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fabiana Savini Bernardes Pires de Almeida Resende
Gloriete Marques Alves Hilário
Manuel Martín Pino Estrada
Categoria:
Produção Editorial
Livraria e Editora Lumen Juris Ltda.
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
________________________________________
Agradecimentos
Prefácio.................................................................................................. 1
Introdução............................................................................................. 7
Capítulo 1 - O infoproletariado, a informalidade e a nova
morfologia do trabalho......................................................................... 9
Ricardo Antunes................................................................................ 9
Capítulo 2 - A terceirização dos serviços nas esferas pública
e privada.............................................................................................. 29
Manuel Martín Pino Estrada............................................................ 29
Capítulo 3 - O Trabalho Feminino: A divisão sócio-sexual
do trabalho e da reprodução.............................................................. 43
Claudia Mazzei Nogueira.................................................................. 43
Capítulo 4 - O projeto de Lei nº 98/2003.........................................61
Maria Teresa Cauduro.......................................................................61
Capítulo 5 - A multidimensionalidade da identidade..................... 83
Geruza Silva de Oliveira Vieira........................................................ 83
Capítulo 6 - Assédio moral: Ofensa à honra, à imagem e à
dignidade do trabalhador..................................................................111
Erival de Araújo Lisboa Cesarino....................................................111
Jorlam Thiago Araújo de S. Ribeiro................................................111
Capítulo 7 - A audiência de conciliação prévia no processo
do trabalho.........................................................................................127
Irene Margarete Corrêa Soares Pino...............................................127
Capítulo 8 - O esvaziamento político dos direitos humanos a
partir da construção do conceito de humanidade..........................141
Andrey Borges Pimentel Ribeiro.....................................................141
Carlos Ugo Santander Joo...............................................................141
Capítulo 9 - O processo de exclusão e o processo de
inclusão-políticas públicas no Brasil................................................167
Gloriete Marques Alves Hilário.......................................................167
Marcelo Marques de Almeida Filho................................................167
Sonya Maria Brandão .....................................................................167
Capítulo 10 - Tecnologia, subjetividade e precariedade
do trabalho na era da globalização...................................................185
Pablo Almada..................................................................................185
Gloriete Marques Alves Hilário.......................................................185
Prefácio
Como já dizia Victor Hugo, “o trabalho não pode ser uma lei
sem que seja um direito”. Talvez esta seja a tônica da inestimável
obra, já que nos apresenta os debates mais pululantes e atuais da
seara justrabalhista, mormente no que diz respeito à autoafirma-
ção do trabalho digno frente ao ordenamento jurídico posto.
Logo após receber o honroso convite de prefaciá-la, bastante ávi-
do no intento, não me contive em ler esmiuçadamente os primorosos
artigos científicos catalogados neste livro. Um significativo diferencial
em relação a seus congêneres é a presença de um importante compo-
nente sociológico na análise do direito do trabalho contemporâneo.
Autores de escol convidados para abrilhantar este livro, cada qual em
determinado tema, obsequia-nos com multiplicidade de ideias para
entendermos melhor o conteúdo e o significado da noção de mínimos
existenciais no contexto da relação trabalhista.
O material aqui apresentado tem como finalidade precípua
servir como texto fundamental de estudo sobre o trabalho, em
suas diversas nuanças modernas, à luz da famigerada dignidade
da pessoa humana. Seu público-alvo é, portanto, o aluno de ciên-
cias humanas, sem se descurar, todavia, daqueles que pretendem
adquirir uma base sólida na preparação de concursos públicos, so-
bretudo para as carreiras trabalhistas.
Logo no prelúdio, temos a instigante contribuição de Ri-
cardo Antunes. Houve a ruptura da subordinação jurídica clás-
sica, surgindo o fenômeno atual da “deslocalização do trabalho”,
no qual há uma crescente flexibilização do local da prestação de
serviços com a utilização de mecanismos de controle telemáticos
e informatizados. A utilização do “cibertrabalho”, a despeito de
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Tribunal Superior do Trabalho, por meio da Instrução Normativa
n° 39 de 2016, fixar a inaplicabilidade do art. 334 do Novo Código
de Processo Civil ao Processo do Trabalho, tem-se que o presente
artigo servirá de baluarte para reflexões jurídicas profícuas.
O leitor se surpreenderá com a relevância do assunto ensaia-
do no oitavo capítulo: O contraponto existente entre o conceito
de humanidade e o esvaziamento político da meta dos direitos hu-
manos. Para tanto, é apresentado o conceito de humanidade e sua
construção moderna. Logo após, é tecida uma crítica filosófica
apoiada no escólio de Costas Douzinas.
Já no nono capítulo, somos levados a refletir sobre as políti-
cas públicas imediatistas de assistencialismo e o efeito reverso de
tais medidas na distribuição de renda e na desigualdade social.
Diferentemente de outros países, o direito do trabalho nacional,
sobretudo no que se refere à própria CLT, não foi resultado de
uma verdadeira conquista operária, mas sim de políticas populis-
tas implementadas na Era Vargas. Talvez o modelo atual de assis-
tencialismo e de pulverização da pobreza tenha tido influências
inquebrantáveis desta época. Apenas reflexões, caro leitor.
Por derradeiro, no décimo capítulo, temos uma análise inte-
ressante sobre o impacto na subjetividade do trabalhador feito pelo
chamado desenvolvimento tecnológico autonomizante, ou seja, de
tomar a tecnologia, aparentemente, com uma lógica própria e,
desvinculada de seu fundamento produtivo. Verifica-se, pois, uma
reflexão profunda sobre a proteção trabalhista diante das mudan-
ças que se apresentam no campo da atividade produtiva na era da
globalização, em especial no que tange à precarização do trabalho
em direção ao trabalho pós-humano.
Enfim, após a leitura crítica e percuciente da presente obra,
notaremos que o poder diretivo deve nortear-se nos estreitos limi-
tes constitucionais da disponibilidade da força de trabalho obreira,
justamente por incidir nas relações empregatícias a eficácia irra-
diante e horizontal conferida aos princípios da dignidade da pes-
soa humana e dos valores sociais do trabalho. O controle abusivo
de uma pessoa sobre outra é a antítese do trabalho digno, sendo
que o debate acadêmico interdisciplinar, ainda mais com articulis-
tas das mais diversas formações e experiências, consubstancia-se
em um poderoso mecanismo concretizador do Estado Democráti-
co e Constitucional de Direito.
Avante e tenha uma leitura proveitosa!
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Introdução
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Capítulo 1
O infoproletariado, a informalidade
e a nova morfologia do trabalho
Ricardo Antunes1
Introdução
O mundo capitalista, particularmente, desde o amplo pro-
cesso de reestruturação do capital desencadeado em escala global,
nos inícios da década de 1970, teve profundas mudanças no pro-
cesso de produção e do trabalho, gerando a denominada empresa
enxuta, flexível, com suas novas denominações das quais os cola-
boradores, parceiros, consultores tornaram-se dominantes.
Em seu desenho mais geral, é possível afirmar que a empresa da
flexibilidade liofilizada articula um conjunto de elementos de
continuidade e de descontinuidade em relação ao empreendi-
mento tayloriano/fordista: sua organização do trabalho resulta da
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1. A invisibilidade do trabalho, o
infoproletariado e a lei do valor
As formas atuais do capitalismo, ao mesmo tempo em que
expulsam da produção uma infinitude de trabalhadores que se
tornam sobrantes, descartáveis e desempregados, geram novos me-
canismos para a criação e potencialização do valor. Em plena eclo-
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Mas, além das limitações das teses que não foram capazes
de compreender as condições concretas presentes no trabalho do
telemarketing, dos call centers e das indústrias de tecnologias de co-
municação e informação, há ainda uma indagação central: estas
atividades tidas como predominantemente imateriais têm ou
não conexões com os complexos mecanismos da lei do valor
hoje operantes em seu processo de valorização?
André Gorz, autor responsável por uma vasta e conhecida obra,
também se alinhou junto aos autores que defendem a “intangibilidade
do valor”, uma vez que, segundo ele, o trabalho de perfil predominan-
temente imaterial não mais poderia ser mensurável segundo padrões
e normas preestabelecidas e vigentes nas fases anteriores. (Gorz, 2005,
p. 18). Diferentemente do autômato – modalidade do trabalho na era
da maquinaria de matriz tayloriano-fordista, Gorz afirma que os
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3 Vale recordar que a Toyota, na sua unidade de Takaoka, estampava estes dizerem
na entrada da fábrica: “Yoi kangae, yoi shina” (bons pensamentos significam bons
produtos). Business Week, 18 nov. 2003.
4 Ver também TOSEL, 1995. O enorme avanço produtivo da China e da Índia,
especialmente nas últimas décadas, ancorado na monumental força sobrante de
trabalho e na incorporação das tecnologias informacionais, é mais um argumento
para recusar a tese da perda de relevo do trabalho vivo no mundo da produção de
valor, o que também fragiliza os defensores da imaterialidade do trabalho como
forma de superação ou inadequação ou descompensação da lei do valor.
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Capítulo 2
A terceirização dos serviços nas
esferas pública e privada
Introdução
A ânsia pelos ganhos econômicos de empregadores no de-
correr das últimas décadas fez que fossem criadas novas formas
de obter mais lucro, e o Direito do Trabalho do Brasil começou a
fazer esforços para enquadrá-las para proteger o trabalhador, tanto
no âmbito público como no privado, para que desta forma, ele não
seja privado dos seus direitos trabalhistas, tarefa que os Tribunais
Regionais do Trabalho e o próprio Tribunal Superior do Trabalho
estão realizando muito bem.
1. Conceito de terceirização
Segundo Maurício Godinho Delgado, a terceirização é o fe-
nômeno pelo qual se dissocia a relação econômica de trabalho da
relação justrabalhista que lhe seria correspondente. Por tal fenô-
meno insere-se o trabalhador no processo produtivo do tomador
5 Formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Direito pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutorando em Direito pela
Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo (FADISP).
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Conclusão
Para o trabalhador terceirizado no âmbito privado, se a
empresa terceirizadora não cumprir com as suas obrigações tra-
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Referências
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Capítulo 3
O Trabalho Feminino: A divisão sócio-
sexual do trabalho e da reprodução.11
Introdução
O trabalho, ao longo do processo histórico, apresenta-se de
inúmeras formas, atendendo às necessidades de cada momento.
No entanto, ele se mantém sempre como um momento de efetiva-
ção de relações sociais, visando à produção social e a reprodução
da humanidade. O que nos permite afirmar que o trabalho é um
pôr teleológico do ser social, que o capacita como um ser cons-
ciente. Não é por outro motivo que Lukács afirma que Marx tinha
razão ao especificar que:
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E acrescenta:
Por sua vez, Engels nos traz uma rica contribuição, ao analisar o
papel do trabalho na transformação do macaco em homem, ou seja,
discorre sobre o papel do trabalho na humanização do ser social. A
própria condição biológica humana, enquanto constituinte da onto-
logia do ser social, tem como base e fundamento o trabalho humano.
Inicialmente (e em grande medida até os dias de hoje), as mãos dos
homens são responsáveis pela produção de objetos, de mercadorias.
Isto porque, segundo constatação ontológica fundamental de
Marx, ao referir-se ao trabalho, demonstrou que ele é o resultado de
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14 Lukács argumentou, muitas vezes, que alguns atos humanos não podem ser reduzidos
a atos de trabalho, em que pese o fato de o trabalho ser a forma originária e fundante
ontologicamente das diferentes formas de práxis social. (Lukács, 1981, vol. II, p. 610).
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vado), ele não mais designa um produto do trabalho que o ser social
pode se utilizar para a reprodução da sua própria existência.
Lukács, ao tomar na sua forma mais geral aquilo que Marx
denominou como a metamorfose das mercadorias, a simples
compra e venda das mercadorias, lembra que para existir as rela-
ções mercantis na base do valor de troca e do dinheiro, tem que
existir na sociedade uma divisão do trabalho. E esta divisão social
do trabalho, ainda se baseando nas palavras de Marx, torna o seu
trabalho (do proprietário das mercadorias) tão unilateral quan-
to tornaram variadas as suas necessidades. Fazendo com que essa
consequência elementar e contraditória da divisão do trabalho
crie uma situação tal em que os atos objetivamente solidários, a
compra e venda, na prática se separem, tornando-se mutuamente
autônomos, casuais, um em relação ao outro. Ninguém é obrigado
a comprar imediatamente, pelo simples fato de se ter uma merca-
doria à venda. (Lukács, s/d, p. 69).
A divisão do trabalho, mediada e posta em ação pelo valor
de troca, produz o princípio do controle do tempo através de uma
melhor otimização dele. Lembrando Marx, a isto se reduz, enfim,
toda a economia. Da mesma maneira que a sociedade deve re-
partir de forma planejada o seu tempo a fim de conseguir uma
produção adequada ao conjunto das suas necessidades, também o
indivíduo deve dividir corretamente o seu tempo com o objetivo
de procurar os conhecimentos necessários e ou de satisfazer as di-
versas exigências da sua atividade. Para Marx (In Lukács, 1981, p.
70) a “Economia de tempo e divisão planificada do tempo de tra-
balho nos diversos ramos da produção permanece, pois, a primeira
lei econômica baseada na produção social”. Portanto, economia de
tempo e divisão do trabalho, significa relação de valor.
Cabe destacar que o espaço produtivo, com a introdução da
maquinaria, no bojo da Revolução Industrial ocorrida na Ingla-
terra entre 1770 e 1830, permitiu a intensificação da inserção da
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16 Uma exposição mais detalhada sobre esse tema ver Nogueira, 2004.
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À guisa de conclusão
Portanto, a família patriarcal, para a sociedade capitalis-
ta, é uma importante aliada para a sua dinâmica. Os afazeres
domésticos, ou seja, o “cuidar” da família é uma atividade re-
produtiva fundamental. Ainda, nos termos de Marx, o trabalho
doméstico não objetiva a criação de mercadorias, mas a criação
de bens úteis indispensáveis para a sobrevivência da família. E
essa é uma das diferenças essenciais entre o trabalho assalaria-
do e trabalho doméstico, pois enquanto um está vinculado ao
espaço produtivo, ou seja, criando mercadorias e consequen-
temente gerando valores de troca, o outro está relacionado na
produção de bens úteis necessários para a reprodução dos pró-
prios componentes da família, permitindo, em grande medida,
que o capital também se aproprie, mesmo que indiretamente,
da esfera da reprodução.
Isso ocorre porque o capital necessita constantemente dimi-
nuir o gasto com a reprodução da força de trabalho, o que acaba
acarretando a diminuição dos valores dos salários de toda a classe
trabalhadora. E, em particular, esse processo é ainda mais acentu-
ado na força de trabalho feminina, que de certa forma já se encon-
tra depreciada pelas relações de poder existentes entre os sexos,
principalmente no seio da família patriarcal.
