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2 - Proposta Redação - Sistema de Saúde No Brasil
2 - Proposta Redação - Sistema de Saúde No Brasil
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo
de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema “Sistema de saúde no Brasil”, apresentando proposta de intervenção
acima, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde
pública do mundo, abrangendo desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial,
por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e
gratuito para toda a população do país. Com a sua criação, o SUS proporcionou o acesso universal
ao sistema público de saúde, sem discriminação. A atenção integral à saúde, e não somente aos
cuidados assistenciais, passou a ser um direito de todos os brasileiros, desde a gestação e por
toda a vida, com foco na saúde com qualidade de vida, visando a prevenção e a promoção da
saúde.
A gestão das ações e dos serviços de saúde deve ser solidária e participativa entre os
três entes da Federação: a União, os Estados e os municípios. A rede que compõe o SUS é ampla
e abrange tanto ações quanto os serviços de saúde. Engloba a atenção primária, média e alta
complexidades, os serviços urgência e emergência, a atenção hospitalar, as ações e serviços das
vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica.
Avanço: Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF-88), a “Saúde é direito de todos e
dever do Estado”. No período anterior a CF-88, o sistema público de saúde prestava assistência
apenas aos trabalhadores vinculados à Previdência Social, aproximadamente 30 milhões de
pessoas com acesso aos serviços hospitalares, cabendo o atendimento aos demais cidadãos às
entidades filantrópicas.
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sus
TEXTO II
Durante o período da colonização e império do Brasil não existiam políticas públicas voltadas
para a saúde. No início da colonização, muitos indígenas morreram em virtude das "doenças do
homem branco", aquelas trazidas pelos europeus e para as quais a população indígena não tinha
resistência.
O acesso à saúde era determinado pela classe social do indivíduo. Os nobres tinham fácil
acesso aos médicos, enquanto os pobres, escravos e indígenas não recebiam nenhum tipo de
atenção médica. Essa parte da população era dependente da filantropia, caridade e crenças.
Uma das formas de conseguir atendimento era através de centros médicos ligados as
instituições religiosas, como as Santas Casas de Misericórdia. Esses espaços eram mantidos por
meio de doações da comunidade e por muito tempo representam a única opção para as pessoas
sem condições financeiras.
O ano de 1808 marca a chegada da família real ao Brasil e também da criação dos primeiros
cursos de Medicina. Assim, foram formados os primeiros médicos brasileiros, os quais lentamente
começaram a substituir os médicos estrangeiros.
• Falta de médicos: O Conselho Federal de Medicina estima que exista 1 médico para
cada 470 pessoas.
• Falta de leitos: Em muitos hospitais faltam leitos para os pacientes. A situação é
ainda mais complicada quando se trata de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
• Falta de investimentos financeiros: Em 2018, apenas 3,6% do orçamento do
governo federal foi destinado à saúde. A média mundial é de 11,7%.
• Grande espera para atendimento: Agendar consultas com médicos especialistas
pode demorar até meses, mesmo para os pacientes de precisam de atendimento imediato. O
mesmo acontece com a marcação de exames.
As pessoas que precisam de atendimento médico muitas vezes sofrem com a demora ou
desistem do atendimento e voltam para casa. Em muitos hospitais, é comum ver pessoas sendo
atendidas em corredores, longas filas de espera e/ou precárias condições de estrutura e higiene.
Aliado a isso, muitos hospitais e centros de pesquisas estão ameaçados de encerrar suas
atividades por conta da falta de investimentos e mão de obra.
Como forma de ter acesso ao atendimento médico, muitas pessoas recorrem à saúde
suplementar, ou seja, aos planos de saúde privados. Porém, os preços praticados são altos, o que
faz com que 75% da população dependa apenas do SUS.
Uma pesquisa realizada e divulgada em 2018, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM),
demonstrou que 89% da população brasileira classifica a saúde pública ou privada como péssima,
ruim ou regular.
https://www.todamateria.com.br/saude-publica-no-brasil/
TEXTO III
Obesidade
A obesidade, que ocorre quando há acúmulo de gordura no organismo, é em si uma doença,
mas também é um fator de risco importante para outras doenças, como o câncer, diabetes e
doenças cardiovasculares. Os nossos hábitos de vida e alimentares (sedentarismo, comidas
industrializadas, estresse, etc.) tem contribuído para o aumento da obesidade, que já é considerada
uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde.
