hálux e todos os
interósseos (exceto os do quarto espaço intermetatarsal).
Fig 14. Distribuição plantar do nervo sural, nervo safeno e nervo tibial. Adaptado de Netter (2011).
• Nervo sural
O nervo sural é formado pela união do nervo cutâneo sural medial (do n. tibial) e do nervo
cutâneo sural lateral (do n. fibular comum). Desce entre as cabeças do m. gastrocnêmio e se
torna superficial no meio da perna. Depois acompanha a veia safena parva e entra no pé
posteriormente ao maléolo lateral. Supre a articulação talocrural, a pele ao longo da região
lateral e posterior do terço inferior da perna e a região lateral.
Fig 16. Trajeto dos nervos provenientes do plexo lombossacral – Visão posterior da perna. Adaptado de Gray’s anatomia para
estudantes (2010)
Devido à complexidade do que foi apresentado acerca do plexo lombossacral, o leitor pode
observar agora um tópico para tratar apenas da inervação cutânea do membro inferior, com o
objetivo de aprimorar o seu entendimento. Muitas informações tratadas neste tópico já foram
abordadas com mais detalhes anteriormente; logo, a presença de imagens nesta seção deixará
mais claro as regiões que cada nervo inerva. Na região anterior da coxa tem-se o nervo
cutâneo femoral lateral, o qual inerva a pele da face lateral, e o nervo femoral que,
juntamente com nervo obturatório, inerva a face medial. Ademais, como já foi abordado, o
nervo femoral ao descender emite o nervo safeno, que contribui para a inervação da face
medial da perna e do pé.
Fig 17. Distribuição donervo femoral, nervo cutâneo femoral lateral e nervo obturatório. Adaptado de Netter (2011)
Na vista anterior da perna tem-se o nervo cutâneo sural lateral, que inerva a face
superolateral e o nervo fibular superficial inerva o restante do compartimento lateral e
descende para suprir boa parte da região dorsal do pé, a borda medial do hálux, os lados
adjacentes do segundo ao quarto dedo, e a pele da face lateral do tornozelo. Ainda na face
dorsal do pé, o nervo fibular profundo inerva a borda lateral do hálux e a borda medial do
segundo dedo, bem como seus lados adjacentes.
Fig 18. Distribuição dos nervos cutâneo sural lateral, fibular superficial, fibular profundo e sural. Adaptado de Netter (2011).
A região posterior da coxa recebe inervação do nervo cutâneo femoral posterior. Já a face
postero-lateral da perna é inervada pelo nervo cutâneo sural medial, que supre a região
superior e depois se torna o nervo sural, responsável por suprir o terço inferior da perna e a
face lateral do calcâneo. Outrossim, o nervo tibial inerva a pele da face medial do calcâneo.
Fig 19. Distribuição do nervo cutâneo femoral posterior e nervo isquiático. Adaptado de Netter (2011).
A face plantar tem como protagonista o nervo tibial que, com seus ramos (tratados
anteriormente no texto), inerva boa parte dessa região. A borda medial do pé é inervada pelo
nervo safeno, já a borda lateral é suprida pelo nervo sural.
Fig 20. Distribuição plantar do nervo sural, nervo safeno e nervo tibial. Adaptado de Netter (2011).
Referências
MENESES, Murilo S.; Neuroanatomia aplicada. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2015.
MOORE, Keith L.; Dalleu, Arthur F.; AGUR, Anne M.R.; Anatomia orientada para a clínica.
7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
NETTER, Frank H.; Atlas de Anatomia Humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
TORTORA, Gerard. J.; NIELSEN, Mark T.; Princípios de Anatomia Humana. 12. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.