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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MANUAL PRÁTICO DE CITO-HISTOLOGIA

MANUAL PRÁTICO DESENVOLVIDO NO PROGRAMA DE MONITORIA PROATIVA


Edital complementar: PROGRAD N.02/2014 (UFOP)

CÓPIA NÃO DESTINADA À VENDA POR AINDA ESTAR EM FASE DE CONFECÇÃO E UTILIZAR
FOTOMICROGRAFIAS ELETRÔNICAS DE TERCEIROS

SILVIA DANTAS CANGUSSÚ (orientadora)


LUISA GUIMARÃES HOFNER (monitora remunerada)
PEDRO FONSECA ABDO ROCHA (monitor voluntário)
LASER ANTÔNIO MACHADO OLIVEIRA (colaborador)

OURO PRETO – 2014


Edição (2022)

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SUMÁRIO

CAPITULO 1 - MÉTODOS DE ESTUDO – MEDIDAS E APARELHOS 04


Manuseio do microscópio de luz 04
Coloração Histológica 05
Coloração Histoquímica 11
CAPITULO 2 – MEMBRANA PLASMÁTICA E ENDOCITOSE 18
CAPÍTULO 3 – CITOESQUELETO E ESPECIALIZAÇÕES DE MEMBRANA 22
CAPÍTULO 4 – NÚCLEO INTERFÁSICO E EM DIVISÃO 27
CAPÍTULO 5 – MITOCÔNDRIA 35
CAPÍTULO 6 – SÍNTESE E SECREÇÃO CELULAR 39
CAPÍTULO 7 – TECIDOS EPITELIAIS DE REVESTIMENTO 47
CAPÍTULO 8 – TECIDOS EPITELIAIS GLANDULARES 57
CAPÍTULO 9 – TECIDOS CONJUNTIVOS - CONSTITUINTES 68
CAPÍTULO 10 – TECIDO CONJUNTIVO - VARIEDADES 80
Tecido conjuntivo próprio 80
Tecido conjuntivo mucoso 83
Tecido conjuntivo elástico 84
CAPÍTULO 11 – TECIDO CONJUNTIVO ADIPOSO 86
CAPÍTULO 12 – TECIDO CONJUNTIVO CARTILAGINOSO 89
CAPÍTULO 13 – TECIDO CONJUNTIVO ÓSSEO E OSSIFICAÇÃO 94
CAPÍTULO 14 – TECIDO CONJUNTIVO SANGUÍNEO 108
CAPÍTULO 15 – TECIDO NERVOSO 113
CAPÍTULO 16 – TECIDO MUSCULAR 141

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CAPÍTULO 1
MÉTODOS DE ESTUDO – MEDIDAS E APARELHOS

• Manuseio do Microscópio de Luz (observe a figura 1 para orientação)

1. Acender a lâmpada do Microscópio de luz (óptico).


2. Abaixar a platina ao máximo utilizando o parafuso macrométrico.
3. Colocar a objetiva de menor aumento (4x) em posição de uso utilizando o
revólver.
4. Colocar a lâmina no microscópio com a lamínula para cima e prender com a
pinça.
5. Focalizar o corte com a objetiva de menor aumento usando o parafuso
macrométrico e posteriormente o parafuso micrométrico (ajuste fino).
6. Colocar a objetiva de médio aumento (20x) e acertar o foco.
7. Ainda na objetiva de médio aumento, colocar a estrutura a ser estudada com
maiores detalhes (em maior aumento) no centro do campo (usar o charriot).
8. Colocar a objetiva de maior aumento (40x) e focalizar apenas com o parafuso
macrométrico (cuidado na aproximação para não haver quebra de lâminas, nem
lamínulas).
9. Acertar o condensador e o diafragma para melhorar a iluminação.
10. Na troca de lâmina, voltar para a objetiva de menor aumento e repetir todo o
processo.

Figura 1.1: Partes componentes do microscópio de luz (óptico).


Fonte: http://biologiacelularufg.blogspot.com.br/2011_04_01_archive.html

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MÉTODOS DE ESTUDO – COLORAÇÃO HISTOLÓGICA

LÂMINA 69: Corte de Fígado


Coloração histológica: Hematoxilina e eosina (HE)
Hematoxilina: corante básico (roxo)
Eosina: corante ácido (rosa)

Focalize a lâmina em menor aumento e percorra o campo notando o aspecto


geral do órgão, que é dividido em lóbulos de aspecto hexagonal (observe a figura 2
para orientação).
Em médio aumento, observe o aspecto esponjoso do fígado, o qual apresenta
cavidades delgadas, que correspondem aos capilares sanguíneos com trajeto
tortuoso denominados capilares sinusóides. Estes capilares ficam dispostos entre
fileiras de células formando lâminas, que são os hepatócitos. Os capilares e as
lâminas de hepatócitos, em geral, convergem para uma veia central, cujo calibre é
maior; facilmente visualizada em cortes transversais, no centro do lóbulo hepático.
Em maior aumento, estude a morfologia dos hepatócitos e a coloração (figura
3):
- limite entre células: não é visível. A espessura da membrana plasmática é
menor que o limite de resolução do microscópio de luz; então, determina-se o limite,
dividindo a distância entre dois núcleos próximos.
- citoplasma: aparece corado em rosa pela eosina, sendo, consequentemente,
acidófilo (contém predominantemente substâncias básicas).
- núcleo: arredondado e corado pela hematoxilina, ou seja, aparece em roxo
(basófilo: presença de ácidos nucléicos). Em seu interior, observa-se a presença de
um ou dois nucléolos, também corados pela hematoxilina, mas vistos como grânulos
grosseiros.
Ainda em maior aumento, observe a presença de outros tipos celulares, que
podem ser identificados pelos núcleos, que são menores e mais afilados.

5
Figura 1.2: Corte de fígado em menor aumento, formado por lóbulos (observe um lóbulo delimitado
pela linha formando imagem hexagonal). Note ainda a veia central, que pode estar vazia ou cheia de
sangue (*) e os capilares sinusóides (seta) entre as fileiras de hepatócitos cujo citoplasma apresenta-
se corado em rosa pela Eosina e núcleos em roxo pela hematoxilina.

Figura 1.3: Corte de fígado em maior aumento. Note a veia central (*), os capilares sinusóides (setas)
entre as fileiras de hepatócitos (cabeças de seta) cujo citoplasma apresenta-se corado em rosa pela
Eosina e núcleos em roxo pela Hematoxilina

6
Faça desenhos esquemáticos das imagens do fígado corado com H&E.

Desenhos esquemáticos

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LÂMINA 33: Corte de Gânglio Nervoso Espinhal
Coloração histológica: Tricrômico de Gomori
Hematoxilina: corante básico (roxo)
Cromótropo 2R: corante ácido (vermelho)
Verde luz: corante ácido (verde)

O Tricrômico de Gomori usa a hematoxilina como corante básico, o


cromótropo 2R e o verde-luz como corantes ácidos.
Observe a lâmina antes de colocá-la ao microscópio, ela apresenta dois
cortes, sendo um mais avermelhado, que é a medula espinhal e o outro mais
esverdeado (tonalidade mais escura), que é o gânglio nervoso espinhal, objeto de
nosso estudo. Focalize somente o gânglio (utilize a figura 4 para auxiliá-lo).
O gânglio é constituído por corpos de neurônios, fibras nervosas
(prolongamentos dos neurônios) e células em torno dos corpos neuronais,
denominadas células satélites. Todos estes constituintes são, por sua vez,
envolvidos por tecido conjuntivo, este último corado em verde (observe figura 5 para
orientação).
Primeiramente em pequeno e depois em médio aumento, focalize e
identifique os corpos de neurônios ganglionares, que são células muito grandes, de
forma esferoidal, e apresentam o citoplasma azul-arroxeado com granulações. Note
ainda a presença do tecido conjuntivo, que aparece corado em verde.
Em maior aumento, estude os neurônios:
- citoplasma: apresenta granulações basófilas, devido à presença de grande
quantidade de RNA em seus numerosos ribossomos e grande quantidade de
retículo endoplasmático granuloso.
- núcleo: é grande, vesiculoso (claro), e também se cora fracamente pela
hematoxilina. Entretanto, o nucléolo, aparece como um grão esférico, corado em
vermelho pelo cromótropo 2R, pois, existem proteínas básicas associadas ao RNA,
e se sobressaem na coloração com o corante ácido (acidófilas).
Observe também, a presença de células satélites, que possuem núcleos
menores, mais densos e dispostos ao redor dos corpos neuronais.

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Figura 1.4: Imagem em menor aumento de gânglio nervoso espinhal. Observa-se tecido conjuntivo
corado em verde revestindo o gânglio e penetrando em seu interior. Os corpos de neurônios contidos
no gânglio já são visíveis neste aumento como estruturas arredondadas ocupando sua maior parte.

Figura 1.5: Corte do gânglio espinhal em maior aumento. Observa-se tecido conjuntivo corado em
verde. Os corpos de neurônios ganglionares apresentam morfologia esferoidal, citoplasma com
granulações e núcleo vesiculoso (cabeças de seta e no detalhe à direita). Observe no detalhe o
nucléolo do neurônio corado em vermelho pelo cromótropo 2R (seta branca) e núcleos de células
satélites (setas pretas). Note ainda as fibras nervosas, que correspondem aos prolongamentos dos
neurônios (*).

9
Faça desenhos esquemáticos das imagens do gânglio nervoso espinhal.

Desenhos esquemáticos

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MÉTODOS DE ESTUDO - COLORAÇÃO HISTOQUÍMICA

LÂMINA 03: Corte de Fígado


Coloração histoquímica: P.A.S.
Contra-coloração histológica: Hematoxilina
Técnica do PAS (periodic acid-Schiff)

1. Especificidade: radicais vic-glicóis e derivados aminados, presentes em


moléculas de glicogênio, em glicoproteínas neutras e em glicoproteínas ácidas.
2. Reação PAS-positiva: Cor bonina ou rosa-choque.
3. Etapas do método: -oxidação dos radicais glicóis com ácido periódico liberando
aldeídos.
-tratamento dos aldeídos com reativo de Schiff.

4. Contraprova do glicogênio: amilase salivar + PAS dando resultado negativo para


o PAS

Histoquímica do glicogênio:

-PAS_______________________reação positiva
-amilase salivar + PAS_________reação negativa

Histoquímica de glicoproteínas neutras e ácidas:

-PAS_______________________reação positiva
-amilase salivar +PAS__________reação positiva

Agora observe a lâmina.


Esta técnica é específica para detectar radicais vic-glicóis presentes em
moléculas de glicogênio, glicoproteínas neutras e glicoproteínas ácidas
(sialomucinas).
Focalize o corte em pequeno e depois em médio aumentos e relembre o
aspecto geral do fígado, já estudado na lâmina 69.
Em maior aumento (figura 6), observe os grãos de glicogênio PAS-positivos,
que aparecem corados em bonina ou rosa-choque (coloração histoquímica). Estes
grãos estão distribuídos por todo o citoplasma. Note a presença dos núcleos dos
hepatócitos, que aparecem corados em roxo ou azulados pela hematoxilina
(coloração histológica).

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Figura 1.6: Corte de fígado em maior aumento corado pela técnica PAS. Note o citoplasma dos
hepatócitos apresentando granulações na cor bonina ou rosa-choque (cabeças de seta) indicando
positividade (PAS+). Observe também os seus núcleos corados em roxo ou azulado pela
hematoxilina (coloração histológica) (setas).

Faça desenhos esquemáticos das imagens do fígado corado pela técnica


histoquímica de PAS.

Desenhos esquemáticos

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LÂMINA 05: Corte de Intestino Grosso
Coloração Histoquímica: Alcian Blue em pH 2,5
Contra Coloração Histológica: Hematoxilina

Alcian Blue

• Especificidade: Glicoconjugados ácidos sulfatados


Glicoconjugados ácidos carboxilados
Glicoproteínas ricas em ácido siálico (sialomucinas)

• Reação Alcian Blue-positivacor azul

Antes de colocar a lâmina para a observação, identifique a superfície voltada


para a cavidade intestinal, que se mostra como uma superfície irregular e arroxeada.
Focalize-a em pequeno e médio aumentos, observando a presença de
estruturas alongadas e tubulosas, que são as glândulas intestinais (observe a figura
7 para orientação)

Figura 1.7: Corte de intestino grosso em médio aumento. Note na superfície intestinal (voltada para a
luz do intestino) as glândulas intestinais alongadas contendo células coradas em azul pelo Alcian
Blue pH 2,5 (setas).

Em maior aumento (figura 8), identifique os dois tipos celulares presentes:

- células caliciformes: apresentam citoplasma apical globoso que se cora fortemente


pelo Alcian Blue em pH 2,5. Os núcleos coram-se pela hematoxilina; situam-se na
região basal das células, que é bastante afilada.

- enterócitos ou células absortivas: (células prismáticas de revestimento) o


citoplasma destas células não se cora pelo Alcian Blue e sim pela hematoxilina em

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acinzentado. Os núcleos também possuem posição basal e estão corados em roxo
pela hematoxilina.

OBS: As células caliciformes também se coram pelo PAS, ou seja, são PAS
positivas mesmo após o controle com amilase salivar.

Analisando o quadro abaixo e os dados fornecidos, determine a composição química


da secreção produzida pelas células caliciformes:___________________________.

Figura 1.8: Corte de intestino grosso em maior aumento. Note nas glândulas intestinais a secreção
das células caliciformes (formações arredondadas) corada em azul pelo Alcian Blue pH 2,5 (setas).
As cabeças de setas indicam os núcleos de células caliciformes ou das células absortivas intestinais.

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Faça desenhos esquemáticos das imagens das glândulas intestinais coradas pela
técnica histoquímica de Alcian Blue.

Desenhos esquemáticos

15
LÂMINA 08: Corte de Raiz de Cebola
Coloração histoquímica: Feulgen
Contra-coloração histológica: eosina, verde-luz ou sem
contra-coloração

Reação de Feulgen

1. Especificidade: DNA
2. Reação de feulgen-positiva: cor bonina ou rosa-choque
3. Etapas do método: -hidrólise do DNA com ácido clorídrico a 60C para
liberação de aldeídos.
-tratamento dos aldeídos com reativo de Schiff.

Agora observe a lâmina.


Focalize o corte em menor aumento (figura 9) e percorra o campo para ter
uma visão panorâmica do corte.
Em médio aumento, centralize uma área e focalize-a em maior aumento
(figura 10). Observe que a parede celular (célula vegetal) e o citoplasma
apresentam-se levemente corados em rosa (se a contra coloração utilizada foi o
corante ácido eosina), ou verde (se a contra coloração utilizada foi o corante ácido
verde-luz). Em algumas lâminas, onde não se utilizou contra coloração, observam-se
apenas os núcleos corados. Nos núcleos, tanto a cromatina (interfásicos) como os
cromossomos (mitoses) aparecem corados histoquimicamente pelo Feulgen (cor
bonina ou rosa-choque).

