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e Empresarial II
Introdução à Prática Recursal e Recurso de Apelação
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital
Revisor Técnico:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan
Introdução à Prática Recursal
e Recurso de Apelação
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Propiciar a condição de identificar a peça recursal adequada a cada decisão judicial, inter-
pretando os enunciados dos problemas que trarão situações que exijam o uso da legislação,
da jurisprudência e da doutrina.
UNIDADE Introdução à Prática Recursal e Recurso de Apelação
Eu sei que você está ansioso para iniciar as suas peças recursais e eu também
estou para tratar do assunto com você, mas vamos com calma, pois construiremos
aqui um suporte técnico de sustentação da sua autonomia escrita. Você deve estar se
perguntando: “Como assim?”. Não seja incrédulo, eu confio em você!
Mas, seria o motivo para essa conversa logo na minha primeira aula de Prática
Jurídica Civil e Empresarial II? Já tive prática I. Certo, é que a minha experiência
como docente em disciplinas de prática jurídica me revela alguns pontos apresentados
pelos alunos nas primeiras aulas e que iremos apontá-los aqui e, com a conseguinte
exposição de alternativas. Que pontos seriam esses? Anota aí:
• “Não sei por onde começar”;
• “Não sei fazer peça jurídica”;
• “Eu copio modelos de colegas ou da internet”;
• “Não consigo pegar uma folha em branco e desenvolver a minha peça”;
• “Sem modelo não sai nada”;
• “Não consigo identificar a peça”;
• “Eu até identifico a peça, mas não sei exatamente o que eu devo escrever ou
onde escrever”.
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Creio que seja melhor parar por aqui.
Se você se identificou em algum dos pontos acima mencionados, que são frases
que eu já escutei de muitos alunos, saiba que você não é um caso perdido. O seu
problema tem solução. Mas, para que a solução produza efeitos na sua escrita, basta
que você desenvolva as estratégias que vamos estudar.
Analisando as queixas em geral, podemos mapear as dificuldades e colocá-las
em grupos distintos de alternativas para o desenvolvimento de sua escrita com
autonomia. Existem dificuldades técnico-jurídicas, que podem estar relacionadas
ao direito material, ao direito processual ou a ambos; redacionais, que estão rela-
cionadas à escrita; e as dificuldades argumentativas.
Eu tenho o hábito de afirmar que os nossos alunos não possuem dificuldades
técnico-jurídicas. E o que seria isso? Seria a dificuldade em fundamentar corre-
tamente uma peça processual. Se você está chegando a pensar que tem alguma
dificuldade nesta seara, posso lhe afirmar que este é um problema solucionável.
As dificuldades redacionais estão relacionadas a uma espécie de obstáculo criado
pelo aluno no sentido de que não sabe escrever, que a sua linguagem não é jurídica,
que não consegue desenvolver o texto, etc.
Já a dificuldade argumentativa diz respeito à concatenação das ideias, à organi-
zação lógica e coerente dos argumentos, com uma conclusão que conduza ao con-
vencimento de quem esteja lendo o seu texto, a sua peça processual.
Para você que pensa sofrer da primeira modalidade de dificuldade, a que deno-
mino técnico-jurídica, esclareço que você vencerá e superará este obstáculo com
a mudança de um hábito muito constante no tempo em que estamos vivendo, o
tempo da facilidade da informação na palma da mão. É comum vermos alunos que
não levam a legislação codificada impressa para as aulas, já que temos a facilidade
de instalar aplicativos em nossos celulares e demais equipamentos eletrônicos, o que
torna tudo muito mais prático.
Pois é. O problema é que você não poderá se utilizar de equipamentos eletrônicos
durante um Exame de Ordem, durante um concurso público ou de uma avaliação do
Enade, por exemplo, ao menos até este momento.
O que está faltando a você é criar o hábito de buscar, percorrer, perquirir no ín-
dice alfabético remissivo. Já ouviu falar nisto? Índice o quê? Alfabético remissivo.
Comece a partir de agora a fazer pesquisas sobre assuntos diversos do direito no
índice alfabético remissivo que, geralmente, fica na parte final das codificações, de
acordo com a organização feita por cada editora.
Eu tenho a certeza de que o conhecimento você tem. Afinal, você chegou ao
oitavo semestre do curso de Direito e muito estudou para chegar até aqui. Você
recebeu muitas informações valiosas e que estão armazenadas no seu processador
(cérebro). Agora, você precisa exercitar. A busca no índice é um exercício excelente
para conhecer mais sobre o Direito e assuntos de seu interesse, aprimorando cada
vez mais o seu conhecimento.
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UNIDADE Introdução à Prática Recursal e Recurso de Apelação
Escreve bem quem lê bem. O que isto significa? Ler bem seria ler bastante?
Não necessariamente. A leitura faz parte do processo de aprendizado e requer a
utilização de estratégias. Existem várias estratégias de leitura que auxiliam a com-
preensão e retenção da informação e não estou falando aqui da famosa “decoreba”.
Você deve identificar o gênero textual, ou seja, identificar o tipo de texto que está
lendo para que o seu cérebro se projete para esperar aquele tipo de informação
transmitida por aquele texto; mapear as palavras-chave do texto; buscar as ideias
centrais; formular perguntas sobre o texto lido, de modo que as respostas sejam o
suporte para uma compreensão mais ampla, ainda que isto exija que você busque
outra fonte de pesquisa para sanar as dúvidas.
O gênero textual é de suma importância para a sua boa escrita, por exemplo: se
a sua peça processual pertence ao gênero textual “petição inicial”, espera-se que, ao
final da peça, você requeira a procedência do pedido e não a improcedência, que
seria o requerimento final da peça pertencente ao gênero textual “contestação”.
Ademais, para que o texto jurídico esteja em uma linguagem aceitável pelo meio
jurídico, é imprescindível que, além do viés argumentativo, tenha um viés descritivo.
Podemos exemplificar com a petição inicial, que pode ser considerada “inepta” quando
da narração dos fatos não decorrer logicamente à conclusão.
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mais importantes para unificar a estrutura composicional, ocupando papel funda-
mental na composição macrotextual do sentido.
Adam (2011) explica que a sequência argumentativa tem o mérito de pôr em evi-
dência dois momentos: demonstrar-justificar uma tese e refutar certos argumentos
de uma tese adversa.
Dados Asserção
(Premissas) Conclusiva
Fato(s) (C)
Apoio
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Em Síntese
Vamos trabalhar firme para superarmos as dificuldades, criando o hábito de realizar
constantes pesquisas nos índices alfabéticos remissivos das legislações, mapeando o
texto lido, buscando as ideais centrais, palavras-chave e levantamento de questões,
além de desenvolver a sua redação de forma simplificada, ordenada, com começo, meio
e fim, guardando a coerência lógica argumentativa na elaboração da sua peça processu-
al recursal, o que trará maior poder persuasivo, clareza e coerência ao texto.
Recursos
Este material é destinado ao estudo da prática jurídica, baseado na experiência
forense, na doutrina e na jurisprudência.
Continuaremos o estudo da prática iniciado no semestre passado, ocasião em que
você estudou peças práticas destinadas ao processo de conhecimento.
Nesta disciplina, conforme consta do plano de ensino, estudaremos as peças pro-
cessuais recursais, de forma simples, direta e prática. É sabido que você já estudou o
direito processual civil e o objetivo aqui não é o de repetirmos o conteúdo já estudado.
