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NEO-ATÉISMO:

A NOVA FORMA DE OPOSIÇÃO AO CRISTIANISMO NO SÉCULO XXI


João Paulo Herculano Ribeiro
Orlando da Silva Rocha*
Rômulo Mendonça de Araújo*

RESUMO

Ateísmo, num sentido latu-sensu, é a ausência de crença na existência de


uma divindade. O ateísmo é exatamente o conceito oposto a toda forma de crença
em uma ou mais divindades, conceito este conhecido como teísmo. O termo
ateísmo, proveniente do grego clássico ἄθεος (atheos), que significa "sem Deus", foi
aplicado com uma conotação negativa àqueles que se pensava rejeitarem os deuses
adorados pela maioria da sociedade. Com a difusão do pensamento livre, do
ceticismo científico e do consequente aumento da crítica à religião, a abrangência da
aplicação do termo foi reduzida. Os primeiros indivíduos a identificarem-se como
"ateus" surgiram no século XVIII. De lá até o presente momento este movimento tem
se desenvolvido e apresentado novos argumentos para o embasamento teórico da
não existência de entes espirituais, as respostas para o problema do mal e o
argumento da descrença. Além desses argumentos existe também as questões
filosóficas, sociais e históricas, que contribuem com bases para a argumentação
ateísta. Embora alguns ateus adotem filosofias seculares, não há nenhuma ideologia
ou conjunto de comportamentos que todos os ateus sigam como padrão, sendo
desta forma usados os mais variados tipos de argumentos para justificativa para
esse tipo de conduta. A nova forma de ateísmo representa uma ameaça ainda maior
a ordem religiosa estabelecida em nossa sociedade. É preciso estar pronto para
combatermos esse tipo de ameaça a religiosidade, e principalmente ao cristianismo.

Palavras-chave: neo-ateísmo; cristianismo; pós-modernidade; humanismo;


materialismo; naturalismo.

ABSTRACT

Atheism, in a broad sense, is the absence of belief in the existence of a deity.


Atheism is exactly the opposite concept to any form of belief in one or more deities, a
concept known as theism. The term atheism, derived from the Ancient Greek ἄθεος
(atheos), meaning "without God", was applied with a negative connotation to those
who were thought to reject the gods worshiped by the majority of society. With the
spread of free thought, scientific skepticism and the consequent increase in criticism
of religion, the scope of the term's application was reduced. The first individuals to
identify themselves as "atheists" appeared in the 18th century. From then until the
present moment, this movement has developed and presented new arguments for
the theoretical basis of the non-existence of spiritual beings, the answers to the


Seminaristas do curso de Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano da Amazônia,
localizado na Rua Silva Ramos, 1125 – Centro, Manaus-AM. Artigo confeccionado para a disciplina
de apologética, sobre a tutoria do professor Rev. Arnóbio Loula Dourado.
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problem of evil and the argument of disbelief. In addition to these arguments, there
are also philosophical, social and historical issues, which contribute to the basis of
atheistic argumentation. Although some atheists adopt secular philosophies, there is
no ideology or set of behaviors that all atheists follow as a standard, thus being used
the most varied types of arguments to justify this type of conduct. The new form of
atheism poses an even greater threat to the established religious order in our society.
We must be ready to fight this type of threat to religiosity, and especially to
Christianity.

Keywords: neo-atheism; Christianity; postmodernity; humanism; materialism;


naturalism.

1 INTRODUÇÃO

O ateísmo é uma posição ideológica em relação à crença em divindades de


qualquer espécie. A palavra “ateu” origina‐se do grego atheos (ἄθεος), que na sua
formação apresenta o prefixo “a”, indicando a “ausência de”, mais a palavra “theos”,
com o significado generalista de “deus”. “Ausência de deus” é o sentido literal para
“ateu”. Entretanto, o mais usualmente aceito é que o termo “ateu” denote um “sem
deus”.

Por não ser uma filosofia, o ateísmo não deve ser confundido com outras
correntes. Não podemos considerá‐lo como filosofia em decorrência de algumas
pressuposições relacionadas:

‐ Ausência de dogmas.
‐ Falta de um comportamento padrão dos seus adeptos.
‐ Não inexistência de regras para gostos, posições políticas, conceitos
morais e etc.

Nesta confusão entre filosofia e ideologia, muitos são os que colocam o


ateísmo intimamente relacionado ao budismo e ao satanismo. Isto pode ser
considerada uma falha terrível. No caso do budismo, mesmo não existindo a figura
de deuses, não podemos dizer que todo budista é um ateísta. O budismo
apresenta‐se como uma filosofia, com seus dogmas religiosos e regras
comportamentais. Muitas vezes o budista se vê como um próprio deus.
Concordo, no entanto, que uma linha tênue separa as duas correntes. Agora, no
caso do satanismo não há como pairar nenhuma dúvida. Não é por que um satanista
adora a Satã (diabo), e este é inimigo declarado de Deus, que podemos afirmar que
tal é ateísta. No satanismo existe a concordância em relação a existência de um ser
espiritual, um deus (Satã), e isto logo coloca o satanismo em oposição ao ateísmo.

