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OS FUTU
ROS CIENTISTI
S SOClllS
Algumas características. avaliações e expectativas dos
alunos de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo
OSFUTUROSCIENTISTASSOCIAIS
Algumas características, avaliações e expectativas
dos alunos de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo
TOMBO.:83747
l;Bt)--FE'LCH--UE?
São Paulo.1980
&)Y..
'p 8 'a8.F
e.3
UNIVERSIDADE DESÃOPAULO
Reitor: Prof. Dr. Waldyr Muniz Ogiva
Vice-Reitor: Prof. Dr. Antonio Bruto da Cunha
Secretário Geral: Dr. José GerandoSoaremde Melão
1. INTRODUÇÃO 5
4. AVALIAÇOESEEXPECTATIVAS 29
5. O CURSO EA CARREIRA 39
5.1 . A formação incompleta 39
5.2. Notas pessoaispara um debate 47
5.3. Um depoimento coletivo: Falam os alunos 50
1-INTRODUÇÃO
5
1.1 A pesquisae o presente relatório
6
tempos do AI 5 -- deverá merecer um tratamento nos próximos
meses
Neste relatório, forneço exclusivamente os dados mais ele-
mentares sobre características sociais e económicas dos alunos,
bem como alguma coisa a respeito da imagem que o aluno formou
do curso e da profissão. Limitei-me a apresentaralgunsresultados
separando alunos por período, por sexo e, em alguns casos, por
tempo de curso. Creio que isto, para um começo, é suficiente.
Certo de que boa parte dos professorese especialmentedos
alunos desconhece algumas informações importantes sobre a com
posiçãocurricular e a contagem de créditos, incluí nesta Introdu-
çãoalgunsdados que me pareceraminteressantes,agregando tam-
bém informações sobre o número de alunos que se formam anual-
mente.
No decorrerda exposiçãolimitei-me a descreveros resul-
tados, ou simplesmente a apresenta-los em forma de tabelas
simplificadas.
Análises, conclusões e propostas, espero possam decor-
rer -- seguindoo projeto original -- de um trabalho coletivo de
reflexão. Sem esta esperança. eu não teria justificativa para
apresentar este relatório.
A última seção deste relatório (''Um depoimento coletivo:
falam os alunos'') apresentauma montagemfeita a partir de depoi-
mentos de alunos, colhidos em março de 1980 com auxílio de uma
equipe de estudantes do curso de Ciências Sociais.. Pensoque sua
leitura pode fornecer elementosaos quais não se teria acessoatra-
vésdo levantamentode 1977. Justifica-se
tambéma inclusãodes-
ta seção na medida em que ela pode, com as devidas restrições,
acrescentar informações atuais aos dados estatísticos de 1977. To-
das as demais seçõesdo presente relatório foram redigidas antes
do acesso a estes novos dados.
1 .2 -- A estrutura curricular
.7
Ciências Sociais tem a mesma estrutura curricular tanto para os
alunos da tarde quanto para os da noite. Em quatro anos. con-
cluindo as disciplinas básicas e mais as optativas. o estudante
pode obter o bachareladoem CiênciasSociaise também sua li-
cenciatura pela Faculdade de Educação.
Anualmente.sãooferecidas 100 vagaspara o diurno e 100 pa-
ra o noturno.
As disciplinas obrigatórias a serem cumpridas nos dois pri-
meiros anos, cada uma com duração de um semestreletivo são:
Antropologia l e }l, Sociologia 1, 11e 111,CiênciasPolítica 1, 11e
111.Métodos e Técnicas de Pesquisa1, 11e lll, Introdução à Proba-
bilidade e à Estatística l e 11.GeografiaHumanaGeral e do Brasil,
História Económica, Política. Social, Geral e do Brasil. Introdu-
ção à Economia l e ll, Instituições Políticas Brasileiras,Estudo
de Problemas Brasileiros l e 11e Educação F ísica.
As disciplinas optativas são fornecidas pelas três áreasdo De-
partamento, Antropologia, Ciência Política e Sociologia,podendo
o aluno cursar.também disciplinas oferecidaspor outros Departa-
mentos. Atualmente (1980), as disciplinas optativas departamen-
tais, oferecidaspelas três áreasdo Departamento,sãoas seguintes:
Área de Antropologia
8
Área de Ciência Pol ítica
Área de Sociologia
9
Estas disciplinas podem ser suprimidas do currículo, ofe-
recidas ou não em determinado semestre e acrescidas de outras.
