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Noções Gerais de Anatomofisiologia Do Sistema Digestivo
Noções Gerais de Anatomofisiologia Do Sistema Digestivo
PROPÓSITO
Apresentar a organização do sistema digestivo e os principais processos relacionados ao
aproveitamento dos alimentos com vistas à manutenção das condições ótimas do corpo.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 3
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Em uma construção, como uma casa, é preciso de uma quantidade e uma variedade de materiais para
iniciar o processo e um tanto mais para sua correta manutenção. O mesmo acontece com o corpo
humano. São necessários materiais básicos, como proteínas, sais minerais e água para sua construção
e manutenção. É preciso também energia.
A fonte desses materiais é a alimentação. Inúmeros processos acontecem para transformar o alimento
em nutrientes que possam ser utilizados pelas células no nível tecidual. As estruturas e eventos
envolvidos para esse aproveitamento celular da alimentação é o que vamos discutir agora no estudo do
trato gastrointestinal.
MÓDULO 1
O trato gastrointestinal se estende desde a cabeça até a porção inferior do tronco como um longo
tubo muscular oco com aberturas superior e inferior.
MEIO EXTERNO
Espaço interior do tubo, a luz do tubo digestivo, por estar em contato com o meio ambiente.
Fonte: Por Anatomy Insider /shutterstock
MEIO INTERNO
O trato gastrointestinal (GI) ou canal alimentar (tubo digestivo) tem diferentes estruturas anexas, em
especial glândulas, que produzem substâncias de natureza hormonal ou não. Outros anexos são os
dentes e a língua.
1
INGESTÃO
PROPULSÃO
SECREÇÃO
DIGESTÃO
4
5
ABSORÇÃO
DEFECAÇÃO
Tubo digestivo
Boca
Faringe
Esôfago
Estômago
Órgãos anexos
Dentes
Língua
Glândulas salivares
Pâncreas
BOCA
As bochechas, a língua e o palato delimitam a boca ou cavidade oral. Na entrada da boca encontramos
os lábios que participam da mastigação e da produção dos fonemas. Os recém-nascidos dependem
dos lábios para sugar. Os adultos também, especialmente ao degustar uma bebida gelada ou um
sorvete batido.
Na cavidade oral encontramos os dentes, fundamentais para a quebra mecânica dos alimentos por
trituração e moagem. Macerando os pedaços menores do alimento e com ajuda da saliva, os dentes
preparam o bolo alimentar que seguirá em direção ao estômago.
FONEMAS
Sons da fala.
VOCÊ SABIA
O ser humano apresenta duas dentições: dentição decídua ou temporária (até 6 anos) e dentição
permanente. A dentição decídua apresenta 20 dentes e a dentição permanente apresenta 32 dentes,
incluindo os dentes do siso.
Também na boca encontramos a língua, um órgão muscular potente com diferentes funções:
DEGLUTIÇÃO
Ato de engolir.
GLÂNDULAS SALIVARES
As glândulas salivares representam outro anexo do tubo digestivo. Elas chegam a produzir até 1,5
litros de saliva ao dia. A saliva é um composto de água, cerca de 95%, e uma mistura de substâncias
como íons (sódio, potássio, bicarbonato) e enzimas.
Por causa da forma de liberação da saliva, essas glândulas são classificadas como exócrinas, pois
lançam seus produtos para o meio ambiente.
Fonte: Por decade3d - anatomy online/ Shutterstock
RELEMBRANDO
O interior do tubo gastrointestinal é considerado meio externo, porque o tubo é aberto nas duas
extremidades.
Cada par produz saliva com composição particular, mas com o composto amilase salivar (enzima)
presente.
GLÂNDULA PARÓTIDA
GLÂNDULA SUBMANDIBULAR
GLÂNDULA SUBLINGUAL
A saliva produzida pela glândula parótida é mais fluida e rica em amilase.
A saliva produzida pela glândula submandibular é um pouco mais espessa pela presença de muco, mas
contém amilase.
A glândula sublingual produz uma saliva espessa quase sem conteúdo enzimático.
SAIBA MAIS
A caxumba é uma doença viral das glândulas salivares maiores, que afeta principalmente a parótida.
Uma das complicações da caxumba é afetar as glândulas reprodutoras como ovários e testículos. A
caxumba pode ser prevenida com uso da vacina.
Leva o alimento da boca para o esôfago, na digestão, e leva o ar do nariz para a traqueia durante a
respiração.
EPIGLOTE
É a estrutura que serve de portão para controlar a passagem do ar do nariz para dentro do sistema
respiratório.
Um erro no fechamento da passagem do ar faz com que líquidos ou sólidos entrem no sistema
respiratório, provocando forte tosse.