Figura 1.9: Corte de raiz de cebola em menor aumento. Os pequenos pontos na tonalidade bonina
ou rosa-choque representam os núcleos (cromatina ou cromossomos) Feulgen positivos (+).

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Figura 1.10: Corte de raiz de cebola em maior aumento. Note núcleos interfásicos ou em mitose
corados em bonina ou rosa (Feulgen positivos). A parede celular é visível como estruturas
retangulares de parede bem fina em torno dos núcleos.

Faça desenhos esquemáticos das imagens da raiz de cebola corada pela técnica
histoquímica de Feulgen.

Desenhos esquemáticos

17
CAPÍTULO 2
MEMBRANA PLASMÁTICA, ESPECIALIZAÇÕES DE MEMBRANA E
ENDOCITOSE
# Observe, em fotomicrografias eletrônicas: unidade de membrana, criofratura de
membrana, glicocálice, fagocitose, pinocitose e endocitose dependente de clatrina.

Figura 2.1: Região da MEMBRANA PLASMÁTICA de duas células ao microscópio eletrônico de


transmissão separadas por espaço intercelular (cabeça de seta). Observe que cada célula possui
uma unidade de membrana (1 e 2) apresentando aspecto trilaminar (setas brancas indicam área
eletronlúcida bastante delgada na imagem.

Figura 2.2: MICROVILOSIDADES cortadas transversalmente em célula absortiva intestinal vistas ao


microscópio eletrônico de transmissão (uma delas está delimitada pelo colchete em 1), mostrando
unidade de membrana (*) em estrutura trilaminar. As setas indicam glicocálice;

18
Figura 2.3: CRIOFRATURA (freeze-fracture) ao microscópio eletrônico de varredura mostrando
interior da membrana plasmática: face P com maior número de partículas intramembranosas
(proteínas) do que a face E

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Figura 2.4: GLICOCÁLICE ao microscópio eletrônico de transmissão em célula absortiva intestinal.
Observe também mitocôndrias próximas às microvilosidades fornecendo energia para a absorção de
substâncias.

Figura 2.5: ESTEREOCÌLIOS ao microscópio eletrônico de transmissão em células epiteliais do


epidídimo. Notar que os estereocílios são tortuosos e longos e por isso, aparecem principalmente em
cortes oblíquos.

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Figura 2.6: Leucócito ao microscópio eletrônico de transmissão emitindo pseudópodes para englobar
corpo estranho (fagocitose).

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Figura 2.7: Imagem ao microscópio eletrônico de transmissão mostrando vesículas de PINOCITOSE
em célula endotelial de capilar sanguíneo (setas).

Figura 2.8: Etapas do englobamento de ferritina (setas) por processo de ENDOCITOSE dependente
de CLATRINA. Microscópio eletrônico de transmissão.

22
CAPÍTULO 3
CITOESQUELETO E ESPECIALIZAÇÕES DE MEMBRANA
# Observe nas fotomicrografias eletrônicas: as junções e especializações de
membrana e os componentes do citoesqueleto.

Figura 3.1: Parte de duas células absortivas intestinais ao microscópio eletrônico de transmissão
mostrando COMPLEXO JUNCIONAL. Observe: zônula de oclusão, zônula de adesão (com
microfilamentos de actina associados) e desmossomo, com tonofilamentos (de queratina) associados,
que correspondem aos filamentos intermediários.

Figura 3.2: Detalhes da célula absortiva intestinal ao microscópio eletrônico de transmissão.


A- complexo juncional com suas 3 regiões: zônula de oclusão (ZO), zônula de adesão (ZA),
desmossomo (Des). A seta representa o espaço intercelular.
B- microfilamentos de actina (cabeça de seta) que sustentam e ajudam a contração das
microvilosidades (seta preta).
C- Glicocálice (setas pretas) especializado na retenção de partículas e contendo enzimas
digestivas. Porção terminal das microvilosidades (setas brancas).
D- corte transversal de microvilosidades mostrando microfilamentos em sua região central, unidade
de membrana trilaminar (periférica) e glicocálice (seta).

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Figura 3.3: Imagens ao microscópio eletrônico de transmissão. A) Filamentos intermediários da
célula epitelial (tonofilamentos - setas) inseridos em desmossomos. B) Hemidesmossomos unindo a
célula epitelial à Lâmina basal. Fibra colágena (seta).

Figura 3.4: Células ciliadas da traqueia ao microscópio eletrônico de transmissão. Observe


corpúsculos basais (setas largas), mitocôndrias (setas finas) e interdigitações (circuladas pelo
pontilhado)

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Figura 3.5: CÍLIOS ao microscópio eletrônico de transmissão em corte transversal, mostrando
axonema constituído de microtúbulos em organização no padrão 9+2, envolvido por membrana
plasmática. Observe também os braços de dineína no microtúbulo A e as proteínas radiais em
direção à região central de cada cílio.

Figura 3.6: CÍLIOS ao microscópio eletrônico de varredura.

25
Figura 3.7: CENTRÍOLO ao microscópio eletrônico de transmissão constituído de 9 tríades de
microtúbulos e satélites pericentriolares (setas) onde ocorre a polimerização de tubulinas.

26
CAPÍTULO 4
NÚCLEO INTERFÁSICO E EM DIVISÃO

LÂMINA 08: Corte de Raiz de Cebola


Coloração Histoquímica: Reação de Feulgen
Contracoloração histológica: eosina ou verde-luz ou
sem contracoloração

Macroscopicamente e utilizando pequeno aumento, observe que a lâmina


contém vários cortes de raiz de cebola.
Em médio aumento, escolha um corte bem preservado, focalize a ponta da
raiz onde se concentram os núcleos em divisão. (Veja as figuras 1.9 e 1.10 do
capítulo 1 para auxiliá-lo).
Focalize em maior aumento e identifique (figura 4.1):
-núcleos interfásicos – cromatina como finos grânulos basófilos e nucléolo bem
definido (aparece como grão maior)
-núcleos em divisão mitótica – cromatina se condensa formando cromossomos.
Diferencie as fases da mitose (procure os núcleos que apresentam claramente as
características de cada fase, despreze os núcleos que estão em fases
intermediárias, visto que o processo de divisão celular é gradativo):

intérfase prófase prófase

metáfase anáfase telófase

Figura 4.1: Montagem em que se observam as várias fases da divisão celular a partir de um corte
histológico de raiz de cebola. Coloração histoquímica para DNA (Feulgen +) e sem contracoloração.

27
* Prófase – núcleos arredondados. Como a cromatina se condensa
gradativamente, aparecem como filamentos visíveis, em forma de um emaranhado
ou como pontinhos mais grosseiros (quando são cortados transversalmente).
* Metáfase – os cromossomos já estão bem condensados, formando
filamentos menores e mais espessos, dispostos na placa equatorial da célula.
* Anáfase – as cromátides já estão separadas, ou separando-se, e migram
para os pólos da célula.
* Telófase – os cromossomos já começaram a se descondensar e os núcleos
já começam a retomar a sua forma arredondada. Percebem-se duas células se
separando, sofrendo o processo de citocinese.

Faça desenhos esquemáticos das figuras de mitose da raiz de cebola corada pela
técnica histoquímica de Feulgen.

Desenhos esquemáticos

28
# Observe, em FOTOMICROGRAFIAS ELETRÔNICAS, a morfologia dos
componentes dos núcleos interfásicos e em divisão.

Figura 4.2: Núcleo vesiculoso em célula de alta atividade metabólica. Observe cromatina frouxa,
nucléolo e envoltório nuclear com poros (setas). Microscópio eletrônico de transmissão.

Figura 4.3: Núcleo denso em célula de baixa atividade metabólica. Microscópio eletrônico de
transmissão.

29
Figura 4.4: Complexo de poro: Observe cisterna perinuclear e hererocromatina associada ao
envoltório nuclear. Microscópio eletrônico de transmissão.

Figura 4.5: Lâmina fibrosa acolada ao envoltório nuclear e servindo de ponto de fixação da cromatina
interfásica (heterocromatina). Observe ainda a eucromatina. No citoplasma observe ribossomos
ligados ao retículo e à cisterna do envoltório nuclear e glicogênio. Microscópio eletrônico de
transmissão.

30
Figura 4.6: Complexos de poros (setas brancas) ao microscópio eletrônico de varredura.

Figura 4.7: Complexos de poros pela técnica de criofratura ao microscópio eletrônico de varredura.

31
Figura 4.8: Regiões do nucléolo ao microscópio eletrônico de transmissão: região granular (G) e
região fibrilar (F). Observe também um poro nuclear (seta)

Figura 4.9: Cromossomo metafásico ao microscópio eletrônico de transmissão. Observe filamentos


de 25-30 nm em cada cromátide.

32
Figura 4.10: Cromossomo metafásico sem histonas ao microscópio eletrônico de transmissão.
Observe esqueleto de proteínas não-histônicas e as alças de DNA (compare com a figura 4.9)

Figura 4.11: Metáfase ao microscópio eletrônico de transmissão. Observe as fibras do fuso mitótico
(constituídas de microtúbulos), centríolos nas extremidades e cromossomos na placa equatorial.

33
Figura 4.12: Fases da mitose em imunofluorescência usando anticorpo anti-tubulina: A) metáfase B)
anáfase C) telófase D) citocinese

Figura 4.13: Citocinese em célula animal ao microscópio eletrônico de transmissão. Observe restos
de microtúbulos do fuso mitótico na região de separação entre as duas células (delimitado pelo
quadro branco e em maior aumento na fotomicrografia da direita)

34
CAPÍTULO 5

MITOCÔNDRIAS

LÂMINA 2: Corte de fígado


Coloração histológica: Polak
Contra-coloração histológica: eosina

O método de Polak é uma técnica histológica específica para identificação de


mitocôndrias (figura 5.1).
Conforme observado na lâmina 69, o fígado é constituído de fileiras de
hepatócitos separadas por capilares sinusóides.

Utilize a figura 1.3 para auxiliá-lo no estudo.


Em grande aumento, observe:

1. Mitocôndrias: grânulos pequenos e negros espalhados em todo o citoplasma dos


hepatócitos. Compare a visualização das mitocôndrias nesta lâmina ao
microscópio de luz com as fotomicrografias eletrônicas 1 a 4 neste capítulo.

2. Citoplasma dos hepatócitos: corados pela eosina (pouco visível devido à grande
quantidade de mitocôndrias).

3. Núcleos dos hepatócitos: em imagem negativa ou rósea (região arredondada).


Em algumas lâminas, os núcleos podem apresentar-se em negro (artefato de
técnica).

Figura 5.1: Corte de fígado em maior aumento corado pela técnica de Polak. Note a veia central (*),
os capilares sinusóides (setas pretas) entre as fileiras de hepatócitos cujo citoplasma apresenta-se
corado em rosa pela Eosina. Observe também as mitocôndrias representadas como pequenos
grânulos negros espalhados pelo citoplasma dos hepatócitos e no detalhe à direita (setas brancas).

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As mitocôndrias distribuem-se homogeneamente no citoplasma dos hepatócitos
fornecendo energia para os processos de síntese de substâncias. Em outros tecidos,
como por exemplo, no rim, as mitocôndrias se concentram na base das células dos
túbulos renais, fornecendo energia para o transporte ativo de íons.

Faça desenhos esquemáticos das imagens do fígado corado pela técnica histológica
de Polak para observação de mitocôndrias.

Desenhos esquemáticos

36
# Observe as eletromicrografias de mitocôndrias ao microscópio eletrônico de
transmissão e varredura.

REG

Figura 5.2: MITOCÔNDRIA ao Microscópio Eletrônico de transmissão. Observe: dupla membrana,


cristas, matriz com grânulos eletrondensos e retículo endoplasmático granuloso (REG) nas suas
proximidades

Figura 5.3: MITOCÔNDRIAS ao microscópio eletrônico de transmissão, arredondadas com cristas


finas e alongadas em adipócito multilocular. Na região superior da imagem, note o núcleo vesiculoso.

37
Figura 5.4: MITOCÔNDRIAS fraturadas (criofratura) e observadas ao Microscópio Eletrônico de
Varredura em imagem tridimensional.

Figura 5.5: MITOCÔNDRIAS ao microscópio eletrônico de transmissão, alongadas e concentradas


junto às pregas basais de células dos túbulos proximais do rim, fornecendo energia para o transporte
de íons.

38
CAPÍTULO 6
SÍNTESE E SECREÇÃO CELULAR

Lâmina 68: Corte de pâncreas


Coloração histológica: HF
Corante básico: hematoxilina alúmen crômica de
Gomori
Corante ácido: floxina (cor avermelhada)

Observe em grande aumento que o pâncreas é formado por agrupamentos


arredondados de células secretoras chamados ácinos pancreáticos (figura 6.1).

Ácino pancreático: constituído pela união de várias células secretoras piramidais


(células acinosas). A célula acinosa possui base larga voltada para os capilares e
ápice estreito voltado para o lume do ácino onde são secretadas as proteínas.

Observe a célula acinosa pancreática:

1. Núcleo das células acinosas: são esféricos, vesiculosos, localizam-se no terço


médio da célula e apresentam-se corados em vermelho pela floxina. A acidofilia do
núcleo das células acinosas deve-se a presença de proteínas básicas (histonas)
associadas ao DNA na cromatina interfásica.

2. Ergastoplasma: região basófila, localizada na base das células acinosas. Ao


microscópio eletrônico o ergastoplasma destas células é constituído de cisternas de
retículo endoplasmático granuloso (RER) com grande quantidade de ribossomos, o
que justifica a sua basofilia.

3. Grãos de secreção (de zimogênio): granulações acidófilas, finas e localizadas na


região apical das células acinosas. Contêm enzimas inativas sendo denominados
grãos de zimogênio. Estes grãos são empacotados no aparelho de Golgi e ficam
armazenados no ápice das células acinosas até a exocitose. O aparelho de Golgi
não é visualizado nesta preparação.

39
Figura 6.1: Corte histológico do pâncreas: observe que o órgão contém estruturas arredondadas
denominadas ácinos pancreáticos (observe um ácino pancreático delimitado pelo círculo) com luz
central (*). Os ácinos possuem células piramidais (observe uma das células delimitada pelo triângulo
pontilhado), com núcleos basais, arredondados e visível esgastoplasma basal (área corada de roxo na
região basal do citoplasma perto do núcleo), além de grãos de secreção apicais (porção apical da
célula mais clara).

Faça desenhos esquemáticos dos ácinos pancreáticos com suas células acinosas.

Desenhos esquemáticos

40
LÂMINA 01: Corte de epidídimo
Técnica histológica: Aoyama – impregnação pela prata
Contra-coloração histológica: verde luz (corante ácido)
O epidídimo é um órgão do sistema genital masculino encarregado de
armazenamento e maturação dos espermatozoides. É constituído por um túbulo
longo e enovelado, denominado ducto epididimario, onde se localizam as células
epididimárias, as quais delimitam o lume do ducto. No interior do lume ficam
armazenados os espermatozoides.