Paraa matrícula em qualquer delas o aluno deve observaro siste-
ma de pré-requisitos e adequar-seao horário, não podendo, obvia-
mente. se inscrever em disciplinas dadas no mesmo horário. Cada
disciplina é sempre oferecida, no mesmo semestre,para os dois
turnos.
A seleção das optativas, com as duas ressalvasanteriores.
é de responsabilidadeúnica do aluno.. Não existe um plano para
a formação de sociólogo, antropólogo ou cientista político, po-
dendo o aluno compor seucurrículo como achar melhor.
Além das disciplinas básicas de Métodos e Técnicas e de uma
ou outra optativa, não são oferecidas disciplinas especialmente
voltadas para uma formação profissional que leve em conta a de;
manda possível de técnicos em pesquisa social. No entanto, um
grande número de disciplinas optativas prevêemem seuconteúdo
programático elementosque favorecema aquisiçãode conheci-
mentos técnicos. O curso não conta no momento com nenhum
programa de treinamento sistemático em pesquisa, embora alguns
alunos possam se engajar em pesquisas desenvolvidas pelos docen-
tes
No decorrer do curso, o aluno tende a voltar seu interesse
particularmente para uma das três áreasdo Departamento. Isto
não impede.contudo, que ele freqüêntedisciplinasfora de sua
área de preferência. Em 1977, segundo as declarações encontra-
das nos questionários, a preferência entre os alunos que já haviam
conclu ído as disciplinas básicas era a seguinte:
10
1.3 -- A "Contabilidade'' acadêmica
]977
1976 36,2
1975 36,7
1974 25,7
1973 20,0
1972 10,0
1971 l0,5
1970 11,8
ou antes
12
Em termos da legislaçãovigente. o aluno pode cumprir um
mínimo de 12 créditos por semestree um máximo de 20. Isto
situa o tempo hábil de realizaçãodo curso entre 4 e 5 anospara o
bacharelado,tempo que pode ser estendido para 10 anos.
A partir do segundo ano, o aluno pode transferir-se de um
turno para outro. Os dados disponíveis mostram uma maior con-
centração no turno da noite, que tem contado com aproximada-
mente 500 alunos contra 350 no diurno nos últimos 6 anos. Es-
tes números,confrontados com aquelesapresentadosna Tabela l,
levantam a suposição de que a maior incidência de evasãose daria
nos dois primeiros anos, passandoos retardatários a ocupar o lugar
deixado pelos que abandonam o curso.
C)s números de bacharéis formados nos últimos anos estão
dados na Tabela 2.
em relação ao número
de vagas
1978
1977 41,0
1976 32,0
1975 53,5
1974 47,5
1973 75,0
]972 44,0
13
ra cadaturno) nos últimos 3 anos. Em relaçãoa 1968o número
de alunos novos admitidos foi bem maior do que este número de
vagas. É possível que isto explique parcialmente astaxas mais ele-
vadas observadas para o período de 1973 a 1975. Em relação aos
demais cursos mantidos pela Faculdade de Filosofia, o Curso de
Ciências Sociais se situa entre os que apresentam menores taxas de
desistência.
A Tabela 3 fornece as evidências deste fato. Para efeito de
cálculo, tomaram-se os dados referentes aos anos de 1975 a 1978
operando-se com as médias destes anos para se evitar efeitos de
flutuações provocados por inúmeros fatores. Note-seque Geogra-
fia é o curso que forma mais alunos em relação aos que ingressam.
Segue-se Ciências Sociais com 5% acima da média para toda a
Faculdadede Filosofia, cujo índice é próximo a 35%.
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2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS ALUNOS
17
2.1 . -- Diurno persas noturno
Período
%odeâlunosdo
sexo masculino
dade média
% de alunos que
trabalham
go de alunos casados
com cônjuges estu-
dantes
% de alunos que
fizeram madureza
ou supletivo
% de alunos que
dispõem de carro
para vir à escola
18
Para as demais variáveis arroladas. as diferenças são pouco
significativas, embora aquelas que mostraram diferenças mais
relevantes são bastante importantes na caracterização de uma
clientela algo diferente no curso noturno, já que ó fato do aluno
trabalhar interfere fortemente no seu desempenho acadêmico,
restringido que fica o tempo disponível para dedicação aos estu
dos
O fato do aluno trabalhar ou não, entretanto, não diz tudo a
respeito dessadisponibilidade. A Tabela 5 mostra que há grande
variaçãono númerode horasque o aluno gastacom o trabalho.