Fonte: Por MDGRPHCS / Shutterstock
DEGLUTIÇÃO
EXPIRAÇÃO
Saída do ar.
ESÔFAGO
É um tubo muscular de cerca de 25cm que atravessa o tórax em uma linha vertical, levando o bolo
alimentar da faringe até o estômago.
Nesse trajeto, perfura o músculo diafragma por uma abertura chamada hiato esofágico.
A partir da porção superior do esôfago, inicia o peristaltismo, contrações musculares que produzem
estreitamento ou constrição do esôfago.
Fonte: Por Designua / shutterstock
Em cada extremidade do esôfago encontramos um anel muscular ou esfíncter que serve de válvula para
controlar a quantidade de alimento que entra e sai do esôfago. O esfíncter esofágico inferior ainda
impede que o conteúdo ácido do estômago retorne para o esôfago. Quando esse mecanismo falha,
dizemos que ocorre refluxo gastroesofágico.
O esôfago não realiza atividade digestiva, é um canal de transporte, que leva o bolo alimentar para o
estômago.
VOCÊ SABIA
Hérnia de hiato é a condição em que parte do estômago passa pelo hiato esofágico e entra na cavidade
torácica.
RESPONDA ESSA!
RESPOSTA
Porque a produção da voz precisa que a passagem do ar esteja liberada e a deglutição precisa que a
passagem do ar esteja fechada para evitar que o alimento entre no sistema respiratório.
ESTÔMAGO
Parte mais alargada do trato gastrointestinal e principal centro da fase química da digestão. É um órgão
muscular de grande capacidade, podendo chegar a conter 4 litros de alimento e líquido. Estende-se do
esôfago até o início do intestino delgado, abaixo do músculo diafragma.
É um órgão de grande mobilidade com formato aproximado de C ou J. Duas curvaturas marcam a forma
do estômago, as curvaturas maior e menor.
ESFÍNCTER CÁRDIA
FUNDO
Parte larga do estômago logo abaixo do diafragma, apesar de ser a parte mais superior.
PILORO
Esfíncter que controla a saída do conteúdo do estômago para o ID, fica na transição entre o estômago e
o intestino delgado.
Funções do estômago:
Os alimentos não são digeridos na sequência em que são ingeridos. Eles vão sendo adicionados ao
bolo alimentar que é gradativamente transformado em quimo pela quebra química dentro do estômago.
O quimo é um composto de natureza líquida que passa em pequenas quantidades para o intestino
delgado, através do piloro na região do duodeno.
INTESTINO DELGADO
É uma estrutura tubular enrolada em porções chamadas alças intestinais com 6 a 8m de comprimento e
diâmetro estimado em 4cm. O intestino delgado (ID) realiza todas as etapas da digestão, menos da
ingestão do alimento.
DUODENO
JEJUNO
ÍLEO
DUODENO
É a porção mais curta, com 25cm. Duodeno corresponde a “doze dedos”. Tem formato de C abraçando
o pâncreas. No duodeno se abrem dois importantes canais: o duto biliar e o duto pancreático, que jogam
dentro do ID a bile e o suco pancreático, respectivamente.
JEJUNO
Tem cerca de 2,5m, com grande capacidade de absorção. O termo jejuno deriva de jejum em latim, por
estar sempre vazio em cadáveres.
ÍLEO
É a porção final e a maior delas com cerca de 3,5m. Na transição entre o ID e o intestino grosso (IG),
existe uma estrutura com função de válvula, a válvula ileocecal.
O intestino delgado (ID) é a maior região de absorção do trato gastrointestinal. Sua parede interna
apresenta projeções em formato de dedo de luva, vilosidades e microvilosidades com rico suprimento de
vasos sanguíneos. Estima-se haver 200 milhões de microvilosidades/mm2 na parede do ID.
FAGOCITOSE
Digestão celular.
Ao final dos processos de quebra e transformação física e química dentro do intestino delgado, o quimo
é transformado em quilo e passa em pequenas porções para o intestino grosso.
SAIBA MAIS
Intolerância à lactose é uma condição que ocorre por falta da enzima lactase para digerir leite e seus
derivados. A intolerância tende a aumentar ao longo da vida. Como a lactose não é digerida, bactérias
causam sua fermentação, o que libera gases como o hidrogênio. Um exame para identificar a
intolerância à lactose é a medição de hidrogênio na respiração.
Fonte:Por KomootP / Shutterstock
RESPONDA ESSA!
RESPOSTA
Porque o estômago realiza parte da quebra química do bolo alimentar e faz pouca absorção de nutrientes. O
intestino delgado é a grande área de absorção de nutrientes e ainda realiza quebra física e química do
quimo.