Neste processo, a mulher se transforma em uma espécie de
“exército de reserva” de força de trabalho sub-remunerada, per-
mitindo que o modo de produção capitalista tenha “argumentos”
suficientes para continuar, em grande medida, seu processo de
precarização do proletariado em geral, e da mulher trabalhadora
em particular.
Esse interesse de preservação da família patriarcal pela lógica
capitalista sustenta, de certa forma, a relação de uma desigual divi-
são sócio sexual do trabalho. O que leva Mészáros a afirmar que:
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Referências
_ _____. Per una ontologia dell’ essere sociale, vol. II. Roma:
Riuniti. Tonet, Ivo (trad.); Lessa, Sérgio (mimeo, s.d.), 1981.
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Capítulo 4
O projeto de Lei nº 98/2003
Introdução
Esse texto partiu da curiosidade acadêmica e social em exa-
minar o Projeto de Lei n° 98/200320 que trata da Regulamentação
da profissão das “Profissionais do Sexo”. Nesse sentido, para situar
o leitor e subsidiar a discussão optei por apresentar um breve pa-
norama histórico e a contextualização da prostituição no Brasil.
Seguindo apresento a função social das prostitutas embasada
nos pressupostos sociais e pesquisas sobre o tema.
Na continuidade introduzo, para ampliar a reflexão, o prin-
cípio constitucional da dignidade humana, utilizando a Constitui-
ção Federal de 1988; e dados de conquistas sociais e sigo falando
sobre a legislação trabalhista.
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4. A legislação trabalhista
Cabe aqui uma breve introdução sobre a origem do direito do
trabalho. O direito do trabalho nasceu com a sociedade industrial
e com o trabalho assalariado. Ele foi resultante de um conjunto de
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21 A tese do diálogo das fontes foi desenvolvida na Alemanha por Erik Jaime. No
Brasil, seu estudo e sua divulgação podem ser atribuídos a Claudia Lima Marques,
principalmente pelas tentativas de diálogos entre Código Civil e o Código de
Defesa do Consumidor, no que tange aos contratos e à responsabilidade civil, ainda
várias tentativas de diálogos entre o Direito Civil e o Direito Processual Civil.
(TARTUCE; TARTUCE, 2007).
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A CLT diz:
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Considerações finais
Barros (2005), em sua investigação intitulada Mariposas que
Trabalham, no capítulo Um trabalho como outro qualquer, diz
que as relações sexuais que resultam em pagamento; troca de ser-
viços e controle de tempo, podem ser entendidas como relação de
trabalho. Mas afirma também que, no Direito do Trabalho, a CLT
não descreve essas práticas como trabalho. Entretanto, ele leva à
reflexão sobre as considerações apontadas no estudo:
Um pequeno esforço permite delinear a situação laboral.
O corpo é o instrumento de trabalho. A prática sexual é a
relação de trabalho propriamente dita. É por ela que as mu-
lheres recebem o dinheiro. Podemos chamar essa relação
de processo de trabalho, pois é nele que encontramos as
formas, regras e maneiras de satisfação do cliente. O quar-
to, a cama, é o posto de trabalho. A rua, a boate, a zona, ou
mesmo o espaço público ou privado, utilizado para esse fim,
são os locais de trabalho. (BARROS, 2005, p. 1).
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&id=1528:reflexoes-sobre-prostituicao-na-contemporaneidade-
-&catid=76:principal&Itemid=345>. Acesso em: 12 set. 2009.
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Capítulo 5
A multidimensionalidade da identidade
Introdução
O objetivo desse artigo é discutir a partir de modelos teórico-
-metodológicos a identidade em dimensão cultural, social e pro-
fissional, para compreender as relações construídas por artesãos e
artesãs trabalhadores. Assim, a análise incidirá sobre a constru-
ção Identidade dos artesãos e artesãs em relação à cultura local,
regional, nacional ou global, em relação ao meio social, ao seu fa-
zer técnico (fazeres que identifiquem que o artesanato ao artesão é
um tipo de trabalho), além de suas subjetividades e elementos ex-
ternos. Inicialmente, é possível entender a identidade como uma
categoria que possui várias dimensões a serem estudadas em sua
construção, sendo vista sob os vários aspectos do indivíduo, seu
relacionamento consigo mesmo e com os outros, como podemos
verificar na posição de Dubar (2005, p. 136):
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1. Reflexões sociológicas
A socialização é essencial para que a identidade se desenvol-
va. Constitui um meio, um caminho pelo qual o indivíduo irá cons-
truir, desconstruir ou reconstruir sua identidade a partir das várias
esferas de atividades que desenvolverá durante sua vida. Existe,
nesse caso, a perspectiva teórica de que, assim agindo, construirá
sua identidade frente a si mesmo e aos outros, ou seja, teremos
nesse indivíduo dois eixos de identificação: “um eixo sincrônico,
ligado a um contexto de ação e a uma definição de situação, um
espaço dado, culturalmente marcado, e um eixo diacrônico, ligado
a uma trajetória subjetiva e uma interpretação da história pessoal,
socialmente construída” (DUBAR, 2005, p. XX). A identidade é
pensada e compreendida nesses termos e deve ser analisada e in-
serida em processos históricos e contextos simbólicos.
