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INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:

teoria & prática

O modelo de colaboração 3C
no ambiente AulaNet

Hugo Fuks
Marco AurÈlio Gerosa
Alberto Barbosa Raposo
Carlos JosÈ Pereira de Lucena

3C collaborative model
in AulaNet environment
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Informática na Educação: teoria & prática, Porto Alegre, v.7, n.1, jan./jun. 2004. ISSN 1516-084X
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

Resumo. O trabalho intelectualizado cada vez


mais exigido na sociedade conectada deman-
da novas habilidades dos trabalhadores, que
devem estar aptos a aprender continuamente e
a trabalhar em grupo. Tendo em vista estas ne-
cessidades, o ambiente de aprendizagem
AulaNet valoriza uma abordagem colaborativa.
Neste artigo È apresentado o modelo de cola-
boraÁ„o 3C que norteou e foi refinado a partir
do desenvolvimento do AulaNet. Seus trÍs prin-
cipais conceitos ñ comunicaÁ„o, coordenaÁ„o
e cooperaÁ„o ñ s„o explorados a partir dos ser-
viÁos disponÌveis no ambiente e exemplificados
pela din‚mica de um curso on-line.

Palavras-chave: colaboraÁ„o, modelo 3C, co-


municaÁ„o, coordenaÁ„o, cooperaÁ„o

Abstract. The knowledge work, increasingly


requested in the connected society, requires new
skills from workers, who should be able to
continuously learn and work in group. Consi-
dering these necessities, the AulaNet learning
environment promotes a collaborative approach.
This paper presents the 3C collaboration model,
which guided the development of the AulaNet
and was refined during this process. Communi-
cation, coordination and cooperation, the driving
concepts of this model, are investigated based
on the services available on the environment and
exemplified by the dynamics of an online course.

Keywords: collaboration, 3C model, communi-


cation, coordination, cooperation.

FUKS, Hugo et al. O Modelo de ColaboraÁ„o 3C no


Ambiente AulaNet. Informática na Educação: teoria &
prática, Porto Alegre, v.7, n. 1, p. 25-48, jan./jun. 2004.

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1 Introdução Para dar um suporte adequado ‡ cola-


boraÁ„o, È necess·rio model·-la. Neste artigo
Acostumados com o paradigma de
È apresentado o modelo de colaboraÁ„o 3C,
comando e controle condicionado pela esco-
que orientou e foi refinado a partir do desenvol-
la e largamente difundido na ind˙stria, os tra-
balhadores n„o est„o preparados para as vimento do ambiente AulaNet e do curso TIAE
novas demandas da sociedade conectada. (Tecnologias de InformaÁ„o Aplicadas ‡ Edu-
Os trabalhadores foram ensinados a reagir a caÁ„o). O AulaNet e o curso TIAE s„o apresen-
ordens claras e a procedimentos bem defini- tados sucintamente na SeÁ„o 2 deste docu-
dos, realizando tarefas individualmente. O en- mento. O modelo de colaboraÁ„o 3C È basea-
tendimento de comunicaÁ„o È vertical: memo- do nos conceitos de comunicaÁ„o, coordena-
randos descem a hierarquia empresarial e re- Á„o e cooperaÁ„o, que s„o abordados nas se-
latÛrios sobem; e assim como na escola, a co- Áıes 3, 4 e 5, respectivamente. Em cada uma
municaÁ„o horizontal, com um colega ao lado, destas seÁıes cada um dos Cs È discutido
alÈm de n„o ser bem vista n„o tem suporte
genericamente e depois È exemplificado no
tecnolÛgico.
ambiente AulaNet e no curso TIAE.
Trabalhadores do conhecimento, por
2 A colaboração no ambiente
outro lado, est„o em constante interaÁ„o com
AulaNet
seus colegas para a realizaÁ„o de suas tare-
fas. Na sociedade conectada, a organizaÁ„o O AulaNet È um ambiente baseado
baseada no comando e controle perde forÁa numa abordagem groupware para o ensino-
e È substituÌda por uma mais colaborativa,
aprendizagem na Web que vem sendo desen-
onde comunicaÁ„o, coordenaÁ„o e coopera-
volvido desde Junho de 1997 pelo LaboratÛrio
Á„o predominam.
de Engenharia de Software da Universidade
Em um grupo ocorre a complementaÁ„o CatÛlica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). O AulaNet
de capacidades, de conhecimentos e de esfor- È gratuito e est· disponÌvel nas versıes em
Áos individuais. Os membros do grupo tÍm re- portuguÍs, inglÍs e espanhol em http://
torno de seus colegas, o que facilita a identifi- groupware.les.inf.puc-rio.br e http://
caÁ„o precoce de inconsistÍncias e falhas em www.eduweb.com.br.
seu raciocÌnio e, juntos, podem buscar idÈias,
informaÁıes e recursos para auxiliar na resolu- 2.1 O modelo de colaboração 3C
Á„o dos problemas (TUROFF & HILTZ, 1982).
O modelo de colaboraÁ„o 3C, adotado
Tendo em vista a necessidade de apren- no ambiente AulaNet, È baseado na idÈia de
der a trabalhar em grupo, a abordagem do am- que para colaborar, um grupo tem que exercer
biente AulaNet È baseada na colaboraÁ„o que trÍs atividades principais: comunicar-se, coor-
se manifesta nas interaÁıes dos aprendizes
denar-se e cooperar, conforme pode ser obser-
com os docentes, com os colegas aprendizes e
vado no diagrama da Figura 1.
com os conte˙dos did·ticos.

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Figura 1: Diagrama do Modelo de ColaboraÁ„o 3C