Pode-severificar que o número de horasgastocom o trabalho é
proporcionalmente maior entre os alunos do curso noturno.
19
vidas pelos alunos. No momento, vale ressaltarque, de acordo
com a Tabela 4, 20,1 % dos alunos de CiênciasSociais concluíram
ou estão frequentando um outro curso universitário. Entre os
casados,43,5% têm conjuges que continuam estudando com maior
percentagemno noturno. 30,0% dispõe de carro para virem à es-
cola e apenas10,0% dos alunos completaram o curso médio pelo
sistema de madureza ou supletivo.
20
dificuldades para dispor de tempo de dedicação ao curso. No
con)unto estudado, eles representam.no entando, apenas8.1%do
total de alunos, enquanto as alunas solteiras somam 51,1%, ou se
ja, pouco mais que a metade do corpo discente.
No conjunto, os homens trabalham mais horas semanaisque
as mulheres,sendo a taxa de tempo integral 18 horas por dia)
igual a 49,1% para os alunos e 30,2% para as mulheres.
Homens Mulheres
que trabalham
de cônjuges
estudantes
% de cônjuges
com trabalho
regular
( ') Por sua reduzida participaçâb no conjunto dos alunos. foram elimi-
nados das tabelas uns poucos casos de desquitados ou separados. Os
alunos que voltaram a se unir conjugatmente. foram juntados na
categoria dos casados. Aqueles excluídos quando se dá a distribui-
çãopor estadoconjugalforam. no entanto.incluídos no total. Pa-
ra efeito da pesquisa o estado conjugal não é necessariamente sina
nimo de estado civil
21
Outra informação interessante é que 85,5% das mulheres
casadastêm cônjuges com curso superior, enquanto que entre os
homens esta taxa é de 59,0%. Ainda mais, 50,0% dos conjuges
dos alunos continuam estudando, contra 40,3% para o grupo das
alunas, donde se supõe que, a curto prazo, as taxas de endogomia
quanto à formação superior tendem a se equiparar para ambos
os sexos, cabendo, no momento, maior empenho dos homens
na manutenção da família. O efeito desta situação pode ser ava-
liado pelo tempo de ''retardo'' na obtenção dos créditos, que para
os homens casadosé maior que o observado para o total dos alu-
nos. Igualmente. a aluna casada leva mais tempo para a obtenção
de créditos que a aluna solteira. No conjunto de alunos, as percen-
tagensdaqueles que ingressaramantes de 1972 e que, portanto,
já poderiam ter conclu ído o curso são as seguintes:
GRUPO % de "atrasados'
homens solteiros .
8.9
homens casados .
36,8
mulheres solteiras 7.1
mulheres casadas
16,6
22
Um dado interessante diz respeito à origem escolar do aluno
Entre os calouros, a porcentagem dos que frequentaram escola
secundáriaprivada mais curtinho preparatório para vestibular é
maior que a encontrada entre alunos na fase intermediária e mais
ainda entre aquelesque estãoconcluindo o curso.
2.4 -- Trabalho
23
Os homens recebem por seu trabalho mais que as mulheres
conforme indicam os dados a seguir:
Homens Mulheres
Sexo Turno
OCUPAÇÃO Diurno l Noturno
Masculino Feminino TOTAL
Gerentes de
empresa 7,9 0,5 ],1 4,4 3,4
Altos fun-
cionários 2,6 0,5 - 2,0 1,4
Profissão-
naif liberais 3,5 - - 2,0 1.4
Professores
e intelec-
tuais 14,0 6,6 6,6 10,7 9,5
Técnicos as-
salariados 29,8 37.4 57,1 24,4 34.5
Pequenos
proprietá-
rios
Empregados
de escritório
Outros
- 24
T
3- DADOSSOBREAORIGEMSOCIAL
25
TABELA8 C)cupação dos pais dos alunos, por período
Período
Ocupação do pa Diurno soturno Total
Empregados de
escritório 6,1 9,8 8,1
Outras
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No conjunto, é bastante elevadaa proporção de pais e mães
com instrução superior (33,9% e 14,4%, respectivamente). tenden-
do os pais a apresentarem níveis mais elevadosque as mães. Quan-
do se comparam os turnos, as conclusões apontadas pela ocupação
do pai são bastante reforçadas, originários que são os alunos da
tarde de famílias com n íveis de instrução mais elevados.
Com respeito à instrução dos avós, os dados mostraram que
em 17.8% dos casos pelo menos um dos avós teve instrução su-
perior. Para o noturno esta taxa foi de 13.9% e de 22,6% para o
diurno.