A socialização traz a possibilidade de proporcionar no indiví-
duo as formas identitárias23, construções sociais partilhadas com
todos aqueles que possuem trajetórias subjetivas e definições de
atores homólogas, especialmente no campo profissional. Esta refe-
rência, leva-nos a pensar na construção da identidade profissional
a partir de experiências conjuntas e similares que podem se desen-
volver entre profissionais do mesmo ramo de atividade, por exem-
plo. Esses profissionais poderão compartilhar ideias e experiências,
as quais, nas relações sociais serão elementos de construção das
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vão a seu encontro e mesmo aquelas que não planejam este encontro
o encontram por acaso, como em vitrines abertas e públicas.
Por vários momentos, durante o trabalho de campo em feiras
de artesanato em Goiânia, pode-se notar a interação das pessoas
que olhavam os produtos expostos e procurava saber suas histó-
rias, como as peças eram feitas, de que material, por meio de qual
técnica. Mesmo não comprando a peça naquele momento, algu-
mas pessoas apenas paravam ao redor das bancas para conversar,
desenvolver ideias junto ao artesão. Em meio aos populares, os ar-
tesanatos contavam suas histórias, sejam expressas verbalmente
pelo próprio artesão ou expressas pelos imaginários que os obser-
vam ao verificar que, cada peça, fosse ela artística ou artesanal
apresenta a cada pessoa, dependendo da peça, uma representação
mental diferenciada de outras pessoas. Podemos compreender essa
questão a partir de um artesão que cria peças a partir de restos de
matérias e às vezes a peça que ele criou não condiz com o que o
cliente olha e observa, muitas vezes o cliente imagina outra figura,
diferente do que o próprio artesão imaginou. Essa situação não
pode ser aplicada como uma análise para todo o artesanato da ci-
dade de Goiânia ou Brasileiro, mas, é uma modalidade de análise
válida para determinadas obras e determinados artesãos. Depen-
dendo do artesanato, a obra feita será óbvia, ou seja, tanto para o
cliente, quanto para o artesão, a representação será a mesma.
Segundo Canclini, “hoje, a identidade, mesmo em amplos
setores populares, é poliglota, multitécnica, migrante, feita com
elementos mesclados de várias culturas” (CANCLINI, 2008, p.
131). O autor faz esta consideração a partir de realidades sociais
desenvolvidas na cidade do México. Porém, pode-se verificar esta
problemática em outros contextos sociais, especialmente brasileiros.
Verifica-se que, o artesanato brasileiro em geral e, no caso especí-
fico da cidade de Goiânia, é produzido pelos traços culturais regio-
nais, locais e nacionais, em diálogo com as inovações tecnológicas e
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2. Formas identitárias
Ao refletir sobre a formação da identidade nos indivíduos,
Dubar (2006) analisa três grandes processos identitários como
formas de compreender como a sociologia interpreta a identidade
dos indivíduos. Designa esses processos como configurações: pro-
cesso da civilização de Norbert Elias, o processo de racionalização
de Max Weber e o processo de libertação de Karl Marx e Engels.
Dubar considera estes modelos como formas identitárias do eu
social. Nenhum deles será de fato predominante sobre o outro, ou
seja, nenhuma destas três visões sociológicas de identidade originou
uma única forma de identidade universalmente dominante, portan-
to nenhuma delas se colocou como eixo duma nova configuração
histórica. Nessa perspectiva, o autor (2006) sustenta que, as iden-
tidades dos indivíduos estariam em crise: “nenhuma configuração
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Referências
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ENTREVISTADOS
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Capítulo 6
Assédio moral: Ofensa à honra, à
imagem e à dignidade do trabalhador
Introdução
O assédio moral no trabalho é um tema novo, apesar do reco-
nhecimento de que o problema é tão antigo como o trabalho. Mas,
somente no final do século passado, com as pressões por melhores
condições de trabalho, é que tem início o debate público sobre o
assunto; e, logo, surgem as publicações, doutrinas e legislações.
No Brasil, já foram promulgadas várias leis, sejam elas esta-
duais e municipais que tipificam o assédio moral de forma delitu-
osa mas, somente em outubro de 2002, saiu a primeira decisão de
condenação por assédio moral. Trata-se do Acórdão nº 7660/2002,
de autoria da Relatora Juíza do Tribunal Regional do Trabalho da
17ª Região, Dra. Sônia das Dores Dionísio, nos autos do Recur-
so Ordinário TRT-RO-1315.2000.00.l7.00-1. De lá para cá outras
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2. Caracterização
A caracterização do assédio moral é subjetiva. Enfatiza-se
que o assédio moral é caracterizado por uma conduta abusiva, seja
do empregador que se utiliza de sua superioridade hierárquica para
constranger seus subalternos, ou seja, dos empregados entre si com
a finalidade de excluir alguém indesejado do grupo, o que pode
se dar, aliás muito comumente, por motivos de competição ou de
discriminação pura e simples.