A comunicaÁ„o, em um grupo de traba- Nas primeiras versıes do ambiente


lho, envolve a negociaÁ„o de compromissos e AulaNet, seus recursos eram classificados em
conhecimento. AtravÈs da coordenaÁ„o, o gru- serviÁos administrativos, de avaliaÁ„o e did·ti-
po lida com conflitos e se organiza de maneira cos, que È uma abordagem comum em ferra-
a evitar que os esforÁos de comunicaÁ„o e de mentas educacionais (Edutools, 2004). Infeliz-
cooperaÁ„o sejam perdidos. A cooperaÁ„o È a mente, esta abordagem levou os docentes que
operaÁ„o conjunta dos membros do grupo em usavam o ambiente a ensinar da maneira verti-
um espaÁo compartilhado. AtravÈs da percep- cal tradicional: professando as informaÁıes
Á„o o indivÌduo obtÈm feedback de suas aÁıes com pouca interaÁ„o entre eles e os aprendi-
e feedthrough das aÁıes de seus colegas zes, e sem interaÁ„o entre os aprendizes. En-
(GEROSA, FUKS & LUCENA, 2003). tretanto, o que se espera de um aprendiz na
colaboraÁ„o È um alto grau de interaÁ„o com
A tarefas originam-se dos compromis- seus colegas e com os docentes, que por sua
sos e conhecimento negociado durante a co- vez devem agir como mediadores e coordena-
municaÁ„o e s„o realizadas durante a coope- dores ao invÈs de entregadores de informaÁ„o.
raÁ„o. A coordenaÁ„o atua para garantir que as Desta forma, os serviÁos do AulaNet foram re-
tarefas sejam executadas da maneira correta, organizados com base no modelo de colabora-
no tempo certo e com os recursos necess·ri- Á„o 3C, de forma a ficarem mais propÌcios a
os. Apesar da separaÁ„o destas trÍs atividades uma abordagem colaborativa (FUKS, 2000).
para fins de an·lise, elas n„o s„o realizadas
de maneira estanque e isoladas; elas s„o rea- Os serviÁos de colaboraÁ„o do ambien-
lizadas continuamente durante o trabalho em te AulaNet s„o organizados em serviÁos de co-
grupo. O modelo de colaboraÁ„o 3C foi ela- municaÁ„o, de coordenaÁ„o e de cooperaÁ„o e
borado a partir de um refinamento de concei- s„o colocados ‡ disposiÁ„o do docente duran-
tos apresentados no modelo de Ellis et al., te a criaÁ„o e atualizaÁ„o do curso, possibili-
(1991) e no modelo Clover (LAURILLAU & tando a ele selecionar e configurar quais fica-
NIGAY,2002). r„o disponÌveis aos aprendizes. A Figura 2 mos-

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tra a classificaÁ„o dos serviÁos do AulaNet com Borghoff e Schlichter (2000). Os serviÁos do
relaÁ„o ao modelo de colaboraÁ„o 3C, AulaNet est„o posicionados na parte externa
posicionando-os no tri‚ngulo apresentado em do tri‚ngulo.

Figura 2: ClassificaÁ„o dos serviÁos do ambiente AulaNet em funÁ„o do modelo 3C

Os serviÁos de comunicaÁ„o fornecem Os serviÁos de cooperaÁ„o do AulaNet


as facilidades que permitem a troca de infor- incluem uma lista de referÍncias do curso (Bi-
maÁıes. Estes serviÁos incluem ferramentas bliografia e Webliografia), uma lista de conte˙-
de discuss„o textual assÌncrona no estilo de dos transferÌveis para consumo desconectado
fÛrum (Conferências), de bate-papo sÌncrono (Download) e facilidades de co-autoria, tanto de
textual no estilo de chat (Debate) de troca ins- docentes (Co-autoria de Docente) quanto de
tant‚nea de mensagens com participantes si- aprendizes (Co-autoria de Aprendiz).
multaneamente conectados (Mensagens para
Em cursos do AulaNet, um docente
Participantes), e de correio eletrÙnico individual
com o mediador (Contato com os Docentes) e pode assumir trÍs papÈis: coordenador do
com toda a turma (Lista de Discussão). curso, docente co-autor e mediador. O coor-
denador È o respons·vel pela estruturaÁ„o
No AulaNet, os serviÁos de coordenaÁ„o do curso, selecionando quais serviÁos esta-
incluem uma ferramenta de notificaÁ„o (Avisos), r„o disponÌveis, configurando o espaÁo com-
uma ferramenta de coordenaÁ„o b·sica do flu- partilhado e definindo a ementa, a metodo-
xo do curso (Plano de Aulas), ferramentas de logia, os conte˙dos did·ticos e outras infor-
avaliaÁ„o (Tarefas e Exames) e uma ferramen- maÁıes do curso. O coordenador pode contar
ta de acompanhamento da participaÁ„o do com o auxÌlio de docentes co-autores respon-
grupo (Relatórios de Participação). s·veis pela produÁ„o e inserÁ„o de conte˙dos
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did·ticos nos serviÁos selecionados por ele. O a trabalharem de forma colaborativa. No curso,
mediador È quem cuida do dia-a-dia do curso, o aprendiz È levado a aprender a buscar suas
mantendo a ordem, motivando e avaliando a prÛprias fontes de informaÁ„o, a lidar com a
participaÁ„o dos aprendizes. sobrecarga e a converter de forma colaborativa
informaÁ„o em conhecimento. Os aprendizes
2.2 O curso de Tecnologias de InformaÁ„o
tornam-se os respons·veis pelo sucesso da
Aplicadas ‡ EducaÁ„o (TIAE) aprendizagem ao gerarem conte˙dos did·ticos,
O AulaNet pode ser utilizado para apoiar argumentarem, dinamizarem as discussıes e
a sala de aula tradicional, apesar de ser mais contribuÌrem com o aprendizado dos colegas.
propÌcio para dar suporte ‡ aprendizagem Eles s„o avaliados pelas contribuiÁıes que
colaborativa. O curso TIAE (Tecnologias de In- agregam valor ao grupo e n„o somente por suas
formaÁ„o Aplicadas ‡ EducaÁ„o), que atividades individuais (FUKS et al., 2003a). Os
exemplifica este uso, È ministrado desde 1998 aprendizes devem ter uma atitude construtiva e
como uma disciplina do Departamento de participar com qualidade das atividades
Inform·tica da PUC-Rio, totalmente a dist‚ncia, colaborativas.
pelo ambiente AulaNet. O objetivo do curso È
Durante a discuss„o dos temas do
fazer os aprendizes colaborarem usando as curso, um tÛpico È abordado a cada semana,
tecnologias de informaÁ„o, tornando-se educa-
durante oito semanas. A seq¸Íncia de ativi-
dores baseados na Web (FUKS, GEROSA &
dades desta fase do curso È apresentada na
LUCENA, 2002). O curso visa construir uma rede Figura 3. Os aprendizes lÍem os conte˙dos
de aprendizagem (HARASIM et al., 1997) onde
selecionados sobre o tÛpico, realizam pes-
o grupo aprende, primordialmente, atravÈs das
quisas de aprofundamento, e participam de
interaÁıes entre os participantes em atividades uma discuss„o sobre questıes especÌficas
colaborativas.
sobre o tÛpico em estudo.
A metodologia do curso foi planejada A discuss„o sobre os tÛpicos do curso È
para fazer com que, alÈm de aprender os con- realizada durante trÍs dias consecutivos atra-
te˙dos do curso, os alunos habituados a se- vÈs do serviÁo ConferÍncias do AulaNet, que
rem receptores passivos se transformem em funciona como um fÛrum de discuss„o, onde È
aprendizes geradores de conhecimento, aptos possÌvel encadear e categorizar as mensagens