Reforçando as conclusões quanto a diferenciação dos alunos
dos dois períodos, a renda mensal familiar do aluno. distribui-se
também de forma diferenciada. conforme mostram os dados se-
guintes:
28
4 AVALIAÇÕESEEXPECTATIVAS
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5- O CURSOEACARREIRA
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Em Sociologia . 26,1 54
em Antropologia 6,8 14
em Ciência Pol ética 30,9 64
em outra área 7,7 17
Isto indica que o mestrado tende a ser visto como uma espé
cie de prolongamento ''natural" do curso de bacharelado,como o
doutorado em relação ao mestrado, fato suficiente para se pensar
numa política de pós-graduação bastante di.ferente daquela h.oje
praticada na Faculdade de Filosofia. Atualmente. o pós-graduan
do se inscreve somente após ser aceito por um professor orienta-
dor. Cada professor-orientador, por recomendação do MEC, so-
mente pode orientar cinco candidados,os quais, por sua vez,
'ocuparão'' a vaga por cinco ou seteanosantes de concluir o mes
tudo, o que provocaum total congestionamento
no fluxo de
alunos.
O Departamento de Ciências Sociais conta hoje com 33 pro-
fessores-orientadores, oque equivale a 165 vagaspara mestrado e que
somente são abertas quando os alunos inscritos obtêm o título de
mestre, ou quando são desligados. Considerando-se a média oti-
mista de 5 anos por aluno (o prazo máximo é de 7 anos), haveria
uma oferta de 33 vagasanuais nas três áreas,o que na prática não
acontece. pois o Departamento só regularizará seu fluxo dentro
de 4 ou 5 anos, uma vez que há casosremanescentesda orienta-
ção anterior, segundo a qual cada professor podia receber 12 orien-
tandos, ou mais em situações especiais.
Supondo a média otimista de novas 33 vagasanuais para o
mestrado, ainda assimseria impossívelatender as necessidades do
Departamento que somente entre os seus alunos graduadosa cada
ano contaria com a demanda de 51 alunos potencialmente interes-
sados. A estes deve-se acrescentar os candidatos formados pela
41
USP nos anos anteriores e os provenientesde outras instituições
de São Pautae outros Estadosincluindo os que parao Departa
mento se dirigem através do plano PICD do MEC.
O Curso de Pós-Graduaçãoem Ciências Sociais titulou. desde
1971 (ano de sua implantação) até 1979, 1 18 mestrese 33 douto-
res e estai.com suas vagas praticamente cotadas, prevendo-se para o
próximo ano a abertura de 15 a 20 vagas-- uma estimativa calcula-
da na base do ''máximo otimismo'
Assim. o aluno que -- por decorrênciada própria incapacida-
de do curso de bacharelado ser concluído como prometo acaba-
do -- vai mais uma vez se depararcom o problema que o vem per-
seguindo desde sempre: falta de vagas,embora possa contar com
os cursos da UNICAMP e da PUC-SP,sendoque nestaúltima, que
abre em média 30 vagas por ano, através de concurso vestibular,
o custo das mensalidadesé extremamente elevado para a maioria
dos interessados.
Diante disto tudo, creio ser de extrema urgência repen-
sar -- mais uma vez, por que não? -- o próprio curso de graduação.
Aliás, este não é, certamente. um problema exclusivo da USP.
Há duas maneiras iniciais de se encarar a questão. Apr/me/ra,
dar por certo que o curso de CiênciasSociais não visa à formação
para atuação profissional e que, portanto, sua função estaria res-
trita ao fornecimento de ''cultura geral'', como curso de formação
intelectualcomplementar. É, se não a verdadeira,por certo a
alternativa mais cómoda. Como consequênciadela, corre-seo ris-
co de abandonar ó curso à passividadeconservadora. A oposição
a este tipo de passividadese faria internamente no conteúdo pro-
gramático das ''disciplinas críticas'', sem que o curso, como um
todo, tivessequalquerobjetivo geralde atingir um ou maisfins
explicitamente postos, que não a vaga intenção da formação em
aberto, e de responsabilidade individual dos alunos que compõem
seu currículo, ao se inscreverem nesta ou naquela disciplina opta-
tiva. A segunda. implicaria a definição de objetivos específicos,
com a necessáriaapresentaçãode opções bem definidas e organi-
camente planejadas,de modo que, ao final do 2o ano, o aluno já
pudesseter idéia das diferentes alternativas de trabalho e também
de direcionamento teórico-intelectual. Poderia se atender. portan-
42
to, àquelesque pretendemtrabalhar como cientistassociaise os
que procurará no curso complementação para sua formação profis-
sional paralela (obtida através de outros cursos), ou simplesmente
aprimoramento intelectual genérico não voltado especificamente
para o mercado de trabalho, mas para outras atividades de caráter
social que não visam necessariamente a ocupação remunerada, sem
contudo deixarem de ter importância social.
