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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS

30 - Interpretação de Texto

Questão 1: (VUNESP/CM SJC/2022)

Leia o texto, para responder a questão.

UMA GERAÇÃO DE EXTRATERRESTRES

Penso que Michel Serres seja a mente filosófica mais aguda na França de hoje e, como todo bom filósofo, é
capaz de dedicar-se também à reflexão sobre a atualidade. Uso despudoradamente (à exceção de alguns comentários
pessoais) um belíssimo artigo de Serres publicado em março de 2010 que recorda coisas que, para os leitores mais
jovens, dizem respeito aos filhos e, para nós, mais velhos, aos netos.

Só para começar, estes filhos ou netos nunca viram um porco, uma vaca, uma galinha. Os novos seres humanos
não estão mais habituados a viver na natureza, e só conhecem as cidades. Trata-se de uma das maiores revoluções
antropológicas depois do neolítico’.

Há mais de sessenta anos, os jovens europeus não conhecem guerras, beneficiam-se de uma medicina
avançada e não sofrem como sofreram seus antepassados. Então, que obras literárias poderão apreciar, visto que não
conheceram a vida rústica, as colheitas, os monumentos aos caídos, as bandeiras dilaceradas pelas balas inimigas, a
urgência vital de uma moral?

Foram formados por meios de comunicação concebidos por adultos que reduziram a sete segundos o tempo de
permanência de uma imagem e a quinze segundos o tempo de resposta às perguntas. São educados pela publicidade
que exagera nas abreviações e nas palavras estrangeiras e faz com que percam o senso da língua materna. A escola
não é mais o local da aprendizagem e, habituados aos computadores, esses jovens vivem boa parte da sua vida no
virtual. Nós vivíamos num espaço métrico perceptível, e eles vivem num espaço irreal onde vizinhanças e distâncias
não fazem mais a menor diferença.

Não vou me deter nas reflexões de Serres acerca das possibilidades de administrar as novas exigências da
educação. Em todo caso, sua panorâmica nos fala de um período semelhante, pela subversão total, ao da invenção
da escrita e, séculos depois, da imprensa. Só que estas novas técnicas hodiernas mudam em grande velocidade. Por
que não estávamos preparados para esta transformação?

Serres conclui que talvez a culpa seja também dos filósofos, que, por profissão, deveriam prever as mudanças
dos saberes e das práticas e não o fizeram de maneira suficiente porque, "empenhados na política de todo dia, não
viram chegar a contemporaneidade". Não sei se Serres tem toda razão, mas alguma ele tem.

' Última divisão da Idade da Pedra, caracterizada pelo desenvolvimento da agricultura e a domesticação de
animais.
(Umberto Eco. Pape Satàn aleppe: crônicas de uma sociedade liquida. 2 ed. - Rio de Janeiro: Record, 2017. Excerto adaptado)

O autor do texto traz uma reflexão sobre

a) os desafios para despertar nas pessoas de idade mais avançada o interesse por tecnologias que poderiam aproximá-
Ias dos mais jovens.

b) os limites da credibilidade de pontos de vista estreitamente fundamentados a partir de conclusões de estudos


realizados por terceiros.

c) a vantagem que os mais jovens extraem das tecnologias de comunicação para conhecer melhor que gerações
passadas a própria realidade social.

d) a incapacidade dos filósofos da atualidade de compreender a realidade que os cerca com a mesma agudeza que o
faziam os pensadores antigos.

e) a maneira como as novas tecnologias de comunicação produziram uma profunda mudança de comportamento,
observável na sociedade atual.

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Questão 2: (FGV/PC RJ/2022)

Observe o texto a seguir.

“A corrida sempre esteve muito presente na minha vida, mas no começo dessa pandemia fui forçado a parar de
fazer o que amo. Quando meu médico me liberou para praticar novamente, isolado, senti um desconforto no joelho e
fui forçado a dar uma pausa… não pude acreditar que isso estava acontecendo comigo, não podia aceitar que nunca
mais ia praticar o esporte da minha vida. Eu pesquisei em tudo que podia, tentei tomar remédio para dor e até mesmo
voltei ao meu médico. Mas só depois de tanto pesquisar, pude achar um blog onde um cara passou pela mesma coisa
que eu, e a única coisa que ajudou ele a resolver a dor foi a joelheira Ultra K.”

A finalidade essencial desse texto é:

a) dar um depoimento pessoal;

b) incentivar pessoas a praticar esportes;

c) divulgar um produto comercial;

d) ajudar pessoas a enfrentar problemas;

e) promover a necessidade de consultas médicas.

Questão 3: (FADESP/SEFA PA/2022)

FELICIDADE X IDEAL DE BELEZA: O CONCEITO QUE APRISIONA GERAÇÕES DE MULHERES

O filme preferido na minha adolescência era "As Patricinhas de Bervely Hills". Devo ter assistido mais de cem
vezes, cheguei até a decorar as falas das personagens e principalmente da Dionne. O ápice daquela época, pra mim,
foi conhecê-la. A personagem era interpretada pela atriz Stacey Dash, uma jovem negra, bonita e rica.

Eu tinha 14 anos e era a primeira vez que via uma jovem negra de tranças na TV interpretando uma adolescente
como as jovens brancas que eu assistia nos filmes da Sessão da Tarde: linda, sem problemas financeiros e que
namorava. Uma menina negra vivenciando o amor era algo que, aos 14 anos, eu nunca havia visto na TV ou na vida
real.

Sucesso dos anos 90, não à toa, o filme transcendeu sua época e até hoje é muito comentado entre as gerações
z e millennial. Mas a marca que este filme deixou no meu interior foi muito maior e devastadora do que a presença da
Dionne. Há algum tempo venho percebendo o quanto eu aprendi durante a minha adolescência que para atingir a
felicidade precisava eu sempre ser mais magra, mais bonita, mais popular.

Se puder criar um termo aqui e agora eu diria que nós, adolescentes dos anos 90, vivemos uma agressiva beauty
wash* durante a Sessão da Tarde. Não só o filme das patricinhas, mas a maioria dos filmes que assistimos contribuiu
para ferrar com o conceito que temos sobre o nosso corpo. Quase todos eles mostravam garotas que pra alcançar o
sucesso se submetiam a mudanças físicas e de comportamento. Tiravam os óculos, o aparelho ortodôntico, mudavam
as roupas, os cabelos e perdiam alguns quilos para se sentirem realizadas e felizes.

Isso fez com que uma geração de mulheres aprendesse que felicidade só se alcança quando atingimos um
determinado ideal de beleza. É como se existisse um passaporte pela felicidade e ele fosse um extreme makeover**.
Você se reconstrói, se transforma e encontra aquele boy lindo dos sonhos, conquista o emprego desejado, se torna
uma das pessoas mais populares do seu grupo.

Mas isso tudo é só nos filmes. Porque com o passar dos anos nós descobrimos que muitos dos boys eram
tóxicos e que nem todas as garotas queriam conquistar homens, mas elas também amavam mulheres. O trabalho dos
sonhos pode ser algo criado por você mesma, uma empreendedora transformando sua própria realidade através do
seu empenho. E a popularidade? Ah! Em tempos de Instagram prefiro falar sobre isso em outro texto.

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Nós também descobrimos o quanto o ideal de beleza é uma contra resposta do machismo para as conquistas
políticas, socioeconômicas das mulheres. Quanto maiores os nossos avanços na ocupação de espaços para os quais
fomos historicamente excluídas, maiores são as exigências de beleza expostas nas capas de revistas, nas novelas,
nos filmes. Consequentemente, maiores são os números de cirurgias plásticas realizadas pelas mulheres.

E eu te pergunto: para agradar a quem? Quem estamos procurando agradar nesta busca por um corpo perfeito?
Parecemos querer agradar a todos menos a nós ou incomodar a todos, gerar um sentimento de inveja e incômodo em
quem não conseguiu passar por todas as etapas da felicidade futura.

Tenho 40 anos e zero medo de dizer que não aprendi a viver de maneira saudável com a minha aparência.
Continuo com meu cérebro programado para esperar o momento certo de acionar o botão felicidade, a tal felicidade
futura. Quando eu pesar 69 quilos, tiver dinheiro para comprar toda a coleção de roupas da Ivy Park, dirigir um Land
Rover e minha peruca de cabelo 100% humano balançando como nos comerciais da L'Oréal eu serei feliz.

Me sinto um lixo quando percebo que não consigo valorizar todas as vitórias profissionais e emocionais que tive
nos últimos anos e fico à espera de um corpo, um carro, uma roupa e um penteado para ser feliz. E eu sei que muitas
das pessoas que lerão este texto também se sentem, sejam elas mulheres ou homens ou sem gênero.

Às vezes me dói perceber que até a Beyoncé me impulsiona a me sentir ainda mais distante da felicidade.
Mesmo que ela faça roupas que vistam ao meu corpo tamanho 46 em eterno estado de dieta eu só a vejo perfeita, sem
erros, sem momentos que a distancie do padrão pré-estabelecido e imposto há anos e agora impulsionado pelo
instagramável. Tudo tem que ser instagramável.

Tem que estar bonito no Instagram para as pessoas curtirem, mandarem corações, elogiarem, escrevem
perfeita. Mas o que é ser perfeita? Será que estamos sendo reais ou meras marionetes a alimentar o bolso de meia
dúzia de homens brancos bilionários que estão determinando o momento em que eu serei feliz, e este momento nunca
é agora é sempre amanhã quando eu comprar a roupa y, fizer a cirurgia x e dirigir o carro h?