Figura 3: Seq¸Íncia de atividades durante o estudo dos tÛpicos do curso

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(GEROSA, FUKS & LUCENA, 2001). ApÛs a dis- boraÁ„o, È importante assegurar o entendimen-
cuss„o na conferÍncia, o tÛpico em estudo È to da mensagem pelo receptor. A ˙nica maneira
encerrado com a realizaÁ„o de um debate de fazer isto È observando as aÁıes e reaÁıes
sÌncrono, com duraÁ„o de uma hora, pela ferra- do receptor, pois estas s„o guiadas pelos seus
menta de bate-papo Debate do AulaNet. compromissos e conhecimentos. Na colabora-
Á„o tambÈm È valorizada a negociaÁ„o que
O curso TIAE e o ambiente AulaNet s„o ocorre durante a comunicaÁ„o. Desta forma,
detalhados ao longo das prÛximas seÁıes, no modelo de colaboraÁ„o 3C, a interaÁ„o
como estudo de caso para comunicaÁ„o, coor- baseada em compromissos È usada para
denaÁ„o e cooperaÁ„o. modelar a comunicaÁ„o (MACKENZIE, 1985),
(LAUFER&FUKS,1995).
3 Comunicação: interatividade
baseada em compromissos Para se comunicar, e ,conseq¸entemen-
te, possibilitar a negociaÁ„o dos compromis-
Para trabalhar, as pessoas se comuni-
cam. Durante a comunicaÁ„o, as pessoas sos, os interlocutores devem utilizar os elemen-
constroem um entendimento comum, trocam tos disponÌveis no ambiente. O diagrama da
idÈias, discutem, aprendem, negociam e to- Figura 4 representa um di·logo entre dois
interlocutores (FUKS, GEROSA & PIMENTEL,
mam decisıes. AtravÈs da comunicaÁ„o ocor-
2003). Ao se comunicar, um dos interlocutores,
rem a troca e o debate de pontos de vista
de acordo com suas intenÁıes e compromis-
como forma de alinhar e refinar as idÈias dos
membros do grupo. sos, elabora a mensagem a ser transmitida, e,
o outro, ao receber e interpretar a mensagem,
No paradigma de comando e controle, a tem seus compromissos e conhecimentos
comunicaÁ„o È considerada bem sucedida modificados. Neste nÌvel, os interlocutores ar-
quando o emissor È informado que o receptor gumentam e negociam suas intenÁıes, com-
recebeu a mensagem. Por outro lado, na cola- promissos e conhecimentos.

Figura 4: Modelo de comunicaÁ„o

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A linguagem utilizada na conversaÁ„o grafo (FUKS, GEROSA & PIMENTEL, 2003). O


deve ser entendida por todos os envolvidos. A tipo de estruturaÁ„o e a interface da ferramenta
linguagem È influenciada pelo contexto cultural, devem satisfazer as demandas de comunica-
pelo domÌnio em quest„o, pelos conhecimen- Á„o do grupo em seus diversos momentos,
tos individuais dos envolvidos e pelos recursos enquanto ele discute para aÁ„o.
disponÌveis para conversaÁ„o, que n„o neces-
sariamente s„o verbais (GUTWIN & 3.1 A comunicação no Curso TIAE
GREENBERG, 1999). O emissor registra sua O curso TIAE È baseado principalmente
mensagem utilizando elementos de express„o na interaÁ„o entre os participantes e utiliza to-
do ambiente e a ferramenta transmite os dados dos os serviÁos de comunicaÁ„o disponÌveis
e disponibiliza a informaÁ„o para o receptor, em no ambiente.
elementos de percepÁ„o (GEROSA, FUKS &
LUCENA, 2003). Ao interpretar a mensagem, o O serviÁo Contato com os Docentes È
receptor reage e negocia os compromissos e usado pelos aprendizes para contactar os
conhecimentos. docentes do curso. As mensagens s„o envi-
adas atravÈs de correio eletrÙnico e ficam dis-
O ambiente digital deve oferecer um con- ponÌveis no ambiente para posterior consul-
junto apropriado de ferramentas de comunica- ta. No TIAE, este serviÁo È utilizado pelos apren-
Á„o, para que o grupo possa utiliz·-las de acor- dizes para tirar d˙vidas operacionais e fazer
do com seus objetivos e situaÁıes. Normal- coment·rios ou reclamaÁıes que sejam rele-
mente, ferramentas de comunicaÁ„o assÌn- vantes apenas aos mediadores.
crona s„o usadas quando se deseja valorizar a
reflex„o por parte dos interlocutores, visto que Na Lista de Discuss„o, quando uma
eles ter„o mais tempo antes de agir. Nas ferra- mensagem È postada, alÈm de ser armaze-
mentas de comunicaÁ„o sÌncrona, a velocida- nada no ambiente, ela È enviada por correio
de da interaÁ„o È mais valorizada, dado o baixo eletrÙnico para todos os membros do grupo.
tempo de latÍncia entre as aÁıes dos Os mediadores do TIAE utilizam este servi-
interlocutores. Áo para enviar mensagens de coordenaÁ„o,
como informes, avisos, novidades, cobran-
As ferramentas de comunicaÁ„o s„o Áas, entre outras; e, os aprendizes, para se co-
normalmente projetadas para uma comunica- municarem com toda a turma sobre assuntos
Á„o distribuÌda geograficamente. Entretanto, h· fora do escopo das ConferÍncias, para algum
casos onde È necess·ria uma ferramenta para aviso ou convite, e para se apresentar ao grupo
complementar uma interaÁ„o face-a-face. Em durante a primeira semana do curso.
ambos os casos, o projetista deve levar em con-
sideraÁ„o fatores como privacidade, anonima- O serviÁo ConferÍncias funciona como
to, tÈcnicas de conversaÁ„o, conversaÁ„o para- um fÛrum, onde È possÌvel enviar mensagens
lela, controle de palco, etc. A estruturaÁ„o e o respondendo, comentando ou criticando ou-
registro da comunicaÁ„o tambÈm devem ser tra mensagem de forma estruturada. A estru-
levados em consideraÁ„o. Algumas ferramen- turaÁ„o das mensagens permite organizar a
tas s„o projetadas para uma conversa argumentaÁ„o por tÛpicos, evitando que as
desestruturada, enquanto outros favorecem mensagens de um sub tÛpico se misturem
uma estruturaÁ„o em lista, em ·rvore ou em com as dos outros. As conferÍncias s„o utiliza-