INTESTINO GROSSO
Tem maior diâmetro que o intestino delgado e menor comprimento. Região de absorção de água e
produção de vitaminas. Apresenta rica flora bacteriana. Essencialmente, é no intestino grosso que se
formam as fezes.
O intestino grosso tem cerca de 1,5m de comprimento e 6,5cm de diâmetro no corpo vivo.
FLORA BACTERIANA
CECO
Porção inicial do intestino grosso em formato de saco com cerca de 6cm de comprimento, onde se
localiza a válvula ileocecal. Nessa região, encontramos o apêndice vermiforme, um órgão do sistema
imunológico em forma de dedo de luva.
Óstio ou válvula ileocecal recebe este nome por estar na transição entre intestino delgado e intestino
grosso, nas regiões do íleo e do ceco, controlando a passagem do quimo.
CÓLON
Porção mais alongada e dividida em quatro porções que mudam de direção formando ângulos ou
flexuras. Essas porções são o cólon ascendente (à direita, no abdome), transverso, descendente e
sigmoide (em forma aproximada de S). Ao longo do colo, vai se formando o bolo fecal.
RETO
Tem cerca de 20cm de comprimento e serve de reservatório do bolo fecal até o momento de sua
eliminação. É uma região de absorção de água e eventualmente algum nutriente.
ÂNUS
O canal anal é o extremo inferior do trato gastrointestinal e apresenta abertura para o meio ambiente.
Essa abertura é o ânus, formado por dois anéis musculares. O anel mais interno é o esfíncter anal
interno, de controle involuntário, e o anel mais externo, esfíncter anal externo, de controle voluntário.
Esses esfíncteres funcionam como válvulas e se mantêm fechados até o momento da defecação.
O apêndice vermiforme é considerado por alguns pesquisadores como um órgão vestigial do corpo
humano, e por outros como um órgão linfoide e que serve de reserva de células da flora bacteriana para
reposição em casos de diarreias intensas. Nos animais herbívoros, ajuda a digestão da celulose,
diferente do que acontece no corpo humano, que não consegue digerir essa substância.
SAIBA MAIS
Apendicite é a inflamação do apêndice vermiforme que pode acontecer por obstrução, doença
inflamatória ou tumor, por exemplo. Pode evoluir para infecção, gangrena e rompimento da estrutura, o
que traz risco à vida.
No início do módulo, ao conhecer as principais estruturas da boca, nós identificamos alguns anexos do
trato gastrointestinal (GI): dentes, língua e glândulas salivares.
FÍGADO
O fígado é a maior glândula do corpo e pesa no adulto cerca de 1,5kg. Está localizado abaixo do
músculo diafragma, no lado direito do corpo, próximo ao estômago.
O fígado tem relação anatômica íntima com a vesícula biliar, que serve de reservatório para a bile.
Fonte: Por Nerthuz / Shutterstock
ÓRGÃO FRIÁVEL
VESÍCULA BILIAR
A vesícula biliar é uma estrutura muscular em formato de saco, com cerca de 8cm de comprimento.
Sua parede tem capacidade de absorver água, o que faz concentrar a bile. No momento da digestão de
gorduras, a bile é lançada no duodeno para servir como detergente, quebrando as moléculas de gordura
(emulsificação).
Fonte: Por CLIPAREA l Custom media / Shutterstock
SAIBA MAIS
Hepatite é a inflamação do fígado e pode ter causas muito diferentes, como a ação de vírus e bactérias,
uso de drogas recreativas como álcool, doenças genéticas, entre outras.
Entre os mecanismos que levam à hepatite estão contato com sangue contaminado e todos aqueles
relacionados à falta de higiene, como ingestão de alimentos contaminados, uso de sanitários não
higienizados, contato sexual desprotegido, compartilhamento de objetos de uso individual, como
seringas, copos, talheres, toalhas de banho etc.
Fonte: Por Emily frost / Shutterstock
PÂNCREAS
Órgão alongado de textura macia, com cerca de 15cm de comprimento. É considerado uma glândula
mista, porque funciona como glândula exócrina e como endócrina.
PORÇÃO EXÓCRINA
Lança suco pancreático no duodeno, que participa da digestão química de proteínas, carboidratos,
triglicerídeos, entre outros.
PORÇÃO ENDÓCRINA
Porção produtora dos hormônios insulina e glucagon, que atuam para equilibrar o nível de glicose
circulante no sangue. É representada pelas Ilhotas de Langerhans.
SAIBA MAIS
Diabetes melito (diabete doce) é a condição em que ocorre aumento da quantidade de glicose no
sangue (hiperglicemia) por erro na liberação ou na função do hormônio insulina produzido pelo
pâncreas.