Em pequeno e médio aumentos, observe que o ducto epididimario aparece


cortado várias vezes, transversal e obliquamente (figura 6.2).

Figura 6.2: Corte histológico em que se observa o ducto epididimario cortado várias vezes. Observe
a presença de espermatozoides na luz do ducto (setas) e o complexo de Golgi corado em preto
(cabeças de seta) cujas células apresentam citoplasma corado em verde.

Focalize um corte da parede do ducto epididimario em aumento maior e


observe (figura 6.3):

1. Aparelho de Golgi: na forma de filamentos enovelados corados em negro.


Cada Golgi corresponde a uma célula.

2. Citoplasma das células do ducto epididimario corado pelo verde luz.

41
Figura 6.3: Corte histológico de epidídimo (ducto epididimario). Observe a luz repleta de
espermatozóides (seta fina), o Complexo de Golgi corado de negro (cabeças de seta), o citoplasma
das células corado em verde (setas brancas) e os estereocílios (setas largas). Os núcleos, que se
encontram na base celular, não se coraram.

Faça desenhos esquemáticos do ducto epididimario dando ênfase a coloração do


Aparelho de Golgi pela técnica histológica de Aoyama.

Desenhos esquemáticos

42
# Observe em fotomicrografias eletrônicas, a ultraestrutura de organelas e células
especializadas em síntese e secreção celular.

Figura 6.4: Célula acinosa pancreática ao microscópio eletrônico de transmissão. Notar o retículo
endoplasmático granuloso (REG) bem desenvolvido nas proximidades do núcleo (região basal da
célula), complexo de Golgi desenvolvido e grãos de secreção na porção apical da célula. Luz do
ácino na porção apical (*).

Figura 6.5: retículo endoplasmático granuloso ao microscópio eletronico de transmissão em cortes


longitudinal e transversal.

43
Figura 6.6: Aparelho de Golgi durante absorção de gordura em hepatócito. Observe face cis (de
formação) e face trans (de maturação) do Golgi, sáculos de Golgi (GS), RE granuloso (REG), RE liso
(sER), peroxissomo (p).

Figura 6.7: Retículo Endoplasmático Liso em célula secretora de hormônios esteroides. Observe o
núcleo vesiculoso na região inferior e as mitocôndrias com cristas tubulares na região superior da
fotomicrografia.

44
Figura 6.8: Retículo endoplasmático liso associado a grânulos de glicogênio. Mitocôndrias alongadas
à esquerda.

Figura 6.9: Célula absortiva intestinal com forma piramidal e célula caliciforme com morfologia de
cálice contendo secreção eletrondensa acumulada na região apical (sialomucinas).

45
Figura 6.10: Plasmócito. Observe o retículo endoplasmático granuloso abundante, algumas
mitocôndrias e ausência de grãos de secreção acumulados no citoplasma. Estas características
indicam que esta é uma célula secretora de proteínas que serão exportadas sem se acumularem
em grãos citoplasmáticos

Figura 6.11: Célula produtora de proteínas de acúmulo citoplasmático (cianoblasto). Observe o


núcleo vesiculoso, mitocôndrias, pequena quantidade de retículo endoplasmático granuloso e
polirribossomos livres abundantes.

46
CAPÍTULO 7

TECIDOS EPITELIAIS DE REVESTIMENTO

Antes de observar as lâminas é preciso lembrar que:

1. O limite celular dos tecidos epiteliais não é visível ao microscópio de luz, pois
a espessura da membrana plasmática está abaixo do seu limite de resolução.
Consequentemente, a forma das células epiteliais é determinada observando-
se o formato de seus núcleos.

2. Cada núcleo observado corresponde a uma célula epitelial.

3. O número de camadas do epitélio é determinado observando-se a posição


dos núcleos das células epiteliais.

4. O limite inferior do epitélio é marcado pelo tecido conjuntivo, uma vez que a
membrana basal não é visualizada ao microscópio de luz, principalmente
quando se utilizam técnicas de rotina.

TECIDOS EPITELIAIS DE REVESTIMENTO SIMPLES

LÂMINA 59: Corte de estômago (região fúndica)


Coloração: Hematoxilina-Eosina

Localize o epitélio que reveste a cavidade do órgão na região arroxeada do


corte a qual pode ser identificada macroscopicamente. Focalize esta região ao
microscópio.
Em grande aumento, observe que este epitélio é constituído por uma única
camada de células prismáticas ou colunares (figura 7.1). Cada célula possui um
único núcleo alongado, localizado na região basal próximo ao tecido conjuntivo, e
citoplasma eosinófilo, também alongado.
Este epitélio não apresenta especializações, no entanto, as células
prismáticas do estômago são produtoras de muco sendo, às vezes, referido como
epitélio mucíparo.

47
Figura 7.1: Corte histológico de estômago em que se observa no epitélio uma camada de células
altas (prismáticas ou colunares), cujos núcleos predominam na porção basal das células. Este tecido
é classificado como tecido epitelial de revestimento simples prismático (delimitado pela linha preta).

Este epitélio é classificado como:

Tecido Epitelial de Revestimento Simples Prismático.

Desenhos esquemáticos

48
LÂMINA 62: Corte de intestino delgado (Jejuno-Íleo)
Coloração: Hematoxilina-Eosina

Observe a lâmina a olho nu e identifique a superfície interna do órgão


que é facilmente identificada pela presença de projeções digitiformes (em forma de
dedos), chamadas de vilosidades intestinais.
Em menor aumento localize uma vilosidade intestinal procurando uma região
em que o epitélio se mostra preservado e onde as vilosidades tenham sido cortadas
longitudinalmente (figura 7.2). Em médio aumento, confirme a região, escolhendo
aquela que será observada em maior aumento.

Figura 7.2: Corte histológico do intestino delgado (jejuno-íleo) em menor aumento. Observe as
vilosidades intestinais cortadas longitudinalmente (setas).

Em maior aumento, observe o tecido epitelial que reveste as vilosidades


intestinais, que é constituído de uma única camada de células com núcleos em fileira
basal (figura 7.3). Pela forma dos núcleos, as células podem ser classificadas como
cilíndricas ou prismáticas (altura maior que largura). Na borda superior das células,
voltada para a cavidade do órgão, observa-se uma linha bem corada, que delimita
superiormente o epitélio. Esta linha corresponde à região de microvilosidades e
recebe a denominação de borda em escova ou borda estriada. Entre as células
absortivas, nota-se a presença de células caliciformes, que possuem citoplasma
claro e com ápice bem dilatado em relação à base. Estas células secretam
glicoproteínas que constituirão o muco.
ATENÇÃO: pode-se observar neste tecido epitelial de revestimento simples a
presença de linfócitos intraepiteliais, dando a impressão de estratificação em alguns
locais, por isto, é preciso observar uma grande extensão do corte para a
classificação correta.

49
Figura 7.3: Corte histológico do intestino delgado (jejuno-íleo) em maior aumento. Observe o epitélio
que reveste as vilosidades intestinais e suas características em maior aumento. É possível observar
no tecido epitelial de revestimento simples: células absortivas prismáticas ou colunares com seus
núcleos vesiculosos com nucléolo evidente (setas finas), presença de células caliciformes (cabeças
de seta) e a borda estriada das células absortivas (setas largas).

Este epitélio é classificado como:

Tecido Epitelial de Revestimento Simples Prismático com Borda Estriada e


Células Caliciformes.

Desenhos esquemáticos

50
LÂMINA 73: Corte de Traqueia
Coloração: Hematoxilina-Eosina

Em menor aumento focalize a lâmina e localize o epitélio que reveste


internamente o órgão. Em médio aumento, selecione a área que será estudada em
maior aumento.
Em maior aumento, identifique a presença de três tipos celulares (observe a
figura 7.4 para orientação):

-células ciliadas que são altas, prismáticas, com cílios na superfície apical e núcleos
em várias posições, aparentando estratificação.

-células basais que são piramidais com núcleos arredondados, formando fileira.
Estas células não atingem a superfície livre do epitélio.

-células caliciformes que são semelhantes às observadas na lâmina anterior.

Figura 7.4: Corte histológico de traqueia em maior aumento. Observe o tecido epitelial de
revestimento com células caliciformes (cabeças de seta), células ciliadas prismáticas (setas grossas)
e células basais (setas finas). Classifique o Tecido epitelial de revestimento simples
pseudoestratificado ciliado, com células caliciformes

51
De acordo com estas características o epitélio é classificado como:

Tecido Epitelial de Revestimento Simples Pseudoestratificado Prismático


Ciliado com Células Caliciformes.

Desenhos esquemáticos

TECIDOS EPITELIAIS DE REVESTIMENTO ESTRATIFICADOS

LÂMINA 57: Corte de Esôfago


Coloração: Hematoxilina-Eosina

Procure a região do epitélio que reveste internamente a cavidade do órgão.


Em maior aumento (figura 7.5), observe que o epitélio é constituído de várias
camadas de células, percebidas pela presença de núcleos com várias formas e em
várias alturas. Isto indica que o epitélio é do tipo estratificado. A camada basal, ou
seja, a mais próxima do tecido conjuntivo, apresenta células cilíndricas, nas
camadas subsequentes as células mostram-se poligonais com núcleos esféricos.
A camada mais superior (superficial), voltada para a luz do órgão, apresenta
células pavimentosas com núcleos achatados e bem afastados uns dos outros. Não
apresenta queratina.

52
Figura 7.5: Corte histológico de esôfago em médio aumento. Observe o tecido epitelial de
revestimento com várias camadas de células. Células basais cúbicas (setas grossas) e células
superficiais pavimentosas (setas finas). Classifique o Tecido epitelial de revestimento estratificado
pavimentoso não queratinizado

Com estas características pode-se classificar este epitélio como:


Tecido Epitelial de Revestimento Estratificado Pavimentoso Não
Queratinizado.

Desenhos esquemáticos

53
LÂMINA 51: Corte de Pele espessa
Coloração: Hematoxilina-Eosina

Observe a figura 7.6 para orientação no estudo desta lâmina.


Em menor aumento, focalize a superfície do corte e identifique o epitélio que
aparece como uma região basófila (arroxeada). Em médio aumento observe que o
epitélio repousa sobre um tecido conjuntivo corado em rosa.

Em maior aumento, observe que o epitélio é formado por várias camadas,


pois, podemos observar vários estratos de núcleos justapostos, sem limites nítidos.
As células mais profundas (próximas ao tecido conjuntivo) são prismáticas e
apresentam o núcleo alongado. As células das camadas intermediárias são mais
arredondadas, pela forma e disposição dos núcleos (são células poliédricas). À
medida que observamos as células em direção à superfície, elas vão se achatando
até adquirirem uma forma pavimentosa, constituindo a camada celular mais
superficial.

Acima da camada de células pavimentosas superficiais, há uma espessa


faixa de células mortas queratinizadas (sem núcleos). Esta camada é muito acidófila
e cora-se pela eosina

Figura 7.6: Corte histológico de pele espessa em médio aumento (foto maior) e maior aumento (foto
menor da direita). O tecido epitelial de revestimento estratificado pavimentoso queratinizado
repousa sobre o tecido conjuntivo. Observe as células basais (setas finas), as células superficiais
pavimentosas (setas largas) e a faixa de células mortas queratinizadas e sem núcleo (delimitadas em
branco).

54
A classificação completa deste epitélio é:

Tecido Epitelial de Revestimento Estratificado Pavimentoso Queratinizado.

Desenhos esquemáticos

TECIDO EPITELIAL DE REVESTIMENTO DE TRANSIÇÃO

LÂMINA 77: Corte de Bexiga


Coloração: Hematoxilina-Eosina

Focalize em menor aumento a superfície da bexiga voltada para a cavidade.


O Tecido epitelial apresenta uma coloração mais clara que o conjuntivo abaixo
(figura 7.7).

Em maior aumento, observe que as células epiteliais se mostram


aparentemente em várias camadas e que seus núcleos estão em várias posições.
As células mais superficiais mostram-se globosas (diferente de todas as lâminas
anteriores). Quando a bexiga está cheia, estas células passam de globosas a
pavimentosas, com diminuição aparente do número de camadas. Este tecido sugere
um epitélio estratificado, mas o microscópio eletrônico demonstrou que todas as
células tocam a lâmina basal, sendo um epitélio simples pseudoestratificado.
Entretanto, devido ao fato deste epitélio se modificar à medida que a bexiga se
enche ou se esvazia, ele é classificado apenas como tecido epitelial de
revestimento de transição.

55
Figura 7.7: Corte histológico de bexiga em médio aumento (esquerda) e maior aumento (direita).
Observe células epiteliais claras e globosas aparentemente em camadas diferentes. Porém, a bexiga
é classificada como um tecido epitelial de revestimento de transição, já que as células se modificam
de acordo com a situação do órgão.

Com isso, este epitélio é classificado como:

Tecido Epitelial de revestimento de Transição.

Desenhos esquemáticos

56
CAPÍTULO 8

TECIDOS EPITELIAIS GLANDULARES

GLÂNDULAS EXÓCRINAS

LÂMINA 57: Corte de Esôfago


Coloração: Hematoxilina-Eosina

Identifique e classifique o tecido epitelial de revestimento deste órgão. Ele já


foi estudado em aula prática.
Observe o tecido conjuntivo adjacente ao epitélio de revestimento. Neste
tecido conjuntivo, mais profundamente, notam-se várias seções de glândulas
(observe figura 8.1 para orientação). Os adenômeros (porções secretoras das
glândulas) aparecem como estruturas arredondadas ou alongadas, sendo assim
classificados como acinosos e tubulosos, respectivamente.
No conjuntivo acima dos adenômeros, observam-se cortes de ductos destas
glândulas em diversas orientações. Mostram-se simples, isto é, sem ramificações e
formado por um epitélio de revestimento cuboidal (epitélio de revestimento
estratificado cúbico). A presença do ducto indica que a glândula é exócrina.

Figura 8.1: Corte histológico em menor aumento de glândulas esofágicas presentes no tecido
conjuntivo adjacente ao epitélio do esôfago (não visível). Observe os ductos não ramificados e
apresentando epitélio sem modificações, mesmo quando a luz do ducto se amplia (setas) (glândula
exócrina simples), os adenômeros claros com luz ampla e núcleos periféricos e achatados (glândula
mucosa). Observe ainda a presença de adenômeros alongados (cabeças de seta) e classificados
como tubulosos e adenômeros arredondados (seta larga) e classificados como acinosos.