Eu queria terminar este texto com uma receita mágica do que fazer pra sair deste sentimento pesado de
infelicidade do agora em busca da felicidade do amanhã que eu nem sei se existe, mas eu não tenho essa receita. Eu
só sei dizer que você é linda do jeito que você é. Mesmo que não existam referências, faça do seu reflexo no espelho
a sua própria referência e vá em busca de ser feliz agora.
Cristiane Guterres

Disponível em https://www.uol.com.br/universa/colunas/cris-guterres/2022/01/05/felicidade-x-ideal-de-beleza-o-conceito-que-aprisiona-geracoes-
de-mulheres.htm. Acessado em 5/01/2022 Texto adaptado

* Beauty wash: banho de beleza

** Extreme makeover: programa do tipo reality show que consiste em reformar as residências dos participantes

Com o enunciado Mesmo que não existam referências, faça do seu reflexo no espelho a sua própria referência
e vá em busca de ser feliz agora, a autora do texto deixa às mulheres a seguinte mensagem:

a) respeite seu corpo como ele é.

b) busque a felicidade aceitando-se.

c) encare suas características físicas.

d) seja feliz apesar de seus defeitos.

e) acredite que você é perfeita.

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Questão 4: (SELECON/Pref São Gonçalo/Nível III/2022)

TEXTO

BRASIL CRIA ROUPA CONTRA A COVID

Pesquisadores brasileiros produziram um tecido capaz de inativar o novo coronavírus. Os testes preliminares,
feitos no último mês, apontaram que o produto têxtil desenvolvido consegue neutralizar mais de 99,9% das partículas
virais em até um minuto. Além disso, foi comprovada a eficácia no combate a outras doenças virais, como sarampo e
caxumba. A descoberta poderá ser usada não só para vestuário, mas também em outras funções, como cortinas e
forro de estofados de locais públicos.

Pesquisador do laboratório, Raphael Bergamini afirmou que o tecido tem grande potencial de funcionamento em
situações de exposição à doença: “Por ter essa inativação tão rápida do vírus, as chances de contaminação da doença
caem muito. Se um médico que tem contato com pacientes contaminados manuseia a máscara e coça os olhos, por
exemplo, o vírus já teria sido neutralizado, porque essa estrutura funciona não só como uma barreira física, mas
química também”.

Além da produção de máscaras, aventais e outros equipamentos para profissionais da Saúde, o tecido
representa uma mudança de cenário. “Uma vez que o protocolo de produção é homologado e está testado, ele
condiciona a indústria têxtil, não só da parte fashion, mas também a logística. Provadores de loja, cortinas de teatro,
assentos de avião... Se nós aplicarmos esse químico, dá uma proteção e tranquilidade maior para as pessoas que
estão frequentando o ambiente. Tirando a parte hospitalar, a gente vislumbra outros mercados e toda uma mudança
de cenário”, explicou o coordenador Adriano Passos.

Por ser um material com bom custo-benefício, o acesso pode ser mais fácil. Raphael Bergamini ressaltou a
importância dessa facilitação: “Nós auxiliamos o laboratório nesse projeto de aplicação química e na estruturação, e
eles já estão produzindo. O preço é acessível, muito mais do que a prata utilizada em outros tecidos. E nós vamos doar
uma produção-piloto que fizemos para hospitais. É tudo muito novo, então ainda estamos decidindo para onde doar”
Maria Clara Matturo (Adaptado de: Jornal O Dia, Rio de Janeiro, 15/07/2020)

A temática central do texto aborda o seguinte eixo:

a) criação de novos empregos

b) promoção de indústria pesada

c) iniciativas de prevenção à doença

d) investimento em pesquisa científica

Questão 5: (CPCON UEPB/Pref Sousa/2022)

Leia o texto abaixo e, em seguida responda a questão.

O CEGUINHO (STANISLAW PONTE PRETA)

No duro mesmo só existiriam dois tipos de cegos: o de nascença e o que ficou cego em vida. Mas, como diz
Primo Altamirando, contrariando a chamada voz popular, Deus põe e o homem dispõe. Assim, há um terceiro tipo de
cego que nenhum oftalmologista, seja qual for a amplitude de seus conhecimentos oftalmológicos, jamais poderá curar:
o cego por necessidade.

E que o leitor mais apressada pouquinha coisa não pense que estou me referindo àquele tipo de camarada que
se encaixa perfeitamente no dito "o pior cego é o que não quer ver", porque este é cego por metáfora, enquanto que o
terceiro tipo de cego, isto é, o cego por necessidade, é considerado por todos como cego no duro, às vezes com
carteirinha de cego e tudo.

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Seu Júlio, que hoje é lavador de automóveis (e entre os automóveis que lava, lava o meu), já foi cego por
necessidade. Começou sua carreira na porta da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (agora Matriz de Nossa Senhora
de Copacabana). Seu Júlio, artista consciencioso, era um cego perfeito e ganhava esmola às pampas.

- E o senhor sempre trabalhou como cego, seu Júlio?

- Não senhor. Eu comecei perneta, sim senhor.

- Perneta?

- Usava perna de pau. Quem me ensinou foi um cigano meu amigo. A gente botando uma calça larga o truque é fácil
de fazer.

Mas, como perneta, seu Júlio um dia teve uma contrariedade. Apareceu pela aí um chefe de polícia com
intenções de endireitar o Brasil e foi chato. Organizou uma campanha de perseguição à mendicância e seu Júlio entrou
bem. Quando o carro da polícia, mais conhecido na linguagem policial como viatura, parou na porta da igreja, mendigo
que podia se pirou, mas seu Júlio não pôde correr de calça larga e perna de pau, que a tanta perfeição não chegaram
os engodos do cigano. Seu Júlio foi em cana.

- E quando saiu das grades?

- Virei cego por necessidade. Treinei uns dois meses em casa, passando dia e noite com uma venda nos olhos. Fiquei
bárbaro em trejeito de cego. A pessoa podia fazer o maior barulho do meu lado, que eu nem me virava pra ver o que
tinha acontecido. Fiquei um cego tão legal que um dia houve um desastre bem em frente à igreja. Um carro bateu num
caminhão da Cervejaria Brahma e caiu garrafa pra todo lado. Foi um barulho infernal. Pois eu fiquei impávido. Nem me
mexi.

Quando seu Júlio me contou esta passagem, notei o orgulho estampado em seu semblante. Era como um velho
ator a contar, numa entrevista, a noite em que a plateia interrompeu seu trabalho com aplausos consagradores em
cena aberta. Era como um veterano craque de futebol a descrever para os netos o gol espetacular que fizera e que
deu às suas cores o campeonato daquele ano.

- Como cego o senhor nunca foi em cana, seu Júlio?

- Nunquinha. Sabe como é... Cego vê longe. Mal surgia um polícia suspeito eu me mandava a 120.

- E por que abandonou a carreira de cego?

- Concorrência desleal.

E explica que, no tempo dele, não havia essa coisa de alugar criança subnutrida para pedir esmola. Depois que
apareceram as mães de araque, o cego tornou-se quase obsoleto no setor da mendicância. A polícia também, hoje em
dia, é praticamente omissa.

- E sendo a polícia omissa, dá muito mais mendigo à saída da missa diz seu Júlio, sem evitar o encabulamento pelo
trocadilho infame. Toda essa desorganização administrativa levou-o a abandonar a carreira de cego por necessidade.
Nos países subdesenvolvidos a mendicância é uma miséria. Seu Júlio que o diga. Era um cego dos melhores, mas largou a carreira na certeza de
que, mais dia menos dia, vai ter muito mais gente pedindo do que dando esmola. (Acontece na cidade/ Carlos E. Novaes [et. al.], S. Paulo: Ática,
2005)

Do ponto de vista da macroestrutura textual, o texto apresenta as seguintes características:

I- É uma crônica que revela, por meio de linguagem simples e descontraída e de sequências narrativas e dialógicas,
uma fase de dificuldade vivida pelo personagem central, que usou de subterfúgios para sobreviver.

II- Há várias expressões de natureza coloquial no texto, recurso usado para dar mais veracidade aos fatos e
originalidade, dado o contexto de que faz parte o personagem, fator que determina que o texto circula na esfera
jornalística, e não na literária.

III- Através da narrativa, o autor expõe um problema social – as condições precárias de vida de muitas pessoas que
vivem pedindo esmolas, situação que persiste e tende a piorar.

IV- Há evidência de ironia, no sentido de que os termos “trabalho” e “carreira”, presentes nos trechos: “trabalhou como
cego”, “começou/abandonou sua carreira”, são usados em contraposição à noção de emprego formal.

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V- No trecho que faz alusão à omissão da polícia na tarefa de tirar as pessoas das ruas, o autor alerta, indiretamente,
para o fato de que se não houver fiscalização as pessoas vão se acostumar com a vida de mendicância e não vão
procurar emprego.

É CORRETO o que se afirma apenas em:

a) I, II, III e V.

b) I, II e V.

c) II, III e IV.

d) I, III e IV.

e) I, II e IV.

Questão 6: (CEBRASPE (CESPE)/Direito e Legislação/2022)

As forças da natureza são obviamente indiferentes a modos de produção, tempo e espaço. Mas são as estruturas
sociais que determinam as consequências, o grau de sofrimento e quem morre mais. Em 1989, o terremoto de São
Francisco, de intensidade 7,1 na escala Richter, causou a morte de 63 pessoas e deixou cerca de 3.700 feridos. Em
2010, o terremoto em Porto Príncipe, no Haiti, de magnitude 7,0 na escala Richter, matou mais de 300 mil pessoas e
deixou 300 mil feridos. Dez meses depois, uma epidemia de cólera matou 9 mil pessoas.

Quando a natureza atinge a existência humana, o impulso primário é buscar o culpado mais à mão no imaginário.
Pode ser Deus, a cruel natureza ou o enigmático ente a que se denomina destino. Mas muito frequentemente destino
é uma expressão que encobre com um véu de irracionalidade o que é apenas obra humana.