Outra diferenciação importante a ser feita é entre o ateu e o agnóstico.


Enquanto o primeiro não crê na existência de nenhuma divindade, o segundo é
alguém que acredita que a questão da existência ou não de um poder superior
(Deus) não foi nem nunca será resolvida.
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2 ORIGEM DO ATEÍSMO

Muito pouco se conhece da história do ateísmo, e as razões são óbvias.


Durante muitos e muitos séculos, os ateístas foram vistos como um mal na
sociedade, uma moléstia que deveria ser aniquilada. Tanto é verdade que muitos
reformadores cristãos, como Calvino, condenaram vários ateus à morte. Muitos
deles morreram queimados em fogueiras, devido a sua falta de fé em Deus.

Os primeiros registros explícitos de comportamentos ateístas datam do século


V a.C. Já na Bíblia, temos a primeira nuance da existência de pessoas que não
acreditavam em Deus no livro Salmos, nos textos de 10.4, 14.1 e 53.1. O salmista
apresenta o ateu como um insensato. Veja o texto: Salmos 14:1
“Diz o insensato no seu coração: Não há Deus. Corrompem‐se e praticam
abominação; já não há quem faça o bem.”

No texto do Novo Testamento, conseguimos ver mais vezes apresentadas o


combate a ideologia ateísta. Um trecho muito importante neste sentido encontra‐se
em Romanos 1:18‐27. Nesta pequena porção bíblica, Paulo discorre sobre um
ateísmo implícito, travestido de idolatria. Afirmamos isso por causa da estrutura do
seu discurso.

Era muito comum na retórica grega uma argumentação ser composta de


antítese e síntese, concluindo com uma tese. Na retórica grega Paulo foi instruído e
fez uso sua vida toda, bem como todos os pensadores de sua época, gregos ou não.

Paulo começa este trecho com a defesa da existência de Deus (antítese),


mesmo que no segundo plano ele diga que os homens são idólatras (síntese).
Podemos crer que Paulo considera idólatras aqueles que não acreditam em Deus,
pensando estes ser a humanidade o centro da existência. Acreditamos que só se
defende algo na ocorrência de uma oposição direta, ou seja, o autor de Romanos
refuta o pensamento da não existência de Deus, mostrando os atributos
incontestáveis Dele através da criação. Por fim, expõe qual o destino daqueles que
não acreditam nesse Deus (tese).

Um dos pontos chaves aparece quando Paulo aponta o comportamento


humanista de seus opositores dizendo:

“...inculcando‐se por sábios, tornaram‐se loucos e mudaram a glória do


Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível...” (Rm
1.22‐23a).

O humanismo, que é o movimento ideológico que coloca o homem com


centro e razão de todo universo, é uma das características mais marcante do
ateísmo.

O ateísmo manteve‐se em silêncio em boa parte da história. Ele só desponta


como conceito em 1568, em decorrência da publicação do dicionário Oxford, que
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traz consigo a definição de ateu. Ganha força com o Iluminismo e começa a fazer
parte da vida das pessoas com o comunismo e socialismo do século XX.

Os regimes comunistas, principalmente a extinta União Soviética, procuraram


eliminar qualquer prática religiosa por entendê‐las como algo prejudicial ao sistema
socialista. Este pensamento vem em decorrência dos escritos de Karl Marx, que
acreditava que a crença em Deus era o “ópio do povo”.

A partir de meados da década de 60, do século XX, a visão que as pessoas


tinham acerca do ateísmo passa por uma imensa transformação. O ateísmo começa
a usufruir de uma áurea de agradabilidade cultural e intelectual, com a popularização
dos escritos de Nietzche, e também, devido a crescente secularização dos meios
políticos e acadêmicos no mundo. Desta atmosfera favorável surge o que
conhecemos hoje como os neo‐ateístas.

3 DEFINIÇÕES SOBRE O NEO-ATEÍSMO

Nós vivemos em um contexto histórico muito diferente dos nossos


antepassados na fé. No tempo de Martinho Lutero, na conhecida Idade Média, a
relação Homem X Deus e Homem X Eternidade era bem diferente da ocorrida nos
nossos dias. Uma pessoa comum na Idade Média tinha seus pensamentos
ocupados o dia inteiro pela questão da eternidade. Neste período, ninguém tinha a
garantia se terminaria o dia vivo, ou se depois de dormir acordaria no céu ou no
inferno. Sabemos que podemos morrer a qualquer instante, mas hoje temos muito
mais garantias. Na Idade Média a expectativa de vida de uma pessoa não passava
dos 30 anos.

