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Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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All content following this page was uploaded by Gustavo Cossio on 21 September 2020.
SUMÁRIO
O artigo tem como objetivo apresentar pesquisa sobre métodos para desenvolvimento de projetos em
design de exposição. Revisa as metodologias propostas por autores nesta área, utilizadas como
referência para uma análise comparativa e contribuição metodológica na disciplina de Projeto
Integrado II dos cursos de design produto e design visual da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
PALAVRAS-CHAVE
Metodologia de projeto, design gráfico-ambiental, design de exposição.
1. INTRODUÇÃO
Novas especializações no campo do design surgiram, no decorrer do século XX, em resposta às enormes
mudanças culturais e econômicas que aconteceram na sociedade. Mais especificamente, o design visual e
ambiental, que trabalha com a informação, seja por meio da linguagem, da imagem ou dos símbolos,
desdobrou-se em vários caminhos, entre os quais está o design de exposições. Esta subárea busca organizar
material e visualmente o espaço físico, com o objetivo de estabelecer uma relação dialética entre o
conhecimento que o público já tem sobre o tema em pauta e o novo conhecimento que a exposição
propões (Cury, 2006). O designer pode estabelecer essas relações entre o público e o objeto exposto, ao
ocupar-se de atividades que possibilitam tal interação.
As fronteiras entre as disciplinas da arquitetura de interiores e do design visual, que interferem no espaço,
não eram claramente delineadas até fundirem-se em meados do século XX. Esta fusão veio a ser
denominada, posteriormente, de design-gráfico ambiental, onde atualmente o design de exposições se
insere. Neste contexto, a arquitetura trabalha com a concepção do espaço e o design trabalha com a
disponibilização da informação (Hunt, 2003).
Apresentam-se neste trabalho alguns conceitos sobre design de exposições. As mais diferentes
denominações, encontradas na bibliografia e na prática profissional, demonstram o quão recente é a área,
assim como a confusão que a multidisciplinaridade pode causar em um primeiro momento. Verifica-se
também a necessidade de se estabelecer conceitos e nomenclaturas comuns. Do mesmo modo, ressalta-se
a questão metodológica, ou seja, o estudo sobre o método.
1.1 Objetivos
Têm-se como objetivos dessa pesquisa:
Pesquisar, caracterizar e descrever as metodologias utilizadas por autores na área de design de
exposições;
Ilustrar cada metodologia pesquisada através de esquemas gráficos, ressaltando o fluxo do processo
e as etapas envolvidas;
Analisar comparativamente os processos dos referidos autores, para contribuição e aprimoramento
da metodologia empregada na disciplina de Projeto Integrado II (design de exposições) dos cursos de
Design Visual e Design de Produto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
As exposições são concebidas para as pessoas. A figura do diagrama é um lembrete útil de que em todo
processo de concepção, devemos fazer a pergunta: qual será a natureza da relação física e emocional entre
a exposição e a sua audiência? O círculo representa tudo o que já se sabe sobre o projeto, o cliente, a
organização, o local, e o corpo de pesquisa, que irá criar uma história. O quadrado representa o diálogo
entre o público e o espaço expositivo.
As fronteiras entre análise e desenvolvimento do conceito de projeto são fluidas e necessitam de feedbacks
constantes ou loops de retorno, teste e re-teste das ideias. Lentamente, o projeto irá evoluir a um ponto
onde emerge uma proposta realista para a apresentação ao cliente. Após, o designer pode começar a se
envolver com o processo de projeto detalhado e as exigências técnicas. A instalação da exposição constitui
o início do fim do processo. Em cada etapa do projeto, haverá comentários críticos, que no final do projeto
assume a forma de reflexão sobre o conjunto, a fim de informar os projetos futuros (Locker, 2011).
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no estudo das diferentes conceituações e das diferentes metodologias empregadas em projetos
de design de exposição, podem-se encontrar diretrizes através de grupos, fases e etapas recorrentes e
complementares. Nas referências há ainda a possibilidade de feedback e, assim pode-se formular um
método que busca ser ao mesmo tempo abrangente e específico. Abrangente ao trabalhar a complexidade
da reunião de diferentes contextos – o espaço/ambiente, a informação e o usuário. Abrangente também
por abarcar projetos de pequeno a grande porte e seus desdobramentos, tais como contratações,
orçamentos e licitações. Ao mesmo tempo, é específico por tratar de aspectos particulares do design de
exposição, tais como foco e interação com o público, a relação com a instituição proponente e o trabalho
colaborativo entre profissionais de diversas áreas.
5. REFERÊNCIAS
[Bürdek10] Bürdek, B. História, Teoria e Prática do Design de Produtos. São Paulo: Edgard Blucher, 2010.
[Bonsiepe84] Bonsiepe, G. Metodologia Experimental – Desenho Industrial. Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico: Brasilia, 1984.
[Cross08] Engineering Design Methods. John Wiley Professionals, 2008.
[Cury06] Cury, M. X. Exposição: concepção, montagem e avaliação. São Paulo: Annablume, 2006.
[Fernández10] Fernández, L. A.; Fernández, I. G. Diseño de exposiciones: concepto, intalación y montaje
Madrid: Alianza Forma, 2010.
[Lorenc07] Lorenc, J.; Skolnick, L.; Berger, C. What is exhibition design? Hove: Rotovision, 2007.
[Hunt03] Hunt, W. Environmental Graphics: Projects and Process. NY: Harper Design International, 2003.
[Löback01] Löback, B. Design Industrial. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
[Locker11] Locker, Pam. Exhibition Design. Lausanne: AVA, 2011.