O vírus atinge o planeta. O vírus ameaça a humanidade. Planeta ou humanidade designam tanto os habitantes
de Manhattan, da Avenue Foch, em Paris, do Leblon, no Rio de Janeiro, ou dos Jardins, em São Paulo, como também
designam os 800 milhões de pessoas que passam fome no mundo, segundo dados da Organização das Nações Unidas
(2017). No planeta vive o 1% das pessoas que detém renda maior que os restantes 99% da população mundial. Vivem
42 pessoas cuja riqueza é igual à de 3,7 bilhões dos mais pobres que lutam para sobreviver, para suprir necessidades
básicas. Vivem os que têm renda para ficar em casa e fazer suas compras de alimentos pela Internet, os que não vão
comer hoje por causa da pandemia e os que já não comiam antes da pandemia. Vivem os que podem se isolar e os
que moram em aglomerados miseráveis, em um cômodo apenas, para os quais as palavras “confinamento”,
“isolamento” ou “quarentena” são piadas de mau gosto. Vivem 4,5 bilhões de pessoas que não têm saneamento nem
água encanada, desprovidas das condições mínimas de higiene.
Internet:<revistacult.uol.com.br> (com adaptações).

No que se refere às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se
segue.

O terceiro parágrafo do texto trata do momento inicial da pandemia do novo coronavírus no planeta, quando a
população mundial estava mais imbuída da ideia de que o isolamento era necessário para conter o avanço da covid-
19.

( ) Certo

( ) Errado

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Questão 7: (CEBRASPE (CESPE)/Ciências Contábeis/2021)

D. Amélia conformava-se com as impertinências do marido. Cada vez mais sentia ela que a doença do seu Lula
morreria com ele. Não lutou mais, não sofreu mais. Era tudo como Deus quisesse. A vida que tinha que viver seria
aquela, sem outro remédio que vivê-la. Tinha pena da filha, mas ao mesmo tempo para que lhe desejar casamento
que fosse como o seu? Para que ligar-se a um homem que viesse magoá-la, arrancar-lhe a paz de espírito? Via Neném
no seu jardim, nos seus silêncios, na sua paz e não se queixava de não vê-la casada. Iam comendo com o pouco que
faziam. É verdade que cada ano que se passava mais o Santa Fé minguava, menos fazia. O feitor que Lula botara
para ver tudo não era homem de tino, era para ser mandado. E quem mandaria nele? As coisas caminhavam como
água de rio, com a correnteza levando tudo. Tinha às vezes vontade de chamar o feitor e dar ordens, mas não queria
irritar o marido, era homem que não podia se contrariar.
José Lins do Rego. Fogo morto. 47.ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1957, p. 164.

Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.

No trecho “As coisas caminhavam como água de rio, com a correnteza levando tudo” (R. 13 e 14), o narrador caracteriza
o ritmo dos acontecimentos por meio de elementos da natureza que evocam a situação descrita.

( ) Certo

( ) Errado

Questão 8: (DIRENS Aeronáutica/EPCAR/2021)

TEXTO I

EU, ETIQUETA

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Em minha calça está grudado um nome Que não é meu de batismo ou de cartório, Um nome...estranho. Meu
blusão traz lembrete de bebida Que jamais pus na boca, nessa vida, Em minha camiseta, a marca de cigarro Que não
fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produtos Que nunca experimentei Mas são comunicados a meus
pés. Meu tênis é proclama colorido (...) Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara, Minha toalha de banho e sabonete, Meu isso, meu aquilo Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens, Letras falantes, Gritos visuais, Ordens de uso, abuso, reincidências, Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade, E fazem de mim homem-anúncio itinerante, Escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda Seja negar minha identidade, Trocá-la por mil, açambarcando Todas as
marcas registradas, Todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser Eu que antes era e me sabia
Tão diverso dos outros, tão mim mesmo, Ser pensante sentinte e solidário (...) Agora sou anúncio Ora vulgar ora
bizarro. Em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer principalmente.) E nisto me comparo, tiro glória De minha
anulação. Não sou – vê lá – anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago Para anunciar, para vender Em bares
festas praias pérgulas piscinas, E bem à vista exibo esta etiqueta Global no corpo que desiste De ser veste e sandália
de uma essência Tão viva, independente, (...) Sou gravado de forma universal, Saio da estamparia, não de casa, Da
vitrine me tiram, recolocam, Objeto pulsante mas objeto Que se oferece como signo dos outros Objetos estáticos,
tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso De ser não eu, mas artigo industrial, Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa. Eu sou a Coisa, coisamente.
(Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/ficha TecnicaAula.html ?aula=52346. Acesso em 17/03/2021.)

TEXTO II

CONSUMISMO: IMPACTOS PARA O BOLSO E PARA O PLANETA

CARLOS EDUARDO COSTA

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Há vários anos, a sociedade moderna tem sido rotulada como a sociedade do consumo. A grande questão, na
verdade, é que temos assistido à consolidação de uma sociedade consumista. E esse é o grande problema.

Em uma sociedade de consumo, as pessoas adquirem produtos e serviços necessários para sua vida.
Consumismo, ao contrário, é o ato de comprar produtos e serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo e
descontrolado. Não basta se vestir, é preciso acompanhar todas as tendências da moda. Não é suficiente o conforto
proporcionado por alguns produtos tecnológicos, é necessário possuir os últimos lançamentos. Numa sociedade
consumista, o consumidor é permanentemente incentivado a adquirir novos produtos.

E essa onda consumista traz graves consequências para a nossa sociedade. No plano individual, um grande
número de pessoas se encontra em uma situação de endividamento extremo estimulado pelo desejo de consumo. (...).

Já no plano coletivo, é o nosso planeta que sofre com o consumismo. O meio ambiente é diretamente afetado,
pois o consumo desenfreado e o desperdício, muitas vezes causado pela falta de conhecimento, requerem o uso de
mais matérias-primas, e, consequentemente, também geram grande quantidade de resíduos. Por causa disso, os
ambientalistas acreditam que o nosso planeta está gravemente doente, e alguns dos sintomas já são sentidos e estão
piorando as condições de vida na Terra, como, por exemplo, o aquecimento global. (...)
(Disponível em: https://www.campograndenews.com.br/artigos /consumismo-impactos-para-o-bolso-e-para-o-planeta. Acesso em 13/03/2021)

TEXTO III

‘A ÚNICA COISA QUE NÃO PODE SER COMPRADA É O SABER’, DIZ NUCCIO ORDINE

POR LEONARDO CAZES

RIO - Na abertura dos seus cursos na Universidade da Calábria, na Itália, o filósofo Nuccio Ordine sempre
pergunta aos seus alunos: “por que vocês vieram para a universidade?”. A provocação de Ordine parte da sua
constatação de que as instituições de ensino se tornaram meras fábricas que despejam jovens diplomados no mercado
de trabalho, e não lugares aonde se vai para compreender o mundo e a si mesmo.

Contra uma visão utilitarista dos saberes, o filósofo escreveu o manifesto “A utilidade do inútil” (...), best-seller
na Europa que chega agora ao Brasil.

Como convencer as pessoas da utilidade do que é considerado inútil?

É preciso olhar o mundo em que vivemos, onde a lógica do dinheiro domina tudo. A única coisa que não pode
ser comprada é o saber. Não é possível se tornar um homem culto com um cheque em branco. Criamos um mundo
onde as pessoas pensam apenas no seu próprio egoísmo. Perdeu-se de vista o sentido da solidariedade humana. Um
mundo que nos obriga a viver na dor é um mundo possível? Eu não acredito. Os saberes, como a música, a literatura,
a filosofia, a arte, nos ensinam a importância da gratuidade. Devemos fazer coisas que não buscam o lucro. A dignidade
humana não é a conta que temos no banco. A dignidade humana é a nossa capacidade de abraçar os grandes valores,
a solidariedade, o amor pela justiça, o bem-estar. Como convencer as pessoas disso? Meu argumento é que estamos
numa rota autodestrutiva.

No livro, o senhor mostra que a discussão sobre o utilitarismo e o poder do dinheiro existe há séculos. O que há de
diferente hoje?

Desde o período clássico, vários autores refletiram sobre o perigo do dinheiro. Mas, hoje, nós temos uma
radicalização na busca pelo lucro que se tornou uma forma de autodestruição do próprio capitalismo. É a ânsia de
ganhar mais e mais que vai destruir o capitalismo.
(O Globo, Segundo Caderno, p. 06 – 27/02/2016.)

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
TEXTO IV

Considerando que todos os textos apresentados nesta prova abordam a temática do consumo e/ou do
consumismo, analise as afirmações a seguir, julgando cada uma delas como V (verdadeira) ou F (falsa). A
seguir, assinale a sequência correta.

( ) Nos quatro textos, há uma visão crítica sobre o comportamento humano em sua relação com o consumo.

( ) A relação do tema do excesso de consumo com o aspecto ecológico é uma abordagem que aparece apenas no
texto II.

( ) Em todos os textos percebe-se a preocupação histórica com o tema, ou seja, o fato de demonstrar que o problema
do consumismo vem se agravando com o tempo.

( ) O texto III propõe um outro tipo de consumo diferente do convencional: um “consumo” de saberes e valores, em vez
de bens materiais.

a) V, F, V, F

b) F, V, F, F

c) V, F, F, V

d) F, F, V, V

Questão 9: (Instituto AOCP/Pref João Pessoa/2021)

BORDERLINE: O TRANSTORNO QUE FAZ PESSOAS IREM DO "CÉU AO INFERNO" EM HORAS

TATIANA PRONIN

Uma alegria contagiante pode se transformar em tristeza profunda em um piscar de olhos porque alguém "pisou
na bola". O amor intenso vira ódio profundo, porque a atitude foi interpretada como traição; o sentimento sai de controle
e se traduz em gritos, palavrões e até socos. E, então, bate uma culpa enorme e o medo de ser abandonado, como
sempre. Dá vontade de se cortar, de beber e até de morrer, porque a dor, o vazio e a raiva de si mesmo são
insuportáveis. As emoções e comportamentos exaltados podem dar uma ideia do que vive alguém com transtorno de
personalidade borderline (ou "limítrofe").