Diabetes insípido é a condição em que ocorre diminuição da produção ou erro na liberação do hormônio
antidiurético (ADH) produzido pela glândula hipófise. Esse hormônio age sobre os rins para a
conservação de água. Uma falha na sua função leva à perda exagerada de água na urina, sede intensa
e desidratação.
Embora as duas condições levem à perda exagerada de água, a diferença está na hiperglicemia que
não acontece no segundo caso. Por isso insípido, sem sabor.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
D) Quebra de carboidratos.
GABARITO
O bolo alimentar se transforma em quimo dentro do estômago e o quimo é transformado em quilo dentro
do intestino delegado. Desse modo, não é o quilo que faz a passagem pelo piloro, e sim o quimo.
2. Duodeno e jejuno são regiões do intestino delgado. Nessas duas regiões, a principal ação é:
O duodeno é a primeira porção do intestino delgado onde se abrem os ductos biliar e pancreático e o
jejuno é sua porção mais longa. O jejuno é uma grande área de absorção de nutrientes e água, mas a
formação do bolo fecal só ocorre com a chegada do quilo ao intestino grosso. O quilo tem por
característica um conteúdo de fibras alimentares, especialmente celulose, que não são digeridas por
humanos.
MÓDULO 2
Esses tipos diferentes de musculatura permitem que possamos controlar, em parte, os movimentos
durante o processo de digestão.
Tipos de musculatura:
Voluntário
Mastigação
Deglutição (parte)
Defecação (parte)
Involuntário
Deglutição (parte)
Defecação (parte)
Peristalse
MASTIGAÇÃO
É o ato de quebrar mecanicamente o alimento cortando, triturando e macerando o alimento em saliva. É
a primeira etapa da digestão e depende dos dentes e da língua para execução adequada. A perda de
dentes prejudica a eficiência da mastigação.
O processo de corte, trituração e moagem dos alimentos tem estreita relação com o formato dos dentes.
Fonte: Por Achiichiii /shutterstock
INCISIVOS
Dentes mais anteriores com forma de lâmina. São cortantes e servem na mordida. Participam da
produção de fonemas.
PRÉ-MOLARES
MOLARES
SAIBA MAIS
Bruxismo é a situação em que a pessoa aperta, comprime ou range os dentes. Pode acontecer durante
o sono. Essa pressão sobre os dentes pode causar amolecimento e desgaste do dente ou até mesmo
problemas na gengiva e na articulação da mandíbula. Entre as causas estão mau alinhamento dos
dentes, sensação de ansiedade, estresse ou concentração intensa.
Fonte: Por 9nong / Shutterstock
DEGLUTIÇÃO
Deglutição é o ato de engolir, que leva o alimento da boca até o estômago através da faringe e do
esôfago. Parte desse movimento é voluntária e outra parte é involuntária.
Voluntária
Fase oral
Involuntária
Fase faríngea
Fase esofágica
Fonte: https://m.megacurioso.com.br/cotidiano/98991-o-que-acontece-quando-voce-engole-um-
chiclete.htm
Fase oral
A fase oral inicia com o fim da mastigação, quando a língua empurra uma porção do alimento da boca
para dentro da faringe. Alimentos sólidos e pastosos são mais lentamente deglutidos (4 a 8 segundos).
Líquidos são deglutidos em 1 segundo.
Fonte: https://br.pinterest.com/zgfrdrocha/medicina/
Fase faríngea
Na fase faríngea é acionado o reflexo da deglutição, que fecha a passagem do ar, interrompendo por
instantes a respiração. Uma falha nesse mecanismo permite que o alimento passe para dentro do
sistema respiratório, o que provoca tosse. Nessa fase, os músculos faríngeos empurram o bolo
alimentar na direção do esôfago.
Fonte: https://gfycat.com/shockinggleefulheifer
Fase esofágica
A fase esofágica é marcada pela chegada do bolo alimentar ao esôfago. Aqui se inicia a peristalse.
Desse ponto, o alimento segue em única direção, mesmo que o corpo mude sua posição, como ficar de
ponta-cabeça.
VOCÊ SABIA
Vômito ou êmese é o ato de eliminar de forma brusca o conteúdo do estômago. É um ato reflexo
controlado por um centro nervoso específico localizado na base do encéfalo. Uma forte contração da
musculatura do abdome faz com que o conteúdo do estômago se desloque em direção contrária ao
peristaltismo, ao mesmo tempo que se abre o esfíncter cárdia.
PERISTALSE
Representa ondas de movimento involuntário encontradas em órgãos tubulares ocos. No sistema
digestivo, a peristalse desloca o alimento (bolo alimentar) por todo o tubo digestivo a partir do esôfago.
Encontramos peristalse também na tuba uterina (trompa) para deslocar o óvulo (célula reprodutora) em
direção ao útero, no corpo feminino.
Quando o alimento vindo do esôfago chega ao estômago, provoca ondas de peristaltismo a cada 20
segundos, em média. Isso faz com que o bolo alimentar seja revirado dentro do estômago,
aumentando o contato com o suco gástrico responsável pela quebra química dos alimentos. Ao final
desse processo, o bolo alimentar é transformado em quimo.
O quimo passa ao intestino delgado em pequenas porções através do piloro. No intestino delgado,
recebe um banho de bile, suco pancreático e suco entérico, e sendo revirado pelos movimentos
peristálticos, transforma-se em quilo, que segue em direção ao intestino grosso através do óstio
ileocecal.
O quilo é transformado no interior do intestino grosso em bolo fecal, que contém restos não digeridos
dos alimentos, restos não absorvidos de nutrientes, células mortas e bactérias. Cada bolo fecal tem
cerca de 200g e permanece no reto até o momento da eliminação.
DEFECAÇÃO
É o ato de eliminar as fezes, levando restos digestivos para fora do corpo. Parte desse movimento é
voluntário e outra parte é involuntário, de acordo com a musculatura que compõe cada um dos
esfíncteres anais.
Hemorroida é a situação em que acontece dilatação dos vasos sanguíneos da região do ânus.
Hemorroida interna é a dilatação dos vasos sanguíneos dentro do ânus e hemorroida externa é a
dilatação desses vasos para fora do ânus (prolapso). É causada pelo enfraquecimento dos tecidos que
sustentam o canal anal, sendo comum nas pessoas com dificuldade de defecação (prisão de ventre), na
gestante (peso do feto), e em situações de grande pressão no abdome, como ficar muito tempo sentado
(motoristas).
A) Vasos sanguíneos.
B) Traqueia.
C) Esôfago.
D) Faringe.
A) Na fase oral.
B) Na fase faríngea.
C) Na fase laríngea.
D) Na fase final.
GABARITO
Peristaltismo são movimentos involuntários, não controlados pela nossa vontade, e representam ondas
de contração ao longo de um órgão com forma de tubo. No sistema digestivo, é encontrado a partir do
esôfago.
2. Deglutição é a passagem do bolo alimentar da cavidade da boca para o estômago. Esse
destocamento do bolo alimentar ativa um reflexo que interrompe a respiração por motivo de
segurança. Esse reflexo acontece:
A partir da cavidade oral, o bolo alimentar segue em direção ao esôfago onde se inicia o peristaltismo.
No momento da deglutição, a passagem do ar é interrompida brevemente para evitar que o alimento
entre no sistema respiratório, pelo reflexo de deglutição.
MÓDULO 3
SALIVA
Importante secreção para a saúde da boca, a saliva é responsável por:
A saliva pode ter aspecto espumoso pela presença de ar e é composta basicamente por água,
glicoproteínas , íons (bicarbonato e fosfato) e enzimas. Os íons bicarbonato e fosfato mantêm a saliva
em um pH em torno de 6,5. Entre as enzimas, destacamos a amilase salivar ou ptialina, em termos de
digestão. Essa enzima faz quebra inicial dos amidos.
A lisozima, outra enzima encontrada na saliva, tem ação microbiana e em conjunto com elementos do
sistema imunológico como a imunoglobulina A (IgA), reforça a linha de defesa da boca.
GLICOPROTEÍNA
VOCÊ SABIA
SALIVAÇÃO
SUCO GÁSTRICO
No fundo do estômago, na parte mais alta próxima ao diafragma, acumulam-se alimentos ainda não
digeridos e gases liberados pela digestão. Nessa região, a amilase salivar continua atuando e será
desativada pelo ambiente ácido do corpo do estômago.
A parede do estômago apresenta diferentes tipos de glândulas, de acordo com as diferentes regiões do
órgão.
Antro
Alargamento próximo ao piloro, onde temos as glândulas que liberam o hormônio gastrina.
Fundo e corpo
São liberados os principais compostos do suco gástrico como o ácido clorídrico (HCl) e o fator
intrínseco.
Fonte: Por decade3d - anatomy online / Shutterstock
O ácido clorídrico é o responsável pelo pH alto do conteúdo gástrico, entre 1,5 e 3,5. O HCl ativa a
pepsina, enzima responsável pela quebra de proteínas, e destrói parte das bactérias que possam estar
no alimento ingerido, que se transforma em quimo.
A liberação da secreção gástrica ou suco gástrico acontece em três fases. Essas fases são controladas
pelo cérebro, estômago e intestino delgado (ID) por mecanismos de estimulação e inibição. As fases
podem acontecer simultaneamente.