Todavia, estrategicamente, pontuaremos alguns conceitos como uma espécie de reto-
mada, que servirão de alicerce ao estudo prático.
Iniciamos, assim, definindo recurso como a peça processual pela qual a parte
demonstra seu inconformismo contra determinada decisão judicial, visando a sua
modificação, que poderá se dar pela anulação (error in procedendo) ou pela reforma
(error in iudicando).
Dizemos que a decisão judicial padece de error in procedendo quando existem
vícios ou erros formais, que estão ligados a questões de natureza processual, como
a violação ao direito constitucional à ampla defesa, por exemplo, o que gera uma
nulidade. Assim, o error in procedendo diz respeito ao procedimento (forma) ado-
tado na decisão recorrida.
Por outro lado, o chamado error in iudicando se verifica quando a decisão recorrida
não deu a melhor interpretação à legislação, ou até violou alguma norma jurídica.
Por este motivo é que o erro está no julgamento, na decisão material.
Espero que as retomadas anteriores já comecem a despertar o universo que envolve
a teoria geral dos recursos e os recursos em espécie que você já estudou.
Vamos em frente, ainda em caráter de retomada, de acordo com o artigo 203 do
Código de Processo Civil. É importante relembrarmos que o juiz pode praticar os
seguintes atos: sentenças, decisões interlocutórias e despachos. Contra despachos
não cabe recursos, conforme artigo 1001 do CPC.
Assim, sabendo que contra despachos não cabe recurso, a preocupação fica con-
centrada nos outros dois atos praticados pelos juízes.
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Você se lembra dos princípios que norteiam os recursos? Se não se lembra, retomaremos
brevemente, são eles:
• taxatividade: os recursos estão previstos em um rol taxativo no artigo 994 do CPC;
• unirrecorribilidade: cada decisão judicial desafia um tipo de recurso, exceto no caso
dos recursos especial e extraordinário, que devem ser interpostos simultaneamente,
conforme verificaremos na unidade III;
• proibição do “reformatio in pejus”: o resultado decorrente do julgamento do recurso
não poderá piorar a situação do recorrente, exceto em caso de matéria de ordem pública,
que pode ser conhecida de ofício (independentemente de provocação) pelo Tribunal;
• fungibilidade: é o princípio que autoriza o recebimento de um recurso por outro,
quando houver dúvida razoável, ou seja, só se admite um recurso no lugar de outro se
não houver erro grosseiro ou má-fé.
Uma forma simplificada para que você memorize esses pressupostos subjetivos
é atrelando o prefixo da “sub” (subjetivo) ao sujeito, o que lhe remeterá à ideia de
legitimidade e interesse, que são inerentes ao sujeito.
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artigo 1007, § 1º, do Código de Processo. O preparo é dividido entre despesas e
custas com o traslado do processo, essas denominadas porte de remessa e de retor-
no (apelação) e apenas porte de retorno (no agravo de instrumento – apenas para
os Tribunais cujo processamento do agravo é feito de forma física).
Recurso Adesivo
Essa modalidade recursal é cabível quando as duas partes forem sucumbentes.
Não se lembra mais? Vamos citar um exemplo que, certamente, fará você recordar.
Se o autor teve a procedência parcial do seu pedido e decidiu não recorrer, mas, em
razão de recurso interposto pelo réu, poderá apresentar contrarrazões e também o
recurso adesivo para que sejam processados simultaneamente e julgados conjunta-
mente. Quer dizer, já que vou precisar esperar pelo julgamento do recurso do réu,
então vou recorrer também, assim, fico esperando por um julgamento que poderá
melhorar a minha situação no processo.
O recurso adesivo é acessório, logo, segue o recurso principal. Caso haja desis-
tência ou não conhecimento do recurso principal, o recurso adesivo não será conhe-
cido, conforme preconiza o Artigo 997 do Código de Processo Civil.
Recurso de Apelação
O recurso de apelação é aquele recurso por natureza, é o meio pelo qual se recorre
contra uma sentença.
Para sistematizar de forma mais clara, apresentamos a tabela abaixo:
Tabela 2 – Fundamentos da apelação
Apelação
Cabimento Sentenças – Artigo 1.009, CPC
Requisitos do recurso Observar o rol – Artigo 1.010, CPC
Endereçamento Juízo que proferiu a sentença – Artigo 1.010, CPC, caput, CPC
Formatação da peça Peça de interposição (Juiz) e peça de razões (Tribunal)
Efeitos Duplo efeito – regra geral – Artigo 1.012, CPC
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Primeiramente, nunca perca de vista que o recurso é contra a decisão e não contra
quem a proferiu. Em segundo lugar, a pessoa física do juiz ou da juíza que tenha exer-
cido o trabalho de aplicar o direito em um processo não o vincula pessoalmente, já
que eles exercem uma função pública, representando o Poder Judiciário. Ademais, é
muito provável que aquele(a) juiz(a) não esteja naquela mesma atribuição, ou seja, na
mesma Vara Judicial, por ocasião do julgamento do recurso de apelação, dependendo
da Comarca em que foi proferida a decisão.
Assim, pouco importa quem é o juiz ou a juíza que esteja lotado naquela respectiva
Vara, uma vez que a decisão que será proferida pelo Tribunal substituirá a anterior e
prevalecerá sobre a sentença, devendo ser cumprida por qualquer juiz ou juíza que
esteja atuando naquela Vara.
Então, Juízo. Juízo “a quo”, melhor dizendo. “A quo”, você deve estar se pergun-
tando ou me perguntando. Sim.
Conforme ensina o Silvio Teixeira Moreira, conforme coluna publicada no infor-
mativo “Migalhas”, em 2012:
Ao pé da letra, a quo significa “do qual”, “desde o qual”, sabido que “a” é
uma preposição que rege o “ablativo” e significa “de”, “desde”, “a partir de”.
Semelhante ao “from” da língua inglesa. E quo é o ablativo (masculino
ou neutro) dos pronomes relativos qui (masc.) e quod (neutro), com o
significado de “o qual” (masculino e neutro), cujo feminino é quae = “a
qual” [...]. (MOREIRA, 2012)
Pois é, “a quo” é o juízo anterior. Aliás, por se referir ao anterior ou inicial, empre-
gamos a expressão “a quo” sempre que indicamos ao inicial ou anterior, como o termo
(prazo): termo “a quo”, prazo inicial.
Mas muito bem, você deve estar ansioso para começar a redigir a sua peça pro-
cessual, eu tenho certeza. Mas as etapas pelas quais estamos passando lhes dará
subsídio para o momento da escrita.
Bom, como já falamos antes, para o oferecimento do recurso de apelação você de-
verá elaborar duas peças: a de interposição e a das razões. Na peça de interposição, o
endereçamento será feito ao juízo que proferiu a sentença (Juízo “a quo”), contendo a
qualificação completa das partes (art. 1010, I, CPC), com requerimento da juntada das
razões do recurso de apelação, da juntada do preparo, bem como do recebimento do
recurso nos efeitos legais (art. 1012, CPC). Por outro lado, as razões de apelação são
endereçadas ao Tribunal “ad quem” (Tribunal de Justiça/Tribunal Regional Federal).
Importante!