O assédio moral pode ser identificado de acordo com sua origem
como assédio moral vertical descendente, horizontal ou vertical as-
cendente. O assédio moral oriundo do superior hierárquico da vítima
é denominado assédio vertical descendente. O assédio vertical ascen-
dente, que é mais raro, traduz aqueles realizados pelos subordinados
contra um superior hierárquico. Em geral, essas modalidades se ma-
nifestam de forma combinada, configurando o assédio moral misto.
Assim, o que se verifica no assédio vertical (que é mais co-
mum) é a utilização do poder de chefia para fins de verdadeiro
abuso de direito do poder diretivo e disciplinar, bem como para
esquivar-se de consequências trabalhistas. Tal é o exemplo do
empregador que, para não ter que arcar com as despesas de uma
dispensa imotivada de empregado, tenta convencê-lo a demitir-
-se ou cria situações constrangedoras, como retirar sua autonomia
no departamento, transferir todas suas atividades a outras pesso-
as, isolá-lo do ambiente, para que o empregado sinta-se de algum
modo culpado pela situação, pedindo sua demissão.
Entretanto, a melhor doutrina trabalhista destaca que:
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28 Recurso Ordinário – 1034 – 2005 – 001-21-00-6, Juíza Relatora Joseane Dantas dos
Santos, 21ª TRT – 15.08.2006.
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3. Sujeitos da relação
São sujeitos do assédio moral no trabalho, de modo geral, o
agressor e a vítima.
Na sua forma mais frequente: o agressor, geralmente é o che-
fe, que, abusando do poder disciplinar e de direção, passa a asse-
diar a vítima por meio de atos, gestos, palavras, condutas negativas
e antiéticas; a vítima, comumente, é um empregado subordinado,
de boa índole, com baixa estima e bons princípios, o qual, com
medo de perder seu meio de sustento, tenta tolerar tal situação.
Existe também na relação, a figura dos espectadores, ou seja,
do grupo que assiste ao processo de destruição da vítima e nada faz,
por medo de sofrer alguma punição, por concordar com o agressor,
ou ainda por achar que obterá algum tipo de vantagem com isso.
Para Márcia Novais Guedes (2003, p. 63):
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Considerações finais
A pós-modernidade, além das características tecnológicas
relacionadas com a informação, assim como aqueles referentes ao
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Referências bibliográficas
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Capítulo 7
A audiência de conciliação prévia
no processo do trabalho
Introdução
O presente trabalho busca analisar as audiências de conciliação
realizadas antes do julgamento do processo do trabalho, conforme a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o Novo Código de Pro-
cesso Civil, com aplicação subsidiaria no processo do trabalho, que
reafirma a obrigatoriedade da prévia audiência de conciliação, antes
da audiência de instrução e julgamento, sendo papel do juiz designar
a audiência de conciliação e mandar citar o réu com antecedência.
Cabe observar, também, o papel dos Tribunais de Justiça que
criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, res-
ponsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação
e mediação, e pelo desenvolvimento de programas destinados a
auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
Percebe-se que a finalidade do direito processual do trabalho
é a pacificação dos conflitos trabalhistas, decorrentes do vínculo
jurídico empregatício e das relações de trabalho, pois, a gênese da
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Conclusão
Na justiça do Trabalho, o princípio da celeridade processual
ganha especial relevo, em face de a natureza alimentar dos crédi-
tos trabalhistas. A grande maioria daqueles que ajuizaram uma
ação quer o mais breve possível a solução dos litígios.
O Código de Processo Civil tem aplicação subsidiária no Pro-
cesso do Trabalho, logo a conciliação, estabelecida na Lei em co-
mento é compatível com os ideais do Processo do Trabalho. Infere-
-se que o instituto da conciliação nasceu da justiça laborativa, e
passa a ser reafirmada pelo Novo Código devido a sua importância
para que haja maior colaboração das partes e celeridade processual.
A principal vantagem da conciliação é a celeridade proces-
sual, visto que as próprias partes se ajustam para solucionar seus
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Referências bibliográficas
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Capítulo 8
O esvaziamento político dos direitos
humanos a partir da construção
do conceito de humanidade
Introdução
O direito contemporâneo é resultado da tradição filosófica
moderna e seus aportes teoréticos, e os direitos humanos refor-
çam essa relação umbilical com a modernidade. Aliás, os direitos
humanos se confundem com o próprio direito contemporâneo,
tendo em vista que há uma expectativa de resolver os problemas
do mundo, como o estabelecimento da paz, a preservação da natu-
reza, as garantias fundamentais, enfim, não têm existido um limite
para o escopo normativo do (s) objeto (s) dos direitos humanos, e
nesse viés, todo o direito passa a ser direito humano.