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das no TIAE para desenvolver em profundidade elaborar uma mensagem da categoria semi-
os temas do curso e para a avaliaÁ„o n·rio, onde um aspecto do tÛpico da semana È
colaborativa dos conte˙dos educacionais de- discutido, e trÍs mensagens com questıes a
senvolvidos pelos aprendizes (conforme ser· partir das quais a turma desenvolve a argumen-
explicado posteriormente). taÁ„o ao longo da semana. Durante este perÌo-
do de argumentaÁ„o, o seminarista fica respon-
No AulaNet È possÌvel utilizar a catego-
s·vel por animar e manter a din‚mica da confe-
rizaÁ„o de mensagens nos serviÁos de comu-
rÍncia. Nos debates do curso, na ferramenta de
nicaÁ„o Lista de Discuss„o e ConferÍncias.
bate-papo, um aprendiz desempenha o papel
Com a categorizaÁ„o, o autor escolhe de um
de moderador, tornando-se respons·vel por
conjunto prÈ-definido de categorias a mais ade-
conduzir a sess„o, manter o foco nas questıes
quada ‡ mensagem. Por exemplo, para se apre-
propostas, manter o ritmo da discuss„o e coor-
sentar ao grupo, È utilizada a categoria ìApre-
denar os outros aprendizes, estimulando a par-
sentaÁ„oî. O conjunto de categorias È definido
ticipaÁ„o de todos. Os aprendizes se revezam
pelo coordenador do curso e pode ser diferente
nestes papÈis ao longo do curso. Os demais
para os dois serviÁos.
aprendizes participam da discuss„o, argumen-
No TIAE, o papel de transmitir informa- tando seus pontos de vista de forma a trabalhar
Áıes e conduzir as argumentaÁıes, que nor- ativamente seus conceitos, refletindo sobre os
malmente È funÁ„o dos docentes de um curso, mesmos e refinando-os (SCH÷N, 1983). Des-
È compartilhado com os aprendizes. Em cada ta maneira, o trabalho dos aprendizes È obser-
conferÍncia (exemplificada na Figura 5), um vado, comentado e avaliado por seus colegas,
aprendiz È selecionado para desempenhar o motivando-os a participar com melhor qualida-
papel de seminarista, ficando respons·vel por de (BENBUNAN-FICH & HILTZ, 1999).

Figura 5: Trecho de um di·logo em uma ConferÍncia

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Na aprendizagem, È importante alinhar assÌncrona (Lista de Discuss„o e ConferÍnci-


os argumentos dos aprendizes para promover as) s„o utilizadas no TIAE para valorizar a refle-
uma base comum de conhecimento. Durante a x„o e a qualidade das contribuiÁıes, pois os
argumentaÁ„o, os aprendizes devem atacar e aprendizes tÍm mais tempo antes de agir. Em
defender os pontos de vista e conceitos apre- uma ferramenta de comunicaÁ„o sÌncrona, va-
sentados, procurando e validando informaÁıes loriza-se a velocidade da interaÁ„o, visto que o
que os apÛiem ou os derrubem. O registro da tempo de resposta entre a aÁ„o de um partici-
discuss„o ajuda a entender o conhecimento pante e a reaÁ„o de seus companheiros È cur-
negociado ao longo da argumentaÁ„o, e pode to. No TIAE s„o utilizados os serviÁos sÌncronos
ser registrado em carteiras de compromissos. Debate, um bate-papo textual, e Mensagem ao
De acordo com Mackenzie,(1985), fecho transi- Participante, que possibilita que quem esteja
tivo n„o È aplic·vel aos fatos e regras de uma conectado simultaneamente ao ambiente se
carteira de compromissos, e esta, por conse- contacte atravÈs de mensagens que se abrem
guinte, pode estar temporariamente em um em novas janelas.
estado para-consistente atÈ que outro partici-
pante force uma resoluÁ„o. Isto È aplic·vel ‡ Em um curso como o TIAE, onde a maior
discuss„o do conhecimento, quando aprendi- parte das atividades È feita de forma assÌncrona,
a press„o para responder È reduzida, o que faz
zes vivem em estados de entendimento contra-
ditÛrio atÈ que outro aprendiz ou o mediador com que os aprendizes sejam tentados a n„o
clarifique a situaÁ„o. A Figura 6 ilustra a cumprir as atividades do curso em funÁ„o de
outras tarefas de sua vida particular (GRAHAM
instanciaÁ„o do modelo de comunicaÁ„o para
uma conferÍncia do TIAE. et al., 1999). Os mediadores devem constante-

Ferramentas de comunicaÁ„o

Figura 6: InstanciaÁ„o do modelo de comunicaÁ„o para o semin·rio do TIAE

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mente exigir as contribuiÁıes dentro do perÌodo do andamento das mesmas e a pÛs-articula-


estipulado e intervir para evitar a dispers„o. O Á„o. A prÈ-articulaÁ„o envolve a negociaÁ„o ne-
serviÁo de coordenaÁ„o Acompanhamento da cess·ria para preparar a colaboraÁ„o, normal-
ParticipaÁ„o ajuda a identificar quem est· ou mente concluÌda antes do trabalho colaborativo
n„o participando. se iniciar: identificaÁ„o dos objetivos,
mapeamento destes objetivos em tarefas, se-
4 Coordenação: gerenciamento leÁ„o dos participantes, distribuiÁ„o das tare-
de interdependências fas entre eles, etc. A pÛs-articulaÁ„o ocorre apÛs
A coordenaÁ„o de atividades È necess·- o tÈrmino das tarefas, e envolve a avaliaÁ„o,
ria para garantir o cumprimento dos compro- an·lise e documentaÁ„o do processo de cola-
missos assumidos na comunicaÁ„o e a reali- boraÁ„o (memÛria do processo). O gerencia-
zaÁ„o do trabalho colaborativo atravÈs da soma mento do andamento cuida das interdepen-
dos trabalhos individuais. A coordenaÁ„o orga- dÍncias entre as tarefas e È a parte mais din‚-
niza o grupo para evitar que esforÁos de comu- mica da coordenaÁ„o, precisando ser renego-
nicaÁ„o e de cooperaÁ„o sejam perdidos e para ciada de maneira quase contÌnua ao longo de
que as tarefas resultantes dos compromissos todo o tempo.
assumidos na comunicaÁ„o sejam realizadas
Para cuidar da execuÁ„o das tarefas, res-
na ordem correta, no tempo correto e cumprin-
peitando suas interdependÍncias, o grupo se
do as restriÁıes e objetivos (RAPOSO et al.,
coordena atravÈs de mecanismos de coorde-
2001).
naÁ„o. A Figura 7 traz o modelo da coordenaÁ„o
A coordenaÁ„o de uma atividade envolve de atividades do modelo 3C (FUKS, RAPOSO &
a prÈ-articulaÁ„o de tarefas, o gerenciamento GEROSA,2002).