O Artigo 1.012 do Código de Processo Civil prevê como regra o recebimento da apelação no du-
plo efeito, ou seja, devolutivo e suspensivo. No efeito devolutivo, temos a devolução da maté-
ria recorrida ao Tribunal, ou seja, via de regra, o Tribunal conhecerá apenas das matérias objeto
do inconformismo (Art. 1013, CPC). Excepcionalmente, poderá o Tribunal conhecer de ofício
de matérias não suscitadas nas razões de apelação que versarem sobre questões preliminares
e as de ordem pública, conforme Artigos 485, § 3º e 337, ambos do Código de Processo Civil.
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Em Síntese
O efeito suspensivo é aquele que suspende a eficácia imediata da decisão recorrida, ou
seja, da sentença.
Como regra, a apelação sempre será recebida no duplo efeito, devolutivo e suspensivo,
nos termos do caput do Artigo 1012 do Código de Processo Civil.
Existem exceções ao efeito suspensivo? Sim, existem exceções previstas em lei,
por exemplo: os incisos do Artigo 1.012 CPC e alguns dispositivos de leis especiais,
como o Artigo 58, V, da Lei 8245/91 (Lei de Locações); o Artigo 14 da Lei 7347/85 –
ACP; Artigo 3º, § 5º, do Dec.-Lei 911/69, dentre muitas outras hipóteses previstas
em outras leis).
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UNIDADE Introdução à Prática Recursal e Recurso de Apelação
Importante!
Lembre-se das seguintes regras para a contagem do prazo:
• os prazos são contados a partir da data da publicação e não da disponibilização1;
• exclua o dia do início (a data da publicação) e comece a contar a partir do dia útil
seguinte, por exemplo: a sentença foi publicada no dia 01, uma segunda-feira.
Começarei a contar a partir do dia 02, terça-feira (se for dia útil);
• os prazos são contados apenas em dias úteis;
• o dia do termo final é considerado como “prazo fatal”.
Agora que você já sabe o que deve conter na petição de interposição do recurso
de apelação (endereçamento ao juízo que proferiu a sentença; número do processo;
qualificação das partes; indicação da ação; requerimento de juntada das razões anexas;
requerimento de intimação da parte contrária para resposta; requerimento de juntada do
preparo, porte de remessa e de retorno; requerimento de recebimento nos efeitos legais;
requerimento de remessa dos autos ao Tribunal competente), passaremos a analisar a
segunda peça, que acompanha a peça de interposição: a peça das razões de apelação.
Razões da Apelação
A sua peça deve se enquadrar no padrão estético usual no meio jurídico, para que
você consiga preencher os requisitos esperados por seu examinador e para que a sua
peça cause um impacto positivo.
Geralmente, é feito um introito, uma espécie de cabeçalho, mas não precisa dizer
como está o tempo (“o dia está nublado”). Brincadeiras à parte, já que superamos
essa etapa gostosa da vida, mas sempre que falamos em cabeçalho é impossível não
se lembrar disso, voltemos ao introito.
É costumeiro intitular a peça de forma destacada denominando-a como “Razões
de Apelação”, seguindo com as seguintes informações sobre o processo: Tribunal “ad
quem”; Juízo “a quo”; nome do apelante; nome do apelado; número do processo.
Após o introito, é usual o emprego de homenagens ao Tribunal, à Câmara julga-
dora e aos Desembargadores que farão parte do julgamento.
Se eu não fizer, está errado? Veja bem, isto não consta do Código de Processo
Civil como requisito, mas, por outro lado, consta da praxe jurídica, demonstrando
urbanidade e simpatia para com os membros do Poder Judiciário.
Então, se eu não fizer as tais homenagens eu posso não ganhar o meu recurso quando
estiver advogando? Não foi isso o que eu disse. Mas, urbanidade e simpatia sempre
caem bem. Pois o inverso é verdadeiro. Você pode render as homenagens e perder o
seu recurso. Se isto garantisse o resultado, a maioria dos recursos teria o empate como
desfecho, já que tanto o recorrente, quanto o recorrido se utilizam desta prática.
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Disponibilização é uma antecipação da publicação. Imagine que o cartório judicial disponibiliza no DJE-Diário de Jus-
tiça Eletrônico o que será publicado no dia seguinte. Assim, a disponibilização de hoje deverá ser considerada como
publicada no dia útil seguinte. Se amanhã não for feriado, sábado ou domingo, considero como data da publicação a
de amanhã. Por outro lado, se amanhã não for dia útil, considero como data da publicação o do primeiro dia útil.
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Pensando no seu momento enquanto aluno e, em breve, candidato ao Exame de
Ordem, saiba que estética da peça processual conta, podendo causar empatia ou
antipatia pelo examinador. Ainda bem que eu falei sobre isso, me recordei de men-
cionar que a letra legível é outro fator determinante ao seu sucesso. Não pense que
o examinador se esforçará para entender a sua letra, porque isto não vai acontecer.
Muito bem, ultrapassamos a fase do introito e das homenagens e agora vamos
analisar a estrutura das razões de apelação.
Vou lhe contar um segredo: no seu Código de Processo Civil tem os tópicos que
devem ser criados e desenvolvidos em sua peça recursal de apelação. Não acredita?
Eu vou lhe provar.
Dê uma olhada no Artigo 1.010 do Código de Processo Civil e você verá a estru-
tura da sua peça das razões de apelação, conforme transcrevo:
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de pri-
meiro grau, conterá:
I – os nomes e a qualificação das partes;
II – a exposição do fato e do direito;
III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;
IV – o pedido de nova decisão.
Você viu que eu não estava brincando. O caput e o inciso I, do Artigo 1.010 do Código
de Processo Civil são utilizados na peça de interposição, conforme já mencionamos.
Legal! Sobraram três incisos que irão guiá-lo para elaboração da sua peça. Na verdade,
são os tópicos que você utilizará para desenvolver a peça.
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Agora que você já sabe que a estrutura básica da peça de apelação é composta pelo
introito, homenagens e os três tópicos que serão os alicerces da sua escrita, podemos
incluir mais uma situação. Quando houver questões de ordem pública ou questões preli-
minares a serem reiteradas, abra um tópico específico para as preliminares.
Preliminarmente, suscitar decisões interlocutórias que não foram agravadas por
não constar expressamente do rol do artigo 1015 do Código de Processo Civil, se o
problema assim o exigir.
Você deve estar pensando: “Legal, professor, está tudo muito bom, está tudo
muito bem. Mas como é que eu escrevo tudo isso na peça? Eu quero ação! Então,
tudo bem. Vamos lá!
No tópico destinado à exposição do fato e do direito, você deve narrar um breve
resumo da lide. Na realidade, o que você vai fazer é simplesmente reproduzir o pro-
blema proposto, o caso hipotético. “Professor, é sério? É só copiar?”. Sim, mas é
claro que você terá apenas o trabalho de organizar os parágrafos com as informações
existentes no problema. Não invente nada, ou seja, você não pode acrescentar nada
que não esteja descrito no problema. Até aqui está fácil.
No próximo tópico, o que trata das razões do pedido de reforma ou de decretação
de nulidade, você deverá atacar somente a decisão recorrida e não o juiz ou juízo,
apresentando o fundamento legal para o inconformismo. Abordarei mais no esque-
leto uma proposta para a peça que você verá na sequência.