Reconhecido como um dos transtornos mais lesivos, leva a episódios de automutilação, abuso de substâncias
e agressões físicas. Além disso, cerca de 10% dos pacientes cometem suicídio. Além da montanha-russa emocional e
da dificuldade em controlar os impulsos, o borderline tende a enxergar a si mesmo e aos outros na base do "tudo ou
nada", o que torna as relações familiares, amorosas, de amizade e até mesmo a com o médico ou terapeuta
extremamente desgastantes.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
Muitos comportamentos do "border" (apelido usado pelos especialistas) lembram os de um jovem rebelde sem
tolerância à frustração. Mas, enquanto um adolescente problemático pode melhorar com o tempo ou depois de uma
boa terapia, o adulto com o transtorno parece alguém cujo lado afetivo não amadurece nunca.

Ainda que seja inteligente, talentoso e brilhante no que faz, reage como uma criança ao se relacionar com os
outros e com as próprias emoções — o que os psicanalistas chamam de "ego imaturo". Em muitos casos, o transtorno
fica camuflado entre outros, como o bipolar, a depressão e o uso abusivo de álcool, remédios e drogas ilícitas.

De forma resumida, um transtorno de personalidade pode ser descrito como um jeito de ser, de sentir, se
perceber e se relacionar com os outros que foge do padrão considerado "normal" ou saudável. Ou seja, causa
sofrimento para a própria pessoa e/ou para os outros. Enquadrar um indivíduo em uma categoria não é fácil — cada
pessoa é um universo, com características próprias. [...]

O diagnóstico é bem mais frequente entre as mulheres, mas estudos sugerem que a incidência seja igual em
ambos os sexos. O que acontece é que elas tendem a pedir mais socorro, enquanto os homens são mais propensos
a se meter em encrencas, ir para a cadeira ou até morrer mais precocemente por causa de comportamentos de risco.
Quase sempre o transtorno é identificado em adultos jovens e os sintomas tendem a se tornar atenuados com o passar
da idade.

Transtornos de personalidade são diferentes de transtornos mentais (como depressão, ansiedade, transtorno
bipolar, psicose etc.), embora seja difícil para leigos e desafiante até para especialistas fazer essa distinção, já que
sobreposições ou comorbidades (existência de duas ou mais condições ao mesmo tempo) são muito frequentes. Não
é raro que o borderline desenvolva transtorno bipolar, depressão, transtornos alimentares (em especial a bulimia),
estresse pós-traumático, déficit de atenção/hiperatividade e transtorno por abuso de substâncias, entre outros. [...]

O paciente borderline sofre os períodos de instabilidade mais intensos no início da vida adulta. Há situações de
crise, ou maior descontrole, que podem até resultar em internações porque o paciente coloca sua própria vida ou a dos
outros em risco. Por volta dos 40 ou 50 anos, a maioria dos "borders" melhora bastante, probabilidade que aumenta
se o paciente se engaja no tratamento. [...]

A personalidade envolve não só aspectos herdados, mas também aprendidos, por isso a melhora é possível,
ainda que seja difícil de acreditar no início. Se a psicoterapia é importante para ajudar o bipolar a identificar uma virada
e evitar perdas, no transtorno de personalidade ela é o carro-chefe do tratamento. [...]

Medicamentos ajudam a aliviar os sintomas depressivos, a agressividade e o perfeccionismo exagerado, e são


ainda mais importantes quando existe um transtorno mental associado. Os fármacos mais utilizados são os
antidepressivos (flluoxetina, escitalopram, venlafaxina etc.), os estabilizadores de humor (lítio, lamotrigina, ácido
valproico etc.), os antipsicóticos (olanzapina, risperidona, quietiapina etc.) e, em situações pontuais, sedativos ou
remédios para dormir (clonazepan, diazepan, alprazolan etc.). Esses últimos costumam ser até solicitados pelos
pacientes, mas devem ser evitados ao máximo, porque podem afrouxar o controle dos impulsos, assim como o álcool,
além de causarem dependência. [...]
Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2018/04/16/borderlinea- doenca-que-faz-10-dos-diagnosticados-cometerem-
suicidio.htm. Acesso em: 04 jan. 2021.

De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.

a) Pessoas que sofrem do transtorno borderline vão do “céu ao inferno” em um curto período de tempo porque ora se
comportam como crianças sem malícia ora se comportam como adultos responsáveis.

b) Alguém com a personalidade borderline (“limítrofe”), comumente, apresenta posturas resistentes a limites, regras.

c) Um “border”, em geral, vive a infância e a adolescência sem apresentar graves alterações geradas por tal transtorno.

d) Grande parte dos “borders”, além de se automutilarem e de apresentarem intensa rebeldia, acabam cometendo
suicídio.

e) Borderline afeta, sobretudo, mulheres que apresentam esse transtorno aliado à bipolaridade e à depressão.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
Questão 10: (FUNDATEC/Administrativo/2021)

ISOLAMENTO SOCIAL: COMO PRESERVAR A SAÚDE MENTAL E FÍSICA

POR LEONARDO GARCIA

Para evitar que se eleve a curva de crescimento do número de casos do novo coronavírus, a recomendação é
de isolamento ou distanciamento social para todos aqueles que puderem ficar em casa. Além disso limitar as saídas
apenas para ir ao mercado ou à farmácia, quando muito necessário, são as medidas indicadas para este momento de
pandemia mundial.

Entretanto, para algumas pessoas, limitar os acessos e ficar apenas em casa pode causar desconforto e
provocar sentimentos negativos. Por mais que se tenha conhecimento sobre a importância deste momento de
isolamento, a ansiedade pode aumentar e sintomas depressivos podem aparecer, como diminuição de prazer e
interesse pelas atividades diárias, insônia e alteração de apetite.

É preciso conscientizar-se de que esta situação é temporária e que é preciso respeitar seu próprio ritmo e
capacidade de absorver as informações. As notícias estão por todos os lados, e isso pode causar diversos sentimentos,
desta forma, se for o caso, desligar a TV e se desconectar do celular por algumas horas pode ser uma forma de cuidar
de si mesmo. As informações continuarão à disposição para quando for possível acompanhá-las de maneira mais
tranquila.

A psiquiatra Lorena Caleffi afirma que ler, interagir virtualmente com outras pessoas e praticar exercícios físicos
são algumas dicas importantes para os dias de confinamento. A leitura exercita diversos circuitos cerebrais, a interação
ajuda a manter o contato afetivo com outras pessoas e, sem dúvida, a prática de atividades físicas é fundamental para
a saúde.
(Disponível em: https://www.hospitalmoinhos.org.br/saude-e-voce/isolamento-social-criar-uma-rotinapode- preservar-saude-mental-e-fisica/ - texto
adaptado especialmente para esta prova.)

Assinale a alternativa que apresenta uma informação correta sobre o texto.

a) A recomendação de isolamento e distanciamento social tem o objetivo de obrigar todas as pessoas a ficar em casa.

b) Em caso de contaminação pelo novo coronavírus, as pessoas podem apresentar sintomas de ansiedade e
depressão.

c) É impossível barrar o crescimento da curva do número de casos do novo coronavírus.

d) Durante o isolamento ou distanciamento social, são recomendadas as idas ao mercado e à farmácia em casos de
muita necessidade.

Questão 11: (Unifil/Pref MC Rondon/Sistema/2021)

JEFF BEZOS: O CEO DA AMAZON QUE REDEFINIU O VAREJO AGORA QUER TE LEVAR PARA O ESPAÇO

Saiba quem é o homem mais rico do mundo, dono da Amazon e que investe mais de um bilhão de dólares por
ano para explorar o universo

Quem é Jeff Bezos?

O homem que desbancou Warren Buffett e Bill Gates e se tornou a pessoa mais rica do mundo é o CEO por trás
de mais de 50% das compras online nos EUA: Jeff Bezos. Formado em engenharia elétrica e ciências da computação,
ele deixou um promissor emprego em uma das principais gestoras de Wall Street para apostar no futuro da internet. A
empresa começou apenas como uma livraria online, mas seu crescimento surpreendente possibilitou que o plano inicial
de ser uma grande empresa de tecnologia se tornasse viável.

Assim, a Amazon abriu seu site para mais produtos e outros vendedores. Posteriormente, expandiu seus
negócios para computação na nuvem, leitor de livros digital, streaming de jogos e vídeos online. Com uma fortuna de

11
CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
mais de US$ 100 bilhões, Bezos hoje também investe em outros projetos, como a empresa de exploração espacial
chamada Blue Origin e o jornal Washington Post. Pai de quatro filhos, Bezos se separou em 2019 de Mackenzie. Para
colocar fim a uma relação de mais de 25 anos, os dois assinaram o divórcio mais caro da história.

Como começou

Jeffrey nasceu em Albuquerque, no Novo México, sudoeste dos Estados Unidos. Sua mãe Jacklyn Jorgensen
tinha apenas 18 anos e estava no ensino médio quando deu à luz a Jeff. De seu pai biológico, Ted, Jeff não tem
nenhuma recordação. Seus pais se separaram após 17 meses juntos, quando o garoto tinha apenas um ano e, desde
então, ele não teve mais contato com o pai. Somente em 2012 Ted descobriu que o filho que teve – e abandonou –
quando ainda era jovem era o bilionário dono da Amazon. Encontrado e entrevistado por Brad Stone, autor do livro A
Loja de Tudo: Jeff Bezos e a Era da Amazon, Ted disse que gostaria de conhecer Jeff, mas que não queria nenhuma
ajuda financeira. O encontro nunca ocorreu e Ted faleceu em 2015, aos 70 anos.

