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IKIGAI KARATÊ SYSTEM – I.K.S

Este documento tem por finalidade trazer conceitos, definições, esclarecimentos,


bem como tirar possíveis dúvidas sobre o IKIGAI KARATÊ SYSTEM – I.K.S.

O porquê do nome IKIGAI KARATÊ SYSTEM – I.K.S

O que significa essa palavra: “IKIGAI”?

IKIGAI é um conceito japonês que significa propósito, razão de ser ou existir.


Essa será nossa visão: IKIGAI!

Tudo do nosso sistema de Karatê terá um propósito claro e definido, uma razão
de existir.

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prévia do autor Thiego Borges.
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A minha proposta é manter todos os benefícios do Karatê tradicional,


ortodoxo, adaptando ou retirando do nosso arcabouço técnico todos os
movimentos que se mostrem ineficientes ou que não se apresente como uma
opção viável e eficaz em determinada situação de um combate real ou esportivo.
Técnicas, movimentos, detalhes que não passem a uma análise lógico/racional,
que não tenham sentido (IKIGAI), e que muitas vezes até atrapalham uma
execução mais simples, eficiente e realista.

Isso pode parecer estranho, revolucionário, inovador ou até uma “heresia”


mudar ou questionar certos “dogmas” do Karatê, mas na verdade isso não é
nada novo, uma vez que vários mestres do passado ao longo da história
mudaram e adaptaram a arte de acordo com seus objetivos, sempre com
aplicações circunstanciais, levando em conta o contexto específico em que
viviam e os objetivos que queriam alcançar.

“Tradição não tem a ver com limites ou ficar repetindo o passado, mas com levar
adiante o mesmo ideal e buscar o que os antigos mestres buscavam”.

Qual é o nosso objetivo, o nosso IKIGAI?

• Não é falar mal dos mestres do passado!


• Não é falar que os estilos tradicionais estão errados!
• Não é falar que temos a verdade absoluta!
• Não é falar que descobrimos algo novo!
• Não é dificultar e nem complicar, pelo contrário!
• Na verdade vamos enxugar, simplificar, buscar um Karatê minimalista,
onde possamos retirar qualquer excesso e focar o nosso tempo e energia
no que é essencial.

O princípio de Pareto (Regra 80x20) será a regra pela qual será definido o dia
a dia dos nossos treinos.

O princípio de Pareto diz que 80% dos nossos resultados vem de 20% das
nossas ações.

Analise você mesmo, reflita: você pratica, talvez já há alguns anos, dezenas
de bases, bloqueios, socos, chutes...sabe vários Kata diferentes, mas tente
lembrar das suas lutas, quantas técnicas de fato você consegue aplicar? Você
também já deve ter assistido alguns karatecas experientes em lutas profissionais
de MMA, onde está toda aquela variedade técnica? Até mesmo no Karatê
esportivo (SHIAI KUMITE) consegue perceber o meu ponto? Como disse
Leonardo Da Vince: “A simplicidade é o último grau da sofisticação”.

Eu tenho algumas perguntas para você:


Qual você considera a melhor modalidade de combate nos socos?

E com as pernas (chute)?

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Com as projeções (quedas)?

Luta no solo?

Talvez você tenha respondido: Boxe, Tae Kwon Do, Judô e Jiu Jitsu.
Por quê? Porque menos é mais! É o minimalismo marcial! É questão de lógica
e matemática, quanto menos técnicas a serem treinadas melhor elas tendem a
ser, quanto mais generalista, menos qualidade, menos especialistas nos
tornamos, fazer menos e melhor.

E nós karatecas? Será que não estamos passando a maior parte do tempo no
Dojô treinando e ensinando técnicas que talvez nunca conseguiremos usar em
um combate? Seja ele esportivo ou real?

Vamos dar nomes. Você já conseguiu aplicar ou viu alguém aplicar em combate
alguma dessas técnicas muito treinadas nos nossos Kihon e Kata (Soto Uke,
Shuto Uke, Age Uke, Morote Uke, Juji Uke, Haiwan Uke, Kokutsu Daski,
Nekoashi Dashi, etc)?
O que faremos?