Nos últimos anos, os alunos saídos dos cursos de Ciências
Sociais, e que quiseram e lograram trabalhar na área de formação
vêm atuando em três carreiras principais:
1) como professor de ensino médio e superior,
2) como técnico de pesquisasocial e
3) como pesquisadorcientífico.
Vejamos,no entanto, como estas três carreirasna verdade
se integram e dependem. no nível de formação especializada. da
própria concepção que se faz da sociologia, da antropologia e
da ciência política. tal como são ensinadas na Universidade e tal
como, enquanto ciências, se desenvolvem a partir da postura de
seus profissionais perante elas mesmas.
A reforma do ensino de lç e 29 graus limitou a já então pre-
cária participação dos licenciados como professoresdo ensino mé-
dio. O ensino Normal (hoje denominado Habilitação Especí-
fica para o Exercício do Magistério), que durante muitos anosse
constituiu em uma das peçasmais importantes da estrutura educa-
cional no Brasil. consistia,basicamente,o núcleo central de atua-
ção do cientista social, como professor de sociologia geral e so-
ciologia educacional. A redução da importância daquele curso na
cstrutura do ensino e mais a introdução no ensino médio da dis-
ciplina Estudos Sociais-- fusão retrógrada. que, incapaz de realizar
a síntese do conhecimento, se compraz em lançar ao olvido os
avançosdo conhecimento especializado-- reduziu, em termos re-
lativos de oferta e procura, as oportunidades do cientista social no
mercado de trabalho como professor de sociologia. Do mesmo
modo, como contrapartida qualitativa do processoem geral provo-
cado por essamudanças, deu-se o aviltamento da sociologia como
componente curricular capaz de oferecer alcanceintelectual o/lgá-
r7üo ao conjunto do conteúdo programático voltado para o aluno
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44
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dependentes . . . '' (Florestan Fernandes -- .4 soc/o/og/a /}o Bus//
Petrópolis, Vozes, 1977, p. 39)
O pesquisador científico poderá encontrar emprego em
instiuições científicas extra-acadêmicas, que, no entanto, além
de serem poucas, acabam por exigir do pesquisador titulação
acadêmica. Esta exigência se explica, em parte, pela condição
financeira deste tipo de instituição, que dependede dotações de
verbas por parte de agências financiadoras, as quais, via de regra,
levam em consideração os títulos dos pesquisadores. Outra estra-
tégia desses centros não universitários de pesquisa consiste em
agregar pesquisadores bolsistas. Por sua vez, é requisito impera
tivo para se candidatar a uma bolsa de estudos ou pesquisaa fre-
quência a cursos de mestrado e doutorado.
Em terceiro lugar, cumpre destacar a profissão do fécn/co.
A maioria das agênciasgovernamentais, muitos dos institutos pri
vados de planejamento e empresas de pesquisa de mercado necessi
tâm de técnicos formados em CiênciasSociais,embora aí também
a demanda seja muito inferior à oferta. O que faz este profissio-
nal? Opera com dados, planeja e executa pesquisasdescritivas,
prepara diagnósticos,.faz levantamento de markef/ng, avalia a
opinião pública a respeito de fatos, produtos, projetos e persona-
gens. E. na quase totalidade, têm um grande sonho: ''Gostariam
de sersociólogos
Pela própria natureza da técnica empregada, a pesquisa reali
zada com os alunos não tratou destes problemas de modo satis-
fatório. Entretanto. o convívio cotidiano com os alunos me auto-
riza em parte a lembrar que o problema do empregoé bastanteim-
portante e interfere não só no ritmo que o aluno imprime à sua
referida ''contabilidade'' acadêmica. mas também na própria cre-
dibilidade dele frente à CiênciasSociais. Lembremo-nosque. no
tordo, a grande promessa do curso é a formação intelectual.
Descartada a hipótese da formação técnico-profissional e considera-
da a dificuldade de ocupação no magistério, o curso teria a ofere-
cer uma formaçãoteórica geral, complementadapor um mínimo
de formação técnica,mostrando, inclusive, como a teoria e a técni-
ca no nível do discursocientífico estãometodologicamente com
prometidas.