Apesar do abandono, Jeff possui um outro pai. Quando estava com quatro anos, sua mãe se casou com o
imigrante cubano Miguel Bezos. Mike, como é conhecido, adotou Jeff e transmitiu seu sobrenome ao enteado logo
após o matrimônio, em abril de 1968. Seu pai adotivo chegou aos EUA com 15 anos, quando sua família fugiu da
ditadura de Fidel Castro. Miguel não falava inglês e foi acolhido por uma missão católica no estado de Delaware, onde
se formou como engenheiro de petróleo. Jeff Bezos considera Mike seu único pai, mas afirmou a revista Wired em
1999 que a “única vez que se lembra sobre isso, de verdade, é quando um médico pede que ele preencha um
formulário”.

Funcionário da Exxon, Mike foi transferido para Houston, levando toda a família para o Texas. O futuro todo-
poderoso da Amazon teve sua infância dividida entre a vida na cidade e a casa de campo de seus avós maternos, em
Cotulla, também no Texas. Seu avô Lawrence era o diretor regional da Comissão de Energia Atômica e, ao se
aposentar, comprou uma fazenda onde Bezos passaria suas férias. O lugar foi tão marcante para ele, que anos depois,
mais velho – e muito mais rico -, ele decidiu comprar terrenos adjacentes e expandir a fazenda dos 100 km² para mais
de 1.200 km². Após mais uma mudança, o final da adolescência de Bezos foi em Miami, na Flórida, onde trabalhou no
McDonald’s e frequentou um programa de ciências da Universidade da Flórida para estudantes do ensino médio.
Orador na formatura do colégio, Bezos disse que “gostaria de retirar todas as pessoas da Terra e transformá-la em um
grande parque nacional”. Hoje, trinta anos depois, ele está mais próximo disso com sua empresa de exploração
espacial, Blue Origin.

Após sair da escola, Bezos segue o caminho de seu pai e resolve se matricular para cursar Engenharia. Ele é
aceito na Universidade de Princeton, onde cursa Engenharia Elétrica e Ciência da Computação. Suas boas notas e
bom comportamento abrem portas ao ser convidado a participar de duas fraternidades que exigem excelência
acadêmica – Phi Beta Kappa e Tau Beta Pi. Sua liderança lhe garante a presidência do diretório de Princeton de grupo
de exploração e desenvolvimento espacial e ele se forma em 1986 com uma das maiores notas da sua turma.

[...]
Disponível em https://www.infomoney.com.br/perfil/jeff-bezos/

Assinale a alternativa correta de acordo com o texto.

a) A maior parte dos verbos está conjugada em terceira pessoa do singular.

b) A maior parte dos verbos está conjugada em primeira pessoa do singular.

c) A maior parte dos verbos está conjugada em segunda pessoa do plural.

d) A maior parte dos verbos está conjugada em terceira pessoa do plural.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
Questão 12: (FGV/Ministério Público de Contas/2021)

TEXTO 2

“Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas amargos. Sou um realista
esperançoso. Sou um homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o sol
de Deus vai espalhar justiça pelo mundo todo. “Ariano Suassuna (1927 – 2014).
Fonte: https://citacoes.in/citacoes-de-justica/

Apesar de dizer-se não pessimista, a frase do texto 2 que demonstra pessimismo é:

a) “Sonho com o dia em que o sol de Deus vai espalhar justiça”;

b) “Sei que é para um futuro muito longínquo”;

c) “Sou um homem da esperança”;

d) “Sou um realista esperançoso”;

e) “Os otimistas são ingênuos”.

Questão 13: (FGV/Auditoria de Tecnologia da Informação/2021)

Um escritor russo – M. E. Saltykov – escreveu: “A vergonha é a preciosíssima capacidade do homem de


relacionar seus comportamentos com as exigências daquela suprema consciência, que nos foi deixada de herança
pela história da humanidade”.

Segundo esse pensamento, sente-se envergonhado quem:

a) contraria a herança deixada pela história da humanidade;

b) se comporta segundo as exigências da consciência;

c) perdeu a capacidade de controlar seus comportamentos;

d) compara seus comportamentos com os dos outros homens;

e) não herdou os padrões da história da humanidade.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
Questão 14: (VUNESP/Pref Marília/2021)

(André Dahmer. Malvados. www1.folha.uol.com.br, 01.10.2016)

A partir da leitura da tirinha, é correto concluir que

a) não é verdade que as pessoas estão em constante atração e repulsão.

b) a personagem do segundo quadro considera inverídico o que afirma a outra personagem.

c) as redes sociais não conseguem refletir a real natureza dos corpos celestes.

d) os corpos celestes são o que leva as pessoas a se atraírem e se repelirem.

e) as relações entre as pessoas estão sendo exaustivamente expostas nas redes sociais

Questão 15: (CESGRANRIO/Tecnologia da Informação/2021)

MEDO DA ETERNIDADE

Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda
não tinha provado chicles e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou
bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei
quantas balas.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou:

— Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida inteira.

— Como não acaba?

— Parei um instante na rua, perplexa.

— Não acaba nunca, e pronto.

Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a
pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no
milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para
fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo
impossível do qual eu já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal pondo o chicle na boca.

— E agora que é que eu faço?

— Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver.

— Agora chupe o chicle para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E
aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do
chicle era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola.

— Acabou-se o docinho. E agora?

— Agora mastigue para sempre.

Assustei-me, não sabia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento
de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade, eu não estava
gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia
de eternidade ou de infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição.
Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da
escola, dei um jeito de o chicle mastigado cair no chão de areia.

— Olha só o que me aconteceu!

— Disse eu em fingidos espanto e tristeza.

— Agora não posso mastigar mais! A bala acabou!

— Já lhe disse, repetiu minha irmã, que ele não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode
ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chicle na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e
esse você não perderá.

Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que
o chicle caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.
LISPECTOR, Clarice. Medo da eternidade.

Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, Caderno B, p.2, 6 jun. 1970.

No texto, a narradora suscita a reflexão acerca da eternidade a partir da

a) mentira que pregara na chegada à escola.

b) limitação que a falta de dinheiro lhe impunha.

c) descoberta de que o chicle não acabaria nunca.

d) relação afetiva que havia entre a ela e sua irmã.

e) satisfação que o gosto adocicado do chicle proporcionava.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
Questão 16: (CEBRASPE (CESPE)/PC AL/2021)

Tudo o que vem do povo tem uma lógica, uma razão, uma função. Ele nada faz sem motivo, e o que produz está
geralmente ligado ao comportamento do grupo ou a uma norma social ou de cunho psíquico e religioso, um traço que
vem de tempos longínquos, lá do fundo de nossas raízes, perdidas na noite dos tempos, quando estávamos em
formação. Pastoril, Quilombo, Reisado, Coco-de-Roda, literatura de cordel, festas, tradições, superstições, contos,
mitos, lendas não aparecem por acaso. São elementos da memória popular, que engloba sentimentos e reações diante
da história e das transformações.

Quais as origens do folclore alagoano, quais os componentes culturais que o forjaram? Théo Brandão, com a
autoridade de quem estudou a vida inteira e deixou uma obra irrepreensível sobre o assunto, diz que são muitas as
contribuições na formatação do nosso folclore. E que não é fácil nem simples demarcar a que grupo pertence uma de
suas variantes ou estabelecer com precisão a fronteira de determinada manifestação folclórica. Afirma que há dúvidas
em alguns casos e em outros é inteiramente impossível chegar a uma conclusão única e definitiva. Cita como exemplo
concreto dessas incertezas o caso da dança existente em várias unidades nordestinas, que aparece ora como Coco,
ora como Pagode, ora como Samba.
Instituto Arnon de Mello. Alagoas popular: folguedos e danças de nossa gente. Maceió: IAM, 2013, p. 24 (com adaptações).

Julgue o item seguinte, referentes às ideias, aos sentidos e às construções linguísticas do texto apresentado.

Conclui-se do texto o folclore é uma manifestação marcadamente histórica e contextualizada.

( ) Certo

( ) Errado

Questão 17: (FUNDATEC/Pref Ametista do Sul/2021)

SEGURANÇA PARA A MULHER NA INTERNET

POR CAMILA DO VALE JIMENE

A evolução tecnológica transformou profundamente a sociedade em todas as suas dimen__ões, alterando


definitivamente os padrões culturais e as formas de relacionamento entre as pessoas. Novas tecnologias surgem a
cada dia. Já não vivemos sem aplicativos de comunicação instantânea e de transporte. A Inteligência Artificial saltou
das telas de ficção para o nosso cotidiano. Robôs muito em breve estarão presentes em nossas casas.

Mesmo diante de tamanha evolução, algo não mudou nesse admirável mundo novo: a violência de gênero contra
a mulher. Infelizmente, a difícil realidade enfrentada pelas mulheres no mundo real, vem sendo reproduzida ainda com
maior agressividade no ambiente digital, muito em decorrência da desumanização do outro nesse tipo de ambiente.

Certamente você deve ter acompanhado alguma amiga, irmã, filha, colega de trabalho ou celebridade que já
passou por isso: fotos íntimas va__adas na Internet por ex-parceiro após o término do relacionamento; perseguição
obsessiva virtual por desconhecido por meio das redes sociais (conhecido como cyberstalking); relacionamento afetivo
em aplicativo de namoro e posterior extorsão por aquele que se utilizava de perfil fake (a popular sextorsão); invasão
de aplicativos de troca de mensagens instantâneas para descobrir traições ine__istentes (a antiga violação de
privacidade).