Figura 7: Modelo de coordenaÁ„o

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Em algumas ferramentas colaborativas, definidas por (Allen, 1984), adicionando opera-


como os bate-papos e as videoconferÍncias, a dores que ajudam a estabelecer a sem‚ntica
coordenaÁ„o fica a cargo do chamado protoco- dos relacionamentos entre as tarefas (RAPO-
lo social, caracterizado pela ausÍncia de meca- SO & FUKS, 2002). Por exemplo, para diferenci-
nismos de coordenaÁ„o explÌcitos entre as ati- ar entre a interpretaÁ„o ativa e passiva de uma
vidades, ficando a cargo dos participantes a interdependÍncia, dois operadores foram defi-
mediaÁ„o das interaÁıes. A coordenaÁ„o nes- nidos: enables e forces. Com o operador forces
tas situaÁıes È estabelecida culturalmente e È È possÌvel definir, por exemplo, que o inÌcio ou
extremamente dependente da percepÁ„o m˙- fim da tarefa A forÁa o inÌcio ou fim da tarefa B.
tua, atravÈs da qual os participantes detectam Outros operadores definidos foram blocks,
mudanÁas de planos, o progresso dos cole- quando o inÌcio ou fim de uma tarefa bloqueia a
gas, o progresso das tarefas, os resultados pre- outra, e unblocks, para a situaÁ„o inversa.
liminares, etc. (DOURISH & BELLOTI, 1992).
Este modelo de representaÁ„o das tare-
PorÈm, as atividades cujas tarefas s„o fas pode ser utilizado para criar mecanismos
altamente interdependentes n„o s„o satisfa- de coordenaÁ„o que gerenciam as
toriamente coordenadas somente com o pro- interdependÍncias entre as tarefas, como o
tocolo social. Elas exigem a implementaÁ„o exemplo utilizando redes de Petri apresentado
de sofisticados mecanismos de coordenaÁ„o em Raposo & Fuks (2002).
para garantir o sucesso da colaboraÁ„o. Exem-
plos de ferramentas com mecanismos de O grande desafio ao projetar mecanis-
mos de coordenaÁ„o para groupware È obter
coordenaÁ„o explÌcitos s„o os gerenciadores
flexibilidade sem perder a regulaÁ„o, necess·-
de fluxo de trabalho (workflow), jogos multi-
usu·rios e ferramentas colaborativas de au- ria em algumas situaÁıes onde o protocolo
social n„o È suficiente. Sistemas colaborativos
toria e de desenvolvimento de software.
n„o devem ser projetos com a ilus„o de que
Para que seja possÌvel coordenar as v„o automatizar todo o trabalho de articulaÁ„o
interdependÍncias entre as tarefas que com- (SCHMIDT, 1991). O sistema n„o deve impor
pıem uma atividade È necess·rio modelar as rigidez ao trabalho ou padrıes de comunicaÁ„o
tarefas e seus relacionamentos. … possÌvel ca- congelados, mas deve oferecer ao usu·rio a
racterizar diferentes tipos de interdependÍncias possibilidade de usar, alterar ou simplesmente
e identificar mecanismos de coordenaÁ„o para ignor·-los. Desta forma, obtÈm-se flexibilidade,
gerenci·-las (MALONE & CROWSTON, 1994). que est· relacionada com a possibilidade de
As interdependÍncias podem ser relacionadas alterar dinamicamente o esquema de coorde-
ao tempo ou aos objetos de cooperaÁ„o (recur- naÁ„o, e a acessibilidade, relacionada com a
sos) (ELLIS & WAINER, 1994). No nÌvel temporal exposiÁ„o dos mecanismos de coordenaÁ„o
a coordenaÁ„o lida com o seq¸enciamento das para os usu·rios ao invÈs de ocult·-los na
tarefas, enquanto no nÌvel de objetos, a coorde- implementaÁ„o do sistema.
naÁ„o lida com o compartilhamento e a concor-
rÍncia de acesso. Um outro aspecto importante que deve
ser considerado È a sobrecarga de informa-
Neste modelo, as interdependÍncias Á„o. Em princÌpio, a maior parte da informa-
temporais estendem as relaÁıes temporais Á„o sobre o que est· acontecendo, o que

36
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

aconteceu ou vai acontecer no grupo tem algu- a apresentaÁ„o da din‚mica e dos participan-
ma import‚ncia para os coordenadores. Os ele- tes. Esta atividade costuma acontecer durante
mentos de percepÁ„o devem ser projetados de a primeira semana. Na seq¸Íncia, acontece o
forma a disponibilizar a informaÁ„o necess·ria estudo de oito tÛpicos do curso (um por sema-
na). Para cada tÛpico È feito um estudo individu-
de uma forma que n„o sobrecarreguem e difi-
al, uma discuss„o assÌncrona na ConferÍncia
cultem a tomada de decisıes.
e um bate-papo no Debate. Finalizando esta
4.1 A coordenação no Curso TIAE fase, os aprendizes s„o divididos em grupos
para produzirem colaborativamente um conte˙-
A Figura 8 exibe a seq¸Íncia de ativida- do educacional. Por fim, os mediadores finali-
des de todo o curso TIAE. O curso inicia-se com zam o curso e divulgam as notas finais.

Figura 8: Seq¸enciamento de atividades no curso TIAE

Cada uma das atividades representadas da finalizada. Por exemplo, se um aprendiz n„o
na Figura 8 È composta de tarefas. Gerenciar participar de uma determinada atividade duran-
este fluxo entre as atividades e tarefas È parte te uma semana, vai perder aquele tÛpico e, na
da responsabilidade da coordenaÁ„o. As tare- semana seguinte, deve participar da discuss„o
fas que compıem as atividades possuem doprÛximo.
interdependÍncias e necessitam de mecanis-
mos de coordenaÁ„o para acompanhar seu A Figura 9 apresenta as interdepen-
desenvolvimento. Diferentemente de workflows dÍncias entre as tarefas de uma conferÍncia.
tradicionais, onde a n„o execuÁ„o de uma tare- H· trÍs papÈis envolvidos nesta atividade: me-
fa pelo respons·vel causa a interrupÁ„o do flu- diador, seminarista e aprendiz. O mediador se-
xo de trabalho, no curso TIAE h· o fator do tem- leciona o aprendiz que ser· o seminarista da
po que determina quando uma tarefa È declara- semana e inicializa a sess„o. O seminarista

37
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

Figura 9: InterdependÍncia entre as tarefas de uma conferÍncia

submete ent„o o semin·rio e as trÍs questıes No TIAE, durante a argumentaÁ„o na


para discuss„o. Os aprendizes postam men- conferÍncia, o seminarista compartilha a coor-
sagens argumentando sobre as questıes pro- denaÁ„o com os mediadores do curso, encora-
postas. O mediador ent„o finaliza a sess„o e jando os outros aprendizes a enviarem suas
avalia as mensagens. contribuiÁıes. A Figura 10 mostra a instanciaÁ„o
do modelo de coordenaÁ„o para o semin·rio
As interdependÍncias entre as tarefas do curso TIAE.
apresentadas na Figura 9 s„o expressas em
termos dos operadores enables, forces e Durante o semin·rio semanal, os apren-
blocks. A seleÁ„o do seminarista, por exemplo, dizes devem ler e enviar mensagens para a
habilita a inicializaÁ„o da sess„o, de forma que ConferÍncia. As interdependÍncias entre as ta-
refas s„o caracterizadas pelo cronograma es-
o mediador n„o pode iniciar a sess„o sem an-
tabelecido e pelo correto seq¸enciamento de
tes escolher o seminarista. Entretanto, a esco-
mensagens. N„o h· mecanismos de coordena-
lha do seminarista n„o forÁa a inicializaÁ„o da
Á„o explÌcitos para a atividade, a coordenaÁ„o
sess„o. A mesma relaÁ„o acontece entre a sub-
fica a cargo do protocolo social, certificado pelos
miss„o das questıes pelo seminarista e a sub-
mediadores e pelo moderador da semana.
miss„o de mensagens pelos aprendizes. O
operador blocks È utilizado, por exemplo, para Para evitar contribuiÁıes que n„o agre-
que apÛs a finalizaÁ„o da sess„o, o aprendiz guem valor ao grupo, cada mensagem È indivi-
n„o possa mais enviar mensagens. dualmente avaliada e comentada. Os proble-

38
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

Figura 10: InstanciaÁ„o do modelo de coordenaÁ„o para o semin·rio do TIAE

mas encontrados nas contribuiÁıes s„o comen- ticipaÁ„o deixam claro quem n„o est· participan-
tadosnaprÛpriamensagem,deixandoclaroonde do ou quem est· participando de uma maneira
o aprendiz acertou e onde h· espaÁo para me- inadequada (Figura 11), tanto quantitativamente
lhorar.OsrelatÛriosdoacompanhamentodapar- quanto qualitativamente (FUKS et al., 2003a).

Figura 11: RelatÛrio do acompanhamento da participaÁ„o

39
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

As informaÁıes de percepÁ„o providas sos s„o assumidos durante a comunicaÁ„o e


pelo acompanhamento da participaÁ„o s„o a coordenaÁ„o gerencia as tarefas necess·ri-
especialmente ˙teis para o coordenador do gru- as para cumprir os compromissos. PorÈm, para
po, que precisa saber, por exemplo, quem est· que as tarefas sejam realizadas em grupo, È
ou n„o est· trabalhando, entre quem est„o ocor- necess·rio oferecer espaÁo compartilhado.
rendo conflitos de interesse, assim como as
habilidades e as experiÍncias de cada um. … 5 Cooperação: da percepção
com base nestas informaÁıes que o coordena- para o trabalho
dor pode tomar as decisıes sobre a coordena-
CooperaÁ„o È a operaÁ„o conjunta dos
Á„o do grupo (BORGES & PINO, 1999). Deve-
membros do grupo no espaÁo compartilhado,
se, porÈm, atentar para o fluxo de informaÁıes
visando a realizaÁ„o das tarefas. Eles coope-
disponibilizadas para o coordenador. A princÌpio,
ram produzindo, manipulando e organizando
quase todas as informaÁıes sobre o que acon-
informaÁıes e construindo e refinando objetos
tece, aconteceu ou acontecer· no grupo tÍm al-
de cooperaÁ„o, como documentos, planilhas,
guma import‚ncia. Entretanto, um excesso de
gr·ficos, etc. Para atuar nos objetos, os mem-
informaÁıes dificulta a tomada de decisıes.
bros contam com elementos de express„o, e
ComunicaÁ„o e coordenaÁ„o, apesar de para se informar dos resultados de suas atua-
vitais, n„o s„o suficientes. … necess·rio espa- Áıes (feedback) e das aÁıes de seus colegas
Áo compartilhado para criar entendimento com- (feedthrough) dispıem de elementos de per-
partilhado (SCHRAGE, 1995). Os compromis- cepÁ„o (Figura 12).