Vamos focar no nosso tempo de treino (que já é pouco) nos 20%, das nossas
ações/técnicas que geram a maioria dos nossos resultados em combate.
Aproveitar cada treino focando realmente no que é importante. Exemplo: treinar
o Kihon e os Kata apenas com as técnicas que se mostrem eficientes em
combate esportivo ou real. Tudo com um Ikigai claro. Técnicas simples, eficazes
e realistas. Será um Karatê essencialista, livre de excessos!

E na prática, o que vai ser mudado?

Vamos antes disso fazer uma breve análise dos três pilares do Karatê, o tripé
Kihon, Kata e Kumite, com ênfase na cronologia histórica e no porquê cada um
foi criado.

O Karatê hoje é composto por esse tripé: Kihon, Kata e Kumite, mas nem
sempre foi assim, faremos uma breve exposição da criação de cada um desses
métodos de treinamento. Isso mesmo!
É importantíssimo você entender que o Karatê surgiu única e exclusivamente
para ser uma modalidade de combate, uma arte marcial para auto defesa e para
guerra. O Karatê no princípio era composto por apenas um desses três pilares:
A LUTA!!! Onde o objetivo era transformar o seu corpo em uma arma, lutando
com as mãos vazias, já que havia um decreto por parte do imperador que proibia
o uso de armas por parte do cidadão comum, sendo essas restritas apenas a
guarda imperial. Isso mesmo, nem sempre o Kata e o Kihon como conhecemos
hoje existiram.
Então quando foram criados? É amplamente conhecido hoje que houve um
segundo decreto por parte do imperador, dessa vez proibindo a prática da arte

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marcial, agora uma vez sendo proibidos de serem vistos em público treinando
as técnicas de lutas com parceiros, cada um teve que treinar de forma secreta
nas suas casas, e aí surgem os Kata, como uma forma de treinar as técnicas
sem um parceiro de treino, com oponentes imaginários.

Sim! Até esse ponto não existia o treinamento do Kihon como conhecemos
hoje. Apenas décadas depois quando o Mestre Itosu introduziu o conceito de
Kihon, levaram o Karatê para as escolas, implementando no currículo escolar
para ser treinado por crianças, perceberam que precisavam de um método de
ensino mais simples para crianças. Então ele desenvolveu o Kihon com parte
das técnicas do Kata, retirando também o Embusem e mantendo o treinamento
em linha, avançando e recuando.

Uma vez compreendida essa cronologia, fica nítido que o Kihon e o Kata nunca
foram vistos como “dogmas” inquestionáveis e sagrados, mas eram apenas
parte de um processo de progressão pedagógica, onde o objetivo era ainda
aprender a lutar.

Então se o Kihon e o Kata não são “sagrados”, “imutáveis” e nem “dogmas” que
não podem ser questionados, como devemos compreendê-los?

O que é Kihon?

Fundamento. Treinamento das técnicas básicas. Então qualquer tipo de


treinamento onde se trabalhe o aperfeiçoamento de técnicas básicas é um
Kihon? Claro!!!
O que é Kata?

Forma. Luta imaginária. Sequência de movimentos pré-determinados. Por que


foram criados? Para continuar treinando técnicas enquanto havia a
impossibilidade de se treinar luta com um parceiro. Se o Kata é a forma, uma
sequência de movimentos pré-determinados e uma luta imaginária, então
qualquer treinamento que se encaixe nesses quesitos é um treino de Kata?
Claro!!!
Se foram criados para treinar luta estando sozinho (em virtude do decreto) e
hoje a proibição não existe mais, preciso treinar Kata? Se sim, tem que ser
esses? REFLITA!

PERGUNTA: O Kihon e o Kata tradicionais, clássicos, da forma que são


atualmente mais ajudam ou atrapalham na forma como lutamos???

PERGUNTA: Se o Kata é imprescindível para a luta, por que nos Kata não
vemos de forma clara algumas das técnicas mais utilizadas no Kumite?

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Exemplos:

• Mawashi Gueri (talvez o Gueri mais utilizado em lutas);


• Ushiro Gueri;
• Ashi Barai;
• Esquivas;
• Movimentos evasivos;
• Kizame Zuki;
• Mawaski Zuki;
• Ura Zuki;
• Base de luta;
• Kizame + Guiaku;
• Etc.