O que fazer para se proteger? Use a tecnologia a seu favor!

Criptografe seus arquivos íntimos, configure ferramentas de privacidade de suas redes para que apenas amigos
possam visualizar suas fotos e vídeos, desative ferramentas de geolocalização que possam divulgar detalhes de sua
rotina, utilize ferramentas de busca para pesquisar o nome e a fotografia de seu pretendente na Internet e descubra se
ele tem histórico de agressão contra mulheres ou se usa fotografias de outras pessoas, ative o duplo fator de
autenticação nos seus apps.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
Se mesmo com todas essas medidas, você for vítima de um crime dessa natureza, há de pensar no que fazer?

Preserve as provas digitais fazendo cópias das telas. Registre os fatos formalmente perante uma Delegacia de
Polícia, preferencialmente especializada na defesa da mulher ou em crimes cibernéticos. Após, comunique a
plataforma que está hospedando o conteúdo e solicite que tirem do ar os materiais que contenham cenas impróprias –
muitas plataformas disponibilizam canais on-line para essa comunicação. Nunca solicite a remoção do ar antes de
preservar as provas! Você vai precisar delas para adotar as medidas legais cabíveis contra o agressor.

É importante esclarecer que a legislação brasileira conta com vários mecanismos que podem ser utilizados em
sua defesa: o Marco Civil da Internet pode te ajudar na remoção do conteúdo ilegal do ar e na identificação de infrator
que age por meio de perfil fake na rede; o Código Penal prevê responsabilidade criminal do agressor que filma ou
fotografa de forma não autorizada cenas íntimas, que realiza montagem de material dessa natureza, bem como que
disponibiliza, sem o consentimento da vítima, fotografia ou vídeo íntimo, inclusive aumentando a pena para o agressor
que mantinha relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação; já o Código Civil pode ser
utilizado para basear um pedido de indenização contra o agressor, incluindo a possibilidade de obter uma ordem de
abstenção, que determine que pare com a conduta sob pena de uma multa a ser fixada pelo Juiz. Até mesmo a Lei
Maria da Penha, voltada à violência doméstica contra a mulher, já foi aplicada para proteger vítima de cyberstalking!
(Disponível em: https://claudia.abril.com.br – texto adaptado especialmente para esta prova.)

Que tipo de crime NÃO é tratado no texto?

a) Veiculação de fotos íntimas sem permissão.

b) Agressão a mulheres em ambientes domésticos.

c) Perseguição de mulheres via redes sociais.

d) Extorsão de dinheiro de mulheres via sites de namoro.

e) Invasão de perfis privados em busca de informações.

Questão 18: (VUNESP/Educação Infantil/2021)

A LINGUAGEM CINEMATOGRÁFICA

Quem assiste a cinema hoje está longe de imaginar o longo e árduo processo em que consistiu o
desenvolvimento da linguagem cinematográfica, desde que os irmãos Lumière exibiram o seu precário Saída dos
Operários da Fábrica no Grand Café de Paris, em 28 de dezembro de 1895, oficialmente a primeira sessão de cinema
do mundo.

Uma ilustração bem instrutiva do desenvolvimento da linguagem do cinema é a que diz respeito, por exemplo,
ao emprego da câmera. De início completamente estática, somente aos trancos e barrancos foi a câmera adquirindo a
mobilidade que tem hoje. Nos primeiros tempos do cinema mudo, filmava- -se com a câmera imóvel posta diante de
um cenário onde tudo acontecia, como num palco teatral. Nessa época, ver a imagem se movendo na tela já era
suficientemente divertido, quando o ponto de contraste para isso era o estaticismo da fotografia.

Foi o americano D. W. Griffith (1875-1942) quem sistematizou, na prática, o uso do que chamamos hoje
planificação, angulação e enquadramento (a variação da posição da câmera com relação ao elemento filmado). Na
verdade, Griffith não foi o primeiro a variar a posição da câmera, mas foi, sim, o pioneiro nessa sistematização.

O espectador que já recebeu a linguagem cinematográfica “feita” – embora ainda hoje ela continue “fazendo” a
si mesma! – nem cogita das difíceis querelas entre Griffith e os colegas de produção da década de 10, quando ele
insistia, por exemplo, em que podia interromper a ação, geralmente filmada em plano de conjunto, para aí intercalar o
rosto de um ator, tomado em primeiro plano. A produção alegava que tal prática era absurda, e que confundiria os
espectadores, que a recusariam como incompreensível. Griffith, por sua vez, argumentava que o público a entenderia
perfeitamente, pois, no geral, era assim que funcionavam os processos narrativos na literatura de ficção.

Conforme sabemos, o seu modelo era o popular romance de Charles Dickens, superlido no final do século
passado. O resultado dessa polêmica, já o conhecemos, com a vitória da intuição genial sobre o medo do novo.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
(João Batista de Brito. Imagens Amadas. São Paulo: Ateliê Editoral, 1995. Adaptado.)

A partir da leitura do texto, é correto afirmar que a linguagem cinematográfica

a) não evoluiu de maneira significativa do fim do século XIX até os dias de hoje, visto que ainda precisa continuar
“fazendo” a si mesma.

b) passou por processos que descaracterizaram a função da câmera, confundindo espectadores do mundo inteiro em
produções absurdas.

c) desenvolveu-se, por exemplo, a partir da sistematização realizada por Griffith das várias formas de variar a posição
e a movimentação da câmera.

d) surgiu da observação, realizada pelos irmãos Lumière, da saída de operários das fábricas francesas no século XIX.

e) teve sua maior transformação com a mudança do cinema mudo para o cinema falado, o qual não se limitava a
mostrar imagens se movendo na tela.

Questão 19: (IBFC/Sistemas de Água e Esgoto/2021)

Seriam onze horas da manhã. O Campos, segundo o costume, acabava de descer do almoço e, a pena atrás da
orelha, o lenço por dentro do colarinho, dispunha-se a prosseguir no trabalho interrompido pouco antes. Entrou no seu
escritório e foi sentar-se à secretária. Defronte dele, com uma gravidade oficial, empilhavam-se grandes livros de
escrituração mercantil. Ao lado, uma prensa de copiar, um copo d’água, sujo de pó, e um pincel chato; mais adiante,
sobre um mocho de madeira preta, muito alto, via-se o Diário deitado de costas e aberto de par em par.

Tratava-se de fazer a correspondência para o Norte. Mal, porém, dava começo a uma nova carta, lançando
cuidadosamente no papel a sua bonita letra, desenhada e grande, quando foi interrompido por um rapaz, que da porta
do escritório lhe perguntou se podia falar com o Sr. Luís Batista de Campos. [...]
Casa de Pensão/Aluízio de Azevedo

De acordo com o texto, assinale a alternativa correta.

a) Luís Batista de Campos foi até o escritório para falar com o rapaz que lá trabalhava.

b) O rapaz que foi até o escritório possuía uma letra bonita, desenhada e grande.

c) Campos foi interrompido, em seu trabalho, por um rapaz que precisava falar com ele.

d) O relógio marcava pontualmente onze horas quando o rapaz chegou ao escritório.

Questão 20: (AMAUC/Pref Alto Bela Vista/2021)

A questão diz respeito ao Título de uma reportagem. Leia-o atentamente antes de respondê-las.

(Título da reportagem)

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
(Fonte adaptada: https://www.conjur.com.br>Acesso em 30 de agosto de 2021)

Sobre a interpretação do Título da reportagem, analise:

I – A despeito de pagamento à vista de débito fiscal, os juros de mora não serão excluídos.

II – É prescindível que o pagamento de débito fiscal seja à vista para que haja a exclusão dos juros de mora.

III – Há possibilidades de exclusão de juros de mora, uma delas é o pagamento à vista de débito fiscal.

Dos itens acima:

a) Apenas o item II está correto.

b) Apenas os itens I e II estão corretos.

c) Apenas o item I está correto.

d) Apenas os itens II e III estão corretos.

e) Todos os itens estão corretos.

Questão 21: (OBJETIVA CONCURSOS/Vigilância Sanitária/2021)

TEXTO

DESCOBERTO O PRIMEIRO ANIMAL NÃO PRIMATA CAPAZ DE ENTENDER PROBABILIDADES

Pela primeira vez, a habilidade de pesar probabilidades antes de se tomar decisões foi observada fora do grupo
dos primatas. De acordo com um estudo publicado na revista científica Nature Communications, alguns pássaros da
ordem Psittaciformes, que inclui papagaios, araras e cacatuas, também têm essa mesma capacidade.

Trata-se de aves, como o papagaio-da-Nova-Zelândia, que, segundo os cientistas, conseguem coletar


informações de diversas fontes distintas antes de fazer uma escolha. As descobertas se basearam em alguns
experimentos feitos pelos pesquisadores, nos quais seis pássaros do sexo masculino foram treinados para associar
pequenas fichas de madeira pretas a petiscos gostosos. Por outro lado, foi-lhes ensinado a associar fichas laranja à
ausência de recompensas.

Então, cada uma das aves foi colocada frente a um cientista e dois potes, cheios de fichas pretas e laranja. No
momento em que as fichas eram misturadas e o número de fichas laranja era mudado, enquanto o de fichas pretas era
mantido, quatro pássaros mostraram uma preferência pelo pote com menor número de fichas laranja, mostrando que
sabiam que receberiam menos petiscos.

De acordo com os cientistas, isso sinaliza que as aves não estavam respondendo apenas ao número de fichas
de uma ou outra cor dentro do pote, mas sim à chance de tirar uma ficha preta em meio às fichas laranja. Assim, esses
animais seriam os únicos que comprovadamente levam probabilidades em conta na hora de tomar decisão, com
exceção dos macacos, afirmam os especialistas.
(Site: Abril - adaptado.)