Figura 12: Modelo de cooperaÁ„o

40
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

Na interaÁ„o entre pessoas em uma si- O registro da informaÁ„o que ocorre na


tuaÁ„o face-a-face, a obtenÁ„o de informaÁıes cooperaÁ„o visa aumentar o entendimento en-
È rica e natural, visto que os sentidos podem tre as pessoas, reduzindo a incerteza (relacio-
ser utilizados em sua plenitude. Em ambientes nada com a ausÍncia de informaÁ„o) e a
digitais, entretanto, o suporte ‡ percepÁ„o fica equivocalidade (relacionada com a ambig¸ida-
menos claro, pois os meios de transmitir as de e com a existÍncia de informaÁıes confli-
informaÁıes aos Ûrg„os sensoriais dos seres tantes) (DAFT & LENGEL, 1986). Os indivÌduos
humanos s„o restritos. Por outro lado, em um trabalham as informaÁıes e se comunicam na
ambiente digital, pode-se filtrar os eventos de for- tentativa de solucionar os desentendimentos.
ma a reduzir dispersıes com informaÁıes
irrelevantes, que normalmente permeiam uma Preservar, catalogar, categorizar e estru-
turar os objetos produzidos pelos participantes
colaboraÁ„oface-a-face.
È uma forma de garantir a ìmemÛriaî do grupo.
Os indivÌduos buscam nos elementos de Este tipo de conhecimento pode ser encarado
percepÁ„o as informaÁıes necess·rias para como conhecimento formal. Entretanto, o conhe-
montar seu contexto de trabalho e antecipar cimento dito informal, isto È, idÈias, fatos, ques-
aÁıes e necessidades, bem como identificar tıes, pontos de vista, conversas, discussıes,
as intenÁıes dos companheiros do grupo, de decisıes, etc., que ocorrem durante o proces-
forma a tornar possÌvel prestar assistÍncia ao so e acabam por defini-lo, È difÌcil de ser captu-
trabalho deles quando for possÌvel e necess·- rado, porÈm permite recuperar o histÛrico da dis-
rio. AlÈm disto, os elementos de percepÁ„o aju- cuss„o e o contexto em que as decisıes foram
dam a identificar o papel e as tarefas de cada tomadas.
um com relaÁ„o ‡s metas da colaboraÁ„o e
com os objetos da cooperaÁ„o (GUTWIN, 5.1 A Cooperação no Curso TIAE
STARK&GREENBERG,1995). O serviÁo ConferÍncias provÍ um espa-
Áo compartilhado onde os aprendizes coope-
O projetista de um ambiente virtual deve
ram produzindo e refinando conhecimento atra-
identificar quais informaÁıes de percepÁ„o s„o
vÈs de um processo argumentativo. Os apren-
relevantes, como ser„o obtidas, onde elemen-
dizes produzem novos objetos de cooperaÁ„o,
tos de percepÁ„o s„o necess·rios, como exibi-
neste caso mensagens da conferÍncia, agindo
los e como fornecer aos indivÌduos controle so-
nos elementos de express„o, como os mostra-
bre o fluxo de informaÁıes e sobre questıes re-
dos na Figura 13. Agindo nos elementos de ex-
lativas ‡ privacidade. Um excesso de informa-
press„o, os aprendizes selecionam a catego-
Áıes prejudica a colaboraÁ„o. Para evitar a so-
ria e preenchem o assunto e o corpo da men-
brecarga È necess·rio balancear a necessidade
sagem. No espaÁo compartilhado da ConferÍn-
de fornecer informaÁıes com a de preservar a
cia, elementos de percepÁ„o mostram informa-
atenÁ„o sobre o trabalho. O fornecimento de in-
Áıes sobre os objetos de cooperaÁ„o, incluin-
formaÁıes na forma assÌncrona, estruturada, fil-
do a autoria, data, categoria, assunto e conceito
trada, agrupada, resumida e personalizada facili-
dado pelo mediador do curso (Figura 5).
taestatarefa(KRAUT&ATTEWELL,1997).Oes-
paÁo compartilhado deve ser projetado de forma A instanciaÁ„o do diagrama de coopera-
que a percepÁ„o apÛie o trabalho em grupo. Á„o para a atividade semanal semin·rio pode

41
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

Figura 13: Envio de uma mensagem para a ConferÍncia

ser encontrado na Figura 14. Os aprendizes atu- jetos de cooperaÁ„o) e recebem feedback de
am nos elementos de express„o para construir usas aÁıes e feedthrough das aÁıes de seus
e lidar com as mensagens da conferÍncia (ob- colegas atravÈs dos elementos de percepÁ„o.

Figura 14: InstanciaÁ„o do modelo de cooperaÁ„o para o semin·rio do TIAE

42
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

As interaÁıes do grupo s„o registradas, fazem os critÈrios definidos pelo mediador (grau
categorizadas e estruturadas nos objetos de de habilidade e interesse) (CUNHA, FUKS &
cooperaÁ„o, ou seja, nas mensagens. Desta LUCENA,2003).
maneira, a memÛria do grupo È preservada nas
idÈias, fatos, questıes, pontos de vista, conver- Cada grupo formado se organiza para
colaborativamente gerar um protÛtipo de um
saÁıes, discussıes, decisıes, etc., que s„o
recuper·veis, possibilitando reconstituir o his- conte˙do educacional multimÌdia e interativo e
tÛrico da colaboraÁ„o e o contexto onde a apren- submete este protÛtipo em uma data determi-
nada. Na seq¸Íncia, inicia-se uma fase de ava-
dizagem aconteceu (KANSELAAR et al., 2003).
liaÁ„o pelos prÛprios colegas. Membros de ou-
No curso TIAE, apÛs a fase de estudo tros trÍs grupos escolhidos avaliam o conte˙do
dos tÛpicos do curso, h· uma fase de produÁ„o submetido. Estas avaliaÁıes acontecem em
colaborativa de conte˙dos educacionais conferÍncias criadas para cada grupo, onde os
multimÌdias e interativos. Os aprendizes s„o aprendizes discutem os problemas encontra-
organizados em grupos de dois ou trÍs, basea- dos nos protÛtipos. ApÛs a conclus„o do perÌo-
do no perfil que eles previamente preencheram. do de discuss„o, os grupos tÍm um prazo para
Neste perfil, os aprendizes selecionam suas submeter uma vers„o revisada, incorporando
habilidades e interesses em cada um dos tÛpi- as contribuiÁıes dos colegas. Esta vers„o revi-
cos do curso. Baseado neste perfil, o AulaNet sada È avaliada pelo coordenador do curso para
sugere formaÁıes de grupo que melhor satis- eventualmente ser incorporada ao repositÛrio.