O problema do trabalho consiste na ineficácia dos direitos hu-
manos a partir do conceito de humanidade, sendo que a hipótese é
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41 Importa destacar que o grego não utilizava a ideia de humano como critério
diferencial de pessoa, tanto que a “palavra humanitas apareceu pela primeira vez na
República Romana” (DOUZINAS, 2009, p. 196).
42 Por isto, judeus e mouros eram menos pessoas e não gozavam da igualdade plena
na alma. O judeu conseguia ser pessoa à medida que abandonava sua crença e se
tornava um “cristão novo”. Na época das Cruzadas isto se fez ainda mais evidente, e
os cruzados europeus mataram indistintamente qualquer outra pessoa que não fosse
da religião católica, incluindo os cristãos que viviam sob o catolicismo ortodoxo
ou os cristãos que viviam no território palestino. Vale consignar que o período
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medieval é marcado pela ausência de uma estrutura política que unifique a Europa
Ocidental, então, a religião acaba fazendo este papel.
43 Interessante a diferença entre Descartes e Aristóteles, diferença esta que evidencia
a mudança na concepção da pessoa na antiguidade e na modernidade. Enquanto
Aristóteles atribuía à capacidade política a condição de pessoa, esta, para Descartes,
se faz pela capacidade racional.
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tífico (GRAY, 2004). Aliás, Kant faz uma resenha do que seja a
Ilustração – palavra que corresponde ao Iluminismo – em termos
de racionalidade, como se fosse um amadurecimento da pessoa, do
homem. Atribui à preguiça e covardia a permanência em um es-
tado irracional, como se fosse uma menoridade. Kant vai além ao
afirmar que passar à maioridade é algo difícil não só para a maior
parte da humanidade, mas também para todo o belo sexo. No eixo
kantiano, a Ilustração é o esclarecimento humano pela razão, sendo
que o requisito é a liberdade, “a saber: a de fazer uso público de sua
razão em todas as questões” (KANT, 2005, p. 65).
Porém, é na “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”,
escrito em 1785, que Immanuel Kant vai detalhar as questões re-
lativas ao sujeito em uma acepção autonômica. A autonomia47 e a
liberdade perfazem uma conjuntura que alia completamente racio-
nalidade e vontade: “todo o ser racional deve considerar-se como
legislador universal por todas as máximas da sua vontade para, deste
ponto de vista, se julgar a si mesmo e às suas ações” (KANT, 2007,
p. 75). O resultado deste diagnóstico kantiano representa o ápice
do controle do sujeito sobre o objeto, sendo que a “consciência e
a vontade modernas tornam-se legislativas: sujeitos agora podem
examinar as regras por si próprias e podem rejeitá-las e substituí-
-las” (DOUZINAS, 2009, p. 200-201). A ausência de limitação ao
indivíduo passa a conferir o desenho atômico48 da autonomia que
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2. Qual modernidade?
A modernidade não é um conceito pleno e acabado, pelo
contrário, trata-se de um conceito em aberto e mais, em dispu-
ta52. O conceito de modernidade na perspectiva majoritária guar-
da uma promessa de emancipação que será conquistada à medida
que a modernidade for completada enquanto projeto. Esta visão é
contemporânea e encontra Habermas (2011) como adepto.
Conforme pontua Habermas (apud DUSSEL, 1993, p. 23):
“os acontecimentos históricos-chave para a implantação do prin-
cípio da subjetividade são a Reforma, a Ilustração e a Revolução
Francesa”. A constatação habermasiana sobre a modernidade evi-
dencia uma construção a partir de eventos exclusivamente euro-
peus e constitui o mainstream analítico da ciência social estabele-
cido em uma visão eurocêntrica adotada pelos Estados Unidos da
América, endossando um discurso hegemônico de modernidade
etnocêntrica, a qual afirma e reproduz uma modernidade de sen-
tido unilateral. Obviamente que a modernidade de Habermas re-
mete a uma filosofia mais antiga de escopo eurocêntrico.
Burke e Marx como críticos pioneiros dos direitos humanos em suas vertentes
abstratas, universalistas e sem determinação.
52 Em termos didáticos, a modernidade é classificada como um fenômeno da Idade
Moderna iniciada em 1453 com a Queda de Constantinopla. Autores europeus como
Kant e Hegel estipulam a modernidade como um movimento exclusivamente europeu.
Dussel (1993) questiona essa posição ao inserir a América Latina no processo.
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53 Este efeito é similar às análises de Foucault (2005), porém “o que Foucault não
conseguiu capturar em sua denúncia foi o eurocentrismo e o colonialismo”
(BALLESTRIN, 2013, p. 103).
54 Apesar de Hegel se contrapor filosoficamente a Kant, em termos de Iluminismo,
suas abordagens coincidem.
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Conclusão
O artigo buscou resgatar os efeitos políticos do conceito mo-
derno de humanidade, mais especificamente relacionando com o
esvaziamento político dos direitos humanos em sua ideia básica de
resistência. Não se trata de um ataque vazio aos direitos humanos,
os quais são uma conquista, uma meta e uma importante ferramen-
ta contemporânea na defesa da pessoa. Todavia, o que se pretende
com esta crítica é contemporizar o caráter inacabado dos direitos, os
quais sempre precisam ser revistos e redimensionados para que seu
tato com a realidade não seja perdido, pois a busca por efetividade e
eficácia ainda é a luta fundamental dos direitos humanos.
