Relatorio Maquinas de Inducao

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Índice

Introdução.................................................................................................................................... 3
Objectivos.................................................................................................................................... 3
Lista dos materiais ....................................................................................................................... 3
1. Resumo teórico .................................................................................................................... 4
1.1. Características construtivas .......................................................................................... 4
1.2. Princípios de funcionamento ........................................................................................ 6
1.3. Conceitos básico dos motores de indução .................................................................... 6
1.4. Circuito equivalente ...................................................................................................... 8
1.5. Potência e Conjugado em Motores de Indução ............................................................ 9
2. Procedimentos experimentais ............................................................................................ 11
2.1. Medida “a frio” das resistências dos enrolamentos da máquina .................................... 11
2.2. Medida da relação de transformação .............................................................................. 11
2.3. Ensaio em vazio ou sem carga .................................................................................... 12
2.4. Ensaio com rotor bloqueado ....................................................................................... 13
2.5. Ensaio em carga .......................................................................................................... 13
3. Tratamento de dados .......................................................................................................... 13
3.1. Parâmetros do esquema equivalente da máquina assíncrona. .................................... 13
3.2. Determinar o torque de saída e o rendimento ............................................................. 15
3.3. Curvas a partir do ensaio ............................................................................................ 15
4. Analise e discussão dos resultados .................................................................................... 17
Conclusão .................................................................................................................................. 18
Referência Bibliografia ............................................................................................................. 19

1
Índice de figuras
Figura 1- O estator de um motor de indução típico, mostrando os enrolamentos de estator.
(Cortesia de MagneTek, Inc.) ......................................................................................................... 4
Figura 2- (a) Desenho esquemático de um rotor gaiola de esquilo. (b) Um rotor gaiola de
esquilo típico. (Cortesia de General Electric Company.)............................................................... 5
Figura 3- Rotor bobinado ............................................................................................................... 6
Figura 4 -Desenvolvimento do circuito equivalente da máquina de indução ................................ 8
Figura 5- O diagrama do fluxo de potência de um motor de indução. ........................................ 10
Figura 6. Esquema de ensaio ...................................................................................................................... 12
Índice de tabelas
Tabela 1 - Resistências dos enrolamentos da máquina. ............................................................... 11
Tabela 2 - Medida da relação de transformação. ........................................................................ 11
Tabela 3 - Dados do ensaio em vazio (sem carga). ...................................................................... 13
Tabela 4- dados de ensaio com carga. ......................................................................................... 13
Tabela 5- Perdas rotacionais calculadas (coluna 5) .................................................................... 14
Tabela 6 - Cálculo de Torque e Rendimento. ............................................................................... 15
Tabela 7 - Valores de 𝑈1, 𝐼1, 𝑃1 𝑒 cos𝜑. ..................................................................................... 16

2
Introdução
Hoje em dia o funcionamento de muitos aparelhos basea-se no princípio de conversão de energia.
Os motores de corrente alternada mais utilizados destacam-se o motor de indução (motor
assíncrono), pois combinam as vantagens da utilização de energia elétrica, baixo custo, facilidade
de transporte, limpeza e simplicidade de comando com sua construção simples, custo reduzido,
grande versatilidade de adaptação às cargas dos mais diversos tipos e melhores rendimentos.
O presente trabalho foi elaborado no âmbito da realização da Experiência Laboratorial 3 onde se
pretende aprofundar conhecimentos referentes aos “Motores de Indução Trifásicos”, tendo-se para
isso realizado experimentos a fim de obter características de funcionamento e parâmetros do seu
circuito equivalente.

Objectivos
• Aprofundar conhecimentos sobre o princípio de funcionamento duma máquina assíncrona
no regime motor;
• Determinar os parâmetros do esquema equivalente duma máquina assíncrona;
• Obter características de funcionamento duma máquina assíncrona funcionando como
motor.

Lista dos materiais


A experiência foi realizada com auxílio de:
• Motor assíncrono de rotor bobinado;
• Gerador de corrente contínua;
• Autotransformador;
• Wattímetros;
• Amperímetros;
• Tacómetro;
• Reóstato de carga;
• Multímetro;
• Cabos de ligação.

3
1. Resumo teórico
1
As máquinas de indução são máquinas eléctricas rotativas cujas tensões do rotor (que produz a
corrente do rotor e o campo magnético do rotor) é induzida nos enrolamentos do rotor em vez de
ser fornecida por meio de uma conexão física de fios.
A característica que diferencia um motor de indução dos demais é que não há necessidade de uma
corrente de campo CC para fazer a máquina funcionar.
Embora seja possível usar uma máquina de indução como motor ou como gerador, ela apresenta
muitas desvantagens como gerador e, por isso, ela é usada como gerador somente em aplicações
especiais. Por essa razão, as máquinas de indução são usualmente referidas como motores de
indução.
1.1. Características construtivas
A máquina assíncrona é formada de duas partes principais: uma fixa, estator e a outro móvel, o
rotor.
• Estator
O estator é composto de chapas finas de aço magnético tratado termicamente ou de aço silício
para reduzir ao mínimo as perdas por correntes parasitas e histerese. Estas chapas têm o formato
de um anel com ranhuras internas (vista frontal) de tal maneira que possam ser alojados
enrolamentos, os quais por sua vez, quando em operação, deverão criar um campo magnético no
estator. Um estator típico de dois polos esta mostrado na figura 1.

Figura 1. O estator de um motor de indução típico, mostrando os enrolamentos de estator. (Cortesia de


MagneTek, Inc.)2

1
Fonte: Chapman, Stephen J. 2013 - Fundamentos de Máquinas Eléctricas - 5ª Edição, AMGH Editora Ltda. - Porto
Alegre;pags.(307-309).
2
Fonte: Chapman, Stephen J. 2013 - Fundamentos de Máquinas Eléctricas - 5ª Edição, AMGH Editora Ltda. - