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Texto 2: Trade and State in the Arabian Seas: A Survey from the Fifteenth to the
Eighteenth Century
O autor pensa no Mar da Arabia como uma rede econômica e social que está sempre
mudando e se adaptando. A estrutura básica do Mar da Arabia nesse período consistia
na entrega de produtos têxteis, pimento, açúcar, madeira e arroz por parte da Índia
para o oriente médio. Essas commodities eram trocadas por prata, cobre e ouro, assim
como por quase-moedas (cowry e badam). A conexão com a África era feita pela costa
Suaíli (Somália, Tanzânia, Moçambique, …)
Era uma rede de conexões entre diferentes cidades portuárias, onde dois sistemas
econômicos diferentes se encontravam
O “Sistema Mundial” (economias-mundo) era diferente do Sistema mundial moderno.
Não havia um núcleo hegemônico e a produção não era organizada numa hierarquia.
Existiam diferentes centros de produção e vários grandes centros de troca
O autor mostra objeções à Teoria do Sistema Mundial”: as trocas não eram desiguais
entre as sociedades, não havendo uma periferia com Estado fraco e um centro forte. O
comercio era vantajoso para ambas as partes
É importante não esquecer da relevância do Oeste Africano, de onde saia uma
commodity importante para o comercio no Mar da Arabia: ouro. Ele chegava no leste da
África, sobretudo no Egito, onde era comercializado pela Mar Vermelho e o Golfo
Persico
A Rússia também tinha papel relevante no comercio da época, com a exportação de
pelos animais, ouro, prata e outros bens
As regiões habitadas da Eurásia e África já eram ligadas muito antes das viagens navais
dos europeus. O autor cita diversas rotas terrestres que provam esse ponto
O renascimento europeu após 1450 parece conectado com o renascimento do comercio
no Levante e no Mar da Arabia. O ressurgimento europeu não foi causado por uma
questão de ter um preço melhor que os asiáticos, mas sim pelo aumento da demanda
gerada pela consolidação dos Produtores dos Impérios Otomano, Sírio e Turco,
concentrados em certos segmentos do mercado têxtil e deixando o restante para
competidores estrangeiros. Também pode estar relacionado com a maior demanda na
Pérsia e na Asia Central
Na mesma linha, argumenta-se que o declínio do comercio italiano no mediterrâneo
tenha fortes relações com a demanda asiática
O comercio no Mediterrâneo e no Mar da Arabia eram tão ligados que não podemos
tratá-los como sistemas separados, mas sim um único circuito. O impacto é bilateral
O texto então passa a tratar do dinheiro usado nas trocas. O aumento ou a queda do
fluxo do lingote influenciava o preço e a circulação de um tipo de moeda comparado a
outro (ex: maior importação de prata geraria uma queda no preço das moedas de prata,
e não um aumento na demanda por moeda). Além disso, lucros não eram feitos sobre o
lingote, mas sim sobre alguma moeda
É possível observar padrões cíclicos no comercio do Mar da Arabia: ondas cíclicas de
expansão eram freadas por contrações periódicas, que podiam ser causadas por
problemas na colheita ou por guerras, ou longas depressões no comercio causadas pelo
distanciamento da demanda e da oferta dos bens manufaturados. Logo, não Podemos
afirmar que houve uma “era do comercio”
Muitos estudos ignoram as rotas comerciais terrestres, mas essas foram de extrema
importância, sendo críticas para os portos. Afinal, produtos agrícolas são produzidos no
interior
Entre o final do séc. XVI e o séc. XVIII, grandes impérios no interior da Asia surgiram. A
existência desses grandes impérios unificados deu ao interior uma unidade, diferente do
que havia antes