Por fim, em relação ao pedido de nova decisão (pedido de reforma), este é o encer-
ramento, é a conclusão de todo o raciocínio da sua peça. Deverá descrever o que você
pretende com o recurso.
Já que estamos falando de uma apelação, você deverá requerer a reforma ou a
anulação da sentença. Quando é que eu requeiro a anulação e quando é o caso de
reforma? Veja bem, o pedido de reforma será feito sempre que no seu recurso você
argumentar que a decisão de mérito não está correta (a procedência ou a impro-
cedência), de acordo com a parte que você estiver representando. Por outro lado,
quando você estiver argumentando em sua apelação que há nulidade absoluta em
atos processuais, ou até na sentença, cerceamento ao direito à ampla defesa, enfim,
questões de ordem pública, você requererá a anulação da sentença.
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Como estamos chegando ao fim da unidade, faço aqui as minhas últimas obser-
vações antes da exposição da estrutura da apelação:
• Sempre que você estiver se referindo à sentença recorrida, é de boa prática que
coloque o adjetivo “respeitável”, ficando assim: “respeitável sentença”;
• Não abrevie nada;
• Não invente informações que não existem no processo;
Não fornecerei um modelo, mas sim uma estrutura, por entendermos que modelo
serve para engessar o aluno. Se o caso que você estiver estudando não se adequar ao mo-
delo, acaba-se criando uma “peça Frankenstein”, toda remendada, sem pé e nem cabeça.
Veja a seguir a nossa estrutura de apelação para orientá-lo na elaboração das suas
peças. Bons estudos!
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UNIDADE Introdução à Prática Recursal e Recurso de Apelação
EGRÉGIO TRIBUNAL!
COLENDA CÂMARA,
NOBRES JULGADORES!
II – PRELIMINARMENTE
Lembrando de que este tópico só deve ser aberto se for o caso de se alegar alguma
questão preliminar ou de ordem pública, ou seja, nem sempre precisará abri-lo.
Acrescentar as preliminares que forem necessárias, de acordo com o problema:
• Decisões interlocutórias não sujeitas a agravo (Artigo 1009, § 1º, CPC);
• Questões prejudiciais ao mérito (art. 337, CPC).
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III– DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA (OU DE DECRETAÇÃO DE NULIDADE)
Aqui você irá trabalhar as questões de mérito do recurso, que justificam o seu incon-
formismo e pedido de reforma da sentença.
A fundamentação sobre o mérito deve ser procurada no direito material (direito civil
e legislação extravagante).
Citar a legislação aplicável ao caso e, preferencialmente, evitar transcrições, pois o
seu trabalho é o de utilizar do fundamento legal, criando um raciocínio com o pro-
blema que está tratando. O direito servirá para fundamentar o seu argumento.
Para o desenvolvimento deste tópico, você deverá identificar:
• O ponto da sentença que é prejudicial ao seu cliente;
• O fundamento legal que justifica a reforma ou anulação da decisão (o motivo
pelo qual você afirmará que a decisão está errada);
• A conclusão deste raciocínio. Por exemplo:
A respeitável sentença recorrida julgou improcedente o pedido do apelante no
sentido de obrigar a parte apelada a cumprir obrigação de não concorrer em
razão do contrato de trespasse.
De acordo com o artigo 1147 do Código Civil, o alienante está proibido de concorrer com
o adquirente do estabelecimento empresarial, exceto se houver autorização expressa.
Assim, como não há autorização, é de rigor o cumprimento da obrigação de não
fazer, eis que está mais do que clara a prática da concorrência desleal.
O exemplo acima mostra uma situação em que supostamente eu coloquei uma
informação de um problema (a fundamentação da sentença), a previsão legal e a
conclusão. Não há necessidade de longas reproduções do texto legal, mas sim da
parte necessária à sua argumentação.
Havendo mais de um ponto a ser alegado, repita o processo. Onde eu encontro o
fundamento legal? No índice alfabético remissivo. Faça o teste agora. Procure em
seu Código as seguintes palavras: estabelecimento empresarial; trespasse; concor-
rência. Creio que encontrará o fundamento legal.
IV – DO PEDIDO DE NOVA DECISÃO
Conclusão do recurso
Pedir o recebimento ou o conhecimento do recurso (expressões sinônimas), que se re-
fere à análise formal dos pressupostos subjetivos e objetivos do recurso. Após o recebi-
mento (conhecimento) do recurso, você deverá requerer o provimento do recurso para
a finalidade de acolher a preliminar (se tiver) ou reformar a sentença, conforme o caso.
ANTE O EXPOSTO, requer a Vossas Excelências, o conhecimento do
presente Recurso de Apelação, bem como o seu provimento para o acolhimento
da(s) preliminar(es) (se houver) e, no mérito, caso superada(s) a(s) preliminar(es),
requer a reforma (ou anulação – conforme o caso) da respeitável sentença, para se
julgar totalmente (im)procedente o(s) pedido(s) (ou, para anulá-la) ..., com a inver-
são do ônus sucumbencial, como medida de JUSTIÇA!
Nestes Termos, Pede Deferimento.
Local e data.
NOME DO ADVOGADO(A)
OAB/UF Nº __
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UNIDADE Introdução à Prática Recursal e Recurso de Apelação
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Col. Prática Forense: Prática empresarial
ARAUJO, B. D. J. M. A. Col. Prática Forense: Prática empresarial. Vol 4. São
Paulo: Editora Saraiva, 2019.
Código de Processo Civil Comentado
NERY JR., N.; NERY, R. M. de A. Código de processo civil comentado. 17. ed.
São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2018.
Curso de Direito Processual Civil
HUMBERTO, T. J. Curso de direito processual civil. Vol. III. 52. ed. São Paulo:
Grupo GEN.
Vídeos
Redação Jurídica – Destravando a Escrita – Introdução
https://youtu.be/eXFk15-_t0E
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Referências
ADAM, J. M. A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos. São
Paulo: Cortez, 2011.
BUENO, C. S. Novo código de processo civil anotado. São Paulo: Ed. Saraiva, 2016.
MOREIRA, S. T. Juiz a quo – juiz ad quem. Instância, como fica?. Disponível em:
<https://www.migalhas.com.br/coluna/latinorio/159769/juiz-a-quo-juiz-ad-quem-
-instancia-como-fica>. Acesso em: 18/06/2020.
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Prática Jurídica Civil
e Empresarial II
Embargos de Declaração e Agravo de Instrumento
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital
Revisão Técnica:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan
Embargos de Declaração
e Agravo de Instrumento
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Propiciar a condição de elaborar as peças processuais recursais de agravo de instrumento
e embargos de declaração, partindo da interpretação dos enunciados dos problemas, me-
diante o uso da legislação, da jurisprudência e da doutrina;
• Reforçar a importância de se criar estratégias para melhorar a escrita e obter segurança e
autonomia nesta atividade.
