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Nota Informativa: Servidores da Educação – Técnicos

Administrativos (19/04/2024)
Síntese: A carreira dos técnicos administrativos em
educação é complexa. A proposta formulada pelo MGI
aborda a reestruturação da carreira e uma majoração
remuneratória, levando em consideração as demandas das
entidades sindicais e as recomendações de Grupo de
Trabalho formado no âmbito da Comissão Nacional de
Supervisão da Carreira dos Cargos Técnico-Administrativos
em Educação (CNS), com integrantes do MEC, Andifes,
Conif, Fasubra, Sinasefe e o MGI como convidado.
Propõe-se uma nova estrutura, mais simples, que permite
que o servidor alcance o topo de sua classe por mérito e
com maior celeridade. A reestruturação também favorece
os que recebem menos e reduz desigualdades. O reajuste
a ser ofertado combina uma parcela de +9,0% em janeiro
de 2025 com outra parcela de +3,5% em maio de 2026. Os
ganhos alcançam +24,4% acumulados até 2026 para os
trabalhadores que ganham menos (nível de classificação A)
e +12,8% acumulados até 2026 para os servidores que
ganham mais (nível de classificação E).
1. Breve caracterização
A carreira dos técnicos administrativos em educação (TAE)
é marcada por enorme complexidade em termos da malha
de remuneração e de possibilidades de progressão por
mérito e qualificação. Há diversos cargos extintos e cargos
com provimento suspenso. Há desde trabalhadores sem
ensino fundamental completo até servidores com
doutorado.
São mais de 220 mil trabalhadores, sendo
aproximadamente 130 mil servidores ativos. Esses
servidores se distribuem em cinco níveis de classificação,
de A a E, agrupados conforme requisito de escolaridade,
1
nível de responsabilidade, conhecimentos, habilidades
específicas, formação especializada, experiência, risco e
esforço físico para o desempenho de suas atribuições.
A maior parte dos servidores ativos (mais de 110 mil) se
concentra nas categorias D e E, correspondendo,
majoritariamente, aos trabalhadores com nível médio e
nível superior, respectivamente. Boa parte desses
servidores tem alguma formação adicional, como curso de
especialização ou mestrado.
2. Reestruturação da carreira
Em março de 2024 foi criado um grupo de trabalho no
âmbito da CNS, com participação das entidades sindicais,
de representantes dos dirigentes das Instituições Federais
de Ensino, do MEC e do MGI, com o objetivo de propor
aprimoramentos no plano da carreira. Foram discutidos 12
pontos, sendo 9 tratados na proposta do MGI para um novo
plano de carreira.
• O ponto de partida é a unificação dos padrões de
evolução na carreira por mérito e por capacitação, que
passarão a compor verticalmente uma única linha de
progressão para os servidores (1). Serão 19 padrões
totais de progressão verticalizados, permitindo que
todos os servidores possam alcançar o teto da
categoria pelo mérito.
• O tempo de interstício entre os padrões será reduzido
de 18 para 12 meses, alinhando a estrutura com o
ciclo de progressão de diversas carreiras do serviço
público federal (2). O tratamento oferecido acima
permite que o servidor alcance o topo da carreira em
18 anos, enquanto anteriormente o tempo mínimo
para se chegar ao mesmo patamar era de 22,5 anos.
Isso confere maior celeridade à progressão, tornando