Fase cefálica
Chamada assim porque é ativada por reflexo pelo cérebro antes que a comida chegue à boca. Os
estímulos são cheiro e a lembrança ou a visualização de um alimento, que aumentam a secreção de
suco gástrico, preparando o estômago para a digestão. Isso acontece apenas se você gosta do
alimento.
Fonte: Por Azat Valeev / Shutterstock
Fase gástrica
Assim chamada porque acontece no estômago, tendo até 4 horas de duração. É ativada por
mecanismos locais com a chegada do alimento ao estômago. Representa uma cascata de eventos por
ação do sistema nervoso e de hormônios como adrenalina e gastrina. A gastrina aumenta a secreção do
suco gástrico e promove o esvaziamento gástrico.
A quebra química de proteínas faz aumentar o pH local, o que estimula a liberação de ácido clorídrico, o
que torna o ambiente do estômago ácido como necessário para a digestão de proteínas. A ação do
hormônio gastrina estimula a contração da musculatura do estômago, permitindo que o bolo alimentar
seja revirado, aumentando o tempo de contato com o suco gástrico.
Chamada assim porque o duodeno, primeira parte do ID, tem papel fundamental no esvaziamento do
estômago. Nessa fase, é liberada a gastrina entérica, que atua controlando a passagem do quimo para o
ID pelo fechamento do piloro.
A parede interna do estômago é preparada para suportar o ambiente ácido da digestão. Uma membrana
mucosa reveste o interior do estômago criando uma camada protetora de muco rico em bicarbonato,
logo alcalino.
QUANDO SAUDÁVEL, A MUCOSA É ÚMIDA E ROSADA. AS
LESÕES DA MUCOSA GÁSTRICA PODEM OCORRER POR
AÇÃO DE MEDICAMENTOS OU PELA PRESENÇA DA
BACTÉRIA HELICOBACTER PYLORI. CONSUMO
EXCESSIVO DE BEBIDA ALCOÓLICA, MEDICAMENTOS E
TABAGISMO AUMENTAM O RISCO DE LESÃO.
SUCO ENTÉRICO
A liberação do suco entérico ou suco intestinal acontece pelas células do duodeno, porção inicial do
intestino delgado (ID). O suco entérico é composto de enzimas e muco. A ação dessas enzimas resulta
em mais uma quebra química do bolo alimentar vindo do estômago, o quimo.
COMENTÁRIO
BILE
Composto liberado pelo fígado com importante função de emulsificar gorduras. Os lipídeos são de
natureza hidrofóbica, ou seja, não dissolvem em água. Assim, a bile age como detergente, quebrando as
gorduras em partículas menores que possam ser processadas pelo ambiente aquoso do intestino
delgado.
O fígado produz cerca de 1 litro de bile por dia, com pH em torno de 8. Sua composição inclui, entre
outros, água, pigmentos biliares, sais biliares e fosfolipídios. Os dois últimos são fundamentais para a
emulsificação das gorduras.
VOCÊ SABIA
A bile é produzida em modo contínuo, sendo reservada entre as refeições na vesícula biliar, onde se
torna concentrada, porque a parede da vesícula absorve água. Com a chegada de alimento gorduroso
ao duodeno, a bile é liberada e sua produção aumentada.
Icterícia é a condição em que existe aumento da bilirrubina no sangue, deixando a pele e os olhos
amarelados. As principais causas de icterícia em adultos são doenças do fígado, como hepatite, doença
hepática alcoólica, obstrução do duto biliar (cálculos) e reação tóxica. Pode causar sensação de coceira.
Pode ocorrer icterícia em recém-nascidos por causa da imaturidade das funções hepáticas. Se não
controlada, pode causar lesões graves ao sistema nervoso do bebê e provocar convulsões, surdez e
problemas motores.
Fonte:Por pathdoc / Shutterstock
VOCÊ SABIA
Anemia hemolítica autoimune é uma condição em que, por um erro, o sistema imunológico ataca e
destrói os glóbulos vermelhos do sangue responsáveis pelo transporte de O2.
SUCO PANCREÁTICO
Composto por água, enzimas, sais minerais e bicarbonato, o suco pancreático tem função de digestão
química de proteínas, carboidratos, triglicerídeos e ácidos nucleicos. É produzido pelo pâncreas e
liberado no duodeno, na razão de 1,5 litro/dia.
Amilase pancreática
Digestão de carboidratos.
Lipase pancreática
Digestão de gorduras.
Tripsina e quimotripsina
Digestão de proteínas.
Nucleases
A chegada do quimo ácido no duodeno estimula a liberação dos hormônios secretina. A liberação da
secretina estimula a produção de suco pancreático rico em bicarbonato e pobre em enzimas.
Neste vídeo, aprenderemos sobre icterícia; quando existe aumento da bilirrubina no sangue, deixando a
pele e os olhos amarelados.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) A gastrina.