UNIDADE Embargos de Declaração e Agravo de Instrumento
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• Sustentação (P. arg 2 – princípios base) e Restrição (R – P. arg 4): corres-
ponde ao desenvolvimento das razões do pedido de manutenção da decisão
recorrida, ou seja, a parte em que o aluno expõe a sua análise dos fundamentos
legais em relação aos fatos. Veja que não se trata de uma mera transcrição ou
reprodução dos dispositivos legais, mas sim do entrelaçamento entre a lei e os
fatos, na visão do recorrido, com a voz do recorrido;
A ideia de restrição (provavelmente) seria uma forma de solidificar a argumenta-
ção aventando uma hipótese além daquelas existentes nos autos, por exemplo:
Mário me processou requerendo uma indenização de R$1.000.000,00, alegando
que o chamei de “sem noção” em uma conversa entre amigos (isto seria a tese
anterior – P. arg 0). Na defesa, eu trago a minha versão dos fatos (F – P. arg 1)
dizendo, por exemplo, que eu não falei. Como sustentação (P arg 2), poderia ar-
gumentar que ainda que fosse verdade, isto não daria o direito de pedir qualquer
indenização, muito menos o valor pretendido, por não haver dano na conduta. A
restrição, “a menos que” (R – P. arg 4), entraria na composição da minha argu-
mentação levantando uma hipótese que não ocorreu, mas servindo apenas para
argumentação. Neste caso, poderia dizer que o pedido de indenização poderia
ocorrer se houvesse exposto o autor a alguma situação constrangedora ou com a
utilização de palavras ou atitudes que causassem abalo emocional, ou ainda, que
a situação ocorresse de forma pública, perante alguma comunidade ou evento so-
cial. Perceba que as hipóteses levantadas estão fora do caso hipotético, mas são
utilizadas na construção de uma antítese (contra-argumentação), como um meio
retórico de enfatizar suas premissas e convencer o destinatário (interlocutor).
• Conclusão (C – nova tese – P. arg 3): aqui, seria o desfecho do raciocínio, ou
seja, o pedido final. No caso da resposta a um recurso, o seu pedido será o de
não provimento e, dependendo da situação, de não conhecimento do recurso.
Essa questão do não conhecimento abordaremos mais adiante.
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UNIDADE Embargos de Declaração e Agravo de Instrumento
Enfim, perceba que a linguística textual assume uma função importante na re-
dação de uma peça processual, fazendo com que o aluno tenha um plano de texto.
Você precisa de um plano para todas as atividades que irá desenvolver e com a reda-
ção das peças processuais não é diferente.
Importante!
Deixo aqui o registro reiterado da orientação de que você não deve inventar nenhum
fato em um problema (caso hipotético – graduação, OAB), devendo tomar esse cuidado.
Feita essa introdução teórica, que entendemos ser importante no processo de desen-
volvimento da sua escrita, passamos a enfrentar as peças propostas para esta unidade.
Agravo de Instrumento
Você Sabia?
Agravo de instrumento é o recurso cabível contra as decisões interlocutórias espe-
cificadas no rol do artigo 1015, do Código de Processo Civil. A ressalva acerca do rol
de decisões demonstra que não são todas as decisões interlocutórias que podem ser
recorridas imediatamente por meio desse recurso, como ocorria antes da reforma do
Código de Processo Civil.
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Quando estudamos a apelação na unidade I, tivemos a oportunidade de revisitar
o conceito de juízo de retratação, além de verificarmos a sua possibilidade de utiliza-
ção pelo juízo que proferiu a sentença. Pois bem, no agravo de instrumento também
temos a previsão em relação a essa faculdade outorgada ao juiz, conforme consta do
artigo 1.018, § 1º, do Código de Processo Civil.
Você Sabia?
Formação do Instrumento
O agravo de instrumento recebe este nome em razão da necessidade de se formar um
instrumento, que seria a formação de novos autos processuais com cópias extraídas do
processo de origem, algumas obrigatórias, outras facultativas. Atualmente, com o pro-
cesso digital, temos a formação dos autos virtuais, que é facultativa.
Preparo
É a taxa que deve ser paga para o processamento do recurso, ou seja, as custas
processuais para processar o recurso, conforme estabelece o artigo 1.017, § 1o do
11
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UNIDADE Embargos de Declaração e Agravo de Instrumento
Código de Processo Civil. O porte de retorno é a cobrança feita pelo traslado (envio)
do processo, da 2ª Instância para a 1ª Instância. Não se exige o porte de remessa,
pois o Tribunal não remete da 1ª Instância para a 2ª, já que o recurso é interposto
diretamente no Tribunal. No agravo de instrumento o Código de Processo Civil prevê
o pagamento das custas e do porte de retorno.
Passemos agora a dirimir essas dúvidas naturais a quem está iniciando a redação
de um recurso de agravo de instrumento.
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Minuta ou razões? Alguns usam a expressão razões de agravo de instrumento, outros minuta
de agravo de instrumento. O mais usual é minuta, ao menos em São Paulo. A escolha de uma
opção ou de outra não te prejudicará ou comprometerá a sua peça, pois ambas são corretas
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UNIDADE Embargos de Declaração e Agravo de Instrumento
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OBSERVAÇÃO SOBRE A QUALIFICAÇÃO: A qualificação não é exigida no Código de Processo Civil, porém,
não só pelo fato de ser costumeira na prática jurídica, mas também pelo fato de que se trata de uma peça recursal
inicial, é importante a qualificação, já que o recurso é interposto diretamente perante o Tribunal.
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MINUTA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
Juízo “a quo”: Juízo da ... Cível
Tribunal “ad quem”: Egrégio Tribunal ...
Processo nº: ....
Agravante: NOME DO AGRAVANTE
Agravada: NOME DA AGRAVADA
Egrégio Tribunal,
Colenda Câmara,
Ínclitos Julgadores.
I – DA EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO
Trata-se de decisão interlocutória proferida nos autos de AÇÃO ... movida contra o
agravante pelo agravado.
Copiar o problema proposto, sem inventar nada sobre os fatos.
Procure separar os assuntos e organizar os parágrafos.
Parágrafos mais curtos diminuem as chances de erros e demonstram objetividade.
II – DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA
Aqui você irá trabalhar as questões de mérito do recurso, que justificam o seu in-
conformismo e conduzem à sustentação do pedido de reforma da decisão interlocutória.
A fundamentação sobre o mérito deve ser procurada no direito material (direito civil
e legislação extravagante).
Citar a legislação aplicável ao caso e, preferencialmente, evitar muitas transcrições.
Como descobrir os argumentos? Preciso analisar a decisão recorrida, o nosso recurso
será interposto contra a decisão interlocutória, portanto, preciso lançar os argumentos do
recurso buscando a reforma ou a decretação da nulidade da decisão interlocutória. Assim,
você vai separar os pontos ruins da decisão para o seu cliente no problema proposto. Fecha-
da a questão dos pontos que necessitam de reforma, você passa a buscar a fundamentação.
Com base em qual artigo, por qual motivo eu pretendo a modificação? A resposta você vai
encontrar seguramente no seu Código. É preciso pesquisar com muita calma no índice re-
missivo, procurando de diversas formas, não desistindo na primeira tentativa. Procure no
índice algum dispositivo legal mais específico possível sobre o assunto do seu problema.
Enfim, ao encontrar algum artigo interessante você não deve se contentar de imediato,
verifique as notas remissivas logo abaixo daquele dispositivo. As notas podem trazer indi-
cações de outros dispositivos e até de súmulas que complementam a sua fundamentação.
Encontrou os fundamentos legais? Parabéns!
E agora, como escrever?
Se o título é “das razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade”, sugiro
que comece dizendo qual é o objetivo do seu recurso: se pretende uma modificação no mé-
rito, a reforma da decisão interlocutória, no caso, comece de forma simples, por exemplo:
A respeitável decisão interlocutória merece ser reformada, conforme será de-
monstrado no presente recurso.
