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TÍTULO

A INFLUÊNCIA DA ARTE NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


E EMOCIONAL DAS CRIANÇAS
Autora: Maria José Christovão da Silva
RESUMO
A finalidade deste trabalho é investigar o papel que a arte tem no processo de
desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças. A pesquisa basea-se na premissa
de que a exposição e participação em atividades artísticas têm impactos significativos
no desenvolvimento cognitivo e no bem-estar emocional das crianças.
A revisão bibliográfica abrange estudos psicológicos, pedagógicos e neurocientíficos
que exploram as relações entre a prática artística e diversos aspectos do
desenvolvimento infantil. Evidências destacam que a expressão artística promove a
cognição ao estimular áreas do cérebro relacionadas à criatividade, resolução de
problemas e pensamento crítico. Ademais, a arte oferece um meio de comunicação
não verbal que pode incentivar e facilitar a expressão emocional e o desenvolvimento
da inteligência emocional nas crianças. Exemplos de intervenções artísticas em
contextos educacionais formais e informais demonstram os benefícios tangíveis para o
desenvolvimento integral das crianças, incluindo melhorias na autoestima, habilidades
sociais e desempenho acadêmico. Por meio de metodologias mistas, como revisão
sistemática de literatura, este estudo visa contribuir para uma compreensão mais
abrangente do impacto da arte no desenvolvimento cognitivo e emocional infantil. Os
resultados sugerem que políticas educacionais e práticas pedagógicas podem se
beneficiar ao incorporar estratégias que promovam ativamente o envolvimento das
crianças com a arte, reconhecendo-a como uma ferramenta valiosa para a formação
holística dos indivíduos desde a primeira idade.

Palavras-chave: Arte. Desenvolvimento gognitivo e emocional. Educação


infantil.

1. INTRODUÇÃO
A expressão artística, ao longo da história, tem desempenhado um papel
fundamental no desenvolvimento humano, influenciando não apenas a estética,
mas também as dimensões cognitivas e emocionais. No contexto específico da
infância, a interação com a arte assume um significado ainda mais profundo,
moldando as percepções e habilidades das crianças em suas fases iniciais de
crescimento.

O presente estudo tem por objetivo explorar e compreender a influência


da arte no desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças, reconhecendo
a arte como uma poderosa ferramenta de expressão e aprendizado. Ao
analisar as diversas formas artísticas, como desenho, pintura, música, dança
teatro e literatura, pretende-se destacar como essas experiências moldam não
apenas a criatividade, mas também aspectos importantes do pensamento, da
emoção e da interação infantil.

A importância deste estudo reside na importância de entendermos como


a exposição à arte desde os primeiros anos de idade pode contribuir para o
desenvolvimento integral das crianças, instigando não apenas a apreciação
estética, mas também o desenvolvimento de habilidades cognitivas, como a
imaginação, a resolução de problemas e a comunicação emocional. Asssim,
este estudo tende contribuir para a promoção de aprendizados educacionais
mais enriquecedores e ternos, reconhecendo a arte como uma atuante
transformadora no processo de aprendizagem, desenvolvimento e crescimento
das crianças.

No decorrer deste trabalho, exploraremos estudos, teorias que elucidam


a relação entre a arte e o desenvolvimento infantil, buscando compreender
como as vivências artísticas podem ser integradas de modo eficaz nos
contextos educacionais para potencializar o crescimento cognitivo e emocional
das crianças.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 ARTE NO BRASIL


O conceito de arte no Brasil é abordado por diversos autores
renomados, cada um trazendo perspectivas particulares sobre a influência
cultural, social e histórica na produção artística brasileira. Dentre esses
autores, destaca-se Gilberto Freyre, sociólogo pernambucano conhecido por
suas contribuições no estudo da cultura brasileira.

De acordo com Gilberto Freyre, a arte no Brasil está profundamente


enraizada na miscigenação de culturas e na interação entre diferentes grupos
étnicos. Em sua obra "Casa-Grande & Senzala", Freyre destaca a importância
das tradições indígenas, africanas e europeias na formação da identidade
brasileira. Conforme ele, essa mistura de influências resulta em uma expressão
artística única, caracterizada pela criatividade, pela fusão de elementos
distintos, sendo assim para o autor, a arte no Brasil é uma expressão viva da
riqueza cultural do país, refletindo as complexidades e singularidades de uma
sociedade formada pela mistura de diferentes influências étnicas e culturais ao
decorrer dos séculos.