PERGUNTA: Se precisamos realmente dos Kata tradicionais para lutar bem,


como ficam as modalidades de combate que não tem treino de Kata???
Exemplos: Boxe, Kickboxing; MuayThai (Brasil), Savate, Sambo, etc. Como
podem ter bons lutadores?

Seguindo por essa lógica, como podem karatecas que treinam Kata e Kihon
desde criança, perderem na luta em pé para lutadores muito menos experientes?
Os karatecas deveriam ser imbatíveis!

PENSE BEM: Se olharmos a forma que as técnicas são aplicadas/treinadas o


Kihon e no Kata, e as técnicas do Kumite, parece que estamos olhando para
duas modalidades totalmente diferentes, parece algo meio esquizofrênico,
treinando Kata e Kihon com base de uma forma, a mão na cintura, corpo de
frente, etc... e quando vamos treinar luta, aí temos que mudar tudo. Sim, eu sei
que você vai usar a frase de Funakoshi: “O treino das técnicas deve ser de
acordo com o movimento correto, mas na aplicação torna-se diferente”, mas
pensa bem, qual é o sentido de se treinar de uma forma para se lutar de outra?
Onde está a lógica, o IKIGAI? Lutamos de forma automatizada, não temos tempo
para pensar como iremos aplicar a determinada técnica na hora de uma luta, o
que é treinado fica treinado.

Mais um ponto para finalizarmos esse assunto: se o treinamento do Kihon e do


Kata tradicionais são hoje essenciais para aprender a lutar, então os atletas de
alto rendimento que forem destaque no Kata deveriam ser também no Kumite,
mas o que vemos geralmente é o contrário: atletas tendo que escolher se irão
se aperfeiçoar no Kata ou Kumite.

Não, eles não se completam, na prática são modalidades independentes.


Não me entenda mal, não estou retirando o valor histórico do Kata, mas trazendo
uma visão realista, prática e atual. Não acredite em mim, analise, reflita e
pesquise!

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Antes que eu explique como será o I.K.S na prática, eu preciso te fazer algumas
perguntas importantes, perguntas essas que eu acredito que você precisa
responder se quiser um Karatê que faça sentido para você, sem dogmas,
misticismos, sem religiosidades, um karatê simples, eficaz, onde tudo tenha o
seu Ikigai.

• O que é karatê pra você?


• Por que pratica? O que busca?
• Se você é um sensei, por que ensina karatê?
• Você sabe qual é o objetivo do karatê como arte marcial em um combate
real, desde a sua utilização na guerra, o que o diferencia das outras artes
marciais de luta em pé???
• O Kihon e o Kata tradicionais/ clássicos preparam o karateca para o
combate real?
• Para ser um bom lutador tem que treinar Kata?
• Olhando para os pilares Kihon, Kata e Kumite, qual é a principal? Qual
devemos treinar mais?
• Alguns dos pilares atrapalha o principal? Imagine um faixa branca
começando a aprender a lutar.
• Você vê Ikigai em ainda continuar treinando:
a) Defesas avançando;
b) Giros mais longos (Ex: 3º movimento do 1º Kata);
c) Bases muito baixas;
d) Socos sempre de frente;
e) Soco sem Hickte, deixando o braço esticado;
f) Defesas (Uke) que não se mostram a melhor opção do Kumite
(Shuto Uke, Age Uke, Morote Uke, Haiwan Uke, Vani Uke, etc).
• Por que até os anos 90 o Karatê era quase uma unanimidade e depois
disso perdeu um espaço enorme principalmente para o Muai Thay e o Jiu
Jitsu?
• Por que as turmas de adultos nos Dojôs de Karatê estão praticamente
vazias enquanto os de Muai Thay por exemplo cresce a cada dia?
• Por que diversos professores de Karatê estão em busca de se graduar
em outras modalidades?

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O Ikigai Karatê System terá como prioridade máxima o Todome Wasa o golpe
definitivo, termo que foi adaptado do Hiken Hisatsu (um golpe, uma morte) ou
simplesmente o Ippon. Tudo que treinaremos terá que ter essa visão onde com
apenas um golpe podemos definir o combate, sempre pensando também onde
o mais fraco poderá vencer o mais forte, com noção de distância, tempo de luta,
técnica, precisão e potência, um golpe e fim! Todome Wasa!!!