Centralize um adenômero cortado transversalmente, e passe para maior


aumento (figura 8.2). Observe que suas células apresentam citoplasma claro (pouco
corado), núcleos densos e achatados em posição basal. Além disso, o adenômero

57
possui lume amplo, irregular e facilmente visualizado. Com estas informações, é
possível classificá-lo quanto ao tipo de secreção: trata-se de um adenômero
mucoso.

Figura 8.2: Corte histológico em maior aumento de glândulas esofágicas presentes no tecido
conjuntivo adjacente ao epitélio do esôfago (não visível). Os adenômeros claros com luz ampla
(estrelas) e núcleos periféricos e achatados (setas finas).

Com estas informações a glândula pode ser classificada como:

Tecido epitelial Glandular Exócrino Simples Túbulo-acinoso Mucoso.

Desenhos esquemáticos

58
LÂMINA 63: Corte de Intestino Grosso
Coloração: Hematoxilina-Eosina

Este órgão já foi estudado com outra coloração (Alcian Blue, lâmina 05), mas
a morfologia é a mesma. É bom recordá-la para facilitar o estudo da lâmina 63.
Em pequeno e médio aumentos, observe os cortes, localizando inicialmente a
região do epitélio de revestimento e classifique-o. Leve em consideração o número
de camadas, a forma das células da última camada e considere suas
especializações. Como em todo epitélio, nota-se a presença do tecido conjuntivo
adjacente. Nesta região, observam-se seções transversais ou longitudinais de
numerosas glândulas. Procure uma região onde elas estão cortadas
longitudinalmente para facilitar a visualização (figura 3). Nesta região pode-se
classificar a glândula como tubular, pois a forma de seus adenômeros é alongada.
Na verdade, neste órgão, cada adenômero corresponde a uma glândula. Mas,
excepcionalmente, estas glândulas não apresentam ducto típico, o epitélio mostra-se
com o mesmo aspecto em toda a sua extensão, ou seja, numerosas células
caliciformes e alguns enterócitos. Deste modo, a classificação quanto ao aspecto
histológico não se aplica a esta glândula.

Figura 8.3: Corte histológico de glândulas intestinais tubulosas. Observe a luz das glândulas em
cortes longitudinais na foto maior e em corte transversal, no detalhe à direita (setas) e as células
caliciformes (cabeças de seta) em sua parede.

59
Após este estudo, estas glândulas podem ser classificadas como:
Tecido Epitelial Glandular Exócrino Simples Tubuloso.

Desenhos esquemáticos

LÂMINA 65: Corte de Parótida


Coloração: Hematoxilina-Eosina

Focalize a preparação em menor aumento (figura 8.4) e observe que a


glândula é um órgão constituído de tecido epitelial glandular e tecido conjuntivo que
envolve a glândula e dá sustentação. O tecido epitelial glandular é composto por
ductos de calibres diferentes, cujos epitélios de revestimento também variam, e
adenômeros. A partir desta observação podemos iniciar a classificação desta
glândula:

1) A presença de ductos: glândula exócrina.

2) A presença de ductos de vários calibres e epitélios de revestimento se


estratificando a medida que o calibre aumenta: glândula exócrina composta.

60
Figura 8.4: Corte histológico de glândula parótida vista em menor aumento. Note a presença de
ductos intralobulares (setas finas) e ductos interlobulares (seta espessa), indicando que a glândula é
exócrina composta. Os adenômeros ocupam todo o restante da glândula.

Em médio aumento (figura 8.4), notam-se muitos ductos, sendo estes de


vários calibres e com o epitélio de revestimento variando de acordo com o calibre,
cortados transversalmente e/ou obliquamente. Com isso, a glândula pode ser
classificada como exócrina composta. A maioria dos ductos mostra-se com apenas
uma camada de células cúbicas com citoplasma acidófilo e núcleo redondo no terço
médio. O lume dos ductos é visível e bem delimitado.
Em maior aumento (figura 8.5) observe adenômeros arredondados
denominados ácinos (alguns circulados). Suas células apresentam núcleos esféricos
no terço basal e o citoplasma apresenta-se bem corado (ácinos serosos). O lume
destes ácinos é pouco evidenciado.
Em algumas lâminas é possível observar também adenômeros com
morfologia tubular, contendo células com citoplasma claro, núcleos achatados na
região basal, e terminando em semi-luas serosas (figura 8.5).

A partir desta observação podemos finalizar a classificação desta glândula:

3) Quanto à morfologia dos adenômeros que são arredondados: glândula


tubuloacinosa.

4) Quanto ao tipo de secreção liberada por esta glândula: glândula


seromucosa.

*Atenção: esta glândula é classificada em muitas publicações como acinosa serosa


devido à dificuldade de visualização dos tubuloacinos seromucosos, que são raros.

61
Figura 8.5: Corte histológico de glândula parótida vista em maior aumento. Note a presença de
ductos intralobulares (setas) e adenômeros arredondados denominados ácinos (alguns circulados).
Note os núcleos arredondados das células que compõem os ácinos e coloração rósea (ácinos
serosos). No centro da imagem, observe adenômeros tubulosos (seta espessa) contendo células
mais claras com núcleos achatados na região basal. Estes túbulos mucosos terminam em semi-luas
serosas (cabeças de seta).

Esta glândula é classificada como:

Tecido Epitelial Glandular Exócrino Composto Tubuloacinoso Seromucoso.

Desenhos esquemáticos

62
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS E ANFÍCRINAS

LÂMINA 80: Corte de Tireoide e Paratireoide


Coloração: Hematoxilina-Eosina

Em menor aumento, observe que tanto a tireoide quanto a paratireoide são


glândulas que não apresentam ductos, sendo classificadas como endócrinas
(figura 8.6) A tireoide é formada por inúmeras vesículas ou folículos que formam
cavidades que armazenam um material (coloide) corado em rosa, bem homogêneo.
Estes folículos são formados por apenas uma camada de células (epitélio folicular).
A paratireoide apresenta cordões celulares irregulares e vasos sanguíneos entre
estes cordões (estes últimos não visualizados neste aumento).

Tireóide

Paratireóide

Figura 6: Corte histológico de tireoide e paratireoide em seu interior em aumento médio. A tireoide
contém diversos folículos com morfologia variada apresentando coloide em seu interior, corado em
rosa. Nota-se também que os folículos são revestidos por um tecido epitelial de revestimento. A
paratireoide se organiza em cordões celulares, não apresentando folículos.

Em maior aumento (figura 8.7), observe na tireoide, cujas células epiteliais de


revestimento que constituem a parede das vesículas são cúbicas (tecido epitelial de
revestimento simples cúbico). Entre os folículos observa-se conjuntivo com vasos
sanguíneos que são capilares onde os hormônios serão lançados.

63
Figura 8.7: Corte histológico de tireoide em aumento maior contendo diversos folículos com
morfologia variada contendo coloide corado em rosa (estrelas). Nota-se também que os folículos são
revestidos por um tecido epitelial de revestimento cúbico (setas).

Esta glândula é classificada como:


Tecido Epitelial Glandular Endócrino Folicular.

Desenhos esquemáticos

64
Em maior aumento, observe que a paratireoide apresenta cordões celulares
irregulares entremeados com capilares e alguns vasos sanguíneos de calibre maior,
onde a secreção é lançada (figura 8.8).

Figura 8.8: Corte histológico de paratireoide em aumento maior mostrando fileiras irregulares de
células (setas) entremeadas por vasos sanguíneos (cabeças de seta).

Esta glândula é classificada como:


Tecido Epitelial Glandular Endócrino Cordonal.

Desenhos esquemáticos

65
LÂMINA 68: Corte de Pâncreas
Coloração: Hematoxilina-Floxina

Em pequeno e médio aumentos, observe que o pâncreas é constituído de


duas regiões distintas: parte exócrina, basófila, fortemente corada, que representa a
maior parte da glândula e parte endócrina, de coloração clara (observe figura 8.9):

Parte endócrina: aparece como pequenos aglomerados de células, dispostos


em cordões, denominados de Ilhotas pancreáticas ou Ilhotas de Langerhans. Em
maior aumento é possível distinguir dois tipos de células nestas ilhotas: células
acidófilas (coradas em rosa) e células basófilas (arroxeadas).

Figura 8.9: Cortes histológicos de pâncreas em que se evidencia a parte endócrina constituída por
ilhotas pancreáticas (círculos pontilhados e detalhe na parte superior direita). Observe que estas
ilhotas apresentam, células coradas em rosa (células acidófilas) e coradas em roxo (células basófilas)
organizadas em cordões. O restante do órgão corresponde à parte exócrina.

Com isso, esta porção da glândula é classificada como:

Tecido Epitelial Glandular Endócrino Cordonal.

Parte exócrina: formada por ductos ramificados (estes são de difícil


identificação por serem pouco numerosos) e adenômeros que possuem forma
arredondada e todas as características de serosos. Recorde estas características
visualizando-as na lâmina (figura 8.10).

66
Figura 8.10: Corte histológico de pâncreas em maior aumento em que se observam os ácinos
pancreáticos (circulados pela linha pontilhada). Note os núcleos arredondados das células que
compõem os ácinos. Observe ainda um ducto intralobular à direita da imagem (seta fina).

Assim, a porção exócrina é classificada como:

Tecido Epitelial Glandular Exócrino Composto Acinoso Seroso.

Apesar desta divisão, a glândula-órgão é classificada como:

Tecido Epitelial Glandular Anfícrino ou Glândula Anfícrina.

Desenhos esquemáticos

67
CAPÍTULO 9

TECIDOS CONJUNTIVOS - CONSTITUINTES

Constituintes:

LÂMINA 51: Corte de Pele Palmar (pele espessa)


Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina

Utilize a figura 9.1 para auxiliá-lo no estudo dos constituintes do tecido


conjuntivo.
Identifique e classifique o epitélio de revestimento da pele. Abaixo dele,
aparece o tecido conjuntivo corado em rosa, que é constituído de células (aparecem
apenas os núcleos corados pela hematoxilina) separadas por grande quantidade de
material intercelular (matriz extracelular), que se mostra acidófilo.

Em maior aumento, identifique:

- Fibras colágenas: acidófilas, constituídas por colágeno tipo I. Mostram-se de dois


tipos:

1) Finas - localizadas logo abaixo do epitélio de revestimento, nas reentrâncias


basais, que são chamadas de papilas conjuntivas.

2) Espessas - localizadas mais profundamente no tecido conjuntivo e se


dispõem desordenadamente. Estas fibras colágenas são muito longas e
irregulares, por isto visualizamos cortes longitudinais, transversais e oblíquos
destas fibras.

- Substância Fundamental (SF) ou Substância intercelular: corresponde aos


espaços claros, em imagem negativa, entre as células e fibras. A preservação em
técnicas rotineiras é muito difícil. É constituída principalmente por água,
polissacarídeos e proteínas. Às vezes, como acontece no tecido ósseo, a substância
intercelular amorfa é sólida, com uma rigidez considerável; outras vezes, como o
plasma sanguíneo, apresenta-se líquida.

- Núcleos de fibrócitos: únicos que são possíveis de serem classificados para


visualização. São alongados, fusiformes e fortemente basófilos, ou seja, corados
pela hematoxilina. O citoplasma é róseo, acidófilo, mas sua identificação é
dificultada pela grande quantidade de fibras colágenas cuja coloração é semelhante.

68
Figura 9.1: corte de pele espessa onde se observa: epitélio (tecido epitelial de revestimento
estratificado pavimentoso queratinizado), fibras colágenas finas (setas finas), fibras colágenas
espessas (setas largas), núcleos de fibrócitos (cabeças de seta), substância fundamental (estrelas) e
vasos sanguíneos circulados pela linha pontilhada.

Desenhos esquemáticos

69
LÂMINA 23: Corte de Cartilagem Elástica (epiglote)
Coloração: Técnica de Verhoeff
Contracoloração: Eosina
Em menor aumento, identifique a região de cartilagem elástica, que mostra um
contorno em negro (figura 9.2).
Em maior aumento, identifique as fibras elásticas que se mostram coradas em
negro e são abundantes na matriz cartilaginosa homogênea.

Cartilagem
elástica

Figura 9.2: Corte de epiglote onde se observa a cartilagem elástica com riqueza em fibras elásticas
(setas brancas)

Desenhos esquemáticos

70
LÂMINA 16: Corte de fígado, rim e baço
Técnica: Impregnação pela prata para fibras reticulares

Não é preciso identificar os órgãos. Em médio e grande aumentos observe


(figura 9.3):
Fibras reticulares, em negro, devido à impregnação pela prata, sendo
denominadas fibras argirofilas do tecido conjuntivo. São constituídas por colágeno
tipo III.

Fígado Rim Baço

Figura 9.3: Cortes de fígado, rim e baço onde se observam as fibras reticulares coradas em negro

Desenhos esquemáticos

71
LÂMINA 11: Corte de Pele e Fígado
Coloração vital: Azul de Tripan
Corante histológico básico: Safranina (vermelho)
Em menor aumento, identifique os dois órgãos no campo. Comece a estudar
a lâmina pelo corte de pele que se mostra pouco corado, quando comparado ao de
fígado.
CORTE DE PELE

Em maior aumento, identifique (figura 9.4):

-Macrófagos livres: apresentam-se de formas variadas, tendendo à forma


arredondada, com o citoplasma repleto de gotículas do corante Azul de Tripan
pinocitado, pois esta coloração é vital, ou seja, o corante é injetado no animal ainda
com vida e a célula pinocita o corante. Nestas células, os núcleos mostram-se
vermelhos, corados pela safranina, mas não são observados em todas as células,
devido ao plano de corte.

-Mastócitos: de forma arredondada a ovoide, com citoplasma preenchido por


grânulos corados em vermelho pela safranina com o núcleo pouco visível.

A lâmina pode conter outros elementos corados em vermelho que não devem ser
confundidos com mastócitos. São núcleos de outras células do tecido conjuntivo e
fibras musculares em corte transversal.

Figura 9.4: Corte de pele onde se observa macrófagos corados em azul e mastócitos corados em
vermelho.

72
CORTE DE FÍGADO

No corte de fígado (figura 9.5) é possível ver os hepatócitos corados


fracamente em róseo e dispostos em cordões, com capilares sinusoides entre estes
cordões. Nestes capilares, junto às células que os revestem, observa-se a presença
de macrófagos fixos que são também chamadas de células de Kupffer. Estas
células mostram-se repletas de gotículas de corante (azul de Tripan). A forma é mais
alongada. Compare os macrófagos do fígado com os da pele.

Figura 9.5: Corte de fígado onde se observa macrófagos corados em azul e com morfologia
alongada.

Desenhos esquemáticos

73
LÂMINA 12: Corte de Lábio
Coloração histológica: Azul de Toluidina

Utilize a figura 9.6 para auxiliá-lo no estudo desta lâmina.


Em menor e médio aumentos, observe panoramicamente o corte de lábio.
Note a presença de estruturas grandes arredondadas ou ovoides, coradas em azul
na periferia e região central amarelada ou marrom. Estas estruturas correspondem
aos folículos pilosos, que não são objeto do nosso estudo.