Considerando-se o texto, marcar C para as afirmativas Certas, E para as Erradas e, após, assinalar a alternativa
que apresenta a sequência CORRETA:

( ) Papagaios, araras e cacatuas são capazes de pesar probabilidades antes de tomar decisões.

( ) Aves, como o papagaio-da-Nova-Zelândia, conseguem realizar a coleta de informações de diversas fontes


diferentes antes de fazer uma escolha.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
a) E - C.

b) C - C.

c) C - E.

d) E - E.

Questão 22: (CS UFG/"Sem Especialidade"/2021)

Leia o Texto I a seguir para responder à questão.

TEXTO I

INOVAÇÃO NO DIREITO: COMO A ÁREA SE TRANSFORMOU NOS ÚLTIMOS ANOS?

Sabe aquela ideia do Direito como uma área tradicional, estática e sem grandes mudanças? Pois é: esqueça.
Isso porque o advento de novas tecnologias e a sofisticação das relações mercadológicas e pessoais têm feito com
que o exercício judicial evolua e se transforme de maneira considerável, principalmente dos últimos anos para cá.
Meios de comunicação mais incrementados, novas maneiras de empreender… Esses e outros aspectos têm
despertado a necessidade de otimizar os processos legais em vários sentidos.

Percebendo a nova dinâmica, escritórios de advocacia e profissionais do Direito espalhados pelo país e pelo
mundo buscam se adaptar baseados em um princípio: inovação. Desde a digitalização de processos até a criação de
meios para se comunicar com rapidez com cada cliente. Mudanças assim têm permitido a descoberta de novas
possibilidades de atuação na carreira, seja em áreas mais recentes e em construção, como o direito cibernético, e até
mesmo em áreas mais tradicionais, como criminal, tributária, etc.

Você é empreendedor e gostaria de entender um pouco mais dessas mudanças? É advogado e quer saber como
pode inovar nos serviços prestados? Acompanhe por aqui um pequeno raio- X do que ocorre nesse meio e perceba
por que você deve ficar atento, independentemente do contexto em que você atua.

MAS, AFINAL, O QUE SE ENTENDE POR INOVAÇÃO?

Empreender e inovar devem ser ações que caminham sempre lado a lado. Criar um negócio, romper paradigmas,
estabelecer novos nichos. Tudo isso está diretamente relacionado a uma mentalidade aberta, atenta ao novo e que
busca alternativas diferentes. Ou seja: vencer no mundo empresarial significa, quase invariavelmente, ser inovador.

Em ambientes totalmente conectados como os que vivemos, onde a informação se espalha de maneira
descentralizada, sair do lugar-comum e pensar de maneira integrada passa a ser quase que necessidade. Mas o que
isso tem a ver com as transformações no Direito? Tudo.

Advogados têm percebido que hoje, cada vez mais, para prestar serviços de qualidade e estar alinhados com o
que acontece à volta, é preciso buscar evolução e integrar novas habilidades e disciplinas à sua rotina de atuação.
Estudos de mercado e personalização cada vez maior no atendimento são fatores-chave visando a garantir uma
relação de sucesso com os clientes.

É claro que a tecnologia é um dos principais meios de buscar essa evolução. E é certo também que vamos falar
dela com mais detalhes. Afinal, o universo digital e ferramentas como as startups inauguraram novas maneiras de
praticar o Direito. Antes disso, porém, vale a pena frisar que é possível inovar com práticas muito simples. Algumas
delas são:

SER DESCOMPLICADO

A primeira prática pode parecer bobagem, mas ainda é fundamental: utilizar uma linguagem simples e direta com
o cliente. Eliminar expressões técnicas e a maneira mais rebuscada na hora de conversar sobre os processos é
inovador e facilita a relação com as pessoas.

DAR IMPORTÂNCIA A TUDO

Outra prática interessante é atentar para causas ainda pouco trabalhadas no Direito, como as digitais, por
exemplo.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
Estabelecer meios de defender pessoas lesadas nessas áreas dá credibilidade e cria outras possibilidades de
mercado para advogados e clientes.

MUDAR A ROTINA

Desenvolver novas maneiras de atendimento aos clientes, como adotar outros canais de comunicação além do
tradicional telefone, dinamiza os processos e facilita a transparência na relação contratante X contratado.

TECNOLOGIA E STARTUPS

Chegou a hora de discorrermos um pouco mais sobre os avanços tecnológicos que colaboram para evoluir o
Direito, sobretudo no meio empresarial. E esses avanços passam primordialmente pelas chamadas lawtechs, ou seja,
startups que agilizam práticas e otimizam as relações no universo jurídico. Como hoje o on-line dita muitas regras na
rotina das pessoas, e o tempo passou a valer muito mais, nada melhor do que se utilizar da rede e realizar adaptações
para tratar de um processo e conduzir uma ação com mais agilidade e assertividade. Podemos dividir as lawtechs em
três grandes grupos:

AUTOMAÇÃO E DOCUMENTOS

Tornar documentos digitais, facilitar o acesso a eles e gerar alguns de maneira automática fazem com que os
advogados não percam tempo preenchendo pilhas de papel de maneira repetida e possam focar em questões mais
estratégicas no exercício da advocacia.

JURIMETRIA

Representa a coleta e a análise de dados jurídicos, que vão elucidar o entendimento de como os casos são
julgados. Com ela é possível, por exemplo, analisar ações semelhantes e identificar tendências de julgamento e
sentença.

RESOLUÇÃO DE CONFLITOS ON-LINE

Um advogado prepara todo o caso e tenta viabilizar acordos diretamente com as empresas ou partes sem a
necessidade de ir à Justiça, desafogando a máquina pública e economizando tempo.

Atuando nesses três grupos, esses tipos de startups têm tornado o Direito mais acessível ao cidadão comum.
Para ter uma ideia, já existem muitas plataformas dinâmicas que conectam diretamente clientes e advogados indicados
para aquele caso, proporcionando comunicação digital entre eles. Avanços assim fazem com que as pessoas não
tenham mais receio de procurar os seus direitos. Isso valoriza a profissão e o cidadão, além de deixar mais atentas as
empresas nas suas relações comerciais e de prestação de serviços.

Dito isso, tenha em mente: inovar nesse nicho permite o fortalecimento da confiança entre as partes, torna mais
rápido o andamento de processos e abre portas para novas formas de praticar o Direito. Vale para você que é
advogado, vale para você que é empreendedor em outra área. Existe muito caminho a ser percorrido, mas as sensíveis
mudanças que vivemos no Direito e na relação com ele provam que esse é um caminho de evolução sem volta e que
merece a atenção de todos nós.
Disponível em: <https://inovacaosebraeminas.com.br/inovacao-no-direito/>. Acesso em: 30 out. 2021.

A tese defendida ao longo do texto é ancorada num argumento que envolve a relação

a) trabalho e imputabilidade.

b) tecnologia e sofisticação.

c) processualidade e metas.

d) tradição e acessibilidade.

Questão 23: (CRS (PM MG) /Anestesiologia/2021)

Para responder a questão, leia o texto “O fumo e a sobrevivência” de Dráuzio Varela:

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
O FUMO E A SOBREVIVÊNCIA

DRÁUZIO VARELLA

Para quem gosta de morrer mais cedo, o cigarro é arma de eficácia incomparável. Ele reduz de tal forma a
duração da vida que nenhuma medida isolada de saúde pública tem tanto impacto na redução da mortalidade quanto
parar de fumar.

Acaba de ser publicado o levantamento mais completo sobre os índices de mortalidade em fumantes e ex-
fumantes. Os dados foram colhidos entre 113.752 mulheres e 88.496 homens, de 25 a 79 anos de idade,
acompanhados durante 7 anos.

Em média, os fumantes consumiam mais álcool, tinham nível educacional mais baixo e índice de massa corpórea
menor do que o dos ex-fumantes e daqueles que nunca fumaram.

Cerca de 2/3 dos que foram ou ainda são fumantes adquiriram a dependência antes dos 20 anos, dado que
explica o esforço criminoso da publicidade dirigida para viciar crianças e adolescentes.

As curvas de mortalidade revelaram que:

1- Continuar fumando encurta 11 anos na vida de uma mulher e 12 anos na vida do homem.

2- Comparado com os que nunca fumaram, o risco de morte de um fumante é três vezes maior. Mulheres correm riscos
iguais aos dos homens, confirmando o adágio “mulher que fuma como homem, morre como homem”.

3- Uma pessoa que nunca fumou tem duas vezes mais chance de chegar aos 80 anos. Na mulher de hoje, a
probabilidade de sobreviver até essa idade é de 70%, número que cai para 38% nas fumantes. Nos homens esses
valores são de 61% e de 26%, respectivamente.

4- A diferença de sobrevida é explicada pela incidência mais alta de câncer, doenças cardiovasculares, doenças
pulmonares obstrutivo-crônicas (como o enfisema) e outras enfermidades provocadas pelo fumo. As causas de mortes
mais frequentes são câncer de pulmão, infarto do miocárdio e derrame cerebral.

5- Na faixa de 25 a 79 anos de idade, cerca de 60% de todas as mortes são causadas pelo cigarro.

[...]

Como o cigarro perde espaço no mundo industrializado, e em países como o Brasil, as multinacionais têm agido
com agressividade nos mercados asiáticos e africanos, valendo-se da falta de instrução das populações mais pobres
e da legislação frouxa que permite a publicidade predatória.

Os epidemiologistas estimam que essa estratégia macabra fará o número de mortes causadas pelo cigarro- que
foi de 100 milhões no século 20 – saltar para 1 bilhão no século atual.
(Folha de S. Paulo, 9/3/2013.)