Além de Freyre, outros autores como Mário de Andrade, Oswald de


Andrade e Sérgio Buarque de Holanda também contribuíram para a
compreensão do conceito de arte no Brasil. Mário de Andrade, por exemplo,
desempenhou um papel crucial na valorização da cultura popular e folclórica,
buscando incorporar elementos autênticos brasileiros nas manifestações
artísticas.

Já Oswald de Andrade, foi um dos principais expoentes do Movimento


Modernista no Brasil, propondo a ideia de uma "antropofagia cultural", na qual
a arte brasileira precisaria tragar e reinterpretar influências estrangeiras,
transformando-as em algo legitimamente nacional.

Sérgio Buarque de Holanda, em "Raízes do Brasil", avalia a concepção


cultural do país, destacando a ambiguidade e as contradições presentes na
sociedade brasileira. Sua abordagem contribui para uma compreensão crítica
da arte como reflexo e agente transformador das complexidades do contexto
histórico e social.

Esses autores renomados oferecem perspectivas ricas e multifacetadas


sobre o conceito de arte no Brasil, refletindo a diversidade cultural e a riqueza
das manifestações artísticas que caracterizam o país.
2.2 Desenvolvimentos da cognição e da parte emocional da criança

O desenvolvimento cognitivo e emocional na infância é um campo


extenso de estudo, e vários teóricos têm contribuído para compreender como
essas dimensões evoluem ao decorrer do tempo.

Segundo Jean Piaget psicólogo suíço, as crianças passam por estágios


distintos de desenvolvimento ao adquirir conhecimento, sendo a infância
marcada pelo estágio operacional concreto, o qual ocorre aproximadamente
entre os sete e onze anos de idade. No decorrer desse estágio, as crianças
desenvolvem a capacidade de pensar de forma mais lógica e concreta sobre
acontecimentos e objetos do mundo ao seu redor, começam a compreender
conceitos como conservação (a ideia de que a quantidade de uma substância
permanece a mesma, mesmo que a forma mude), classificação e seriação.
Suas teorias sobre o desenvolvimento cognitivo são amplamente reconhecidas
e utilizadas.

Assim, o termo "operacional concreto" refere-se a essa competência


recém-adquirida de atingir operações mentais concretas em componentes e
acontecimentos reais, em oposição ao estágio anterior, chamado de
operacional pré-operatório, onde o pensamento é mais egocêntrico e menos
lógico. Piaget considerava o desenvolvimento cognitivo como uma construção
ativa do conhecimento pela criança, por meio da interação com o ambiente.
De acordo com Vygotsky, psicólogo russo se faz necessário que as
crianças tenham uma boa interação social para ter um bom desenvolvimento
cognitivo, por isso, ele desenvolveu o conceito de Zona de Desenvolvimento
Proximal (ZDP), que representa a diferença entre o que a criança pode fazer
sozinha e o que pode fazer com ajuda, enfatizando o papel categórico dos
adultos e dos pares no apoio ao desenvolvimento cognitivo e emocional.
Já o psicólogo e psicanalista alemão-americano Erik Erikson, propôs
uma teoria psicossocial que compreende a vida toda. Na infância, ele
identificou estágios, como o estágio da confiança versus desconfiança e o
estágio da autonomia versus vergonha e dúvida. Erikson destacou a
importância de enfrentar com sucesso os desafios emocionais em cada estágio
para o desenvolvimento pleno e saudável das crianças.
Segundo John Bowlby, psicólogo e psicanalista britânico, a formação de
ligações emocionais seguras com cuidadores é muito importante para o
desenvolvimento emocional saudável das crianças, sendo assim, desenvolveu
a Teoria do Apego, onde as interações iniciais da criança com os cuidadores
exercem um papel essencial na construção de modelos internos de trabalho e
na regulação emocional.
Já o autor Lawrence Kohlberg concentrou-se no desenvolvimento moral,
uma dimensão importante do desenvolvimento emocional. Ele sugeriu estágios
de desenvolvimento moral, progredindo desde o foco na obediência e punição
até a compreensão de princípios éticos abstratos, argumentando que o
desenvolvimento moral está relacionado ao desenvolvimento cognitivo.
Assim todos esses autores apresentam perspectivas fundamentais para
entendermos como as crianças desenvolvem suas capacidades cognitivas,
emocionais e como a exposição à arte pode contribuir para que isso ocorra de
forma plena e saudável. Com tudo, é importante notar que as teorias são
complementares, e o desenvolvimento infantil também é influenciado por uma
interação complexa de fatores genéticos, ambientais e sociais.

2.3 Influências da Arte sobre o desenvolvimento cognitivo e


emocional das crianças

A arte (desenho, pintura, dança, teatro, etc) exercem um papel muito


importante no desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças, desde
muito cedo.
Segundo Viktor Lowenfeld, psicólogo do desenvolvimento, o desenho é
de extrema importância como forma de uma criança ou até mesmo um adulto
se expressar emocionalmente, sua teoria aborda alguns pontos importantes
como: Expressão de Emoções, Desenvolvimento da Personalidade, Linguagem
Visual, Desenvolvimento Cognitivo e Emocional Integrados, Desenvolvimento
Artístico.

De acordo com Lowenfeld a arte oferece às crianças modos não verbais


de expressar emoções que podem ser complexas e em algumas idades
impossíveis de dividir de outro jeito, como no caso de uma criança que não
sabe falar. Desenhar, pintar e criar permite que as crianças canalizassem e
achem atalhos para compreender suas emoções de modo saudável,
processando-as de forma benéfica.

O autor acreditava que a participação em atividades artísticas como


desenhos, pinturas, texturas, etc, exercem um papel muito importante e
necessário no desenvolvimento integral da personalidade. Envolver-se na arte
proporciona chances para a autoexpressão, o que, por sua vez, colabora para
a concepção e o fortalecimento da identidade individual.

Lowenfeld ressalta a seriedade da linguagem visual como uma forma de


comunicação, argumentando que, ao aprender a criar visualmente, as crianças
desenvolvem habilidades importantes de comunicação que podem ser
passadas para outras áreas de suas vidas. Ele não via o desenvolvimento
cognitivo e emocional como processos separados. Por meio da arte, as
crianças podem ampliar habilidades cognitivas, como observação, análise e
síntese, enquanto cultivam e expressam suas emoções.

Assim, Lowenfeld sugeriu uma série de estágios de desenvolvimento


artístico pelos quais as crianças comumente passam ao longo de seu
desenvolvimento. Ele apresentou esses estágios, ressaltando como as
expressões artísticas evoluem ao grau que as crianças crescem e
desenvolvem suas habilidades cognitivas e emocionais:
Garatujas: consiste na primeira forma de expressão da criança, sendo
muito importante para o desenvolvimento sucessivo da criança e para que isso
ocorra às garatujas necessitam ser reconhecidas e apreciadas pelos adultos,
para que a criança note que sua maneira de se expressar está sendo aceita.
Segundo Lowenfeld 1947 (p.115) “esse primeiro rabisco é um enorme
passo no seu desenvolvimento, sendo o início da expressão que a levará tanto
ao desenho e à pintura, como à palavra escrita”.

As garatujas classificam-se em três categorias principais: as garatujas


desordenadas, as garatujas ordenadas ou controladas e as garatujas
nomeadas.

Garatujas desordenadas: a criança não tem qualquer intenção ao


desenhar, rabisca o papel apenas pelo prazer, assim como diz Lowenfeld
(1947, p. 119), “o modo acidental de distribuir as linhas que traça é, contudo,
um motivo de extremo prazer para a criança”, nesse primeiro momento a
criança não tem domínio sobre o pulso e os dedos ao segurar o lápis.
Para Lowenfeld (1947, p. 117),
Os primeiros traços são, geralmente, fortuitos, e a criança parece não perceber
de que poderia fazer deles o que quisesse. Variam em comprimento e direção,
embora possam repetir-se algumas vezes, à medida que a criança movimenta
o braço para trás e para frente. Além disso, ele pode estar olhando para outro
lado, enquanto faz esses traços, e continua ainda garatujando.