Após destacar o ponto da decisão interlocutória que merece reforma (o ponto
que está no problema), coloque-o diretamente no parágrafo seguinte.
Na sequência, você deverá indicar a fundamentação legal que ampara o seu in-
conformismo e a razão para a pretensão da reforma.
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UNIDADE Embargos de Declaração e Agravo de Instrumento
Exemplo:
O inconformismo do agravante refere-se ao recebimento à exclusão
de um litisconsorte (este é um exemplo, você vai preencher conforme o caso do seu
problema), sendo o caso de se reformar a respeitável decisão recorrida, tendo em
vista que a hipótese versa sobre litisconsórcio necessário, conforme será demons-
trado ao longo desta minuta.
Não se esqueça, você vai enfrentar a decisão agravada, utilizando o di-
reito material e processual a ser invocado ou que, eventualmente, tenha sido violado.
III – DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA RECURSAL OU DO EFEITO SUSPEN-
SIVO (VERIFICAR NECESSIDADE)
Excelências, está evidente a presença do periculum in mora e o fumus boni iuris, ...
(especificar o problema).
Importante!
Efeito suspensivo e tutela antecipada recursal. Quando devo pedir uma coisa ou outra?
O pedido de efeito suspensivo é para obstar os efeitos de uma decisão interlocutória con-
cedida em desfavor do meu cliente (quando o juiz defere um pedido da parte contrária
– uma liminar de despejo, por exemplo), enquanto que a tutela antecipada recursal é a
pretensão de antecipação do mérito do recurso pelo preenchimento dos requisitos legais.
Isto se dá quando a decisão agravada indeferiu o meu pedido, portanto, pretendo que
seja revista e antecipada. Imagine o seguinte exemplo: se você pediu uma liminar para a
internação do seu cliente que precisa de uma cirurgia grave e o juiz indefere. Você agrava,
mas se pedir o efeito suspensivo, a consequência é a mera suspensão, sem o efeito ativo,
ou seja, de reverter o resultado. Portanto, este é um caso em que eu pediria a antecipação
dos efeitos da tutela recursal. Por outro lado, se o juiz deferiu a liminar requerida pela
parte contrária em desfavor do meu cliente, seja em uma reintegração de posse, seja em
despejo, obrigação de fazer, entre outros, contra tal decisão devemos interpor o agravo
de instrumento com pedido de efeito suspensivo, eis que a nossa pretensão é a de obstar
imediatamente os efeitos daquela decisão que causa um prejuízo ao meu cliente.
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Embargos de Declaração
É a modalidade de recurso que pode ser interposta contra acórdão, decisão interlo-
cutória ou sentença para o mesmo órgão (juiz, desembargador ou colegiado) do Poder
Judiciário, nos mesmos autos, desde que observe os seus requisitos de admissibilidade.
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UNIDADE Embargos de Declaração e Agravo de Instrumento
Importante!
Você deve entender como omissão a ausência de pronunciamento judicial acerca de
questão relevante deduzida nos autos do processo, por qualquer das partes, seja nos
fatos, seja nos fundamentos, seja no pedido. A omissão em qualquer um dos tópicos
pode ocasionar a modificação da decisão judicial.
A contradição deve estar presente na decisão, na ausência de desfecho lógico entre a
fundamentação e o dispositivo, apresentando sentidos antagônicos (na fundamentação
o juiz indica que o pedido é improcedente e no dispositivo julga improcedente). Dizemos
isto, pois existem pessoas que oferecem embargos alegando que a decisão foi contra-
ditória com a petição inicial. Ora, neste caso, não se trata de contradição, mas sim de
rejeição da pretensão da parte, que deve ser atacada por meio de apelação.
No caso da obscuridade, tal alegação deve ser oposta em embargos de declaração quan-
do a decisão for teratológica, ou, em outras palavras, “sem pé nem cabeça”, sem qual-
quer coerência lógica entre os fatos, a fundamentação e o dispositivo.
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• Efeitos dos embargos: o artigo 1.026 do Código de Processo Civil estabelece
que os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o
prazo para a interposição de recurso, reiniciando a contagem após o julgamento
dos embargos de declaração do início.
Você Sabia?
Devemos separar a interrupção da suspensão. Você já sabe que, na contagem de prazos
processuais, interrupção é diferente de suspensão. Na suspensão, o lapso temporal já
transcorrido é retomado após a cessação da causa de suspensão, por exemplo: se eu
devo cumprir um prazo de 10 (dez) dias e ocorre a suspensão do prazo após o decurso de
05 (cinco) dias, após a cessação da causa da suspensão (recesso judiciário, por exemplo),
eu retomo a contagem de onde parei, seguindo com os próximos 05 (cinco) dias. Já a
interrupção é diferente, ela zera a contagem do prazo. No mesmo exemplo anterior, se
já houvesse transcorrido o prazo de 05 (cinco) dias, findada a causa interruptiva, o prazo
é reiniciado. Pois bem, como tudo isso fica no caso dos embargos, que não suspendem,
mas interrompem? Simples. Leia atentamente que a interrupção do prazo decorrente da
oposição dos embargos está restrita à interposição de qualquer outro recurso, mas não
suspende o prazo para que a parte embargante cumpra uma determinação. “Professor,
ainda não entendi, dá para dar um exemplo?”. “Claro que sim”. Imagine que em um pro-
cesso de conhecimento, o juiz profira uma decisão saneadora omissa em relação ao pedi-
do de gratuidade da justiça feito pelo réu e deferindo a prova testemunhal, concedendo
um prazo de 05 dias para que as partes apresentem os róis de testemunhas. Este réu tem
interesse em embargar, a fim de que a omissão seja suprida, todavia, os embargos não
suspendem o prazo para o oferecimento do rol de testemunhas, cuja providência deverá
ser tomada pelo réu, no prazo determinado. Ele não poderia agravar direto acerca da
gratuidade de justiça? Não, os Tribunais servem para reexaminar questões já decididas
em matéria de recursos. Se houve omissão, não se deve agravar, mas sim, provocar a
manifestação do juiz. Caso ele se manifeste e negue o pedido, aí a parte estará com
interesse recursal para o agravo. Resumindo, neste caso, o prazo para apresentar o rol
não foi suspenso, mas, após a apreciação dos embargos, suprida a omissão e negado o
pedido, a parte terá o prazo integral restituído para agravar, não se computando os cinco
dias transcorridos por ocasião do oferecimento dos embargos, ante o efeito interruptivo.
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UNIDADE Embargos de Declaração e Agravo de Instrumento
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I – DA OMISSÃO
Trata-se de embargos opostos contra a respeitável (decisão interlo-
cutória, sentença ou venerando acórdão) de fls., que ... (descrever o mal causado
pela decisão embargada).
Descrever o ponto da omissão.
II — DO PEDIDO
Desta maneira, é a presente para requerer a Vossa Excelência:
• o conhecimento dos presentes embargos, eis que presentes os pressupostos
legais à sua admissibilidade;
• seja aberto o contraditório para a parte embargada;
• seja atribuído o efeito interruptivo ao recurso.
• sejam providos os presentes embargos para suprir a omissão acerca da ques-
tão ... (especificar o ponto omisso), a fim de que ... (especificar o resultado
final pretendido).