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Referências bibliográficas
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Capítulo 9
O processo de exclusão e o processo de
inclusão-políticas públicas no Brasil
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Introdução
Este capítulo faz uma rápida passagem pelo mundo das polí-
ticas publicas num período restrito, tentando mostrar o processo
de evolução destas ações governamentais no combate à exclusão
social no Brasil. Contata-se que foi muito lenta esta evolução e que
as estruturas sociais do Brasil não permitem grandes voos, apesar de
nos últimos tempos constatar-se umas melhorias nos dados sociais.
Outro aspecto abordado é a constatação de que as interven-
ções do Estado na área social acarretam uma dependência dos
Beneficiários, devido às perspectivas assistencialistas e a falta, em
médio prazo, de um programa de desenvolvimento das capacida-
des de superação. A necessidade de desenvolver outros programas
para superar estas incapacidades atrasa a solução desta problemá-
tica. É uma verdadeira rede de ações paralelas. Em suma, é apenas
um resumo sobre a consistência teórica da intervenção do Estado
neste fenômeno complicado da exclusão social. Fatores históricos;
e tentativas outras são citadas.
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2. A inclusão na exclusão
No Brasil, em tempos de colônia, a assistência social era ideali-
zada e implementada nas próprias fazendas, como foi bem observada
por Ribeiro (2007, p. 81) A proteção social relacionava-se diretamente
com a inserção do homem no mercado de trabalho e a assistência
social pelas instituições de caridades ou filantrópicas para aqueles que
estavam fora do processo produtivo, como bem disse Ribeiro:
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Conclusão
Nestes tempos que vivemos numa busca incessante por mu-
danças, a pobreza brasileira detém o centro das atenções e mesmo
de inquietações diante da tomada de consciência de que no mun-
do globalizado e num mercado em tempo de acelaração econômi-
ca, dificilmente alcançará as regras de civilidade dentro dos seus
padrões societários.O mercado descarta empregados que não con-
seguem acompanhar a modernidade desejada dentro da competi-
vdade econômica e neste processo de modernização o emprego
não está na meta principal dos Governos.
Este é o grande universo da pobreza brasileira, milhares de
pessoas afastadas do mundo do trabalho, das garantias das rela-
ções do trabalho e entregue ao mundo da filantropia ou nos tem-
pos atuais nas políticas públicas e distribuição de rendas. Muito
mais do que retórica política ou palavras escritas, a Constituição
Federal de 1988 trouxe para o mundo das discurssões políticas e
suas ações a realidade da exclusão social no Brasil. A Lei Or-
gânica da Assistencia Social (LOAS) e a criação des Conselhos
de Assistência Social trouxeram muitos debates de como o Es-
tado deveria interferir neste fenômeno enraizado no Brasil o da
exclusão principalmente da questão do Rendimento Mínimo de
sobrevivência.O quanto seria este mínimo? Quem deve perceber e
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Capítulo 10
Tecnologia, subjetividade e precariedade
do trabalho na era da globalização
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Introdução
As crescentes relações entre a consolidação de um novo para-
digma tecnológico produtivo e a precarização do trabalho, geradas a
partir da era da globalização é o tema do presente artigo. Assim, a
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Conclusão
As considerações finais a serem feitas, portanto, devem levar
em consideração que processo de globalização e sua relação com o
processo produtivo fomentou um desenvolvimento tecnológico au-
tonomizante, ou seja, de tomar a tecnologia, aparentemente, com
uma lógica própria e, desvinculada de seu fundamento produtivo.
Essa ideia encontra ressonância conforme a tendência produtiva
se afirma através da supressão do trabalho vivo e da valorização
do trabalho morto, ou seja, do trabalho alienado. Nesse sentido,
a historicidade atribuída à tecnologia implica em desconectar a
origem do fato, ou seja, de considerar a dinâmica de desenvol-
vimento tecnológico como um fenômeno positivo. Entretanto, é
necessário apontar que esse fenômeno não pode ser visto descon-
siderado dos desenvolvimentos contraditórios do capitalismo, ou
seja, de gerar, por um lado, a aparência da positividade sobre as
impossibilidades de realização e subordinação humana. A tecnolo-
gia, tomada como mercadoria, efetivamente é o ponto chave para
se compreender em que medida há uma necessidade imposta na
regulação de seus funcionamentos, sem reverter isso à preocupa-
ção humana, com o trabalhador - na medida em que a regulação
do patrimônio tecnológico acaba se tornando mais importante do
que a garantia de condições de trabalho que não sejam precárias.
Enquanto uma tendência mundial, a precarização do trabalho é
evidentemente o ponto chave de se entender como a garantia de
direitos aos trabalhadores está sendo reduzida a medida em que o
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