Observe no tecido conjuntivo a presença de mastócitos que se mostram como


células ovoides ou esféricas coradas em roxo (figura 9.6).

Em maior aumento, focalize um mastócito e observe que o núcleo se mostra


arredondado e localizado centralmente, mas está corado negativamente. O
citoplasma aparece preenchido por grânulos que por conterem heparina,
apresentam metacromasia (capacidade da substância de modificar a cor do
corante), ou seja, ao invés de mostrarem-se azul, aparecem corados em roxo. Esses
grânulos são chamados de grânulos metacromáticos.

Figura 9.6: Corte de lábio onde se observa o epitélio corado em azul (estrela), folículos pilosos
(cabeças de seta), glândulas (setas finas) e mastócitos corados em roxo devido sua capacidade de
mudar a cor do corante (setas largas no menor aumento e no detalhe à direita)

74
Desenhos esquemáticos

75
#. Observe as fotomicrografias eletrônicas de fibras e células do tecido conjuntivo.

Figura 9.7: Fibras colágenas ao Microscópio Eletrônico de transmissão, cortadas de forma


longitudinal e obliquas, apresentando estriações transversais.

Figura 9.8: Fibrócitos com finos prolongamentos celulares separados por fibrilas colágenas (Cf) em
cortes transversais e longitudinais.

76
Figura 9.9: Fibra elástica ao Microscópio Eletrônico de transmissão, mostrando seus componentes:
elastina (a) e microfibrilas ou fibrotúbulos, constituídos pela proteína fibrilina (mf). Em torno da fibra
elástica observe vários cortes de fibras colágenas

Figura 9.10: Macrófago livre do tecido conjuntivo, com lisossomos, muitos vacúolos digestivos,
superfície irregular e numerosos vacúolos de pinocitose.

77
Figura 9.11: Mastócito ao ME de transmissão e de varredura, mostrando sua ultraestrutura e o
processo de desgranulação (exocitose dos grãos).

78
Figura 9.12: Mastócito em processo de desgranulação.

Figura 9.13: Célula reticular (forma estrelada) ao ME de Varredura, em seios linfáticos de linfonodos.
As células arredondas são linfócitos.

79
CAPÍTULO 10

TECIDO CONJUNTIVO - VARIEDADES

Variedades de tecido conjuntivo próprio

LÂMINA 51: Corte de Pele Palmar


Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina
Esta lâmina já foi estudada para visualização de tipos de células e fibras do
tecido conjuntivo. Agora vamos classificar os tipos de tecido conjuntivo que ela
apresenta (observe a figura 10.1 para auxiliá-lo).
Observe a região logo abaixo de epitélio, este tecido conjuntivo mostra-se rico
em fibras colágenas finas, substância fundamental (SF) e muitas células. De acordo
estas características, classificamos este tecido como:

Tecido Conjuntivo Próprio Frouxo.

Agora, observe a região mais interna no corte, abaixo do tecido conjuntivo


frouxo. Já nesta região, observamos uma predominância de fibras colágenas
espessas dispostas desordenadamente, em vários sentidos. Observamos também
SF e células, mas em menor número em comparação com a região de tecido
conjuntivo próprio frouxo. De acordo com estas características, este tecido é
classificado como:

Tecido Conjuntivo Próprio Denso Desordenado.


Epitélio

Figura 10.1: Corte de pele espessa onde se observa o epitélio, o tecido conjuntivo próprio frouxo
imediatamente abaixo do epitélio, e à direita da imagem o tecido conjuntivo denso com fibras
colágenas espessas em várias direções (tecido conjuntivo próprio denso desordenado).

80
Desenhos esquemáticos

LÂMINA 21: Corte de Tendão


Coloração: Hematoxilina/Eosina

Em pequeno e médio aumentos, é possível observar fibras colágenas


espessas dispostas em uma só direção, todas paralelas umas às outras (figura
10.2).
Em maior aumento, identifique os núcleos de fibrócitos alongados e muito
afilados, disposto em fileiras, entre as fibras colágenas. A substância fundamental
(SF) aparece em imagem negativa e mostra-se muito escassa (figura 10.2,
detalhe).
Podem ser vistos septos de tecido conjuntivo frouxo contendo capilares e
células, unindo os feixes de fibras colágenas do tendão.
Pela predominância e disposição das fibras colágenas, este tecido é
classificado como:

81
Tecido Conjuntivo Próprio Denso Ordenado.

Figura 10.2: Corte histológico em que se observa tecido conjuntivo próprio denso ordenado com
fibras em uma única direção. Observe núcleos de fibrócitos no detalhe à direita.

Desenhos esquemáticos

82
LÂMINA 20: Corte transversal de cordão Umbilical
Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina

O corte apresenta tecido conjuntivo envolvendo três vasos sanguíneos que


podem ser vistos macroscopicamente.
Em médio e grande aumentos, localize o tecido conjuntivo afastado da parede
dos vasos sanguíneos e observe as características deste tecido (figura 10.3):

- Predominância de substância fundamental (SF), que aparece em imagem


negativa em vários locais, pois é de difícil preservação. Em algumas
regiões, a SF está razoavelmente preservada e apresenta-se levemente
basófila.
- Presença de fibras colágenas finas (acidófilas), células mesenquimais e
fibroblastos (não.

Pela predominância de SF, este tecido é classificado como:

Tecido conjuntivo mucoso

Figura 10.3: Corte histológico em que se observa tecido conjuntivo mucoso (delimitado em preto) na
porção mais periférica do cordão umbilical. É possível observar fibroblastos (setas). Fibras colágenas
finas acidófilas (cabeças de seta) e substância fundamental (*áreas claras). Observe uma artéria
umbilical (estrela)

83
Desenhos esquemáticos

LÂMINA 15: Vários órgãos – artérias


Coloração: Técnica de Verhoeff para fibras elásticas

Coloque a lâmina contra a luz e localize a artéria que aparece como um anel
de lume amplo ou semianel, corado em marrom escuro ou negro. Em médio e maior
aumentos, observe as características histológicas do tecido conjuntivo na parede
deste vaso sanguíneo (figura 10.4):
- Predominância de fibras elásticas, coradas em marrom ou negro,
formando lâminas elásticas dispostas concentricamente na parede do
vaso.

Pelo predomínio de fibras elásticas, este tecido é classificado como:

Tecido conjuntivo elástico

OBS: O tecido conjuntivo elástico possui outros componentes: fibras colágenas,


células musculares lisas, fibrócitos e SF escassa.

84
Figura 10.4: Corte histológico em que se identifica tecido conjuntivo elástico, com várias fibras
(lâminas) elásticas presentes na parede do vaso sanguíneo e coradas em negro. Observe também
algumas fibras colágenas coradas em rosa no detalhe da direita.

Desenhos esquemáticos

85
CAPÍTULO 11
TECIDO CONJUNTIVO ADIPOSO

LÂMINA 18: Corte de Tecido adiposo Unilocular e Multilocular


Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina

Focalize o corte em menor aumento e escolha uma área para ser estudada em
maior aumento. Utilize a figura 11.1 para auxiliá-lo no estudo.

Em maior aumento, observe que o tecido adiposo unilocular é constituído por


adipócitos uniloculares. Observe a morfologia destas células:
-Possuem uma única e grande gota lipídica (adipócitos uniloculares), em
imagem negativa, que preenche todo seu citoplasma.
-O citoplasma restringe-se à linha muito fina que se mostra corada.
-O núcleo aparece na periferia e completamente achatado.

O corte também contém tecido adiposo multilocular associado a tecido adiposo


unilocular, além de músculo estriado esquelético.
Em maior aumento, observe a morfologia dos adipócitos multiloculares:
-Possuem várias gotículas lipídicas, em imagem negativa, no seu citoplasma.
-Núcleo ovoide, central ou ligeiramente excêntrico.

Os adipócitos multiloculares são menores do que os uniloculares.


Fibras reticulares (não visualizadas) também formam o estroma de
sustentação das células deste tecido. Septos de tecido conjuntivo frouxo contendo
vasos sanguíneos podem ser encontrados entre grupos de adipócitos multiloculares.

Figura 11.1: Corte histológico do tecido adiposo em duas regiões diferentes, uma área onde há
predomínio de tecido adiposo unilocular (à esquerda) e uma área com predomínio de tecido adiposo
multilocular (à direita).

86
Desenhos esquemáticos

#. Observe em fotomicrografias eletrônicas, os adipócitos uniloculares ao


microscópio eletrônico de varredura.

Figura 11.2: Tecido adiposo unilocular ao microscópio eletrônico de varredura. Lóbulos (Lo),
adipócitos uniloculares (ad) e fibras do tecido conjuntivo(Fi).

87
Figura 11.3: Tecido adiposo unilocular ao microscópio eletrônico de varredura. Fibras reticulares (RF)
sustentam os adipócitos. (CF = fibrilas colágenas, Li – gotas lipídicas, Ca – capilar sanguíneo)

88
CAPÍTULO 12

TECIDO CONJUNTIVO CARTILAGINOSO

LÂMINA 73: Corte de Traqueia (Cartilagem hialina)


Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina

Em menor aumento e através da figura 12.1, observe panoramicamente o


corte histológico.
Em médio aumento, identifique e classifique o epitélio de revestimento.
Abaixo dele, aparece o tecido conjuntivo proprio, que é denso desordenado.

Mais internamente na parede da traqueia, observam-se anéis cartilaginosos,


que são facilmente identificados pela intensa basofilia em que aparecem. Esta
cartilagem é do tipo hialina, onde a quantidade de fibras mostra-se moderada.

Observe que o tecido cartilaginoso se mostra revestido, em ambas as faces,


por bainha conjuntiva, denominada de pericôndrio. Em maior aumento, classifique o
tecido que compõe o pericôndrio. Observe que ele possui uma predominância de
fibras colágenas espessas que se dispõem ordenadamente, ou seja, é um tecido
conjuntivo próprio denso ordenado.
As células presentes no pericôndrio mostram-se predominantemente na
região mais próxima à cartilagem e são células que darão origem aos condroblastos
durante o crescimento aposicional da cartilagem.

Já na cartilagem propriamente dita, observe a matriz cartilaginosa, que


possui um aspecto homogêneo devido à presença de fibrilas e fibras colágenas finas
que possuem o índice de refração semelhante ao da substância fundamental
amorfa. Além disso, a matriz mostra-se basófila, pela presença de proteoglicanos e
ácido hialurônico. A basofilia é maior nas proximidades dos condrócitos (matriz
territorial) e menor nas áreas mais distantes dos condrócitos (matriz
interterritorial).
Observe as células presentes no tecido cartilaginoso e tente diferenciar os
condroblastos dos condrócitos isolados e em grupos isógenos.

Condroblastos: mostram-se alongados, próximos à periferia, ou seja, próximos ao


pericôndrio, com citoplasma pouco corado e núcleo vesiculoso.
Condrócitos: células arredondadas, observadas isoladas ou em grupos de até oito
células (grupos isógenos) situados em espaços claros na matriz.

Após a observação, podemos classificar esta cartilagem como hialina.

89
Figura 12.1: Corte histológico da traqueia em médio e maior aumentos. Observe o pericôndrio
(delimitado em preto à esquerda), condroblastos (cabeças de seta) e condrócitos no interior de
lacunas (setas). No detalhe à direita note grupo isógeno circulado. Observe matriz territorial (mais
basófila) em torno dos condrócitos e matriz interterritorial (menos basófila) mais distante dos
condrócitos.

desenhos esquemáticos

90
LÂMINA 23: Corte de Epiglote (Cartilagem elástica)
Técnica: Verhoeff
Contra-coloração: Eosina
Como na lâmina anterior, visualize o epitélio de revestimento, o conjuntivo
abaixo deste tecido e mais internamente o tecido cartilaginoso. Classifique-os.

Em maior aumento, já na cartilagem, observe (figura 12.2):

-pericôndrio: tecido conjuntivo denso ordenado.

-condroblastos: células alongadas na periferia da cartilagem, próximas ao


pericôndrio.

-condrócitos: células que estão dentro das lacunas, tendem a parecer retraídas.
Coram-se pela eosina. Grupos isógenos também são vistos.

-matriz cartilaginosa: aparece em negro, devido à grande quantidade de fibras


elásticas que foram coradas. Contém também fibrilas colágenas e SF.

Após a observação, podemos classificar esta cartilagem como elástica.

Figura 12.2: Corte de cartilagem elástica em maior aumento. Condroblastos (cabeças de setas) e
condrócitos (setas largas) no interior de lacunas. Grupo isógeno (seta fina). Observe a riqueza em
fibras elásticas (coradas em preto).

91
Desenhos esquemáticos

#. Observe as fotomicrografias eletrônicas de tecido cartilaginoso.

Figura 12.3: Cartilagem hialina. Pericôndrio (Pe), matriz cartilaginosa (CM), condrócito (Ch).

92
Figura 12.4: cartilagem hialina: matriz cartilaginosa (CM), condrócitos (Ch), grupos isógenos (CN). A
última imagem abaixo a direita mostra um CONDRÓCITO com REG e acúmulo de glicogênio

93
CAPÍTULO 13
TECIDO CONJUNTIVO ÓSSEO

Tecido Ósseo e Ossificação:

LÂMINA 27: Corte longitudinal de osso plano (cabeça de feto)


Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina

Focalize em menor e médio aumentos para ter uma visão geral do corte.
Utilize a figura 13.1 para orientação do estudo prático. Observe:
-endósteo: revestimento interno do tecido ósseo. É constituído de tecido
conjuntivo frouxo contendo fibras colágenas finas associadas a osteoblastos ativos,
osteoblastos em repouso, osteoclastos e células osteoprogenitoras que envolvem as
trabéculas ósseas.
-periósteo: bainha de tecido conjuntivo denso ordenado que recobre
externamente a peça. Na sua face externa, aparece uma predominância de fibras
colágenas quando comparada com a face interna, voltada para o tecido ósseo, que
é muito mais celular e contem células osteoprogenitoras (não diferenciadas das
demais células.
-tecido mesenquimal: tecido pouco corado que preenche o espaço entre as
trabéculas de tecido ósseo. Possui capilares sanguíneos, às vezes com hemácias
em seu interior, células mesenquimatosas e poucos elementos intercelulares
fibrosos. Apresenta-se mais esbranquiçado nos cortes.
-tecido ósseo primário: o osso imaturo possui a matriz óssea constituída de
trabéculas ósseas com numerosos osteócitos dispostos irregularmente na matriz,
muitos osteoblastos ativos, presença de osteoclastos na região do endósteo.

Figura 13.1: Corte histológico em menor aumento de tecido ósseo esponjoso primário. Periósteo (seta
espessa), endósteo, constituído por células que envolvem as trabéculas ósseas (setas finas),
mesênquima, tecido claro em volta das trabéculas (cabeças de seta), matriz óssea orgânica formando
trabéculas ósseas coradas em rosa(estrelas).