Termos em que,
P. e E. deferimento.
Local e data
NOME DO ADVOGADO
OAB/ UF
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UNIDADE Embargos de Declaração e Agravo de Instrumento
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Coleção prática: prática empresarial
CAMPITELLI, P. P. R. B. R. N. Coleção prática: prática empresarial. 4. ed. São
Paulo: Grupo GEN. Disponível em “minha biblioteca” na sua área do aluno.
Prática Jurídica – Empresarial
ELISABETE, V. Prática Jurídica – Empresarial. Editora Saraiva, 2020. Disponível em
“minha biblioteca” na sua área do aluno.
Curso de Direito Processual Civil – Vol. II
HUMBERTO, T. J. Curso de Direito Processual Civil – Vol. II, 52ª edição.
Grupo GEN, 2018. Disponível em “minha biblioteca” na sua área do aluno.
Vídeos
Redação jurídica – Destravando a escrita
https://youtu.be/eXFk15-_t0E
22
Referências
ADAM, J. M. A linguística textual: introdução à análise textual dos discursos. São
Paulo: Cortez, 2011.
BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Ofi-
cial da União, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 19/06/2020.
BUENO, C. S. Novo Código de Processo Civil Anotado. São Paulo: Ed. Saraiva, 2016.
MOREIRA, S. T. Juiz a quo – juiz ad quem. Instância, como fica?. Disponível em:
<https://www.migalhas.com.br/coluna/latinorio/159769/juiz-a-quo-juiz-ad-quem-
-instancia-como-fica>. Acesso em: 18/06/2020.
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Prática Jurídica Civil
e Empresarial II
Requisitos Básicos Estruturais: Desenvolvimento
dos Recursos Especial e Extraordinário
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Adrielly Camila de Oliveira Rodrigues Vital
Revisão Técnica:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan
Requisitos Básicos Estruturais:
Desenvolvimento dos Recursos
Especial e Extraordinário
• Recurso Especial;
• Recurso Extraordinário e Recurso Especial Repetitivos.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Preparar o aluno para atuar nos Tribunais Superiores, exercendo atuação técnico-jurídica
não só perante as Instâncias Ordinárias, mas para o enfretamento de decisões proferidas
nos Tribunais.
UNIDADE Requisitos Básicos Estruturais: Desenvolvimento
dos Recursos Especial e Extraordinário
Recurso Especial
“Vou recorrer até Brasília!”. Você já ouviu alguém fazendo esse tipo de afirmação? Pois é,
sabemos que em Brasília, Capital do nosso país, temos os Tribunais Superiores (STJ, TST, TSE,
STM e STF). Para fazer o seu recurso chegar até Brasília existem técnicas jurídicas que preci-
sam ser observadas, as quais procuraremos explorá-las aqui nesta unidade. Então, vamos lá!
Nesta terceira unidade iniciaremos o nosso estudo prático com mais uma análise
de estratégias destinadas à sustentação da sua escrita.
Você Sabia?
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem competência para julgamento do Recurso Especial,
enquanto que o Supremo Tribunal Federal (STF) tem competência para processamento e
julgamento do Recurso Extraordinário.
A doutrina costuma frisar que os recursos interpostos até o segundo grau são
recursos com natureza ordinária, pois são dirigidos às instâncias ordinárias, primeira
e segunda instâncias. Já os recursos interpostos aos Tribunais Superiores são os
recursos de natureza extraordinária, pois só podem ser admitidos e julgados em situ-
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ações extraordinárias, ou seja, que fogem do tradicional, que versem sobre questões
exclusivamente de direito.
Conceito
O Recurso Especial (REsp) é uma modalidade recursal com previsão constitucio-
nal de competência do Superior Tribunal de Justiça, que tem no escopo, como se
verá adiante, manter a hegemonia e a autoridade das leis Federais (art. 105, III, “a”,
“b” e “c” da CF) ou, nos dizeres de Elpídio Donizete, “os recursos extraordinários,
portanto, não se prestam à correção da injustiça da decisão, mas à unificação da
aplicação do direito positivo”, quando tratou dos recursos especial e extraordinário.
Da Admissibilidade
No Inciso III do Artigo 105 da Constituição Federal, vemos os pressupostos de
admissão do Recurso:
• a existência de uma causa decidida em única ou última instância, ou
seja, em que estejam esgotadas as instâncias inferiores;
Analisando os requisitos acima, é possível afirmarmos que não cabe recurso es-
pecial contra decisão monocrática proferida em 2ª Instância, tampouco contra deci-
sões proferidas pelos Colégios Recursais dos Juizados Especiais, pois a Constituição
Federal (art. 105, III, caput), é textual ao afirmar o cabimento deste recurso contra
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UNIDADE Requisitos Básicos Estruturais: Desenvolvimento
dos Recursos Especial e Extraordinário
decisões proferidas pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Esta-
dos, do Distrito Federal e Territórios.
Se você não se recorda o que vem a ser uma decisão monocrática, vamos lá: decisão mono-
crática é aquela proferida pelo Desembargador Relator de um processo ou de um recurso,
de forma isolada, ou seja, escrita apenas por ele, sem submetê-la ao colegiado. Assim, a
decisão monocrática é diferente de um acórdão, que é aquela decisão proferida por um
colegiado (turma de magistrados), enquanto que a decisão monocrática é proferida por
apenas um deles. Por meio de uma decisão monocrática, um recurso pode ser julgado,
como ocorre com a apelação, nos termos do artigo 1.011, I, do Código de Processo Civil; po-
derá o Relator atribuir efeito suspensivo ou deferir a antecipação da tutela recursal em um
agravo de instrumento, nos termos do artigo 1.019, I, do Código de Processo Civil; dentre
outras possibilidades.
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da que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tri-
bunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscuridade”;
• Súmula 320, STJ: “A questão federal somente ventilada no voto vencido não
atende ao requisito do prequestionamento”. Voto vencido ocorre quando a de-
cisão colegiada é proferida por maioria de votos, por exemplo, 02 Desembar-
gadores deram provimento e 01 negou. Este que negou ficou vencido e poderá
declarar o seu voto, que fará parte do acórdão. Assim, o acórdão será composto
pelo voto vencedor (condutor) e pelo voto vencido, com a proclamação do resul-
tado na certidão do julgamento e na ementa.
Recurso Extraordinário
Você Sabia?
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é composto por 33 (trinta e três) Ministros, enquanto
que o Supremo Tribunal Federal (STF) é composto por 11 (onze) Ministros, julgam recur-
sos de todo o nosso território nacional, além de processarem e julgarem as causas de
competência originária.
Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Requisitos Básicos Estruturais: Desenvolvimento
dos Recursos Especial e Extraordinário
Repercussão Geral
A Emenda Constitucional 45/2004 trouxe algumas mudanças significativas em
nossa Constituição, especialmente no que diz respeito ao Recurso Extraordinário,
tendo a exigibilidade da demonstração da repercussão geral das questões constitucio-
nais como requisito de admissibilidade mais uma barreira para impedir ou dificultar
a análise de um recurso extraordinário.
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A demonstração da repercussão geral visa o conhecimento de recursos extraordiná-
rios cujo objeto transcenda os interesses das partes que litigam naquele processo, mas
que repercuta em relações jurídicas de igual natureza em todo o território nacional.