Já que falamos muito sobre o tripé Kihon, Kata e Kumite, você deve estar
pensando que não treinaremos mais os dois primeiros. Não, não é bem assim,
continuaremos treinando, mas sempre tendo em mente o objetivo no Todome
Wasa com Ikigai.

Cada técnica terá que passar antes pela pergunta: isso é realista e eficiente em
combate?

Assim será a parte técnica

Kihon no I.K.S

Continuar o seu treinamento com as seguintes mudanças:

• Base, postura, guarda de luta;


• Todas as bases tradicionais que não tenham Ikigai saem e entram as
bases de luta;
• Não treinaremos nenhum bloqueio avançando e nem os que se
mostrarem ineficientes em um combate;
• Cada técnica de Sen no sen tem que ser útil para o Todome Wasa, seja
em um Shiai Kumite, Jyu Kumite ou defesa pessoal;
• Socos em sua maioria com a puxada do braço após a técnica;
• A mão do Hickte não será na cintura, mas próximo ao queixo;

Em resumo, cada técnica tem que passar pelo crivo do IKIGAI (propósito, razão
de ser) visando o Todome Wasa.

Kata:

• Não utilizaremos oficialmente nenhum Kata dos estilos tradicionais;


• Também não padronizaremos novos Kata;
• Manteremos o treinamento dos Kata devido aos seus benefícios físicos e
cognitivos (memorização, coordenação motora, lateralidade,
concentração, etc);
• Utilizaremos o Kata como na sua criação, como um método didático de
progressão pedagógica que leva ao Kumite.

Em resumo: o professor terá a liberdade e a responsabilidade de praticar e/ou


ensinar seus próprios Kata, agora sim, como uma luta imaginária, com técnicas

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que passem pelo crivo do IKIGAI. Isso tem aplicabilidade prática? É realista?
Tem um propósito?
Kumite

Cada técnica será praticada não visando marcar um ponto e nem vencer uma
competição, mas finalizar o combate sempre que possível com apenas 01 golpe
(Todome Wasa).

Formas de treino no I.K.S

• Kihon: cada técnica será aprendida e corrigida (fundamentos);


• Aparadores: velocidade, distância, foco e potência;
• Frente a frente: técnicas combinadas para a automatização;
• Sparing;
• Shiai Kumite:

Formas de lutar: Sen no Sen, Tai no Sen, Go no Sen.

Karatê Marcial x Esportivo


O que pensamos do Karatê esportivo?

O Karatê esportivo (Shiai Kumite) foi talvez o principal responsável pelo avanço
dos lutadores de Karatê nos fundamentos de distância, timming, velocidade e
precisão. Fazendo com que os karatecas de alto nível sejam diferenciados pela
luta em pé.
Isso acredito que ninguém vai poder negar, o Karatê esportivo formulou os
pilares de tocar sem ser tocado.

Mas consigo enxergar pontos negativos que vieram juntos com o Shiai Kumite.
Com a esportivização do Karatê ele virou (como todos os esportes) um jogo,
onde existem árbitros, regras, proteção e uma grande limitação técnica onde
apenas poucos golpes são permitidos, retirando assim do dia a dia de muitos
lutadores a prática de golpes não permitidos em competição. Basicamente
treinasse apenas para se proteger das técnicas permitidas em competição,
treinasse apenas para lutar contra outro karateca. Qual é o problema disso?

O problema é que não nos preparamos para uma situação de defesa pessoal
ou de um combate real, onde o oponente não será um lutador de Karatê e
consequentemente não virá me agredir com técnicas de Karatê.

Ele pode vir com socos circulantes no meu rosto, chute nas minhas pernas, vir
me agarrar, etc. E como não treinamos isso não estamos preparados! Na rua o
oponente não irá respeitar a distância. O seu adversário não irá parar de lutar
quando acertar você ou você acertá-lo, não existe árbitro, os golpes que você
receberá dificilmente serão em linha. E ele não vai marcar ponto, vai buscar te
nocautear.

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Então sim, sou a favor do Shiai Kumite com essas ressalvas que se treine a
parte defensiva contra técnicas que não são exclusivas do Karatê, e que
treinemos em busca do Todome Wasa, claro, mantendo o Maai (distância) no
momento do impacto.