45
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No decorrer do curso, frequentando um conjunto muito di-
versificado de disciplinas, torna-se difícil para grande parte dos alu-
nos entender a que vém as CiênciasSociais. Lidando todo dia
com teorias e problemas de mudança -- nos diferentes planos da
sociedade.
da cultura e da política, em quea economiae a histó-
ria entram quase sempre como pressupostos metodológicos abs-
tratos -- o estudante enquanto candidato a cientista social, tende
a perder de vista que a promessada formação intelectual somente
pode se concretizar no momento de sua identificação com ''algu-
ma dasa/fernaf/pas po//filas da mudança (as quais poderiam ser
reduzidas a três possibilidades básicas -- conservantismo cultural,
reforma social ou revolução social)", nas palavrasdo Professor
Florestan Fernandes (obra citada. p. 269). Entretanto, não creio
que este requisito seja exp//c/fado pela dinâmica do próprio curso.
Evidentemente.a opção por uma prática teórica implica o engaja-
mento em um trabalho científico de transformaçãodos resultados
obtidos pela pesquisaempírico-indutiva,e teoricamenteorienta-
da de acordo com a alternativa assumida.em tecnologia da mu-
dança. A maior dificuldade reside no fato de a tecnologia da ciên-
cia socialse desenvolverno domínio da práticapolítica, ou seja,
cabe à ciência social, como pretendiam seus fundadores mais emi-
1 nentes, fornecer à comunidade os fundamentoscientificamente
!comprováveispara a direção, no nível político, da ação transfor-
!madora, qualquer que seja sua alternativa. Mas a comunidade a
que me referi não existe como organismounanimementeinteressa-
do em atingir os noesnoos ob/ef/Pos. Ao contrário, ela se constitui
em conjuntos antagónicosde grupos, associações,partidos poléti-
cos e classessociais. Isto marca o terreno escorregadioem que se
move o estudante ao longo de sua formação. Iniciado no suposto
da neutralidade científica, ele. com esforço tem que chegar à ne-
gação da suposta posição científica inteiramente neutra, para ver
surgir da análise concreta de situaçõesconcretasda realidade so-
cial o drama das contradições que regemo seu objeto de trabalho.
AÍ está o segredo da ciência social. Desvenda-lo é fazer-se o ante
lectual da promessa.
Em suma, é aprender a fazer a pesquisae aprendera fazer-se
pesquisador científico. A pedagogiaque de modo não intencional
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ode.nta o curso da USP segueesta ordem: primeiro fazer, depois
fazer-se. Ao fazer-se.então. começa de fato, no refazer,a possibi
cidade do trabalho discente no qual o aluno seja capaz de encon
trar justificativa parasua própria opção.
No entanto, o tempo é curto, astarefassãomuitas(princi
palmente o volume de leituras) e nem todos têm oportunidades
de chegarao fim da linha, o que geralmentesetorna maisviável
acrescentandomais anos de estudo na pós-graduação,sem garan-
tia prévia.
Ê premente. contudo, refletir devidamentea respeito de até
que ponto da formaçãodo cientista social é possívelse chegarcom
a graduação,sem perder de vista que ''uma nova relaçãoentre as
ciências sociais e a sociedade está na dependência de nossacapaci-
dade de criar novas formas de comunicaçãoe de absorçãodo co
nhecimento científico pelo meio'' (Florestal Fernandes, Obra
citada, p. 269).
Entender as leis da sociedadeé descobrir o sentido da ciência
social, e. a partir daí, entender o porquê do cientista social.
Por tudo isto, estou seguro de que seria ingênuo imaginar que
o jovem aluno do Curso de Ciências Sociais poderia, antes de
passarpor um longo período de formação, ter idéia clara do papel
do cientista social. Isto ficou, creio, parcialmente demonstrado
por alguns dados sobre avaliações e expectativas dos alunos.
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J.R.P.
Explicação preliminar
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J.R.P
O Depoimento eoletivo
O cotidiano
''A primeira coisa que salta aos olhos de quem entra no Cur-
so de Ciências Sociais da USP é a quantidade de alunos que cursa-
ram. se formaram ou ainda frequentam outros cursos na USP ou
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fora dela. Politécnica,Economia.Direito, Psicologia,os alunos
vêm com a expectativa de obter do curso de CiênciasSociaisalgo
que complemente sua formação, lhes dando uma visão mais geral
da sociedade; ou, desiludidos com sua primeira opção, procuram
algo 'mais aberto'
'No mesmo bolo de uma calourada entram também os que
desejam ser sociólogos, antropólogos, . . . Muitas vezes, quase
sempre, nem sabem o que isto quer dizer. Às vezes nem depois
''Interesses muito diversos, portanto, convivem no curso.