Muitos morriam em decorrência de saques, guerras, doenças contagiosas e


outras coisas semelhantes. Com os avanços socioeconômicos e tecnológicos, a
humanidade teve a soberba apoiada na sua autossuficiência elevada. Atualmente,
temos uma medicina desenvolvida que nos garante uma vida longínqua, uma certa
garantia de que ninguém vai nos matar por besteira, controles sanitários etc. Esta
suposta segurança foi o ambiente perfeito para o surgimento do movimento
neo‐ateísta.

Como já vimos anteriormente, ser ateu era algo muito malvisto pela sociedade.
Entretanto, a pós‐modernidade destruiu este estigma do ateísmo. A partir deste
ponto, o ateísmo tornou‐se algo tolerado e até mesmo valorizado.
Graças a esta tolerância, os novos ateístas começam a ter mais liberdade para
expor seus pensamentos através de livros, revistas, jornais, programas de televisão,
documentários etc.

Os neo‐ateístas apresentam mais pontos de objeção à fé do que os ateístas do


passado. Os precursores do ateísmo tinham sua batalha focada na não existência
de nenhuma divindade. Os neo‐ateístas, por sua vez, alargaram as fronteiras do
pensamento. Suas ponderações vão além da existência de Deus ou não. Dois novos
aspectos são englobados no portfólio ateísta:
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‐ A relação com o mal – Os neo‐ateístas acreditam ser incompatível a existência


simultânea de Deus e o mal. É a lógica simples de que se Deus existe, ninguém
deveria sofrer.

‐ O combate ao teísmo religioso – Os neo‐ateístas têm toda a sua artilharia mirada


não somente na existência de Deus, mas também nas religiões. Além disso,
acreditam que toda fé em Deus é má e que leva as pessoas aos atos mais
absurdos. Ainda mais, creem que o teísmo (a fé em um deus) levará o mundo como
conhecemos hoje a destruição. Um bom exemplo dessa narrativa encontramos no
filme “O Livro de Eli” que narra supostos acontecimentos com o mundo se os
neo‐ateístas estiverem certos. No filme a sociedade como conhecemos hoje é
destruída por causa de guerras religiosas. Os sobreviventes enxergam que todo
mau veio ao mundo por causa da fé. Em decorrência disso, queimam todos os
exemplares da Bíblia existentes no mundo.

4 PILARES DO NEO-ATEÍSMO

Um ponto importante na distinção entre o ateísmos e o neo-ateísmo são os


pilares que fundamentam essa nova corrente de pensamento. Podemos afirmar que
o centro do discurso neo‐ateísta está fundamentado em três pilares principais, são
ele:

- Naturalismo ‐ o Naturalismo mostra o homem como produto de forças “naturais”,


desenvolve temas voltados para a análise do comportamento patológico do homem,
de seus descontroles, de seu lado animalesco. Os naturalistas acreditam que o
indivíduo é mero produto da hereditariedade e seu comportamento é fruto do meio
em que vive e sobre o qual age. A perspectiva evolucionista de Charles Darwin
inspirava os naturalistas, esses acreditavam ser a seleção natural que impulsionava
a transformação das espécies.

- Materialismo ‐ Doutrina filosófica que admite como realidade apenas a matéria.


Nega a existência da alma e do mundo espiritual ou divino. Formulada pela primeira
vez no século VI a.C., na Grécia, ganha impulso no século XVI, quando assume
diferentes formas. Para os materialistas, os fenômenos devem ser explicados não
por mitos religiosos, mas pela observação da realidade. A matéria é a substância de
todas as coisas4.

- Humanismo ‐ O Humanismo pode ser definido como um conjunto de ideais e


princípios que valorizam as ações humanas e valores morais (respeito, justiça,
honra, amor, liberdade, solidariedade, etc.). Para os humanistas, os seres humanos
são os responsáveis pela criação e desenvolvimento destes valores. Desta forma, o
pensamento humanista entra em contradição com o pensamento religioso que
afirma que Deus é o criador destes valores. São as escolas humanistas: Clássica,
Renascentista e Positivista.

Com as definições acima, é fácil perceber que para os neo‐ateístas não há a menor
necessidade de uma divindade que seja responsável pela vida terrena.
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5 MISSÃO DO NEO-ATEÍSMO

A relação dos neo‐ateístas com o mundo está atrelada ao que eles denominam
por “crença”. Para os novos ateístas, a sua grande missão é libertar o mundo da
opressão da religião, por causa da existência da crença. Para tal, utilizam
estratégias “evangelísticas” para propagar a sua mensagem ao mundo. Eles,
sabiamente, atacam em duas frentes.