O avanço das indústrias de cigarro em países asiáticos e africanos se deve:

a) ao predomínio de população jovem nesses países.

b) à falta tanto de instrução das populações mais pobres como de uma legislação mais rígida.

c) ao grande número de mortes associadas ao consumo de cigarro em países desenvolvidos.

d) ao fato de esses países serem ainda mercados não explorados pela indústria do fumo.

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Questão 24: (CEBRASPE (CESPE)/Administrativo/2021)

TEXTO CG2A1

Previsto na Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS) é reconhecido pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) como o maior e mais eficiente sistema gratuito de saúde do mundo, criado para atender a
toda a coletividade brasileira, sem distinção.

Ao criar o SUS como uma política pública, evidenciado na pauta da política dos anos 80 do século passado, o
Brasil deu um passo decisivo que mudou o modelo de atendimento à saúde, antes seletivo e centralizado. O SUS é
inclusivo e está presente em todas as áreas da saúde, realizando procedimentos dos mais simples aos mais complexos.
Trinta anos após sua criação, presta atendimento a mais de 11 milhões de pessoas por dia e realiza aproximadamente
127 procedimentos por segundo.

O SUS sobreviveu às mudanças de governo e está associado à redução da mortalidade infantil, ao aumento da
expectativa de vida e à melhoria generalizada dos principais indicadores de saúde no Brasil, nas três últimas décadas.
Essa é uma conquista da população que não pode ser desprezada. Conforme dados de 2019, sete em cada dez
brasileiros dependem, exclusivamente, do sistema público de saúde, o que equivale a 74% da população do país.

A atenção primária à saúde integral, porta de entrada preferencial no SUS, que garante atenção oportuna e
resolutiva, alcança hoje 50% dos usuários. Com base em evidências científicas internacionais, a OMS afirma que
sistemas de saúde embasados nessa premissa apresentam melhores resultados, menores custos e maior qualidade
de atendimento. Nesse sentido, os inquestionáveis avanços do SUS a favor das necessidades e dos direitos da
população constituem patamar inabdicável de realizações, conhecimentos e práticas, por meio do incremento da
integração das ações promotoras, protetoras e recuperadoras da saúde, apoiadas em diagnósticos epidemiológicos e
sociais, formação profissional e processos de trabalho em equipe. Na prática, a resolutividade pode chegar a 90% de
atendimento às necessidades de saúde.
Manoel Carlos Neri da Silva e Maria Helena Machado. Sistema de saúde e trabalho: desafios para a Enfermagem no Brasil. In: Ciência & Saúde
Coletiva,

Rio de Janeiro, v. 25, n.º 1, jan./2020 (com adaptações).

O texto CG2A1 apresenta, como temática central,

a) a definição dos direitos fundamentais dos brasileiros.

b) a debilidade do SUS, que contraria as razões pelas quais ele foi criado.

c) a sobrevivência do SUS às mudanças políticas ocorridas no Brasil desde 1988.

d) a eficiência do SUS como política pública de atendimento integral à saúde.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
Questão 25: (IDIB/CREMEC/2021)

TEXTO II

A partir do pensamento de Slavoj Zizek, entende-se que um dos conflitos do ser humano é

a) a vaidade que nos deslumbra e nos deixa cegos de soberba.

b) a comparação incessante em relação às outras pessoas.

c) a frustração de não alcançar os objetivos pretendidos.

d) a ira ao ser traído em suas emoções e sentimentos.

Questão 26: (Marinha/CN/2021)

TEXTO 3

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
A ideia central do texto é,

a) com humor, compartilhar com o leitor uma crítica pessoal à propagação da COVID-19.

b) com ironia, fazer uma denúncia em relação ao forte contágio da COVID-19.

c) com sensacionalismo, criticar os problemas relacionados com a pandemia mundial.

d) com humor, expressar uma opinião sobre a situação vivida em tempos de pandemia.

e) com ironia, analisar as dificuldades vivenciadas em época de crise mundial.

Questão 27: (FCC/Medicina/2021)

Considere o texto abaixo para responder a questão.

De origem operária, o escritor D.H. Lawrence (1885-1930) foi vilipendiado por obscenidade. O Amante de Lady
Chatterley, seu romance mais conhecido, escrito em 1928 e proscrito como pornografia, só foi publicado na Inglaterra
em 1960.

Sua reputação teve altos e baixos. O escritor irlandês James Joyce o considerava um péssimo escritor, talvez
em retribuição às palavras que Lawrence reservara à “total falta de espontaneidade” de sua obra.

Para Lawrence, o romance genuíno é o que contradiz o autor, suas ideias e vontades, estabelecendo uma
relação nova com o mundo. Uma ideia de difícil compreensão, ainda mais hoje, e não só para o academicista ou o
moralista de plantão, agarrados a normas, que são a antítese da liberdade e, portanto, segundo Lawrence, também do
romance.

Escaldado pela sanha moralista, Lawrence revida com o exemplo do romance Anna Kariênina, do escritor russo
Liev Tolstói: o personagem “Vrónsky peca, mas a consumação do pecado é desejada com devoção. O romance torna
isso óbvio, apesar das ideias conservadoras do velho Tolstói”.

O que seria dos romances de Tolstói sem o pecado? “Nada que o homem tenha pensado ou sentido ou
conhecido é fixo. Tudo se move. Aí está a grandeza do romance. Ele não deixará ninguém contar mentiras didáticas.”

O romance é, assim, a expressão de uma dinâmica que contradiz tanto a autoimagem do autor como a do leitor.
Por isso ele incomoda. Da mesma forma, os girassóis do pintor Van Gogh não são nem o retrato de girassóis nem o
do pintor, mas o resultado de uma relação intangível entre os dois.

No romance “tudo é verdadeiro no seu tempo, lugar e circunstância; e tudo é falso fora do seu lugar, tempo e
circunstância. Faz parte da enganação de praxe dizer que a arte é imoral”.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo de. Folha de S.Paulo, 31/10/2020.)

Nada que o homem tenha pensado ou sentido ou conhecido é fixo. (5º parágrafo)

Depreende-se dessa citação de D.H. Lawrence que o homem é, por natureza,

a) volúvel.

b) hipócrita.

c) sarcástico.

d) ingênuo.

e) compassivo.

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Questão 28: (CEBRASPE (CESPE)/Técnico Especializado em Formação e Capacitação/2021)

TEXTO CG1A1-II

Amado nos levou com um grupo para descansarmos na fazenda de um amigo. Esta confirmava as descrições
que eu lera no livro de Freyre: embaixo, as habitações de trabalhadores, a moenda, onde se mói a cana, uma capela
ao longe; na colina, uma casa. O amigo de Amado e sua família estavam ausentes; tive uma primeira amostra da
hospitalidade brasileira: todo mundo achava normal instalar-se na varanda e pedir que servissem bebidas. Amado
encheu meu copo de suco de caju amarelo-pálido: ele pensava, como eu, que se conhece um país em grande parte
pela boca. A seu pedido, amigos nos convidaram para comer o prato mais típico do Nordeste: a feijoada.

Eu lera no livro de Freyre que as moças do Nordeste casavam-se outrora aos treze anos. Um professor me
apresentou sua filha, muito bonita, muito pintada, olhos de brasa: quatorze anos. Nunca encontrei adolescentes: eram
crianças ou mulheres feitas. Estas, no entanto, fanavam-se com menos rapidez do que suas antepassadas; aos vinte
e seis e vinte e quatro anos, respectivamente, Lucia e Cristina irradiavam juventude. A despeito dos costumes
patriarcais do Nordeste, elas tinham liberdades; Lucia lecionava, e Cristina, desde a morte do pai, dirigia, nos arredores
de Recife, um hotel de luxo pertencente à família; ambas faziam um pouco de jornalismo, e viajavam.
Simone de Beauvoir. A força das coisas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2018, p. 497-498 (com adaptações).

Com relação às ideias, aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto CG1A1-II, julgue o seguinte item.

A narradora se mostra reticente tanto ao hábito brasileiro de oferecer bebidas às visitas quanto à aparência de
maturidade precoce das adolescentes nordestinas.

( ) Certo

( ) Errado

Questão 29: (FGV/Apoio Administrativo/2021)

Na história do nosso país, o primeiro escritor oficial foi Pero Vaz Caminha, que começa sua famosa Carta pelas
seguintes palavras:

“Posto que o capitão-mor desta vossa frota e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do
achamento desta vossa terra nova, que se ora nesta navegação achou, não deixarei de dar disso minha conta a Vossa
Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que, para bem contar e falar, o saiba pior que todos fazer.”

Tendo em vista a situação de escrivão da frota e sua relação social em relação ao rei, podemos deduzir que
Caminha

a) demonstra conhecer o espírito crítico do Rei.

b) mostra uma modéstia cortês diante do soberano.

c) indica uma relação de intimidade com o poder.

d) denuncia a competição entre ele e outros capitães.

e) antecipa informações que provocam suspense.

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Questão 30: (FGV/Almoxarife/2021)

Os textos publicitários do automóvel Porsche, a seguir, enfatizam a velocidade do veículo, à exceção de um.
Assinale-o.

a) A boa notícia é que o Porsche não tem poltrona para crianças.

b) É o mais rápido que você pode ir, sem ser obrigado a comer comida de bordo.

c) Meio-termo é para políticos e medrosos.

d) Na Alemanha, ele não compete com carros. Compete com aviões.

e) Pode despedir seu motorista.

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CADERNO DE EXERCÍCIOS - CONCURSOS PÚBLICOS
GABARITO

1) E

2) C

3) B

4) C

5) D

6) Errado

7) Certo

8) C

9) C

10) D

11) A

12) B

13) A

14) E

15) C

16) Certo

17) B

18) C

19) C

20) B

21) B

22) B

23) B

24) D

25) B

26) D

27) A

28) Errado

29) B

30) E

28

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