Ou seja, a criança ainda não associa suas produções com o ambiente o


qual vive, não é intencional, na maioria das vezes seus rabiscos são livres, não
se vinculam a uma forma característica, o que a incentiva a desenhar no papel
é descobrir que pode gravar seus movimentos e isso lhe proporciona prazer.
A criança começa usar as cores somente por divertimento, portanto a
figura humana, o espaço e o plano ainda não existem, seus movimentos são
feitos com a movimentação do ombro, ainda sem controle motor.
Assim não faz bem para uma criança incentivá-la a desenhar figuras
reais, pois temos que respeitar seu tempo, dando valor ao que ela fez, mesmo
não compreendendo o quer dizer.

Garatujas controladas ou ordenadas: comumente a partir dos quatro


anos de idade “a criança se depara com o domínio visual sobre os traços que
está fazendo, com essa descoberta a criança é instigada a tentar novos
movimentos repetidos e ordenados, tentando ter um controle motor”. Lowenfeld
(1947, p. 120).
Nessa fase, as linhas são mais fortes no papel, podendo ocorrer em
todas as direções, horizontalmente, verticalmente ou delineando círculos.
Empregará cores variadas em seu trabalho, mas ainda sem intencionalidade,
apenas por puro entretenimento. Se antes tinha dificuldade de continuar no
limite da folha, agora gosta de preencher a folha toda. Depois começa uma
articulação do cotovelo, ao passo que antes era somente a movimentação do
ombro. A figura humana em si, o espaço e o plano ainda não existe para a
criança.
Garatujas Nomeadas: Nessa etapa as crianças começam a nomear as
garatujas, podendo ser a mãe, o cachorro, começando a fazer conecção entre
seu desenho e o mundo que a rodeia.
Segundo Lowenfeld (1947, pg.124), “antes, a criança podia sentir, às
vezes, a relação entre o que tinha desenhado e algum objeto; agora desenha
com uma intenção”. Os traços podem estar distribuídos por toda a folha, sendo,
às vezes, seguido por uma descrição do que está sendo desenhado.
A criança faz uma tentativa de fechar a forma, fazendo alguns círculos,
como primeira tentativa de representação, nessa etapa já empregará as cores
de acordo com significados estabelecidos por ela. Agora a figura humana é
puramente imaginativa, e já há um controle dos movimentos e a articulação do
pulso é que faz os traços.
Já o autor Rhoda Kellogg pesquisou o desenvolvimento motor e
cognitivo de crianças por meio de desenhos, seu trabalho destacou como a
arte, em particular, o ato de desenhar, está intrinsecamente ligada ao
desenvolvimento motor e cognitivo.
Segundo Gardner a arte pode ser uma maneira de desenvolver e
expressar diferentes formas de inteligência, incluindo a inteligência visual-
espacial, ele é conhecido por sua teoria das inteligências múltiplas.
Vygotsky destacou que a arte exerce um papel essencial no
desenvolvimento da imaginação e na internalização de conceitos culturais. Por
meio da arte, as crianças podem explorar e expandir sua compreensão do
mundo ao seu redor.
Margaret Naumburg foi uma educadora e psicóloga que exerceu um
papel expressivo no desenvolvimento da terapia artística, conhecida também
como arteterapia, acreditava profundamente na conexão entre arte e saúde
mental, ressaltando como a ação criativa na arte pode ter fins terapêuticos.
A autora expandiu sua abordagem no início do século XX, integrando
conceitos da psicanálise de Sigmund Freud e da teoria do desenvolvimento
infantil, vendo a arte como um meio de demonstração simbólica que permitia
aos sujeitos explorarem seus pensamentos e emoções de modo não verbal.

Expressão Emocional: A autora acreditava que a arte proporcionava um


modo único de expressar emoções intensas e difíceis. Para ela o ato de criar
arte permitiria que os sujeitos canalizassem suas experiências internas de um
jeito que as palavras por si só não conseguiriam obter.

Simbolismo e Subconsciente: Naumburg acionava a ideia de que a


criação artística abrange símbolos e imagens que têm significados
subconscientes. Ela acreditava que interpretando esses símbolos, os
terapeutas poderiam auxiliar os sujeitos a compreender melhor seus próprios
pensamentos e sentimentos.

