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História
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2. A defesa da ruralidade
-adoção de uma política autárquica (ou de autossuficiência económica ou de
redução da dependência externa) através de campanhas de produção agrícola.
Salazar entendia que a agricultura era o meio de atingir a autossuficiência.
-submetido aos interesses dos grandes agrários, levou a cabo um conjunto de
medidas de fomento do setor primário (atividades agrícolas): construção de
infraestruturas (barragens para a irrigação dos campos), recuperação de campos
agrícolas, políticas de fixação de populações no interior rural, dinamização da
produção dos bem tradicionais (batata, arroz, vinho, azeite, frutas), amplas
campanhas de desflorestação; arborização de outras zonas; lançamento de
Campanhas de Produção (ex: Campanha de Trigo- 1929 até 1937 e Campanha do
Vinho) para estimular a produção agrícola.
O princípio ideológico aqui evidenciado é o nacionalismo económico do
regime, defendendo a produção nacional, e o ruralismo do regime, onde o
campo era o bastião dos valores nacionais e tradicionais.
5. Corporativismo
-contrário à desordem económica e social, provocada pelos excessos da
concorrência liberal e pela luta de classes, o Estado Novo, inspirado na Carta do
Trabalho italiana, publicou, em 1933, o Estatuto do Trabalho Nacional, diploma que
definia a organização corporativa do Estado. Neste documento são criados os
Sindicatos Nacionais que em conjunto com os Grémios constituíam as corporações.
Estas negociavam os contratos coletivos de trabalho, estabeleciam normas e cotas
de produção e fixavam preços e salários. O Estado é que superintendia e
intermediava a negociação; eliminava-se assim a tensão social e a instabilidade.
São proibidos os sindicatos livres e as greves.
-existam ainda as Casas do Povo (congregavam patrões e trabalhadores rurais) e
as Casas dos Pescadores (congregavam pescadores e os seus empresários).
-os objetivos do corporativismo eram então: impor a supremacia do Estado,
garantir a colaboração entre as classes para anular a luta de classes, conciliando
interesses divergentes e defender o “Interesse Nacional” e o “Bem Comum” para
promover a Unidade Nacional e assim garantir a Ordem, a Disciplina e a
Autoridade Social e Económica (contra o Socialismo e o Sindicalismo).
O princípio ideológico aqui evidenciado é o dirigismo (impor o controlo do
Estado).
O projeto cultural do regime foi submetido aos imperativos políticos. O Estado Novo
concebeu um projeto totalizante que fez de artistas e escritores instrumentos
privilegiados da inculcação e da propaganda do seu ideário. Esse projeto cultural, a
que se chamou «política de espírito», pretendia elevar a mente dos Portugueses e
alimentar a sua alma, visando através de uma intensa propaganda inculcar o ideário
do Estado Novo (amor à pátria, culto dos heróis, virtudes familiares,...). A liberdade
criativa deu lugar à criação artística e literária fortemente condicionada pelos
interesses políticos e subordinada à censura, evitando-se, assim, excessos
intelectuais que pusessem em causa a coesão nacional e dinamizando-se uma
produção cultural que propagandeasse o Estado Novo. Para o efeito, foi instituído o
«Secretariado da Propaganda Nacional», tutelado por António Ferro, fascista
convicto, patrocinador do movimento modernista português; a sua função essencial
foi mediatizar o regime.
Objetivos:
-elevar o nível cultural dos portugueses, no quadro dos padrões do regime;
-exaltar as realizações do regime, através da propaganda ou da mediatização;
-promover a adesão ao regime ou o enquadramento das massas;
-controlar e padronizar a produção cultural e artística das elites ou integrar a estética
modernista, unindo conservadorismo e vanguarda;
-divulgar Portugal e a imagem de Salazar e do Estado Novo no exterior, através da
participação em exposições internacionais;
-promover a educação popular para inculcar os valores do regime (exaltação da
tradição, da História, da pátria, da grandeza do império ou da ruralidade) através de
exposições ou de concursos ou do teatro ou do cinema ou da rádio ou de outras
atividades de entretenimento popular;
Meios:
-envolvimento e instrumentalização de artistas e de escritores na promoção dos
ideais do regime;
-marginalização e denúncia de escritores e de artistas que recusavam o
condicionamento da liberdade criativa imposto pelo Secretariado da Propaganda
Nacional ou marginalização generalizada da produção cultural livre através da
censura, considerada contrária aos alicerces totalitários do regime (exemplo: artistas
ou escritores ou jornalistas ou cineastas);
-sistema de propaganda cultural eficiente como ação doutrinária do regime com
vista à adesão das massas;
-realização de grandes eventos oficiais para promoção do regime: Exposição
Colonial do Porto (1934) ou Exposição do Mundo Português (1940);
-patrocínio e organização anual de exposições, de concursos e de prémios literários
e artísticos para promoção do regime ou promoção e divulgação do teatro, do
cinema e de atividades de entretenimento popular.