94
Em maior aumento, observe (figura 13.2):

-matriz óssea orgânica: constituída de trabéculas ósseas de coloração rosa


(acidófila) devido à predominância de fibras colágenas espessas.
-osteoblastos ativos: células cúbicas ou prismáticas baixas, em forma de
“chama de vela” e bem coradas, o núcleo é excêntrico e o citoplasma basófilo. São
observadas no endósteo (na superfície óssea em formação)
-osteoblastos inativos ou em repouso: células achatadas, com núcleo
alongado, localizadas juntamente com as anteriores no endósteo.
-osteócitos: localizam-se em lacunas da matriz óssea, no interior das
trabéculas ósseas.
-osteoclastos: células gigantes, multinucleadas de forma irregular. São
encontradas na superfície das trabéculas ósseas em reabsorção e na camada mais
interna do periósteo, próximo ao tecido ósseo.
No tecido ósseo primário, os osteócitos e as fibras colágenas mostram-se
irregularmente dispostas, já no tecido ósseo secundário, aparecem distribuídas
regularmente entre as fibras colágenas (lamelas).

Figura 13.2: Cortes histológicos em maior aumento de osso esponjoso. O endósteo é constituído por
células que revestem a superfície interna do osso, dentre elas os osteoblastos ativos (seta espessa),
osteoblastos em repouso (seta fina) e osteoclastos (cabeças de seta). No interior da trabécula óssea
(matriz óssea) observe os osteócitos dentro de lacunas (circulados). Vasos sanguíneos contendo
hemácias (estrelas).

95
Desenhos esquemáticos

LÂMINA 28: Corte longitudinal de osso longo


Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina

Utilize a figura13. 3 para auxiliá-lo no estudo prático.


Identifique macroscopicamente a epífise e a diáfise do osso longo.
Em médio aumento, observe que a epífise é constituída de cartilagem (matriz
basófila) enquanto a diáfise possui tecido ósseo (matriz acidófila). Outros tecidos
podem ser encontrados por fora do periósteo: músculo esquelético e tecido adiposo.
Em médio e grande aumentos, observe os componentes do tecido ósseo já
estudados na lâmina anterior:

96
- Trabéculas ósseas contendo osteócitos em lacunas envolvidos pela matriz
óssea orgânica acidófila. Observe que algumas trabéculas podem conter
restos de cartilagem hialina (basófila) em seu interior.
- Osteoblastos revestindo as trabéculas ósseas e sendo componente do
endósteo.
- Osteoclastos podem ou não ser encontrados nesta lâmina.
- Periósteo revestindo externamente a diáfise.

No centro da diáfise, observe a medula óssea, tecido muito celular que preenche o
espaço entre as trabéculas ósseas e contendo células sanguíneas em processo de
formação.

Figura 13.3: Corte histológico em maior aumento de osso longo na região da diáfise (osso
esponjoso). Medula óssea (seta espessa), endósteo (cabeça de seta), no interior da trabécula óssea
(matriz óssea) observe os osteócitos dentro de lacunas (setas finas). Vaso sanguíneo contendo
hemácias (estrela).

Desenhos esquemáticos

97
LÂMINA 26: Corte transversal de diáfise de osso longo
Técnica de Schmorl

Observe o corte transversal da diáfise de um osso longo. Nesta preparação,


as células e o periósteo não foram preservados.
Observe as figuras 13.4 e 13.5 para orientação do estudo prático.

Em maior aumento, observe:

- -matriz óssea: corada em vermelho ou alaranjado. Na verdade, quem


está corada é a parte orgânica da matriz, pois nesta técnica é feita a
descalcificação do osso.
- -lacunas: coradas em preto. É o local onde os osteócitos estavam
abrigados antes de serem destruídos.
- -canalículos: onde estavam os prolongamentos dos osteócitos.
Apresentam-se como pequenos traços que irradiam de cada lacuna,
atravessando as lamelas ósseas.
- -lamelas ósseas: camadas paralelas de fibras colágenas da matriz óssea,
entremeadas por fileiras de osteócitos.
- -canais de Havers: canais longos, cilíndricos, revestidos por endósteo.
Contém vasos e nervos. É paralelo ao eixo maior dos ossos longos.
- -sistema de Havers ou osteônio: é o canal de Havers circundado por
lamelas ósseas concêntricas, com lacunas entre elas.
- -canais de Volkmann: canais transversais ou oblíquos que fazem a
comunicação entre os canais de Havers, ou destes com o canal medular
ou ainda com a superfície externa.
- -sistema circunferencial externo: lamelas ósseas concêntricas,
próximas à superfície externa da diáfise.
- -sistema circunferencial interno: lamelas ósseas concêntricas em torno
do canal medular.
- -sistema intermediário: fragmentos de osteônios parcialmente
reabsorvidos, situados entre os sistemas de Havers.

98
Figura 13.4: Corte histológico em menor aumento de osso longo na região da diáfise (tecido ósseo
compacto). Sistema de Havers (circulado), canal de Havers (cabeça de seta), canal de Wolkman (seta
fina), sistemas circunferenciais interno e externo (setas espessas).

Figura13. 5: Corte histológico em maior aumento de osso longo na região da diáfise (osso compacto).
A imagem representa um sistema de Havers. Canal de Havers (asterisco), as setas atravessam as
lamelas ósseas e apontam os canalículos, lacunas (cabeças de seta).

99
Desenhos esquemáticos

Ossificação

LEMBRETES:

• Na ossificação membranosa (ou direta), o tecido ósseo origina-se diretamente no


interior do tecido mesenquimal. Células mesenquimais indiferenciadas sofrem
mitoses, diferenciam-se em osteoblastos que sintetizam o osteoide
transformando-se em osteócitos.

• A ossificação endocondral (ou indireta) ocorre em etapas. Inicialmente, o tecido


mesenquimal dá origem à cartilagem hialina e posteriormente a cartilagem é
removida e substituída por tecido ósseo.

100
LÂMINA 27: Corte longitudinal de osso chato (cabeça de feto)
Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina

Os ossos chatos do crânio são formados por ossificação membranosa,


tanto no interior do tecido mesenquimal, quanto perifericamente a partir do periósteo.
Para estudo desta lâmina, observe novamente as figuras 13.1 e 13.2 deste capítulo.

Observe:

• Trabéculas de tecido ósseo primário formadas por ossificação


membranosa: são acidófilas e não contêm restos de cartilagem hialina
basófila em seu interior.
• Tecido mesenquimal: preenche os espaços entre as trabéculas ósseas.
Possui células mesenquimais indiferenciadas e muitos capilares
sanguíneos.
• Ossificação membranosa a partir do periósteo: células osteogênicas
diferenciam-se diretamente em osteoblastos que iniciam a formação da
matriz óssea (pequenas trabéculas próximas ao periósteo).

Observação: Em alguns cortes pode haver áreas com acúmulo de osteoblastos


ativos iniciando a produção de matriz óssea (centro de ossificação).

LÂMINA 28: Corte longitudinal de osso longo


Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina

Em pequeno aumento, observe que a ossificação começa na diáfise. As


epífises são ainda cartilaginosas.

Observe na diáfise (utilize a figura 13.3 deste capítulo para auxiliá-lo):

• Ossificação membranosa a partir do periósteo, para formar osso compacto.


• Ossificação endocondral no centro da diáfise, para formar o osso esponjoso
que será em grande parte reabsorvido para formar o canal medular. As
trabéculas ósseas recém formadas por ossificação endocondral contêm
restos de matriz cartilaginosa basófila em seu interior.
• Medula óssea: tecido muito celular, localizado no centro da diáfise, entre as
trabéculas ósseas.

Observe na epífise: Cartilagem hialina normal ou com alterações iniciais com


condrócitos hipertróficos e lacunas vazias.

Entre a diáfise e a epífise observe em pequeno e médio aumentos, o disco epifisário


constituído de cartilagem hialina, sendo responsável pelo crescimento em
comprimento do osso.

101
Em grande aumento, observe as regiões do disco epifisário, conforme as
figuras 13. 6 e 13. 7.

Figura 13. 6: Desenho esquemático do disco epifisário. Os números de 1 a 5 representam as regiões


do disco epifisário (ler texto para maiores explicações) (RIZZO, E.; BAZZOLI, N. Roteiro de aulas
práticas de Citologia e Histologia geral. Departamento de Morfologia ICB/UFMG.1998). Cópia
autorizada.

3
4

Figura 13.7: Corte histológico em médio aumento do disco epifisário. Os números de 1 a 5


representam as regiões do disco epifisário (ler texto para maiores explicações).

102
As regiões do disco epifisário representadas pelos números 1 a 5 nas figuras
6 e 7 são as seguintes (observe também na lâmina):

1. Zona de cartilagem em repouso: condrócitos normais e matriz cartilaginosa


basófila.
2. Zona de cartilagem seriada: condrócitos em fileiras de células.
3. Zona de cartilagem hipertrófica: condrócitos maiores e enfileirados que se
tornam hipertróficos.
4. Zona de cartilagem calcificada: formada por uma ou duas fileiras de lacunas
vazias ou com condrócitos degenerados no seu interior.
5. Zona de erosão e formação óssea: contém espículas ósseas com restos de
matriz cartilaginosa calcificada basófila que serviu de suporte para o início de
deposição de matriz óssea acidófila pelos osteoblastos.

Desenhos esquemáticos

103
#. Observe em fotomicrografias eletrônicas os componentes do tecido ósseo ao
microscópio eletrônico.

Figura 13.8 - Diáfise de osso longo mostrando osso compacto na periferia envolvendo o osso
esponjoso (trabecular).

104
Figura 13.9 - OSSO COMPACTO ao microscópio eletrônico de varredura. Observe osteônios ou
sistemas de Havers (um encontra-se delimitado), canal de Havers (HC), lacunas, lamelas ósseas (CL)
e sistemas intermediários.

Figura 13.10 - OSTEÔNIO ao microscópio eletrônico de varredura. Observe lacunas (La), canalículos
(Ca) junto ao canal de Havers (HC).

105
Figura 13.11 - Osteoblasto ativo (Ob) com prolongamentos (P) dando origem a canalículos. Osteoide
(O) e matriz mineralizada (M). Área de calcificação entre osteoide e matriz mineralizada (C).

Figura 13.12 - OSTEÓCITO envolvido pela matriz óssea.

106
Figura 13.14 - Parte de um OSTEOCLASTO. Observe núcleos, numerosas mitocôndrias, borda
franjada (RB) em contato com a matriz óssea mineralizada em preto.

107
CAPÍTULO 14

TECIDO CONJUNTIVO SANGUÍNEO

LÂMINA 28: Corte de osso longo (osso esponjoso)


Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina

Esta lâmina foi estudada anteriormente para observar as características do


tecido ósseo e ossificação. Agora, será estudada a medula óssea vermelha.

Em pequeno e médio aumentos, identifique a medula óssea vermelha entre as


trabéculas ósseas (figura 14.1).

Figura 14.1: Corte de osso longo em médio aumento. Observe a medula óssea vermelha (seta
brancas) entre as trabéculas ósseas (setas pretas).

Em grande aumento, observe: (utilize a figura 14.2 para auxiliá-lo).

• Capilares sinusóides (compartimento vascular): com ou sem hemácias no lume,


estas últimas coradas em tom amarelado.
• Compartimento hemocitopoiético: com células sanguíneas e seus precursores,
entre os capilares sinusóides. Observe a grande quantidade de células. A
identificação destas células só é possível através de esfregaço. A única célula
identificável em corte é o megacariócito por seu maior volume e núcleo grande,
mais ou menos lobulado. As células sanguíneas produzidas neste compartimento
passam para o sangue após atravessar a parede dos capilares sinusóides.

108
Figura 14.2: Corte de osso longo em maior aumento observe capilares sinusóides/compartimento
vascular (estrela). No compartimento hemocitopoiético observe um megacariócito (seta), célula que
dará origem as plaquetas. No centro da imagem, observe a trabécula óssea.

LÂMINA 50: Esfregaço de sangue


Coloração de May Grünwald e Giemsa
Antes de iniciar a observação ao microscópio, verifique se o esfregaço está
voltado para cima, para então colocá-lo na platina do microscópio, pois esta lâmina
não é protegida por lamínula.

Para iniciar o estudo, siga o seguinte procedimento:

1. Identifique a objetiva de imersão.


2. Afaste a objetiva da lâmina e coloque uma gota de óleo de imersão sobre um
dos cantos do esfregaço.
3. Aproxime cuidadosamente a objetiva de imersão até tocar a gota de óleo,
observando-a diretamente (NÃO OBSERVAR PELA OCULAR).
4. Agora observe na ocular e ajuste o foco com o parafuso MICROMÉTRICO.
5. Após estudo, limpe as objetivas do microscópio com a gaze e mergulhe a
lâmina por 3 minutos no frasco contendo xilol. Deixe secar ao ar livre. Nunca
limpe a lâmina com pano ou papel, pois danifica o esfregaço.

Observe os elementos figurados do sangue (utilize as figuras 14.3 e 14.4 para


auxiliá-lo na identificação):

109
Figura 14.3: Esfregaço sanguíneo mostrando os seguintes elementos figurados: A) hemácia, B)
neutrófilo segmentado, C) eosinófilo, D) basófilo. As plaquetas estão apontadas pelas setas.

Figura 14.4: Esfregaço sanguíneo mostrando os seguintes elementos figurados: A) hemácia, B)


eosinófilo, C) monócito, D) linfócito. As plaquetas estão apontadas pelas setas

110
1. Hemácias: também denominadas eritrócitos ou glóbulos vermelhos. São
discos bicôncavos, anucleados e os elementos sanguíneos mais numerosos.
A hemoglobina presente em seu interior é responsável por sua acidofilia.
Coram-se em vermelho-amarelado ou rosa com uma área central clara.

2. Leucócitos:

• Granulócitos:

Neutrófilos: Possuem núcleo lobulado (2 a 5 lóbulos) e pequenos


grânulos citoplasmáticos. As células mais velhas são mais segmentadas que
as mais jovens. O citoplasma cora-se palidamente e contém pequenos
grânulos cor-de-rosa. (55 a 65%)

Eosinófilos: Possuem núcleo geralmente bilobulado e citoplasma com


granulações específicas, grandes e ovóides, coradas pela eosina em rosa,
alaranjado ou marrom. (2 a 3%)

Basófilos: Seu núcleo é pouco segmentado (forma de S), às vezes


mascarado pelo grande número de granulações citoplasmáticas coradas em
azul escuro ou arroxeado. Apresentam a menor proporção entre os leucócitos
circulantes (0 a 1%).