A primeira delas é destruir a fé daqueles que creem em Deus. É importante


ressaltar que os neo‐ateístas, ao contrário dos ateístas históricos, toleram certo tipo
de espiritualidade, como o budismo, algumas doutrinas espíritas, esoterismo e
outros. No entanto, apresentam tolerância zero com o que eles chamam de “eixo do
mal”, a saber, a três grandes religiões monoteístas: ‐ O judaísmo, o islamismo e,
principalmente, o cristianismo.

A sua estratégia é muito bem elaborada e com uma grande porção de verdade,
infelizmente. O novo ateísmo prega que exterminar a crença hoje será muito mais
fácil do que no passado. Com o advento da Reforma Protestante e o
desenvolvimento do islamismo, os crentes passaram a ter a sua relação de fé direta
com Deus, ou seja, a crença da pessoa estava fundamentada em Deus. Com o
surgimento do radicalismo islâmico (xiitismo) e das proliferações de inúmeras
denominações evangélicas, os neo‐ateístas perceberam uma mudança no foco da
fé. Hoje eles acreditam que as pessoas têm mais relação com a sua religião do que
com o seu Deus. É o que eles intitulam de “crença na crença”. Não podemos dizer
que eles estão totalmente errados na sua análise. Olhemos para o nosso “arraial”.
Perceberemos que é muito corriqueiro encontrar evangélicos que seguem
cegamente o que o seu pastor prega, mesmo que o discurso seja totalmente o
contrário do que a Bíblia diz. Acreditar mais no pastor, ou na igreja, do que na
Palavra de Deus é ter sua fé colocada “na crença”.

A segunda frente de batalha que nos referimos está no incentivo para que o
ateu “saia do casulo”. Eles desejam que os próprios ateus confessem publicamente
a sua incredulidade. Algumas ações são tomadas neste sentido como, por exemplo,
uma maciça campanha publicitária na Inglaterra, com outdoors, panfletos e outros
meios de mídia (abordamos este assunto no artigo “A Triste Secularização na
Europa”, no BereiaBlog6). Outro meio adotado são palestras e debates em
universidades, principalmente nos Estados Unidos. O You Tube está recheado de
vídeos de palestras e debates promovidos, por exemplo, por Christopher Hitchens.

Existem, no entanto, alguns movimentos curiosos. Um deles é o promovido por


Edwin Kagin, um autointitulado líder ateísta, que “desbatiza” pessoas batizadas na
infância. Para isso usa um secador de cabelos para eliminar, simbolicamente, a
água derramada no ato de batismo. Os participantes da cerimônia ganham ainda
uma “certidão de desbatismo”. Além de propagar a cerimônia de desbatismo, Kagin,
que é formado em direito, busca conseguir a criminalização da educação religiosa
infantil. Ironicamente, um dos filhos de Edwin Kagin, é um pastor cristão
fundamentalista.
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6 EXPOENTES DO NEO-ATEÍSMO

São muitos os nomes proeminentes dentro do universo neo‐ateísta. Entanto,


existem quatro senhores que se destacam dentro os demais, principalmente devido
aos seus livros e artigos em revistas e jornais. São eles: Richard Dawkins, Sam
Harris, Christopher Hitchens e Daniel Dannett. Eles são conhecidos no meio
teológico como Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse Neo‐Ateísta.

Richard Dawkins é certamente o mais famoso de todos. Nascido em Nairobi,


Quênia, em 26 de março de 1941, é um notável biólogo evolucionista e conhecido
escritor de divulgação científica. Dawkins é professor da Universidade de Oxford, na
Inglaterra. Ele é conhecido principalmente pela sua visão evolucionista centrada no
gene, exposta em seu livro O Gene Egoísta, publicado em 1976. O livro também
introduz o termo "meme", o que ajudou na criação da memética1. Este livro é
considerado a bíblia de todo estudante de ciência ateísta.

No entanto, o livro de maior expressão de R. Dawkins é Deus, um Delírio,


obra que tenta divulgar correntes como o ateísmo, ceticismo e humanismo. O livro já
vendeu mais de 110 milhões de exemplares em todo o mundo. É reconhecido como
um dos maiores intelectuais da atualidade. Em enquete realizada pela revista
Prospect em 2005, Richard Dawkins ficou com a terceira posição de maior pensador
mundial, atrás somente de Umberto Eco e Noam Chomsky. Por sua intransigente
defesa à teoria de Darwin, recebeu o apelido de "rottweiler de Darwin".