Como a obesidade é fator de risco para inúmeras doenças, fica evidente que a obesidade é
uma questão de saúde pública e que deve ser bem compreendida para a formulação de políticas
públicas.
Você deve estar imaginando que os custos do SUS relacionados ao sobrepeso são altos, já
que são responsáveis por diversas outras doenças, não é mesmo?
Você está certo! Uma pesquisa realizada pela Universidade de Brasília calculou que, em
2011, os custos para a saúde pública com doenças relacionadas ao excesso de peso foram de R$
488 milhões, mais alto que os gastos com tabagismo, doença evitável que mais mata no mundo.
O SUS, além dos tratamentos das doenças decorrentes desse quadro clínico, investe
esforços em promover a alimentação saudável e a prática de atividades físicas, tanto na
prevenção, quanto no tratamento de pacientes com sobrepeso. Muitos municípios no Brasil já
oferecem atendimento com profissionais da saúde mental, de educação física e nutricionistas, com
o apoio da equipe de Saúde da Família.
Hipertensão
A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, ocorre quando a pressão
sanguínea se iguala ou ultrapassa o nível de 14 por 9, em decorrência de uma contração dos vasos
sanguíneos. Como os vasos ficam mais contraídos, o sangue tem dificuldade de circular e pode
acabar entupindo ou rompendo essas vias. Isto acontece no coração, nos rins e no
cérebro. Quando acontece no coração é infarto; se ocorre no cérebro há derrame cerebral,
conhecido também por AVC; e nos rins pode causar paralisação dos órgãos.
Como pode ver, a hipertensão é uma doença bastante perigosa e, infelizmente, é muito
comum no Brasil. Você provavelmente tem algum conhecido ou familiar com essa doença, afinal,
cerca de 25% da população brasileira hoje é hipertensa. Apesar dessa alta prevalência, o
número de afetados é estável e houve redução de 33% nos níveis de internação decorrentes
desses casos. Isso graças a ações de saúde, distribuição de medicamentos, diminuição do
consumo de sódio e aumento da prática de exercícios físicos pelas pessoas. Os remédios para
hipertensão são oferecidos gratuitamente pelo SUS nas farmácias populares.
O sódio é o principal responsável pela hipertensão. A OMS recomenda que apenas menos
de 2g de sódio (equivalente a 5 grama de sal) sejam consumidos por dia, mas segundo
estimativas, o brasileiro consome hoje 12g diárias. O Ministério da Saúde e a Associação Brasileira
das Indústrias Alimentícias fizeram um acordo em 2011 para retirar 14.893 toneladas de sódio dos
alimentos, para 2020 a meta é dobrar esse valor.
Diabetes
Considerada uma epidemia global, a diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não
produz ou não consegue empregar adequadamente a insulina, que é o hormônio que controla a
quantidade de glicose no sangue. As principais causas da diabetes são a obesidade, o
sedentarismo e a alimentação inadequada. É considerada bastante perigosa pois é uma doença
silenciosa, ou seja, a pessoa pode ter diabetes e não saber, pois até determinados níveis ela pode
não apresentar sintomas. Dentre as consequências dessa doença estão os acidentes
cardiovasculares, acidente vascular e danos nos rins.
O Brasil ocupa o 4º lugar no ranking mundial desta doença, com cerca de 12 milhões de
adultos portadores, ou seja, 6,9% da população. Para atender esses pacientes, a Lei 11.347 de
setembro de 2006 determinou gratuidade nos medicamentos e materiais necessários à aplicação,
manutenção e monitoramento da glicemia.
Gestão e financiamento
Não há como separar as dificuldades de gestão da saúde pública com o seu financiamento,
pois em grande medida, eles são causa e consequência. O SUS tem um caráter de
descentralização, o que visa dar mais autonomia aos entes federados. O grande problema é que
descentralizou-se a gestão, porém os recursos não foram descentralizados de maneira
proporcional.