B) A adrenalina.
C) A tripsina.
D) A pepsina.
A) Da pepsina.
B) Do suco pancreático.
C) Da bile.
D) Da saliva.
GABARITO
1. Na saliva, encontramos substâncias como a ptialina, que inicia a digestão. No suco gástrico,
encontramos enzimas como:
A alternativa "D " está correta.
A gastrina e adrenalina, embora sejam liberadas no suco gástrico, não são enzimas, e sim hormônios
com função de aumentar a secreção do suco gástrico. A pepsina é o exemplo de enzima gástrica e a
tripsina é componente do suco pancreático.
2. Emulsificação é o processo de quebra de gorduras do bolo alimentar que acontece por ação:
Uma das funções do fígado é a produção da bile, que é armazenada na vesícula biliar até o momento da
digestão. A bile funciona como um detergente, quebrando a gordura para que possa ser digerida no
intestino delgado.
MÓDULO 4
METABOLISMO
Metabolismo é o conjunto de todas as reações químicas que acontecem no corpo. Consiste em dois
tipos de reação: catabolismo e anabolismo.
Catabolismo
Catabolismo são as reações de quebra química de diferentes substâncias orgânicas, em geral, para
liberação de energia.
Anabolismo
Anabolismo é o conjunto de reações que combinam e unem diferentes componentes para formação de
novos compostos.
Muitos compostos necessários para o funcionamento e a reparação do corpo podem ser produzidos pelo
metabolismo, enquanto outros precisam ser obtidos pela alimentação.
DIGESTÃO
ABSORÇÃO
DIGESTÃO
Conjunto de eventos mecânicos e químicos que transformam o alimento em moléculas que possam ser
aproveitadas pelo corpo. Os principais eventos mecânicos incluem:
Mastigação
Deglutição
Peristalse
Defecação
Esses eventos alteram o alimento, o tamanho e a consistência dos alimentos sem que ocorram
mudanças químicas.
Os eventos químicos serão investigados e relacionados nesse momento. Estão relacionados com as
diferentes secreções do tubo gastrointestinal (GI) e seus anexos.
A digestão química acontece pela ação de enzimas em um processo chamado hidrólise, porque a
reação acontece na presença de água.
Processo complexo de aproveitamento dos produtos da digestão caracterizado pela passagem dos
nutrientes e água pela parede dos vasos sanguíneos e pela membrana das células. Os vasos
sanguíneos transportam e distribuem os nutrientes pelos tecidos para o metabolismo celular.
A concentração ótima do meio interno está diretamente relacionada à quantidade de água retida no
corpo. Assim, o equilíbrio hídrico, quantidade de água que é ingerida e perdida pelo suor, pela
respiração, pela urina e pelas fezes, está diretamente relacionado à homeostase, que é a condição
ótima do meio interno que garante o bom funcionamento do corpo, a boa saúde e a manutenção da vida.
A capacidade de absorção do trato GI é bastante grande, permitindo que até 10L do composto digestivo
sejam absorvidos por dia (água, sólidos e secreções GI). Cerca de 80% de nutrientes e eletrólitos e 90%
da água são absorvidos pelo intestino delgado (ID), especialmente no jejuno. Compostos como a
vitamina B12 são absorvidos no íleo, porção final do ID.
Quando o quimo termina, sua transformação pela digestão, no intestino delgado, segue para o intestino
grosso. Ele consiste de água, restos não digeríveis e bactérias.
Agora vamos ver como os alimentos que consumimos são digeridos e absorvidos pelo nosso corpo.
DIGESTÃO
Os carboidratos são os açúcares e chegam a representar 50% (ou mais) do que é ingerido na nossa
alimentação. Principal fonte de combustível. Podem ser simples ou complexos (polissacarídeos). Um
exemplo é a maltose, derivada dos grãos, ela é quebrada pela maltase resultando em glicose. Outra
importante enzima para esse processo é a amilase, encontrada na saliva e no suco pancreático.
A celulose é um composto fibroso que não é digerido pelo organismo humano, mas é importante para a
digestão, pois fornece fibras que ajudam no deslocamento do bolo alimentar.
ABSORÇÃO
Os carboidratos são absorvidos pelo intestino delgado (ID) na forma de monossacarídeos. A glicose e a
frutose são os principais produtos e são absorvidos pela ação de proteínas de transporte.
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DIGESTÃO
As proteínas chegam a representar cerca de 20% do que é ingerido na alimentação. A quebra das
proteínas acontece principalmente pela ação do ácido clorídrico e da pepsina, no estômago.
O processo continua no intestino delgado por ação de enzimas pancreáticas como a tripsina.