Sam Harris nasceu em 1967, nos EUA. É um escritor, filósofo, e


neurocientista americano. É o autor de A Morte da Fé, coroado com o prêmio
PEN/Martha Albrand em 2005. Este livro é uma crítica aberta e sarcástica a fé em
Deus. Escreveu, também, o livro Carta a Uma Nação Cristã como resposta
elaborada às críticas que o livro anterior recebeu. Em 2009, ele completou o seu
doutorado em neurociência na Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

Harris afirma que Deus é um monstro, principalmente o Deus da Bíblia, e que


seria uma insensatez colocar sua fé Nele e, muito menos, amar um Deus assim. Ele
defende que este tipo de comportamento corrompe o homem. Harris preocupa‐se
que muitas áreas da cultura americana estão danificadas pelas opiniões que são
guiadas pelo dogma religioso. Conhece‐se pouco a cerca da vida de Harris. O
mesmo protege suas informações pessoais, alegando questões de segurança, já
que se diz constantemente ameaçado de morte por fundamentalistas cristãos.

Christopher Hitchens nasceu em 1943, na Inglaterra. Atualmente vive em


Washington, EUA. Como Dawkins, teve formação religiosa quando criança na igreja
anglicana. Fez fama como comentarista político e social, escrevendo para revistas
de grande renome mundial como Vanity Fair, The Nation, Harper's, e The New
Yorker. No Brasil, Hitchens é colunista da Revista Época. Depois dos ataques
terroristas de 11/09, Hitchens teve a sua vida impactada. Começou a enxergar a
1 A Memética é o estudo formal dos memes. Foi originada quando Richard Dawkins cunhou o
conceito no seu livro O gene egoísta. Na busca de algo que pudesse ser classificado como a unidade
fundamental conceptual da memória.
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religião como um mal mundial, principalmente o islamismo. A partir destes


acontecimentos, tornou‐se um dos mais proeminentes defensores do moderno
ateísmo. Em 2007 lança a sua obra ateísta mais famosa, Deus não é Grande –
como as religiões envenenam tudo. Ele é humanista e anti‐teísta, e descreve‐se
como um crente nos valores filosóficos do Iluminismo. Seu principal argumento é o
de que o conceito de Deus, ou de um ser supremo, é uma crença totalitária que
destrói a liberdade individual, acreditando que a livre expressão e a investigação
científica deveriam substituir a religião como um meio de ensinar ética e definir a
civilização humana. Christopher tem um irmão, Peter Hitchens, que é considerado
um grande nome nos meios de comunicações cristãos.

Daniel Dannett nasceu em Boston, EUA, em 1942. Viveu os primeiros anos de


sua vida em Beirute, onde seu pai trabalhava como agente infiltrado. Depois da
morte inexplicável de seu pai, em 1947, retornou aos EUA com sua família. Em 1963
formou‐se em filosofia na Universidade de Harvard. Em 1965 completou seu
doutorado em filosofia em Oxford. A grande missão abraçada por Dannet é mostrar
que a própria teoria da evolução, sozinha, explica a formação da consciência
humana. Assim como Dawkins, Dennet é totalmente comprometido com a ideia que
o evolucionismo explica tudo na existência. Dennett deu palestras na Universidade
de Oxford, em 1983; em Adelaide, na Austrália, em 1985, e em Michigan, em 1986,
entre muitas outras.

Em 2001 foi premiado com o Prêmio Jean Nicod. Recebeu duas bolsas
Guggenheim, uma bolsa Fulbright e uma bolsa do Centro de Estudos Avançados em
Ciência Comportamental. Ele foi eleito para a Academia Americana de Artes e
Ciências, em 1987. Ele é um humanista premiado da Academia Internacional de
Humanismo. A Associação Humanista Americana outorgou o título de Humanista do
Ano 2004. Em 2006 lançou o livro Quebrando o Encanto: a Religião como
Fenômeno Natural, marcando de vez sua entrada para o grupo dos neo‐ateístas.

7 CARACTERÍSTICAS DO NEO-ATEÍSMO

Depois de uma análise criteriosa na produção literária neo‐ateístas, nós


podemos verificar que boa parte das ideias defendidas pelo grupo apresenta um
conjunto de características similares. Nós vamos elencar oito características que
distinguem os novos ateístas das outras formas de ateísmo histórico. Estes oito
pontos são um desafio a cristandade. São eles:

Uma Ousadia Sem Precedentes – Ao contrário dos seus antecessores, os


neo‐ateístas não poupam esforços, e nem voz, para mostrar ao mundo as suas
teorias. Uma das táticas usadas é a de envergonhar as pessoas que professam
algum tipo de fé, principalmente as que não são firmes, com a intenção de
convencê‐la que crer em Deus é uma grande tolice.

