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O UNIVERSIDADE MUSSA BIN BIQUE

CURSO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CADEIRA: INTRODUÇÄO AO CURSO

AMOSTRAGEM DO SOLO

1. Conceito
A amostragem de solo é a coleta de uma pequena quantidade de solo, que o agricultor envia ao
laboratório para fazer a devida análise.
É uma importante etapa na produção de alimentos, sendo considerada um dos pilares para o
bom planejamento de adubação e calagem.
A partir da análise dos resultados da amostragem de solo se obtem dados que são essenciais no
planejamento de um cultivo mais eficiente e produtivo, com a correta recomendação para uso de
corretivos e fertilizantes.
2. Importância
Como acima mencionado , a amostragem de solo é o método que permite conhecer, antes do
plantio, a necessidade e a capacidade do solo em suprir e disponibilizar os nutrientes que as plantas
precisam para se desenvolverem.
O agricultor tem a necessidade de enriquecer o solo e repor os nutrientes para garantir o bom
desenvolvimento das suas plantações. No entanto, fazer qualquer aplicação aleatória de fertilizantes
não significa que estará suprindo de fato a demanda da cultura, por isso, é necessário saber
exatamente o que está faltando.
A amostragem de solo é a forma mais prática, econômica e eficaz de diagnosticar o nível de
fertilidade do solo, possibilitando realizar a recomendação adequada de fertilizantes e
corretivos para aumentar a produtividade das culturas, e consequentemente, a lucratividade do
produtor.
O diagnóstico realizado a partir da amostragem é conhecido como Análise de Solo.
É através dos resultados presentes nesta análise que se faz a recomendação de adubação e calagem.
Portanto, o processo de amostragem de solo é muito importante para se obter uma análise de
confiança e determinar a necessidade de adubação de cada nutriente que a planta necessita, além
de manejar corretamente a química do solo e estabelecer um programa racional de exploração do
mesmo.
3. Benefícios
A realização da amostragem e da análise de solo trazem diversos benefícios ao produtor, dentre
eles:
 o aumento da produtividade, por meio da identificação de nutrientes ou fatores químicos
que estão abaixo do nível ou limitando o crescimento das plantas;
 o uso eficiente e em quantidades adequadas de fertilizantes para os diferentes tipos de solos
e culturas, evitando o desperdício e a aplicação desnecessária;
 a redução de custos com fertilizantes, corretivos e agrotóxicos;
 e a maior lucratividade.
4. Procedimentos
4.1 Etapas da coleta
A coleta da amostra de solo é a etapa mais crítica, visto que, uma pequena porção de terra
representará milhares de toneladas de solo.
Quando a amostragem é mal executada todo o processo de análise fica comprometido, podendo
causar grandes prejuízos ao produtor.

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Sendo assim, a escolha correta de equipamentos, processos, sistemas de armazenagem e
quantidade de amostras, se tornam essenciais na obtenção de bons resultados.
4.2 Separação de glebas
O termo gleba é utilizado para separar as áreas de acordo com as características do solo, tais como:
 cor do solo;
 drenagem;
 textura;
 cultura cultivada;
 histórico da área;
 cobertura vegetal;
 posição no relevo, entre outros.
Após a separação homogênea das áreas, coleta-se em cada gleba de 10 a 20 amostras de solos em
pontos aleatórios, que formarão uma amostra composta enviada ao laboratório.
4,3 Pontos de coleta
Os pontos de coleta podem ser:
 aleatórios: coletando as amostras de forma dispersa dentro da gleba;
 aleatório estratificado: onde se divide a área de acordo com o manejo, levando em
consideração razões agronômicas;
 ou em grid: em que as amostras são coletadas obedecendo um intervalo fixo de
amostragem.
Uma amostragem de solo aleatória é mais adequada em glebas com elevada fertilidade e baixa
variabilidade.
A amostragem estratificada é apropriada quando as áreas são grandes e os recursos são limitados.
Já a amostragem em grid, é mais indicada se a variabilidade da gleba é desconhecida.
4.4 Profundidade
Para culturas anuais, as amostras de solo são coletadas a uma profundidade de 0 a 20 cm, pois esta
é a profundidade efectiva e de maior atividade das raízes.
Em áreas de plantio direto é importante amostrar também na profundidade de 20 a 40 cm, pois os
nutrientes podem acumular na superfície devido a não incorporação do solo.
4.5 Tipos
As amostras de solo são divididas em:
 Amostras simples ( Subamostras)
São as amostras coletadas aleatoriamente dentro de uma área homogênea, normalmente utilizadas
apenas para a realização da classificação de solo.
 Amostras compostas
São formadas a partir da união de diversas amostras simples, coletadas aleatoriamente, em área
homogênea e enviadas ao laboratório.

4.5 Período de coleta


As amostras apresentam resultados distintos conforme a época do ano. Assim, não é indicado
realizar a coleta em períodos excedentes ou de stress hídrico, pela dificuldade de amostragem em
solos muito secos ou encharcados.
Além disso, deve-se também evitar a amostragem imediatamente após a aplicação de fertilizantes e
corretivos, pois não representam a fertilidade real do solo naquele momento.
A amostragem de solo pode ser realizada após a colheita ou antes do plantio.

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Quando o solo é explorado de forma intensiva recomenda-se ao menos uma amostragem por ano,
independente da cultura cultivada.
Em sistemas convencionais, pode ser realizada a cada 2 ou 3 anos.
4.6 Equipamentos e material
Há uma série de equipamentos utilizados para garantir uma boa amostragem de solo, a escolha do
material baseia-se no tipo de solo e na habilidade do operador.
O essencial é que sejam capazes de tomar pequenos e iguais volumes de solo, que sejam fáceis de
limpar e que se adaptem aos diferentes tipos de solo.
Os principais equipamentos são:
Trados
Existem diferentes tipos (como mostra a figura abaixo), dentre eles:
 trado de rosca;
 trado calador;
 trado caneca;
 trado holandês;
 e trado fatiador.

O trado torna o trabalho mais rápido, exige maior esforço, mas garante a uniformidade da
quantidade de solo coletada em cada ponto.
Pá-de-corte
Mais simples e disponível em qualquer propriedade rural. No entanto, não garante uniformidade no
volume de solo coletado e nem na profundidade, exigindo maior prática do operador.
Sonda
Retira volumes iguais e na mesma profundidade, se adapta praticamente em todos os tipos de solos,
mas a coleta é mais difícil em solos duros.
Espátulas, baldes, sacos plásticos e caixas de armazenamento
Após a coleta das amostras simples, as mesmas são misturadas de forma homogênea em balde
plástico, formando uma amostra composta, da qual será retirado em torno de 300 a 500 gramas que
deverão ser devidamente identificadas em sacos plásticos de acordo com as características da gleba
em que foi coletada.
Essas amostras serão armazenadas e enviadas ao laboratório para a realização das análises.

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