Figura 15: Interface do aprendiz no ambiente AulaNet

43
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

No AulaNet, para navegar no curso, o A percepÁ„o interconecta os trÍs Cs do


participante tem a sua disposiÁ„o um menu de modelo 3C (GEROSA, FUKS & LUCENA, 2003),
serviÁos representado graficamente atravÈs de sendo possÌvel partir da percepÁ„o para o tra-
uma figura de controle remoto (Figura 15). Este balho. Por exemplo, no serviÁo Mensagem aos
menu fornece uma facilidade de navegaÁ„o Participantes, a partir da indicaÁ„o de quem
construÌda atravÈs da seleÁ„o prÈvia, feita pelo est· presente no ambiente, pode ser iniciada
docente, dos mecanismos de comunicaÁ„o, de uma comunicaÁ„o sÌncrona atravÈs de mensa-
coordenaÁ„o e de cooperaÁ„o. gens instant‚neas. Em um outro exemplo, o
coordenador do curso È notificado quando um
No controle remoto podemos observar aprendiz submete um conte˙do educacional
v·rias informaÁıes de percepÁ„o. Na parte su- peloserviÁoCo-autoriadeAprendiz.Apartirdesta
perior encontra-se o cÛdigo da disciplina, ofe- notificaÁ„o, o coordenador avalia o conte˙do e,
recendo um elemento de percepÁ„o individual eventualmente, incorpora-o ao repositÛrio do
de localizaÁ„o e contexto. Os itens do controle curso. Durante este processo, o coordenador
remoto oferecem a percepÁ„o de quais s„o as pode trocar mensagens com o aprendiz para
opÁıes disponÌveis no momento para o partici- clarificar algum ponto ou solicitar melhorias.
pante. Ao lado de cada item do menu, h· um
6 Conclusão
bot„o circular que muda de cor para fornecer
informaÁıes sobre os serviÁos. Um bot„o azul O curso TIAE, planejado com base no
indica o serviÁo que o participante selecionou, modelo de colaboraÁ„o 3C, visa a capacitar edu-
indicando sua localizaÁ„o. Um bot„o laranja cadores a atuar colaborativamente na Web.
claro (em destaque na Figura 15) indica que Neste curso eles tÍm que gerar o conhecimen-
existem possÌveis aÁıes a serem tomadas no to de forma colaborativa, buscar outras fontes
serviÁo. Estas aÁıes incluem a presenÁa de um de informaÁ„o alÈm das oferecidas no ambien-
companheiro (nos serviÁos de comunicaÁ„o te do curso e aprender a argumentar e contra-
sÌncronos) ou novos itens a serem trabalhados, argumentar. Alguns aprendizes relatam que ti-
como uma nova mensagem ou conte˙do. Ao veram inicialmente dificuldades para se acos-
passar o mouse sobre o bot„o aparece o total tumar com a colaboraÁ„o, onde eles s„o parti-
de itens sobre os quais È prov·vel se tomar cipantes ativos, trabalham em grupo, tÍm a res-
uma aÁ„o (itens n„o lidos, n„o resolvidos ou ponsabilidade pelo sucesso do curso e geram
participantes conectados). Um bot„o laranja es- o conhecimento colaborativamente em vez de
curo significa um serviÁo sem novidades des- receberem-no pronto. O modelo 3C ajudou a
de o ˙ltimo acesso. A partir destas informaÁıes definir as atividades do curso de forma a valori-
de percepÁ„o, o aprendiz pode decidir onde tra- zar os v·rios aspectos e caracterÌsticas da co-
municaÁ„o, da coordenaÁ„o e da cooperaÁ„o
balhar. O controle remoto transfere para o apren-
de forma que as atividades se complementem
diz, pelo menos atÈ certo ponto, controle do pro-
e a colaboraÁ„o se torne efetiva.
cesso de aprendizagem. O controle tradicional-
mente em posse do professor È substituÌdo pela O Modelo de ColaboraÁ„o 3C define trÍs
coordenaÁ„o do docente que faz a mediaÁ„o tipos de serviÁos que um sistema colaborativo
da descoberta e refinamento do conhecimento d· suporte: comunicaÁ„o, coordenaÁ„o e coo-
pela turma. peraÁ„o. Os conceitos abordados no modelo

44
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

s„o usados para guiar a especificaÁ„o funcio- suporte para as demais fases do desenvolvi-
nal e provÍem uma linguagem comum para re- mento de um software colaborativo. Esta È a
presentar e descrever os aspectos da colabo- abordagem utilizada no estudo da Engenharia
raÁ„o do grupo. A partir do modelo de colabora- de Groupware (FUKS, RAPOSO & GEROSA,
Á„o 3C, que apÛia a an·lise do domÌnio de um 2002), cujo ciclo de desenvolvimento È apre-
software, definem-se tÈcnicas e ferramentas de sentado na Figura 16.

Figura 16: Ciclo de desenvolvimento de groupware

O modelo de colaboraÁ„o 3C orienta Estas experiÍncias demonstram a


a definiÁ„o dos requisitos do software, sepa- abrangÍncia do modelo 3C, tendo em vista sua
rando a an·lise em cada um dos Cs. Serve utilizaÁ„o tanto no desenvolvimento do ambien-
tambÈm como base para o projeto e te AulaNet quanto na definiÁ„o da din‚mica do
implementaÁ„o, atravÈs de tÈcnicas, exten- curso Tecnologias de InformaÁ„o Aplicadas ‡
EducaÁ„o, e no embasamento para a Engenha-
sıes da UML, padrıes de projeto, arquitetu-
ria de Groupware. Entretanto, o professor ainda
ras e frameworks desenvolvidos com base
tem um papel fundamental para garantir a
no modelo 3C. Finalmente, na fase de testes, efetividade da colaboraÁ„o, ajudando a romper a
a aplicaÁ„o de heurÌsticas para avaliaÁ„o de inÈrcia dos alunos receptores de informaÁ„o,
um groupware tambÈm deve ser guiada pelo transformando-os em aprendizes geradores do
modelo 3C. conhecimento em grupo.
45
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

Agradecimentos

O Projeto AulaNet È parcialmente financiado pela FundaÁ„o Padre Leonel Franca e pelo MinistÈrio da CiÍncia e Tecnologia, atravÈs do
projeto Sistemas Multi-Agentes para a Engenharia de Software (ESSMA), bolsa n∫ 552068/2002-0. TambÈm È financiado pelas bolsas
individuais do CNPq: Carlos JosÈ Pereira de Lucena n∫ 300031/92-0, Hugo Fuks n∫ 303055/02-2, Alberto Barbosa Raposo n∫ 305015/
02-8 e Marco AurÈlio Gerosa n∫ 140103/02-3.

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Recebido em 30/03/2004

Aceito para publicaÁ„o em 11/08/2004

47
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO:
teoria & prática

Hugo Fuks1
E-mail: hugo@inf.puc-rio.br

Marco AurÈlio Gerosa1


E-mail: gerosa@inf.puc-rio.br

Alberto Barbosa Raposo2


E-mail: abraposo@tecgraf.puc-rio.br

Carlos JosÈ Pereira de Lucena1


E-mail: lucena@inf.puc-rio.br

1 LaboratÛrio de Engenharia de Software (LES), Departamento de Inform·tica


2 Grupo de Tecnologias em ComputaÁ„o Gr·fica (Tecgraf), Departamento de Inform·tica
PontifÌcia Universidade CatÛlica do Rio de Janeiro ñ PUC-Rio
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Informática na Educação: teoria & prática, Porto Alegre, v.7, n.1, jan./jun. 2004. ISSN 1516-084X

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