Uma Rejeição Específica ao Deus da Bíblia – Até meados do século XX, a


rejeição ateísta era a qualquer tipo de teísmo, ou seja, qualquer tipo de crença em
um deus, não especificando nenhum. Atualmente, a rejeição está focalizada no
Deus da Bíblia, principalmente, o oriundo da cosmovisão cristã. Os novos ateístas
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defendem a ideia que é perversidade crer no Deus da Bíblia. Argumentam que se o


Deus da Bíblia é o Criador, Ele precisa assumir a responsabilidade e o
gerenciamento desta criação. Dois pontos são fundamentais nesta forma de
pensamento. O primeiro é que o mundo é dominado pelos problemas como fome,
guerras, doenças, desigualdades sociais e econômicas. Um Deus “bom” deveria
suprimir todos estes problemas, já que as pessoas e o ambiente que sofre, fazem
parte da sua criação. O outro ponto está mais relacionado ao cristianismo em si. É o
plano de salvação em Jesus Cristo. Dizem que se você ler a Bíblia, perceberá que
uma grande parte da humanidade está condenada ao inferno, ao sofrimento eterno.
Tal comportamento, dizem os neo‐ateístas, é doentio e mostra como o Deus dos
cristãos é “mau”. Para eles, se você crê neste Deus, inevitavelmente, acaba
tornando‐se mau também.

Rejeição Direta a Jesus Cristo – O grande problema dos ateístas com a


pessoa de Jesus Cristo está relacionado à sua obra redentora. Muitos encaram
como perversidade existir dois “tipos” de ser humano: ‐ os que foram escolhidos e
vão para o céu, e aqueles que são preteridos e, consequentemente, condenados a
sofrer eternamente no inferno. Os ateístas do passado não se atinham muito a
pessoa de Jesus. Os recentes, ao contrário, colocam nele toda a sua raiva.
Hitchens, por exemplo, diz que o Deus do Antigo Testamento é mau e vingativo, por
causa das mortes que consentia no AT, mas se você ler o livro de Apocalipse, diz
ele, verá que Jesus põe “no chinelo” (palavras de Hitchens) o Deus do AT, no
quesito crueldade. Os neo‐ateístas encaram que o ministério de Jesus é
exclusivista, ou seja, é para poucos. Este exclusivismo seria o grande motivo pelo
quais muitos cristãos mataram e destruíram durante séculos de história, travestido
do defender os “interesses” de Deus.

Fundamentação Exclusiva na Ciência – Da mesma maneira que os


neo‐ateístas enxergam a religião o caminho de perdição e destruição do mundo, a
ciência aparece como detentora do caminho inverso. A ciência seria o único meio
para a construção de uma humanidade justa, sadia e desenvolvida. Richard Dawkins
costuma dizer em suas palestras que “a ciência é o caminho para a libertação da
humanidade”. Muitos deles acusam o cristianismo de bloquear, sempre que
possível, o desenvolvimento da ciência com seus dogmas ridículos. Esta
característica é dotada de fácil compreensão, visto que, na sua grande maioria, os
ateístas têm formação sólida no campo científico. Muitos são biofísicos,
neurocientistas, astrofísicos, geneticistas e etc. Entretanto, existem muitas coisas
que incomodam este grupo, fazendo que se tornem cada vez mais agressivos. Um
exemplo: ‐ Nos EUA, uma das nações mais desenvolvidas cientificamente, o número
de pessoas que creem que Jesus Cristo nasceu de uma virgem é quase duas vezes
maior do que o número de pessoas que acreditam no Big Bang (teoria
evolucionista). Eles enxergam estes números como uma grande e inexplicável
derrota.

Intolerância as Crenças Cristãs Moderadas e Liberais – No século XX, o


mundo cristão experimentou os efeitos do liberalismo teológico que, entre outras
coisas, buscou acomodar as questões dá fé a nova ordem cultural reinante. Pontos
sobrenaturais do cristianismo – milagres, ressurreição, inspiração das Escrituras,
inferno, Diabo – foram suprimidos, criando assim comunidades cristãs amenas
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doutrinariamente. Todo este movimento era muito bem visto, e até mesmo
incentivado, pelos antigos ateístas. Eles viam no liberalismo teológico o
enfraquecimento da fé, o que de fato não deixava de ser verdade. Os novos ateístas
romperam significativamente com este paradigma, pois entendem que esta fé mais
moderada cria um aspecto de agradabilidade perante a sociedade. Em suma, uma
comunidade cristã liberal não choca ninguém com seu discurso. O perigo, dizem os
neo‐ateístas, é que esta imagem de “bom moço” das igrejas liberais acaba por dar
coberturas às ações dos verdadeiros crentes em Deus. Os fundamentalistas
passariam despercebidos em suas ações, sendo ocultados pela popularidade dos
grupos moderados. O que para o antigo grupo era parte da solução, tornou‐se para
o novo, uma parte importante do problema.