Isso envolve muitas questões que não são discutidas claramente.
O curso de Ciências Sociais tem sua especificidade ou visa somente
propiciar cultura geral? A expectativa do aluno que visa entender
um pouco a sociedadeem que vive é atendida num curso de teo-
ria sociológica?
'A escola de Ciências Sociais se caracteriza por ser um am-
biente 'sério', seco, de poucos papos, poucos amigos. Uma escola
competitiva que propicia um espaçocoletivo de desenvolvimento
cultural e científico muito pequeno.
''Outra característica é a dispersão: as pessoas entram e saem
correndo. atividades afins não se encont.ram,as pessoasse conhe-
cem pouco, a passividadedos alunos frente aos problemas do curso
é grande, as discussõesem sala de aula não são conclusivas e muitas
vezes são monopolizadas por alunos que 'estão em todas'. Os alu-
nos mais tímidos são boicotados. O número de desistentesé mui-
to grande. Gente sai, depois volta: ninguém se conhece. A vida
11 fora da escola não se integra com a vida na escola.
'Tambémé prejudiciala apatiado aluno na aula, a pouca
participaçãoem classe,a falta de vida cultural própria dentro da
escola. Nem alunos e nem professores promovem atividades pa-
ralelas capazes de despertar interesse.
'Alguns alunos se reúnem e formam grupos de estudo para
tapar os buracos. Professores e alunos, principalmente de dois ou
três anos para cá, parecem ter uma vida intelectual e profissional
ou política fora da escola muito mais ativa do que a que desenvol-
vem na escola.. Cada dia uma classediferente, um professordife=
rente, uma aula de quatro horas (pouca gente agilenta o tempo to-
do). A heterogeneidadedos alunos e dos professores,a falta de
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uma linha contínua no curso, falta de informaçãosobre asdisci
planasoptativas, visão difusa das Ciências Sociais como um to
do . . Até o segundo ano fica a expectativa de definição e depois
cadaum tem que sevirar pra seencontrar no curso. AÍ dá umavi
rada e muitos se desinteressam:saemdo curso ou ficam completa
mente passivos sem saber pra que estão estudando.
'Quanto às dificuldades materiais, falta tudo nas Ciências
Sociais: a biblioteca é insuficiente e fecha em horários em que os
alunos poderiam fazer consultas; os cursos não são apostiladose
há uma constante apelação ao xerox, o que fica muito caro para os
alunos sem recursos. Os próprios professoresnão se preocupam
muito com a seleçãode textos e o aluno tem que comprar livros
carospara ler somenteum ou outro capítulo. As instalações
de
vivência são péssimas. As alunas que tem filhos menoresenfren-
tam muitos problemas pela inexistência de creche na escola'
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'0 relacionamento que as disciplinas optativas poderia pro-
porcionar entre os alunos mais velhos e os mais novos às vezes é
positivo, mas muitas vezesprovoca uma participação bastante di-
ferenciada. causando inclusive certa inibição nos alunos mais no-
vos. Tem classeoptativa com alunos que estão na escolahá mais
de cinco anos e alunos com só dois anos de curso. Estes mais no-
vos ficam intimidados no momento dos debates e seminários, com
temor de estaremmuito por fora do assunto.
''Tudo isto sedá em condiçõesde inexistênciade uma prá-
tica coletiva,quer se trate de estudo,pesquisaou outrasativida-
des. como as culturais e o movimento estudantil dividido em mui-
tas facções. O aluno novo demora muito tempo para entender o
que está acontecendo. Outros nem se interessam em saber, porque
logo de cara sentem que tem grupinhos fechados mais interessados
em fazer politicagem do que resolver problemas que os tocam de
perto com relação ao próprio curso e à Universidade. Esta é uma
das visões existentes na escola em relação ao Movimento Estudan-
til. Existem outras'
O relacionamento professor-aluno
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sobre os cursos que cada um deveria fazer se quer ser soa(51ogo,
antropólogo, etc. Por exemplo, se um aluno quer fazer antropolo-
gia, que cursos, e em que ordem.deve fazer? Começa pelo curso
dos Bororo. ou tem que fazer outros antes deste? Como o aluno
deve compor o currículo? Talvez quem sabedestasdoisasseriam
os professores, que deveriam orientar os alunos. E os cursos 'cha-
mativos'? Entram em que etapa do currículo?