Processo Criativo como Autoconhecimento: Segundo a autora a técnica


criadora na arte não servia apenas para fazer obras de arte esteticamente
agradáveis, mas, sobre a ação de descoberta pessoal e de autoconhecimento.
Naumburg enxergava a concepção artística como um meio de descobrir
assuntos inconscientes e resolver conflitos internos.

Terapia Artística em Educação: Mais a frente da terapia individual,


Naumburg aplicou suas descobertas na area da educação, ampliando
procedimentos de ensino que acionavam a expressão artística como uma
ferramenta para o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças.
Desse modo a influência de Margaret Naumburg pode ser vista na
estabilização da arteterapia como uma disciplina terapêutica reconhecida,
sendo que sua abordagem continua a influenciar profissionais de saúde mental
e educadores que reconhecem o valor do processo criativo na arte como uma
ferramenta poderosa para promover a cura emocional e o autoconhecimento.
A autora ainda ressalta em seu trabalho como o processo criativo na arte
pode ser terapêutico, auxiliando as crianças a lidar com emoções, traumas e
problemas emocionais. Naumburg é considerada uma das pioneiras da terapia
artística.
Edwards, em seu livro "Desenhando com o Lado Direito do Cérebro",
explora como o desenho pode melhorar a percepção visual e a habilidade de
observação, motivando o desenvolvimento cognitivo.

3. CONCLUSÃO

A influência da arte no desenvolvimento cognitivo e emocional das


crianças é um campo de estudo vasto e fundamentado em diversas teorias e
práticas. Ao analisar como a arte contribui para o crescimento integral das
crianças, fica evidente que essa influência é multifacetada, impactando não
apenas o aspecto criativo, mas também promovendo habilidades cognitivas,
emocionais e sociais. Assim, apresento uma conclusão destacando alguns
pontos- chave dessa influência positiva:

Na expressão emocional a arte proporciona às crianças um ambiente


seguro e não verbal para que possam expressar emoções difíceis. Por meio de
pinturas, desenhos ou esculturas, elas podem expor sentimentos que podem
ser complicados de falar verbalmente. Assim se promove o desenvolvimento
emocional ao encorajar a autoexpressão e a compreensão de suas próprias
emoções.

Inserir-se em atividades artísticas instiga a criatividade das crianças,


encorajando a geração de ideias originais e soluções inovadoras. Esse
processo criativo colabora para o desenvolvimento cognitivo, promovendo a
capacidade de pensar de forma flexível e resolver problemas de modo
imaginativos.

Atividades artísticas, como desenhar, recortar e modelar demandam


coordenação motora fina. Sendo assim, o desenvolvimento dessas habilidades
motoras não só é essencial para a execução de tarefas cotidianas, mas
também tem impacto positivo na preparação para habilidades acadêmicas,
como escrita e manipulação de objetos.

Para participar de atividades artísticas é necessário ter foco intenso e


prolongado, esse processo de criação demanda atenção aos detalhes, isso
contribui para o desenvolvimento da capacidade de concentração e
persistência, habilidades importantes para o sucesso acadêmico e pessoal.

As atividades artísticas comumente acontecem em contextos sociais,


seja em sala de aula, em grupos de arte ou em casa com a família. A
participação nessas atividades promove habilidades sociais, interações, como
colaboração, comunicação e respeito pelas ideias dos outros, contribuindo para
o desenvolvimento emocional e social das crianças.

A criação artística permite que as crianças vejam e apreciem suas


próprias realizações, esse reconhecimento positivo contribui para o
desenvolvimento da autoestima e confiança, aspectos importantes para o bem-
estar emocional.

Desse modo, a influência da arte no desenvolvimento cognitivo e


emocional das crianças é ampla e positiva. Ao proporcionar uma forma única
de expressão, estimular a criatividade, desenvolver habilidades motoras e
sociais, e excitar a autoestima, a arte surge como uma ferramenta valiosa no
processo de crescimento e aprendizado das crianças. Integrar atividades
artísticas na educação e na vida cotidiana das crianças pode enriquecer
significativamente sua jornada de desenvolvimento.

Portanto esses autores e suas contribuições ressaltam o valor da arte e


do desenho no desenvolvimento holístico das crianças, influenciando tanto
aspectos cognitivos quanto emocionais. Por meio da expressão criativa, as
crianças podem ampliar habilidades essenciais para o crescimento intelectual e
emocional.

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