Ataque Claro a Tolerância Social – Os adeptos do novo ateísmo acreditam


que toda liberdade ilimitada de expressão e opinião, invariavelmente, acaba
tomando forma de um grande perigo social. Isto porque pensam que a liberdade de
opinião leva a liberdade de culto, o que resulta em um fortalecimento descabido das
religiões. Uma boa parte deles prega o controle severo do estado nos meios de
comunicação. Alguns, como Sam Harris, acreditam que chegou a hora de acabar
com a tolerância religiosa, pois tal trouxe ao mundo experiências muito custosas.
São Contra a Educação Religiosa por Parte dos Pais – Psicólogos e pedagogos são
quase unanimes em afirmar que o caráter de um ser humano pode ser solidamente
fundamentado até os sete anos de idade. É nos sete primeiros anos de vida que o
ser humano agrupa informações, que fornecerão parâmetros para
a construção da sua maneira de ver, entender e interagir com o mundo na fase
adulta. Os novos ateístas sabem disso, e veem nesta fase da vida uma oportunidade
de minar por completo o campo de batalha. A melhor maneira de destruir uma nação
é eliminar a identidade da geração futura. É isso que fez o reino da Assíria com o
povo de Israel, o reino do norte. Obrigaram o povo israelita a se miscigenar através
de casamento com os assírios. Assim em duas gerações não existia mais a
identidade de raça do reino do norte. Neste sentido, os neo‐ateístas querem
transformar o conceito da educação religiosa realizado pelos pais aos seus filhos,
num caráter de abuso infantil. Almejam criar a singularidade de personalidade na
criança. A lógica é que uma criança não educada nos preceitos religiosos dos seus
pais seria mais facilmente convencida quando adulta nas ideologias ateístas. Eles
chamam isso de “liberdade”.

Pregam a Eliminação Total de Qualquer Religião Institucionalizada – Eles


creem que a humanidade somente será completamente livre e feliz, a partir do dia
que ela for liberta do julgo opressor de Deus e das religiões. Acreditam que somente
com a inexistência das restrições imposta pela fé é que a humanidade alcançará o
pleno desenvolvimento.
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta do ateísmo, no mundo atual, confronta a ciência e a religião de


modo mais acentuado, com o propósito de fortalecer a descrença em Deus e nas
religiões, ao mesmo tempo em que influencia a crença no secularismo, no
darwinismo e na possibilidade de viver sem Deus, embora com um propósito de
comunidade e de luta contra a submissão às autoridades, em especial às religiosas.

A defesa da razão, do pensamento lógico/cognitivo, fundamentada na ciência e


nas evidências científicas capazes de provar a existência ou não existência de Deus
tem se propagado com maior facilidade em tempos de liberdade de expressão, de
pensamento, de religião e de tecnologias que facilitam o acesso a informações às
pessoas.

Apesar das diferenças entre os autores citados, a propagação do movimento


ateísta ganhou nova roupagem com pontos comuns que fortalecem a ideia de que
as religiões se mostram más e alienantes ao homem, moralmente polêmicas, que
interferem de maneira negativa na sociedade, sobretudo pelo fundamentalismo
religioso; o que gera a necessidade por um Estado laico sem a interferência da
religião, que possibilita uma visão crítica e científica do mundo e do homem. Os
autores ainda concordam que a religião não detém o monopólio sobre a moral, os
princípios e valores, esses existindo também fora dela. Quanto aos preceitos
religiosos metafísicos existentes nas religiões, Hitchens e Comte-Sponville divergem
dos demais, afirmando que pode haver uma crença, uma parte boa das religiões no
sentido de comunhão, de certa espiritualidade ateia desligada da fé em um Deus ou
em uma crença religiosa.

Algo em destaque na biografia dos ícones do neo-ateísmo, é que observa-se


um ponto em comum entre eles: a maioria deles tiveram contato na infância com
uma religião tradicional, em especial cristã (em geral catolicismo), mas suas
experiências foram traumáticas ou insipientes, por força do contexto familiar ou de
pessoas e líderes religiosos abusivos e/ou distantes, cruéis, intolerantes ou
autoritários. O fato de que os divulgadores do ateísmo tenham sido moldados sob
uma “rebeldia religiosa” decorrente de uma “má religiosidade” leva a refletir sobre
suas conjecturas a respeito da existência de Deus. Questionam eles essa existência,
Sua presença, ou refletem suas experiências com pessoas fracas, sem fé ou
respeito por Deus, em sua vivência religiosa?