'A diferença de geraçãoentre professorese alunos. a expe-
riência. é enorme. Apesar de não serem encarados como donos do
saber, os professores têm atrás de si uma bagagem enorme de
contribuição às CiênciasSociais {teses, livros, artigos, etc.) que in-
timida o aluno e impede uma orientação na basede uma relação
pessoal e menos formal.
'Um outro aspecto. porém, do relacionamento entre profes-
sorese alunosé bem mais positivo: no plano dos problemasco-
muns, ou nas lutas travadas especificamente por uma das catego
rias, geralmente se verifica o apoio recíproco. Neste terreno. a
situação da escola é uma das melhores da USP (vide o caso do con-
gressoda UNE e o da grevedos professores).
Há ainda professores que desenvolvem uma relação bastan-
te autoritária, quase sempre conseqüência de uma postura de fun-
do etilista. a 'autoridade acadêmica'. Rebatem as críticas dos alu-
nos com a sua condição de ter tantos anos de estudo e tantos li-
vros publicados. Na maior parte dasvezesse dá um relacionamen-
to muito passivono ato de transmissão
do conhecimento:o pro-
fessor desenrola a verdade e o aluno tenta absorva-la.
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1 disciplina'
1 A composição curricular
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começa a preocupar os alunos cada vez mais. Nós achamos que
a escolanão deve ser uma banca de recrutamento de gente para
participação política e nem de formação de mão-de-obra alienada.
'0 profissional que sai daqui e vai ser burocrata deve conhe-
cer a burocracia e saber critica-la; entender as técnicase propor
formas novas, etc. A pergunta se coloca sempre, faz parte do coti
diano e é sempreadiada: O que faz o sociólogo,o antropólogo,
etc.?
'AÍ entra o problemada política. Política e profissãose
confundem. Sociologia e Ideologia são problemas complicados.
Discursosoficiais, a Televisão,veiculam uma ideologia que tem
baseteórica. As CiênciasSociais e a Filosofia alimentam a ideo-
logia do Estado e da ordem; mas tem a ideologia da mudança. O
sociólogo pode trabalhar nos órgãos do Estado, mas e no sindicato
lpode?
''O antropólogo é visto como o que vai cuidar dos i'ndios.
Agora que a Antropologia começa a abarcar outras questões, a di
ferenciação com o sociólogo se torna mais difícil.
''O cientistapolítico é o que tem a função mais difícil de
serapreendida pelos alunos.
'Quando discutimos o conteúdo do curso há os que o enca-
ram como mero diletantismo intelectual e os que são contra as
'teorias estratosféricas', querendo mais técnica. Os adeptos desta
última corrente reivindicam mais cursos de técnica de pesquisae
estatística. por exemplo. Mas esta é uma falsa questão, a nosso
ver
''Trabalhar como sociólogo implica saber claramente o que
é esta figura. E o teórico, é o técnico, é o político? É claro que,
excluindo os colegasque já têm outra profissãoe fazem o curso
para completarsua formação, a maioria dos alunos quer tra-
balhar como cientista social. só que não sabebem como fazer e o
que fazer. Os próprios professores têm visões diferentes da situa
ção. Por exemplo, uns sãoa favor da regulamentaçãoda profissão
outros sãocontra
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O Cientista Social, o que é?
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''Então, saem da escola os que pretendem levar adiante UMa
carreira intelectual. adquirindo, na atividade cotidiana de pesqui-
sador -- meio aos trancou e barrancos -- e na pós-graduação o
que falta para se chegar a ser um cientista social. Por outro lado.
o curso complementa a vida profissional do bancário, engenhei-
ro, arquiteto, etc., com um vagorepertório de inquietaçõese teo-
rias que tendem a desagregar-secom o passardo tempo.
''A própria indefinição do curso -- formar técnicos. inte-
lectuais, ou dar 'visão crítica a profissionais de outras áreas -- ten-
de a confundir o próprio aluno, porque é 'na cabeçadele' que es-
tas especializações devem se concretizar.
Uma coisa que acontece muito no nosso relacionamento
com colegas de outras áreas --politécnicos. matemáticos. econo-
mistas -- é a curiosidade deles sobre a nossa profissão. E por aqui-
lo que conseguimosexplicar, eles perguntam: '0 curso então é
prá formar políticos?' Não é. Ou será que é?''
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