ABSORÇÃO
Quebradas em aminoácidos, cerca de 95% das proteínas são absorvidas no duodeno e no jejuno (1a e
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DIGESTÃO
Lipídeos podem representar em torno de 30% ou mais do que é ingerido na alimentação, e são
representados pelos triglicerídeos, colesterol fosfolipídios. São quebrados por ação da lipase,
encontrada especialmente no suco pancreático.
ABSORÇÃO
Cerca de 95% dos produtos da digestão dos lipídeos são absorvidos pelo ID. Os ácidos graxos de
cadeia curta são absorvidos por difusão simples. Já os de cadeia longa dependem da formação de
micelas antes da absorção. As micelas são formadas pela emulsificação das gorduras por ação da bile e
da lecitina.
Situações em que acontece má absorção de lipídeos prejudicam a absorção das chamadas vitaminas
lipossolúveis, as vitaminas A, D, E, K.
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DIGESTÃO
Os ácidos nucleicos (DNA e RNA) encontrados nos alimentos ingeridos são quebrados por ação das
enzimas nucleases pancreáticas. A quebra desses compostos resulta principalmente em fosfatos e
bases nitrogenadas.
ABSORÇÃO
Ácidos nucleicos e sais minerais entram na corrente sanguínea absorvidos por transporte ativo. Os
ácidos nucleicos são absorvidos como bases nitrogenadas e fosfatos.
Os sais minerais, em geral, são absorvidos independentemente da necessidade do corpo, exceção aos
íons ferro e cálcio.
Fonte: Por Zita / Shutterstock
CÁLCIO
O cálcio é absorvido por meio de processo ativo através da vitamina D e por processo passivo de
difusão, de acordo com as necessidades do organismo.
Os íons ferro são absorvidos em necessidades diferentes pelo homem e pela mulher. São componentes
importantes para o transporte de O2 no sangue pelos glóbulos vermelhos. A capacidade de absorção de
VOCÊ SABIA
ABSORÇÃO DE ÁGUA
Cerca de 9 litros de fluido chegam ao intestino delgado. Em torno de 2,5L são ingeridos na alimentação
e o restante corresponde às secreções do trato gastrointestinal.
O intestino delgado reabsorve 90% dessa água, e o restante é reabsorvida pelo intestino grosso.
Quantidade mínima é perdida nas fezes (250ml).
VOCÊ SABIA
Diarreia é a condição em que as fezes se tornam pastosas ou líquidas e ocorrem pelo menos três
episódios de evacuação ao longo do dia. A diarreia pode ter causas variadas, como infecções intestinais,
alergia, uso de medicamentos, flora intestinal debilitada, ou mesmo situações emocionais. Diarreias de
grande intensidade ou longa duração podem causar desidratação e perda do equilíbrio hídrico. Pode ser
especialmente grave em crianças e idosos.
ABSORÇÃO DE VITAMINAS
As vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis são absorvidas pelo intestino delgado.
Fonte: Por neil langan / Shutterstock
HIDROSSOLÚVEIS
Diluem em água.
LIPOSSOLÚVEIS
Diluem em gordura.
Vitaminas hidrossolúveis
Vitaminas lipossolúveis
São as vitaminas A, D, E, K. Elas dependem da formação de micelas para sua absorção.
Todas essas vitaminas são absorvidas por difusão simples, exceção à vitamina B12 que é absorvida na
porção final do intestino delgado, o íleo, por meio de endocitose.
VOCÊ SABIA
A) A digestão.
B) O catabolismo.
C) O anabolismo.
D) A absorção.
GABARITO
Consideramos metabolismo como o conjunto das reações químicas que acontecem no corpo humano, e
a digestão é por excelência um processo de quebras químicas. A fase do metabolismo em que ocorrem
as quebras químicas é o catabolismo que, em nível celular, libera energia para os processos que
garantem a homeostase.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta etapa, foi possível conhecer a estrutura e a organização do sistema digestivo, identificando seus
principais órgãos componentes e seus anexos. Conhecemos os principais eventos relacionados à
motilidade gastrointestinal e investigamos as principais secreções do trato gastrointestinal e suas
funções durante o processo da digestão.
Por fim, a discussão dos mecanismos de digestão e absorção permite compreender como os diferentes
grupos de nutrientes são aproveitados pelo corpo para garantir a homeostase, a capacidade de
regeneração do organismo e a boa saúde.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BETTS, J. G. et al. Anatomy and physiology. Kindle. OpenStax, 2013. E-book.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. Kindle. Guanabara Koogan, 2017. E-
book.
Websites consultados:
Ministério da Saúde
Scielo
EXPLORE+
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CONTEUDISTA
Eliane Ferreira Cruz
CURRÍCULO LATTES