Nesse sentido, convém destacar que, na perspectiva do debate, o ateísmo tem


sido contraditório em sua “militância” pela liberdade, pela razão e busca de provas
ditas “científicas” da existência de Deus. Algumas universidades, por terem seus
quadros profissionais relacionados com a crença na teoria da evolução de Charles
Darwin, proíbem a realização de palestras por meio da quais sejam debatidas outras
visões que não a evolucionista.
12

NEO-ATÉISMO:
A NOVA FORMA DE OPOSIÇÃO AO CRISTIANISMO NO SÉCULO XXI

Em reportagem da revista IstoÉ, por exemplo, físicos e matemáticos


mobilizaram acadêmicos e direção de uma universidade de São Paulo contra a
realização de um fórum sobre criacionismo científico, por entenderem que essa
teoria criacionista nega a teoria da evolução. A teoria criacionista científica não nega
a existência de Deus ou os preceitos bíblicos, buscando evidências científicas que
comprovam a veracidade da Bíblia e a existência de um Deus Criador.

Embora o ateísmo esteja sendo propagado com diferenças conceituais,


sobressai o fato de que a descrença em Deus, a crença na teoria evolucionista e em
uma espiritualidade ateia distante da fé tem se fortalecido, influenciando até a muitos
que se professam religiosos. Enquanto alguns buscam respostas aos
questionamentos humanos na razão e na ciência, exclusivamente, outros têm
divulgado o ateísmo baseando-se na possibilidade de ter uma espiritualidade, uma
comunhão, sem a necessidade de se ter uma religião.

Propaga-se, assim, o afastamento da religião, da fé em Deus, colocando em


seu lugar o materialismo, o secularismo, o amor ao desejo próprio e felicidade,
evidenciando uma visão evolucionista que vai de encontro à profecia apocalíptica:

“Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai
aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7).

Diante das evidências de cumprimento profético dos eventos dos últimos dias,
é relevante que se analise e reflita sobre o assunto, em vista de preparar aos que
professam a fé em Deus Criador e em Jesus Cristo para estarem prontos a
responder a qualquer que seja sobre a razão da sua esperança, de sua fé (cf. 1Pe
3:15), enquanto aguardam o cumprimento das profecias e da promessa de Sua
vinda.

REFERÊNCIAS

 CARDOSO, M. F.; CALIXTO, J. Do ateísmo ao neoateísmo: uma breve


retrospectiva histórica e suas implicações na sociedade atual. Unitas, v. 6, n.
2, p. 147-160, 2018.
 CONCEIÇÃO, M. A. R. da. A fé em diálogo. Aspectos da teologia de Andrés
Torres Queiruga em diálogo com o pensamento neoateu de Richard Dawkins.
2010. 142f. Dissertação (Mestrado em Teologia) Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.
 DAWKINS, R. A escalada do monte improvável: uma defesa da teoria da
evolução. 5. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
 DAWKINS, R. Fome de saber: a formação de um cientista - memórias. São
Paulo: Editora Schwarcz S.A., 2015.

 DAWKINS, R. O capelão do diabo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.


 DAWKINS, R. O gene egoísta. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
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NEO-ATÉISMO:
A NOVA FORMA DE OPOSIÇÃO AO CRISTIANISMO NO SÉCULO XXI

 DENNETT, D. Darwin’s dangerous idea: evolution and the meanings of life.


London: Simon & Schuster, 1996.
 DENNETT, D.; PLATINGA, A. Science and religion: are they compatible?
New York: Oxford University Press, 2011.
 DENNETT, D. Quebrando o encanto: a religião como fenômeno natural. São
Paulo: Globo, 2006.
 FRANCO, C. de. O ateísmo de Richard Dawkins nas fronteiras da ciência
evolucionista e do senso comum. 2014. 234f. Tese (Doutorado) - Programa
de Pós-Graduação em Ciências da Religião, Pontifícia Universidade Católica,
São Paulo, 2014.
 GILLILAN, R. Daniel Dennett. In: JOSHI, S. T. Icons of unbelief, atheists,
agnostics, and secularists. London: Greenwood Press, 2008.

APÊNDICE A – INDICAÇÕES

Assista: O Delírio do Neo-ateísmo – William Lane Craig


https://youtu.be/ZdOMGqWSQ7w <acessando em 01/10/2022 as 19:00>

AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de em primeiro lugar agradecer ao Deus criador, na pessoa


bendita de seu filho Jesus Cristo, por sua graça redentora em nós derramada. E
segundo lugar agradecemos ao nosso orientador Rev. Arnóbio Loula Dourado por
nos desafiar a pesquisar, estudar e dissertar assunto tão relevante para a igreja do
século XXI. Por fim agradecemos a todos àqueles que cooperaram conosco no
desenvolvimento deste artigo acadêmico.

Ao Senhor Jesus seja dada toda a glória!

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