As duas pernas do I.K.S

A primeira é a parte técnica: Kihon, Kata, Shiai Kumie, Jiu Kumite sempre com
Ikigai e em busca do Todome Wasa.

A segunda é a parte filosófica/educacional. São os princípios, valores, caráter,


domínio próprio, respeito, lealdade, honra, etc.
Percebo que de algumas décadas pra cá, principalmente após a esportivização
do Karatê, esse pilar, assim como a defesa pessoal, foi posto de lado por muitos
professores. Estamos formando os nossos alunos para serem exclusivamente
atletas e não artistas marciais. Quando o foco é apenas vencer uma competição
e ganhar medalhas e troféus, muitas vezes se alimenta o ego e a vaidade. E o
fim de tudo passa a ser a vitória e não ser uma pessoa melhor. Com isso vemos
atletas e até técnicos sendo desclassificados por desrespeito para com os
árbitros, vemos árbitros sendo tendenciosos para o lado de seus alunos, uma
série de condutas, posturas e atitudes que não condizem com o Budo e nem com
os ensinamentos do nosso Dojokun. Focaremos nos ensinos dos princípios e
valores da filosofia marcial.

Vamos treinar a parte técnica de forma eficiente para se um dia precisarmos


utilizar para nos proteger ou alguém que amamos, mas sempre em busca da
paz. Como diz em um famoso conto oriental:
“Um aluno perguntou a seu mestre:

- O senhor me ensinou a lutar, mas sempre fala sobre paz. Como o senhor
concilia essas duas coisas?
O mestre respondeu:

- É melhor ser um guerreiro em um jardim do que ser um jardineiro em uma


guerra.”
Nunca esqueçamos que o Karatê é também uma ferramenta de
desenvolvimento pessoal e transformação social. Como dizia o Sensei
Funacoshi:

“O objetivo fundamental da arte do Karatê não consiste na vitória ou na derrota,


mas no aperfeiçoamento do caráter de seus praticantes.”

No I.K.S esses dois pilares serão inseparáveis!!!

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O I.K.S não será um sistema fechado, estático e engessado, muito menos


inquestionável, dogmático. Ao contrário, estaremos em busca constante do
Kaizen (melhoria contínua) dos aspectos físicos, cognitivos,
filosóficos/educacionais e de combate.

Nada no nosso sistema será baseado na fé ou no “achismo”, nem em ser


obrigado a repetir o passado, mas será analisado mediante comprovações
científicas e/ou empíricas. Como dizia Bruce Lee:

“Absorva o que for útil, respeite o que for inútil. Acrescente o que é
especificamente seu. O homem, criador individual, é sempre mais importante
que qualquer estilo ou sistema estabelecido.”

“O Karatê não é uma coisa, não é algo que se possa carregar debaixo do braço,
não é uma receita de bolo. É uma arte e como toda arte deve estar em constante
evolução. E cada um de nós, artistas marciais, temos que dar nossa parcela de
contribuição.”
Thiego Borges

Na verdade, após 29 anos praticando Karatê e 22 anos como faixa preta/


professor, sendo hoje 5º Dan de Karatê Shotocan e após décadas de estudo
aprofundado, não só sobre Karatê, mas sobre artes marciais, lutas e esportes de
combate em geral, me sinto apto para alcançar o “Ri” (superar/transcender).

O “RI” é a última sílaba da palavra Shu-ha-ri

SHU = Obedecer/ proteger

HA = Desfazer, desprender, romper


RI = Superar, transcender

Muitas vezes traduzido apenas por: copiar, entender e aperfeiçoar. É o termo


que engloba o processo de aprendizagem e maestria, obedecendo essa ordem:
SHU, HA, RI.

Em um segundo documento estará de forma detalhada os seguintes pontos do


IKIGAI KARATÊ SYSTEM:

• Arcabouço técnico (armas do IKS);


• Sistema de graduação: programa técnico e teórico;
• Realinhamento: de qualquer estilo tradicional para o IKS;
• Formação de professores/ instrutores;
• Competições: categorias e regras;
• Uniforme de treino.

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Por fim, deixo claro que todos os professores e praticantes serão filiados a
FKCE, bem como todas as competições organizadas pela mesma.
OSS.

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