• Agranulócitos:

Linfócitos: nos esfregaços aparecem pequenos, médios e grandes


linfócitos, variando de 6 a 15 m. O núcleo é denso, fortemente basófilo,
esferoidal, podendo apresentar chanfradura. O citoplasma é escasso,
principalmente nos pequenos linfócitos, corando-se em azul. Pode apresentar
granulações azurófilas, de difícil visualização. (20 a 30%)

Monócitos: são os maiores leucócitos circulantes, apresentam


citoplasma azulado e mais abundante que dos linfócitos, podendo conter finos
grânulos azurófilos. O núcleo pode ser oval, reniforme ou em forma de
ferradura e de cromatina mais frouxa que o dos linfócitos. (3 a 8%)

3. Plaquetas: são fragmentos citoplasmáticos dos megacariócitos. Aparecem


nos esfregaços, como corpúsculos anucleados, com a forma de disco medindo 3 m
de diâmetro. Tendem a se aglutinar.

111
Desenhos esquemáticos

112
CAPÍTULO 15

TECIDO NERVOSO

DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO:

I. Sistema nervoso central (figura 15.1):

• Encéfalo: cérebro
cerebelo
tronco encefálico: mesencéfalo
ponte
bulbo

• Medula espinhal

II. Sistema nervoso periférico:

• Nervos
• Gânglios nervosos
• Terminações nervosas: Sensitivas
Motoras
.

Figura 15.1: Partes componentes do sistema nervoso central visto em corte sagital mediano.
Modificado de http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio

113
ANÁLISE HISTOLÓGICA DO TECIDO NERVOSO

LÂMINA 33: Medula espinhal e gânglio espinhal.


Coloração: Tricrômico de Gomori

Observe inicialmente a lâmina contra a luz e note a presença de dois tecidos, a


medula espinhal e o gânglio espinhal. A medula espinhal apresenta, em seu interior,
uma região em forma de borboleta ou H, visível a olho nu e geralmente é maior que
o gânglio espinhal. Focalize a medula espinhal e observe:

ANÁLISE MACROSCÓPICA DO CORTE DE MEDULA ESPINHAL

Figura 15.2: No centro, observe a medula espinhal em corte transversal. À esquerda, a estrutura da
substância cinzenta e à direita, a estrutura da substância branca. (JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J.
Histologia Básica, Editora Guanabara Koogan. 1995). Cópia autorizada.

Observe a figura 15.2 para auxiliá-lo na análise do corte da medula espinhal.


Macroscopicamente, identifique a substância branca (por fora, corada em
tonalidade rosa claro) e a substância cinzenta (por dentro em tom rosa mais forte).
A substância cinzenta tem forma de H (ou de borboleta), com colunas anteriores
mais globosas e colunas posteriores mais afiladas, unidas por uma substância
cinzenta intermédia.

ANÁLISE MICROSCÓPICA DO CORTE DE MEDULA ESPINHAL

Ao microscópio identifique os revestimentos de tecido conjuntivo (MENINGES) que


envolvem externamente a medula espinhal:

1. Pia-máter – camada de tecido conjuntivo corada em verde, acolada à superfície


da substância branca. Septos de tecido conjuntivo da pia-máter penetram até
certa distância, na intimidade do tecido nervoso. Por fora da pia-máter pode
haver radículas dos nervos espinhais (corte transversal). Observe a figura 3.
2. Dura-máter – revestimento mais externo da medula espinhal, constituída de
tecido conjuntivo denso ordenado separado da pia-máter por um espaço,
conforme observado na figura 15.3. Não aparece em todas as lâminas.

114
3. Aracnoide – localiza-se entre a pia-máter e a dura-máter, mas não é
preservada na maioria das lâminas.

A SUBSTÂNCIA BRANCA é constituída por um conjunto de fibras nervosas


mielínicas e de células da glia. Recorde os componentes estruturais das fibras
nervosas (figuras 15.2 e 15.3):

1. Axônio – visto em corte transversal sob a forma de um ponto corado central ou


ligeiramente excêntrico.
2. Bainha de Mielina – aparece em torno do axônio como um espaço claro
circundado por uma linha vermelha. É de natureza lipoprotéica, com
predominância de lipídeos que são extraídos na preparação das lâminas.
Entretanto, permanecem resquícios da trama proteica (em vermelho).
3. Núcleos de neuroglia – entre as fibras nervosas, não é necessário observar os
diferentes tipos.

Pia-máter

Dura-máter

Figura 15.3: Substância branca. Observe também pia-máter e dura-máter

Observe ainda a fissura mediana anterior da medula – sulco profundo contendo


tecido conjuntivo, corado em verde, que corta a substância branca, até a substância
cinzenta, na porção anterior da medula.

115
Faça desenhos esquemáticos da medula espinhal em menor aumento e da
substância branca e meninges em maior aumento

Desenhos esquemáticos
Medula espinhal em menor aumento

Meninges e substância branca em maior aumento

116
Na SUBSTÂNCIA CINZENTA identifique (observe as figuras 15.2 e 15.4):

1. Emaranhado de fibras amielínicas.

2. Algumas fibras mielínicas cortadas transversal ou longitudinalmente.

3. Corpos de neurônios – presentes tanto na coluna anterior como na posterior.


Na coluna anterior estão os corpos dos grandes neurônios motores, de forma
estrelada (para inervação de músculos esqueléticos). Na coluna posterior estão
os corpos de neurônios de associação.

- Neuróglias livres: astrócitos, oligodendrócitos e microgliócitos (não é necessário


reconhecê-los individualmente).

Figura 15.4: Substância cinzenta em maior aumento. Apesar do predomínio de fibras nervosas
amielínicas (emaranhadas no corte), observe fibras nervosas mielínicas (setas finas) também
presentes. Corpo de neurônio (seta grossa) e núcleos da neuroglia (círculos).

Observe o canal medular no centro da medula espinhal, revestido por epitélio


simples cúbico ou prismático (epêndima/neuroglia de revestimento) (observe
as figuras 15.2 e 15.5).

117
Figura 15.5: Corte da medula espinhal mostrando substâncias branca (setas largas pretas) a
cinzenta (setas largas brancas) e neuroglia epitelial de revestimento (epêndima). O canal medular
(estrela) está delimitado por células ependimárias (setas finas brancas).

Faça desenhos esquemáticos da substância cinzenta da medula espinhal com seus


componentes.

Desenho esquemático em maior aumento da substância cinzenta

118
LÂMINA 35: Cerebelo, tronco encefálico e 4 ventrículo com plexos coroides
Coloração: Hematoxilina-Eosina (HE)

Identifique macroscopicamente os cortes de bulbo e de cerebelo. O corte de


cerebelo é facilmente reconhecido por apresentar-se denteado (folhas do cerebelo)
e por conter uma parte mais acidófila (rosa) e outra parte mais basófila (azul). Será
necessário observar apenas o cerebelo.
No cerebelo, a maior parte da substância cinzenta (corpos de neurônios, fibras
amielínicas e neuroglia) está disposta na periferia sendo chamada, nesta localização
de córtex cerebelar.

Córtex cerebelar – Identifique suas três camadas facilmente reconhecíveis (observe


a figura 15.6):

1. Camada molecular – é a mais externa, com pouquíssimos neurônios. É formada


principalmente por fibras (ramificações dendríticas das células de Purkinje e
axônios dos grãos do cerebelo).

2. Camada das células de Purkinje – estes neurônios são facilmente identificáveis


pelo seu grande tamanho e pela forma de pêra (piriforme) do seu corpo. As
células de Purkinje formam fileira logo abaixo da camada molecular.

3. Camada granular – contém grande quantidade de pequenos neurônios


chamados grãos do cerebelo. São os menores neurônios conhecidos (3 a 4 m
de diâmetro). O citoplasma não é visto nesta preparação. O núcleo é pequeno,
redondo e densamente corado.

Figura 15.6: Corte histológico mostrando folhas de cerebelo. Lóbulo formado por parte central de
substância branca (estrela) e pelas três camadas que constituem o córtex: camada molecular (setas
largas), camada de células de Purkinje (setas finas brancas) e camada granulosa (cabeça de seta) da
substância cinzenta. Nota-se também pia-máter (setas finas pretas).

119
Cada folha do cerebelo possui um eixo de substância branca (com fibras nervosas
mielínicas dispostas longitudinalmente) que conflui para o centro branco medular
do cerebelo. As fibras nervosas mielínicas no centro branco podem estar cortadas
transversal ou longitudinalmente.

No centro branco medular do cerebelo são encontrados acúmulos de substância


cinzenta (corpos de neurônios, neuroglia e fibras amielínicas), que são denominados
núcleos. Em várias lâminas são vistos corpos de neurônios no centro branco
medular.

A pia-máter pode ser observada na periferia do cerebelo e entre as folhas (figura


15.6), como uma delicada membrana conjuntiva contendo vasos sanguíneos (fibras
colágenas finas e núcleos de fibrócitos são facilmente identificáveis).

Faça desenhos esquemáticos das folhas do cerebelo e seus constituintes.

Desenho esquemático do cerebelo

120
Localize agora o 4 ventrículo, ou seja, a cavidade encefálica limitada
principalmente pelo tronco encefálico (bulbo e ponte) e cerebelo.

Identifique:

Plexos coroides – são estruturas delicadas em forma de franjas suspensas no 4


ventrículo (também ocorrem nos ventrículos laterais do cérebro). Cada franja é
formada de eixo de tecido conjuntivo frouxo, rico em capilares sanguíneos (não
precisa identificar os capilares), revestido por neuroglia epitelial (células cúbicas)
(Figura 15.7). Os plexos coroides são os principais formadores do líquido cérebro-
espinhal que preenche as cavidades encefálicas (ventrículos) e o espaço
subaracnóideo.

Figura15. 7: Plexo coroide do quarto ventrículo em menor e maior aumentos.

Desenhos esquemáticos do plexo coroide

121
#. Observe, em fotomicrografias eletrônicas, a ultraestrutura de neurônios e células
da glia.

Figura 15.8: - Parte do pericário de neurônio evidenciando suas principais organelas (corpúsculos de
Nissl e complexo de Golgi), além do núcleo vesiculoso e nucléolo evidente.

122
Figura 15.9: Cone de implantação e segmento inicial de axônio.

Figura 15.10: - Esquema de células da neuroglia. A) astrócito protoplasmático B) astrócito fibroso C)


microgliócito D) oligodendrócito

123
Figura 15.11: Plexo coroide constituído pelo tecido conjuntivo da pia-mater rico em vasos sanguíneos
contendo hemácias em seu interior (à esquerda da figura) e células epiteliais cubicas com núcleos
arredondados à direita da figura.

LÂMINA 34: Cérebro


Coloração: Hematoxilina-Eosina (HE)

O córtex cerebral (substância cinzenta periférica) dispõe-se também em camadas


que, no entanto, não são tão evidentes quanto àquelas do cerebelo.

Quase todo o córtex cerebral (isocórtex) possui seis camadas.

As seis camadas do isocórtex de fora para dentro são: (observe a figura 15.12 e leia
até o final, pois não será necessário identificar todas as camadas).

1. Camada molecular ou plexiforme – é a mais externa e sempre bem evidente. É


predominantemente fibrosa, devido a presença de axônios amielínicos e
dendritos. Parece-se com a camada molecular do córtex cerebelar.
2. Camada granulosa externa – predominam pequenos neurônios: neurônios
piramidais pequenos e neurônios granulares (estrelados).
3. Camada piramidal externa – predominam os neurônios piramidais médios e
grandes.
4. Camada granulosa interna – predominam neurônios granulares estrelados.
5. Camada piramidal interna – predominam neurônios piramidais de todos os
tamanhos. O tamanho destas células varia conforme a área.
6. Camada fusiforme – predominam neurônios fusiformes.

124
Camada molecular

Camada granulosa externa

Camada piramidal externa

Camada granulosa interna

Camada piramidal interna

Camada fusiforme

Figura 15.12: Lâminas de substância cinzenta no córtex cerebral. (esquema adaptado de Ransom &
Clark (1959). The Anatomy of the nervous systems (10 ed. Editora Saunders).

O corte histológico para estudo é de isocórtex, mas a distinção das seis camadas
está bastante difícil. Deve-se apenas reconhecer a camada molecular (figura
15.12 e 15.13) e identificar os neurônios piramidais (pequenos, médios e
grandes) que caracterizam o córtex cerebral.

Abaixo do córtex cerebral vê-se a substância branca do órgão. Na periferia, a pia-


máter adere-se à camada molecular. Entretanto, na maior parte do córtex a pia-
máter foi destruída.

125
A

Figura 15.13: Corte na região cortical do cérebro. Camada molecular (A), pia-máter (seta), neurônios
piramidais (circulados).

Faça desenhos esquemáticos da região cortical do cérebro.

Desenho esquemático do cérebro

126
LÂMINA 33 – Medula espinhal e gânglio espinhal.
Coloração: Tricrômico de Gomori

Observe inicialmente a lâmina contra a luz e note a presença de dois tecidos, a


medula espinhal e o gânglio espinhal. A medula espinhal apresenta, em seu interior,
uma região em forma de borboleta ou H, visível a olho nu e geralmente é maior que
o gânglio espinhal. Focalize o gânglio espinhal e observe:

ANÁLISE MICROSCÓPICA DO CORTE DE GÂNGLIO ESPINHAL

GÂNGLIO ESPINHAL (observe a figura 15.14)

Identifique:

1. Tecido conjuntivo denso – corado em verde, no meio do gânglio e o


envolvendo, formando cápsula fibrosa.

2. Neurônios pseudounipolares –corpos celulares de forma esferoidal (globosos e


grandes). Seus axônios penetram na medula, através da raiz posterior dos
nervos espinhais estabelecendo sinapses com os neurônios de associação das
colunas posteriores da substância cinzenta.

3. Anfícitos (células satélites) – circundam os neurônios ganglionares e somente


seus núcleos ovoides e vesiculosos são visualizados.

Nota: junto ao gânglio há cortes de nervos mielínicos, que serão descritos na lâmina
36.
Tecido
conjuntivo

Figura 15.14: Corte de gânglio em médio e maior aumentos. Observe tecido conjuntivo da cápsula
corado em verde, neurônios pseudounipolares (setas largas pretas), células satélites (setas finas) e
fibras nervosas (setas largas brancas).

127
Faça desenhos esquemáticos do gânglio espinhal e seus componentes.

Desenho esquemático do gânglio espinhal

LÂMINA 63 – Intestino grosso – com gânglios nervosos do plexo mioentérico


Coloração: Hematoxilina-Eosina (HE)

A lâmina apresenta um corte transversal do intestino grosso. Este órgão,


histologicamente apresenta camadas com vários tecidos que serão estudados
posteriormente. Agora, interessa apenas identificar a camada muscular (tecido
muscular liso). O músculo liso apresenta-se disposto em duas faixas: uma cortada
longitudinalmente (mais externamente) e outra cortada transversalmente. Localize o
músculo liso e identifique as duas subcamadas. Entre essas duas subcamadas
procure visualizar acúmulos de neurônios, células satélites e fibras amielínicas
que constituem os gânglios intramurais pertencentes ao SNA parassimpático
(observe as figuras 15.15 e 15.16).

