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1 INTRODUÇÃO
2 METODOLOGIA
RESULTADOS
DISCUSSÃO
Esse estudo mostrou que uma resposta inflamatória elevada, observada pelos altos
índices de RNL nos pacientes estão associados à redução da qualidade de vida
sendo fadiga o sintoma principal. Assim, o estudo demonstrou que quanto maior a
inflamação, menor a pontuação nos questionários de qualidade de vida como o
FACT-F.
Para explicar a presença da fadiga relacionada ao câncer, diversos estudos
investigaram seu mecanismo nos últimos anos, sendo que o fator que recebeu
maior atenção foi a desregulação de citocinas, principalmente citocinas pró-
inflamatórias. (BOWER et al., 2014) Segundo pesquisas, há respostas inflamatórias
no corpo que sinalizam o sistema nervoso central a gerar sintomas de fadiga
através de modificações nos processos neurais. Os pesquisadores mostraram que
os tumores e os tratamentos utilizados para combatê-los podem estimular o SNC a
sinalizar uma ativação de uma resposta inflamatória sistêmica que provoca o
sintoma de fadiga. Ao mesmo tempo que o tumor pode intensificar a resposta
inflamatória no período anterior ao tratamento, também pode gerar esse efeito no
período posterior, devido a resposta fisiológica do corpo ao dano tecidual gerado por
radiação ou quimioterapia.
O nosso estudo identificou que há uma forte associação entre a inflamação e
a qualidade de vida dos pacientes, concordando com diversos estudos na literatura.
Enquanto os resultados da PCR se mostraram irrelevantes, os resultados
encontrados entre a RNL e os questionários, mostraram que quanto maior a razão
neutrófilo-linfócito menor o bem-estar físico, o bem-estar emocional, e o bem-estar
funcional. Além disso, quanto maior a RNL, maior foram os níveis de fadiga e
menores as pontuações no FACIT-F Trial Outcome Index. Consequentemente, as
pontuações totais no FACIT-F e no FACT-G também foram menores.
Dessa forma, o estudo reflete que a inflamação sistêmica observada nos
pacientes através de uma RNL alta pode afetar em vários aspectos da qualidade de
vida dos pacientes, reduzindo sua qualidade de vida e intensificando sintomas como
fadiga crônica. Os dados apresentados no artigo são consistentes com um
estudo prospectivo longitudinal que selecionou 291 pacientes com câncer colorretal
em estágio I-III da doença em período pré ou após cirurgia que responderam a
questionários de qualidade de vida como o (QOL)-(FACT-F) e comparou com um
grupo de 72 pacientes controle saudáveis e um grupo de 72 pacientes com local
metastático limitado. Os autores identificaram uma relação igual de fadiga relatada
no momento ou depois do diagnóstico. O relato da fadiga esteve presente em 52%
dos pacientes com câncer colorretal localizado e os níveis medianos da maioria das
citocinas foram fortemente mais altos em pacientes com câncer comparados aos
pacientes do grupo HC (controle saudável) e foram associados ao estágio da
doença (VARDY et al., 2014).
Além da inflamação, outro fator que afeta sintomas relacionados à qualidade
de vida é o tipo de tratamento realizado pelo paciente (SCHUTTE; BISPING, et al.,
2021). Nesse sentido, um estudo transversal realizado com pacientes com câncer
gástrico teve como objetivo comparar o efeito do tratamento com endoscopia ou da
cirurgia na qualidade de vida dos participantes. Nesse estudo, a qualidade de vida
foi avaliada por questionários QLC-Q30 da Organização Europeia para Pesquisa e
Tratamento do Câncer. O estudo relatou que aqueles pacientes que fizeram
tratamento cirúrgico apresentaram de forma mais predominante os sintomas
relacionados à qualidade de vida, como a fadiga com p = 0,044. (CHOI; KIM; LEE et
al., 2015). Em adição, os resultados do nosso estudo revelaram que 67% dos
pacientes fizeram tratamento cirúrgico e que a pontuação total do FACIT-F total foi
de 79.32 de 160, o que corrobora com o artigo de Choi Hyuk já que a maior parte
dos participantes do nosso estudo realizaram tratamento cirúrgico o que também
pode refletir uma predominância de sintomas de fadiga nesses pacientes e uma
pontuação razoavelmente baixa no FACT-F, revelando uma qualidade de vida
mediana dos participantes.
Um estudo que também analisou a qualidade de vida dos pacientes pelo
Questionário de Qualidade de Vida (QLQ)-C30 do Tratamento do Câncer (EORTC)
revelou que os sintomas de doença mais presentes relatados pelo paciente foram
fadiga, dor e perda de apetite e ressaltou a necessidade do controle do câncer para
melhorar a qualidade de vida do paciente (CHAU, et al., 2018).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS:
Dolan RD, Laird BJA, Horgan PG. The prognostic value of the systemic
inflammatory response in randomized clinical trials in cancer: A systematic
review. 2018 Dec. Crit Rev Oncol Hematol.
Choi Jae, Kim Eun, Lee Yoo. Comparison of Quality of Life and Worry of Cancer
Recurrence Between Endoscopic and Surgical Treatment for Early Gastric
Cancer. 2015. Vol 82, Issue 2. Gastrointestinal Endoscopy.
Tabelas