Recurso Extraordinário e
Recurso Especial Repetitivos
Quando existirem demandas repetitivas, com recursos que versem sobre a mesma
questão jurídica, pendentes de julgamento, poderá o Presidente de Tribunal de Justi-
ça ou de Tribunal Regional Federal, ou seja, de Tribunais de segunda instância, sele-
cionarem no mínimo dois recursos que representam a discussão e os encaminharem
para julgamento pelo STF ou STJ, de acordo com a competência recursal definida
pela matéria objeto dos recursos.
Os recursos que não forem selecionados e versarem sobre o mesmo tema fica-
rão com o julgamento/andamento sobrestado (suspenso) até que ocorra o julgamento
final dos recursos representativos da controvérsia.
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UNIDADE Requisitos Básicos Estruturais: Desenvolvimento
dos Recursos Especial e Extraordinário
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TIPO DO RECURSO (APELAÇÃO/EMBARGOS/AGRAVO)
N.º 00000000-00.2013.8.26.0000
NOME DO RECORRENTE, já qualificado, nos autos dos EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO (exemplo – ver o tipo do recurso) opostos contra o V. Acórdão proferi-
do em apelação tirada de sentença proferida nos autos da AÇÃO DE XXXXXXXX que
lhe move NOME DO RECORRIDO, também já qualificado, por seu advogado que esta
subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento
no artigo 105, III, “a” da Constituição Federal, combinado com o artigo 1.029 do Có-
digo de Processo Civil, tempestivamente, interpor o presente RECURSO ESPECIAL
ao v. acórdão proferido pela XXª Câmara de Direito Privado do Egrégio Tribunal
de Justiça do Estado de XXXXXX, que deu/negou provimento aos Embargos de De-
claração, violando dispositivo de lei federal, motivo pelo qual requer o recebimento,
processamento e a posterior remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça, pe-
los fatos e fundamentos expostos nas razões anexa.
Requer a juntada do preparo, taxas e porte de remessa e retor-
no, devidamente recolhidos, bem como a intimação da parte recorrida para
oferecer as contrarrazões.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
Local e data.
NOME E ASSINATURA DO ADVOGADO
OAB/UF N.º
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UNIDADE Requisitos Básicos Estruturais: Desenvolvimento
dos Recursos Especial e Extraordinário
Claro está que o V. Acórdão recorrido viola de forma direta e literal di-
reitos da parte recorrente, conforme será demonstrado ao longo desta peça recursal.
.
II – DA DEMONSTRAÇÃO DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO
II.1 – DO PREQUESTIONAMENTO
A matéria foi prequestionada amplamente no processo, conforme se
verifica das peças direcionadas às instâncias anteriores, em cumprimento ao disposto
no artigo 1025 do Código de Processo Civil.
II.2 – DA NÃO VIOLAÇÃO À SÚMULA 7ª DO COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
O presente recurso está em plena conformidade com as Súmulas 05
e 07 desta Colenda Corte, já que não tem a finalidade de discutir questões de fato ou
de prova, mas tão somente as questões de violação a direito.
II.3 – DA LEI FEDERAL CONTRARIADA OU DE VIGÊNCIA NEGADA
Os recorrentes entendem que foi contrariado o dispositivo legal abaixo
(artigo 105, III, “a”, da Constituição Federal):
– especificar artigos violados – de acordo com o seu caso
II.4 – DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso é tempestivo, na medida em que o V. Acórdão
recorrido foi publicado no dia 00/00/0000.
III – DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA
Tratar especificamente de cada dispositivo de lei federal violado, conforme exemplo
abaixo:
III.1 – DA VIOLAÇÃO AO ARTIGO XXXXX DO CÓDIGO XXXX
No V. Acórdão recorrido, o Tribunal “ad quem” violou o disposto no
artigo XXXX do Código XXXX, ao entender que ... (copiar trecho da decisão – proble-
ma que violou o dispositivo legal).
Esclarecer a interpretação correta da norma que justifica o pedido de re-
forma da decisão. Em outras palavras, demonstrar o erro cometido na decisão recorrida.
Desta maneira, requer o conhecimento e o provimento do presente
recurso, a fim de que seja reformado o V. Acórdão recorrido para .... (Especificar a
finalidade da reforma; a consequência pretendida).
Se houver mais de um dispositivo violado, repetir essa estrutura
de tópico.
IV – DO PEDIDO DE REFORMA
DIANTE DO EXPOSTO, requer a Vossas Excelências o conhecimento e
o provimento do presente Recurso Especial, a fim de que seja reformado o V. Acór-
dão para .... (Especificar a finalidade da reforma; a consequência pretendida), como
medida de Justiça.
Por fim, requer a inversão do ônus da sucumbência e a sua majoração recursal, pre-
vista no artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
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Local e data.
NOME E ASSINATURA DO ADVOGADO
OAB/UF N.º
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UNIDADE Requisitos Básicos Estruturais: Desenvolvimento
dos Recursos Especial e Extraordinário
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II.4 – DA TEMPESTIVIDADE
O presente recurso é tempestivo, na medida em que o V. Acórdão
recorrido foi publicado no dia 00/00/0000.
III – DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA
Tratar especificamente de cada dispositivo de lei federal violado, conforme exem-
plo abaixo:
III.1 – DA VIOLAÇÃO AO ARTIGO XXXXX DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
No V. Acórdão recorrido, o Tribunal “ad quem” violou o disposto no
artigo XXXX do Código XXXX, ao entender que ... (copiar trecho da decisão – proble-
ma que violou o dispositivo legal).
Esclarecer a interpretação correta da norma que justifica o pedido de re-
forma da decisão. Em outras palavras, demonstrar o erro cometido na decisão recorrida.
Desta maneira, requer o conhecimento e o provimento do presente
recurso, a fim de que seja reformado o V. Acórdão recorrido para .... (Especificar a
finalidade da reforma; a consequência pretendida).
Se houver mais de um dispositivo violado, repetir essa estrutura
de tópico.
IV – DO PEDIDO DE REFORMA
DIANTE DO EXPOSTO, requer a Vossas Excelências o conhecimento e o provimento
do presente Recurso Extraordinário, a fim de que seja reformado o V. Acórdão para
.... (Especificar a finalidade da reforma; a consequência pretendida), como medida
de Justiça.
Por fim, requer a inversão do ônus da sucumbência e a sua majoração recursal, pre-
vista no artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil.
Nestes termos,
Pede Deferimento.
Local e data.
NOME E ASSINATURA DO ADVOGADO
OAB/UF N.º
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UNIDADE Requisitos Básicos Estruturais: Desenvolvimento
dos Recursos Especial e Extraordinário
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Prática Forense: Prática empresarial
ARAÚJO, B. D. J. M. A. Col. Prática Forense: Prática empresarial – Vol 4. São
Paulo: Editora Saraiva, 2019. Disponível em sua biblioteca na área do aluno.
Curso de Direito Processual Civil
HUMBERTO, T. J. Curso de Direito Processual Civil. Vol. III. 52. ed. São Paulo:
Grupo GEN. Disponível em sua biblioteca na área do aluno.
Código de Processo Civil Comentado
NERY JUNIOR, N.; NERY, R. M. de A. Código de Processo Civil Comentado.
17. ed. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2018.
Vídeos
Redação jurídica – Destravando a escrita
https://youtu.be/eXFk15-_t0E
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Referências
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