2
menos relevantes demandas como a aceleração de
progressão por capacitação (3).
• Incentivos para qualificação continuarão a existir,
agora regulados por uma sistemática mais simples de
concessão, sem a necessidade de diferenciação entre
incentivo de qualificação por área de conhecimento
com relação direta ou indireta (4), e adicionarão,
proporcionalmente, parcelas de até 75% (doutorado)
aos vencimentos.
• Promove-se uma redução das desigualdades de
remuneração por meio de uma nova estrutura de
vencimentos, referenciada no nível de classificação E
da carreira (5). Serão calculados novos percentuais,
mais altos, para cada categoria em relação a E,
permitindo que os servidores que ganham menos
recebam reajustes proporcionalmente mais altos.
• A proposta do MGI contempla a recomposição de
qualquer eventual perda de poder de compra devido à
inflação durante o período do governo Lula, permitindo
que todos os servidores obtenham ganhos reais (6).
• A proposta de inclusão de uma parcela remuneratória
referente ao Reconhecimento de Saberes e
Competências (RSC), que visa ao reconhecimento do
saber resultante da atuação profissional dos técnicos,
demanda uma discussão mais aprofundada devido a
seus impactos orçamentários e à complexificação que
traz à estrutura da carreira (7). Sugere-se, assim, que
não seja tratada no momento.
• Por fim, considerando a ausência de impactos
orçamentários, a proposta de reestruturação
contempla também a racionalização de cargos vagos
e a vagar (8) e a revisão de atribuições (9). No
primeiro caso, trata-se de transformação dos cargos
com provimento vedado que estejam vagos e a vagar
em novos cargos de TAE com atribuições amplas,
3
permitindo uma melhoria na gestão da força de
trabalho das Instituições Federais de Ensino. No
segundo caso, busca-se atualizar o rol de fazeres
técnicos-administrativos em educação e prover maior
flexibilidade, permitindo a composição de um quadro
de pessoal com perfis profissionais diversificados.
2. Reajuste remuneratório
A proposta de reajuste foi formulada considerando o
espaço fiscal contemplado na Lei de Diretrizes
Orçamentárias de 2025 e as pactuações da Junta de
Execução Orçamentária (JEO), além das necessidades de
outras categorias. Além disso, leva em conta a ausência de
recursos disponíveis para conceder reajustes já em 2024.
A proposta original, rejeitada pelos TAE, envolvia reajustes
de +4,5% em maio de 2025 e mais 4,5% em maio de 2026.
Na nova proposta, antecipa-se a data do primeiro reajuste
para janeiro de 2025, bem como majora-se o valor
ofertado para um reajuste de 9,0% já nesse primeiro
momento. Adicionalmente, outra parcela de reajuste de
+3,5% será concedida em maio de 2026.
O impacto orçamentário da proposta original foi
contemplado na previsão de despesas com pessoal e
encargos sociais do Poder Executivo no Projeto de Lei de
Diretrizes Orçamentária (PLDO) de 2025. A nova proposta
amplia esse impacto, exigindo R$ 1.101,2 milhões
adicionais em 2025 e R$ 1.005,6 milhões adicionais em
2026. Esses montantes são compatíveis com as pressões
fiscais mapeadas para 2025 e 2026 e estão dentro das
possibilidades pactuadas na última JEO.
Os ganhos alcançam +24,4% acumulados até 2026 para os
trabalhadores que ganham menos e +12,8% acumulados
até 2026 para os servidores que ganham mais (Gráfico 1).
Para verificar todas as possibilidades de remuneração
4
considerando nível de classificação, vencimento básico
inicial e final e incentivo à qualificação, construiu-se a
Tabela 1.

Gráfico 1: Variação % média por faixa


30,0%

24,4%
25,0%
21,2%
20,2%
20,0% 17,4% 17,1%
15,6%
15,0% 13,5% 12,8%
11,7%
10,0% 9,0%

5,0%

0,0%
A B C D E

2025 2026 (acum.)

Fonte: MGI.

Tabela 1: Remuneração dos técnicos-administrativos em educação após reajustes em 2026

Após reajuste Incentivo à Qualificação (IQ) - Simulação

Vencimento
NC Padrão
Atual Venci- Fundam. Médio Técnico Grad. Espec. Mestr. Dout.
Δ% Δ R$
mento 10% 15% 20% 25% 30% 52% 75%

A Inicial 1.446,12 1.799,31 24,4% 353,19 1.979,24 2.069,21 2.159,17 2.249,14 2.339,10 2.734,95 3.148,79

(35% do Nível E) Final 2.879,28 3.582,50 24,4% 703,22 3.940,75 4.119,87 4.299,00 4.478,12 4.657,25 5.445,40 6.269,37

B Inicial 1.750,99 2.056,36 17,4% 305,37 2.261,99 2.364,81 2.467,63 2.570,44 2.673,26 3.125,66 3.598,62

(40% do Nível E) Final 3.486,29 4.094,29 17,4% 608,00 4.503,71 4.708,43 4.913,14 5.117,86 5.322,57 6.223,31 7.165,00

C Inicial 2.120,13 2.570,44 21,2% 450,31 2.827,49 2.956,01 3.084,53 3.213,06 3.341,58 3.907,08 4.498,28

(50% do Nível E) Final 4.221,26 5.117,86 21,2% 896,60 5.629,64 5.885,54 6.141,43 6.397,32 6.653,21 7.779,14 8.956,25

D Inicial 2.667,19 3.084,53 15,6% 417,34 3.392,99 3.547,21 3.701,44 3.855,67 4.009,89 4.688,49 5.397,93

(60% do Nível E) Final 5.310,48 6.141,43 15,6% 830,95 6.755,57 7.062,64 7.369,71 7.676,78 7.983,86 9.334,97 10.747,50

E Inicial 4.556,92 5.140,89 12,8% 583,97 5.654,98 5.912,02 6.169,07 6.426,11 6.683,16 7.814,15 8.996,56

(100% - Referência) Final 9.073,01 10.235,71 12,8% 1.162,70 - - - - 13.306,43 15.558,28 17.912,50

Fonte: MGI.

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