128
Figura 15.15: Corte histológico do intestino grosso em menor aumento mostrando a região onde o
aluno deve procurar os gânglios nervosos do plexo mioentérico (circulada pela linha pontilhada) entre
as duas subcamadas de músculo liso da túnica muscular (delimitada pela linha).

Os neurônios têm o corpo celular de forma ovalada com núcleo vesiculoso


geralmente excêntrico; o citoplasma, nas boas preparações, cora-se em tom azulado
ou acinzentado; no entanto, em muitas lâminas o citoplasma apresenta-se róseo
(devido ao tempo prolongado de exposição à eosina). Embora sejam neurônios
multipolares, não se observa o início de seus prolongamentos. Das células satélites
e células de Schwann das fibras amielínicas, vêm-se apenas os núcleos bem
corados.

Subcamada
muscular
externa
Subcamada
muscular
interna

Figura 15.16: Gânglio nervoso do plexo mioentérico (delimitado pela linha pontilhada) entre as duas
subcamadas de músculo liso da túnica muscular do intestino grosso. Observa-se também corpo de
neurônio (setas)

129
Faça desenhos esquemáticos do gânglio nervoso do plexo mioentérico.

Desenho esquemático em menor e maior aumento

LÂMINA 36: Corte de Nervo mielínico


Coloração histológica: Tricrômico de Gomori

Focalize o corte do nervo transversal em menor aumento e observe seus


envoltórios conjuntivos que estão representados em verde:

Observe a figura 15.17 para auxiliá-lo na identificação das estruturas.

- epineuro: tecido conjuntivo frouxo com adipócitos e vasos sanguíneos. É o mais


externo, envolve todo o nervo e preenche os espaços entre os fascículos ou feixes
nervosos.

- perineuro: tecido conjuntivo denso que envolve cada feixe de fibras nervosas.

- endoneuro: tecido conjuntivo frouxo que envolve cada fibra nervosa (visível na
figura 15.18).

130
Figura 15.17: Nervo em corte transversal mostrando os envoltórios conjuntivos corados em verde.
Epineuro (delimitado à esquerda da fotomicrografia) e perineuro (setas).
https://biologiaufvjm.wordpress.com/disciplinas/histologia/aula-pratica/tecido-nervoso/laminas/lamina-
36/#jp-carousel-880.

Em médio e maior aumentos, localize as fibras nervosas e identifique (figura


14):

- axônio: ponto escuro, quando em corte transversal ou traço, quando em corte


longitudinal.

- bainha de mielina: em imagem negativa, ao redor do axônio.

131
Figura 15.18: Nervo em corte transversal mostrando os axônios (cabeças de seta) envolvidos por
bainha de mielina, que se encontra em imagem negativa (setas largas). Observe também o
endoneuro corado em verde (seta fina).

132
- em corte longitudinal, identifique também o Nódulo de Ranvier, que corresponde à
região onde a bainha mielínica se interrompe, entre uma célula de Schwann e outra
(figura 15.19).

Figura 15.19: Nervo misto em corte longitudinal. Observe nódulos de Ranvier (setas finas) , bainha
de mielina em imagem negativa (estrela), axônios corados em vermelho (cabeças de seta) e núcleos
de células de Schwann (setas largas).

Faça desenhos esquemáticos do nervo mielínico em cortes transversal e longitudinal

Desenho esquemático em menor e maior aumento


Nervo mielínico em corte transversal e longitudinal

133
#. Observe as Fotomicrografias eletrônicas de fibras nervosas e nervos.

Figura 15.20 - Fibra nervosa mielínica do SNP em corte transversal. Observe: axônio, bainha de
mielina, mesaxônio e citoplasma da célula se Schwann (neurolema)

134
Figura 15.21: Nervo misto com fibra mielínica e fibras amielínicas envolvidas pelo endoneuro.

Figura 15.22: Oligodendrócito formando as fibras nervosas mielínicas do sistema nervoso central.
Seu núcleo encontra-se do lado direito da imagem.

135
LÂMINA 56 - Corte de língua ao nível do V lingual/botões gustativos
Coloração: Hematoxilina-Eosina (HE).

Identifique:

Os botões gustativos são terminações nervosas sensitivas localizadas no


epitélio de revestimentos das papilas da língua. Nos botões gustativos encontram-se
células sensoriais (neuroepiteliais) que captam sensações dos sabores básicos
(azedo, doce, salgado e amargo) (observe as figuras 15.23 e 15.24).

Localize o epitélio de revestimento da língua e observe:

1. Papilas da língua: projeções constituídas de epitélio queratinizado e conjuntivo.


Localizam-se na superfície dorsal da língua. Os tipos mais frequentes neste corte
são:

-papilas filiformes: cônicas, altas e pontiagudas.

-papilas circunvaladas: forma achatada e circundadas por um sulco papilar.

2. Botões gustativos: observe-os em grande aumento. São estruturas ovoides


localizadas no epitélio de revestimento das papilas circunvaladas. São
constituídos de células neuroepiteliais (núcleos fortemente basófilos) e células de
sustentação (núcleos claros). As fibras nervosas não são visualizadas.

Figura 15.23: Esquema das papilas linguais (filiforme e circunvalada) e do botão gustativo.
(MARUCHI, S.M.G.; RIBEIRO, M.G.; ALVES, M.S.D. Histologia e Embriologia aplicadas à Farmácia –
orientação de estudo. Departamento de Morfologia -ICB/UFMG. 1990). Cópia autorizada.

136
Figura 15.24: A região superior da imagem mostra a papila circunvalada contendo botão gustativo
em seu epitélio, também observado na imagem ampliada.

Faça desenhos esquemáticos da papila circunvalada em menor aumento e dos


botões gustativos em seu epitélio em maior aumento.

Desenhos esquemáticos
Papila circunvalada Botão gustativo

137
#. Observe a PRANCHA de sinapse química e elétrica.

Figura 15.25: A) SINAPSE QUÍMICA interneuronal axodendrítica. Porção terminal do axônio com
vesículas sinápticas contendo neurotransmissores. Dendrito (Den). Membranas pré e pós sinápticas
eletrondensas e fenda sináptica eletronlúcida e muito fina; B) SINAPSE ELÉTRICA interneuronal
representada por junção do tipo GAP. Dendrito (Den), axônio (At).

LÂMINA 51 - Pele glabra/corpúsculo de Meissner e de Vater Paccini


Coloração: Hematoxilina-Eosina (HE).

Observe as figuras 15.26 e 15.27 para orientação.

Os corpúsculos de Meissner são terminações nervosas sensitivas


encapsuladas localizadas na derme papilar. São formados por terminações nervosas
envolvidas por cápsula conjuntiva e são sensíveis ao tato.

138
Localize a derme papilar e procure corpúsculos de Meissner.

Figura 15.26: Estrutura histológica da pele com seus constituintes (epiderme e derme), contendo, na
derme papilar corpúsculo de Meissner.

Faça o desenho esquemático do corpúsculo de Meissner

Desenho esquemático

139
Os corpúsculos de Vater Paccini são terminações nervosas sensitivas encapsuladas
localizadas nas camadas profundas da pele. São formados por terminações
nervosas envolvidas por várias camadas concêntricas de células conjuntivas de
sustentação e são sensíveis à vibração e pressão (observe a figura 15.27).

Figura 15.27: Corpúsculo de Vater Paccini presente na camada profunda da pele.

Faça o desenho esquemático do corpúsculo de Vater Paccini

Desenho esquemático

140
CAPÍTULO 16

TECIDO MUSCULAR

LÂMINA 31: Corte de Músculo Estriado Esquelético


Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina

Focalize uma região em que as fibras musculares se mostram cortadas


longitudinalmente (utilize a figura 16.1 para auxiliá-lo no estudo prático). Nesta
região destaque:

-envoltórios de tecido conjuntivo (em menor aumento):


1. endomísio- faixa fina de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras reticulares que
envolve cada célula (fibra).
2. perimísio- tecido conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos que envolvem os feixes
de fibras musculares.
3. epimísio- tecido conjuntivo denso ordenado que envolve todo o músculo.

Figura 16.1: Corte transversal em menor aumento mostrando o epimísio (seta larga) e o perimísio
(seta fina). Fonte: Histology guide.

-fibras musculares esqueléticas (em maior aumento): citoplasma acidófilo com


grande quantidade de miofibrilas, que devido à disposição das proteínas,
apresentam um aspecto estriado. Estas células são cilíndricas e multinucleadas,
sendo os núcleos ovoides e periféricos (figura 16.2).

141
Figura 16.2: Corte longitudinal de músculo estriado esquelético. Observe os núcleos periféricos, as
estriações características deste tecido e o envoltório de tecido conjuntivo endomísio (setas).

Observe o corte transversal (figura 16.3) e identifique ao microscópio de luz,


as fibras musculares estriadas esqueléticas com seus núcleos periféricos e
citoplasmas pontilhados, correspondentes às miofibrilas, além disso, observe o
endomísio, perimísio e epimísio.

P
P

Figura 16.3: Corte transversal de músculo estriado esquelético. Observe a célula muscular
(delimitada pelo círculo) com núcleos periféricos e citoplasma pontilhado correspondente às
miofibrilas e os envoltórios de tecido conjuntivo endomísio (E) e perimísio (P).

142
Faça desenhos esquemáticos do músculo estriado esquelético

Desenho esquemático

143
LÂMINA 32: Corte de Músculo Estriado Cardíaco
Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina
Durante a análise desta lâmina, observe também as figuras 16.4 e 16.5 para
orientação. Em menor aumento (figura 16.4), observe que possui uma borda mais
ou menos convexa, que é a parte mais externa do coração, que corresponde à
região de epicárdio. A camada mais espessa é o miocárdio, constituída de músculo
estriado cardíaco e a mais interna é o endocárdio (tecido epitelial de revestimento
simples pavimentoso e conjuntivo frouxo adjacente). Observe ainda a presença de
fibras de Purkinje logo abaixo do endocárdio.

Miocárdio
Epicárdio
Endocárdio

Camada
subepicárdica

Miocárdio

Figura 16.4: Cortes do coração em menor aumento onde se podem observar as três regiões
cardíacas: epicárdio, miocárdio, endocárdio. Observe ainda as fibras de Purkinje logo abaixo do
endocárdio (cabeça de seta) e as células endoteliais presentes na camada mais externa do endotélio
círculo pontilhada. Podemos observar ainda disco intercalar (seta grossa)

Faça desenhos esquemáticos da histologia do coração em menor aumento

Desenho esquemático

144
Em médio e maior aumentos (figura 16.5), identifique as fibras musculares
cardíacas, presentes no miocárdio. Observe:
- Fibras musculares cardíacas: alongadas, ramificadas, com citoplasma acidófilo,
com estriações transversais e 1 ou 2 núcleos, geralmente centrais.
- Discos intercalares: estruturas mais basófilas, ou seja, mais arroxeadas. São
pontos de união das fibras musculares cardíacas que aparecem como linhas
verticais quebradas.
- Fibras de Purkinje: presentes logo abaixo do endocárdio, ou seja, são fibras
subendocárdicas que pertencem ao sistema de condução do impulso cardíaco. São
células menores, que possuem a região ao redor do núcleo mais clara,
correspondendo ao acúmulo de glicogênio (imagem negativa).

Figura 16.5: Cortes do coração em maior aumento onde se podem observar cortes longitudinais do
miocárdio na imagem maior, nas imagens à direita. Observe ainda o miocárdio cortado
transversalmente na imagem à esquerda. As setas indicam os discos intercalares. Á direita e abaixo
observe células de Purkinje com seu citoplasma claro.

145
Faça desenhos esquemáticos da histologia do coração em maior aumento

Desenho esquemático

LÂMINA 62: Corte de Jejuno-Íleo (músculo liso)


Coloração histológica: Hematoxilina-Eosina

Focalize o corte e utilize a figura 16.6 para auxilia-lo no estudo, identifique e


classifique o tecido epitelial de revestimento, tecido conjuntivo com glândulas e, mais
profundamente o tecido muscular liso em duas disposições (transversal e
longitudinal), formando duas camadas.

Em maior aumento, observe:

No corte longitudinal:
-fibras musculares lisas: alongadas, com citoplasma acidófilo e homogêneo,
sem estriações transversais. O núcleo é único e central. Aparece com aspecto
vesiculoso, com as extremidades rombas e com nucléolo evidente.

No corte transversal:
-Organização em fascículos e leiomiócitos em corte transversal, com núcleo
central. A maioria dos cortes não passou pelos núcleos.

OBS: diferencie um núcleo de fibra muscular de núcleos de fibrócitos que são mais
fusiformes e mais densos.

146
Figura 16.6: Cortes longitudinal (à esquerda) e transversal (à direita) da túnica (camada) muscular de
jejuno íleo. Observe os núcleos de leiomiócitos (fibras musculares lisas) (setas) e de fibrócitos
(cabeças de seta).

Faça desenhos esquemáticos do músculo liso

Desenho esquemático

147
#. Observe em ELETROMICROGRAFIAS, a morfologia dos músculos estriados
esquelético e cardíaco e do músculo liso.

Figura 16.7: Corte longitudinal de Músculo estriado esquelético. Observe bandas A, I, H, linhas M e Z
formando os sarcômeros nas miofibrilas.

Figura 16.8: Esquema da célula muscular esquelética (Miônio), mostrando a organização do reticulo
sarcoplasmático, túbulos T, mitocôndrias e tríades ao nível da banda A, em músculo de mamíferos.

148
Figura 16.9: - Tríades (2 cisternas laterais e 1 túbulo T) ao nível da linha Z, no músculo esquelético
dos anfíbios. Grânulos de glicogênio entre os túbulos longitudinais do retículo sarcoplasmático.

Figura 16.10: Músculo estriado esquelético. A) em repouso B) contraído

149
Figura 16.11: PLACA MOTORA (sinapse química neuroefetuadora). Observe vesículas sinápticas na
porção terminal do axônio à esquerda, pregas juncionais na membrana pós-sináptica (sarcolema) e
miofibrilas na célula muscular efetuadora.

Figura 16.12: Músculo estriado cardíaco em corte longitudinal, com mitocôndrias maiores e mais
numerosas do que no esquelético, mais glicogênio e túbulo T mais desenvolvido formando díade com
o reticulo sarcoplasmático.

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Figura 16.13: Musculo cardíaco com grande quantidade de mitocôndrias (M), Díade na região da
linha Z à esquerda e disco intercalar à direita.

Figura 16.14: Músculo liso em corte longitudinal. Leiomiócito com núcleo alongado (à direita) e
corpos densos no citoplasma.

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Figura 16.15: Filamentos finos, espessos e corpos densos na célula muscular lisa em corte
transversal.

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