A conferência de Ialta
Em fevereiro de 1945, com o aproximar de uma vitória certa, o presidente
americano, Franklin Roosevelt, e o primeiro-ministro britânico, Winston Churchill,
reuniram-se com Estaline, a fim de definir, com pormenor, diretrizes para o tempo de
paz. A conferência decorreu em território soviético, na estância balnear de Ialta, e foi
alcançado um acordo sobre algumas questões importantes:
● definiu-se a fronteira entre a Polónia e a União Soviética, até então ponto
de discórdia entre os ocidentais e os soviéticos.
● estabeleceu-se a divisão provisória da Alemanha em quatro áreas de
ocupação, geridas pelas três potências conferencistas e pela França, sob a
coordenação de um Conselho Aliado.
● decidiu-se a reunião, num futuro próximo, da conferência preparatória da
Organização das Nações Unidas.
● estipulou-se o supervisionamento dos “três grandes” na futura constituição
dos Governos dos países de Leste (ocupados pelo Eixo), com base no
respeito pela vontade política das populações.
● estabeleceu-se a quantia de 20 mil milhões de dólares, proposta por Estaline,
como base das reparações da guerra a pagar pela Alemanha.
A conferência de Potsdam
Alguns meses mais tarde, em finais de julho, reuniu-se em Potsdam, junto de
Berlim, uma nova conferência com o fim de consolidar os alicerces da paz. A
Conferência de Potsdam decorreu num clima bem mais tenso do que a de Ialta.
Vencida a Alemanha, renasciam as desconfianças face ao regime comunista, que
Estaline representava, e às suas pretensões expansionistas na Europa. Assim, a
conferência limitou-se praticamente a pormenorizar os aspetos já acordados em
Ialta:
● a perda provisória de soberania da Alemanha e a sua divisão em quatro
áreas de ocupação;
● a administração conjunta da cidade de Berlim, igualmente dividida em
quatro setores de ocupação;
● o montante e o tipo de indemnizações a pagar pela Alemanha;
● o julgamento dos criminosos de guerra nazis por um tribunal internacional
(Nuremberga);
● a divisão, ocupação e desnazificação da Áustria, em moldes semelhantes
aos estabelecidos para a Alemanha.
A ideia de uma organização internacional que velasse pela paz e pela segurança
resistiu ao fracasso da Sociedade das Nações. Foi então criada uma nova
organização que nasceu oficialmente na Conferência de São Francisco, em abril de
1945 com o nome de Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a Carta
fundadora, as Nações Unidas têm como propósitos principais:
● Manter a paz e reprimir os atos de agressão, utilizando, tanto quanto
possível, meios pacíficos, de acordo com os princípios da justiça e do direito
internacional.
● Desenvolver relações de amizade entre os países do mundo, baseadas na
igualdade entre os povos e no seu direito à autodeterminação.
● Desenvolver a cooperação internacional no âmbito económico, social e
cultural, e promover a defesa dos Direitos Humanos.
● Funcionar como centro harmonizador das ações tomadas para alcançar
estes propósitos.
Órgãos de funcionamento:
A Carta das Nações Unidas definiu também os órgãos de funcionamento da
instituição:
● A Assembleia Geral, no qual têm assento todos os Estados-membros, em
pé de igualdade. Funciona como um verdadeiro parlamento mundial e pode
colocar na sua agenda todo o tipo de questões.
● O Conselho de Segurança, diretamente responsável pela manutenção da
paz. É composto por 15 membros, cinco dos quais permanentes: os EUA,
a Rússia, o Reino Unido, a China e a França. Estes “cinco grandes” têm
direito de veto, pelo que qualquer um deles pode inviabilizar uma tomada de
decisão.
● O Secretariado-Geral, à frente do qual se encontra o secretário-geral, eleito
pela a Assembleia, por proposta do Conselho de Segurança. Coordena toda
a instituição e presta os seus “bons serviços” diplomáticos nas questões mais
delicadas. O secretário-geral representa a ONU e, com ela, todos os
povos do mundo.
● O Conselho Económico e Social, encarregado de promover a cooperação a
nível económico, social e cultural. Pelos muitos organismos que dele
dependem é um dos órgãos mais importantes e ativos da ONU.
● O Tribunal Internacional de Justiça, com sede em Haia. Resolve, à luz do
direito internacional, os litígios entre os Estados.
● O Conselho de Tutela, ao qual foi atribuída a administração dos territórios
que se encontravam à guarda da extinta SDN. Em 1994,, com a
independência do Palau, consideraram-se cumpridos os objetivos deste
órgão, pelo que cessou o seu funcionamento permanente.
7-Enunciar em que consistiu a Conferência de Bretton Woods, quais as
diretrizes económicas definidas e em que consistiram os organismos
então criados.
10-Define.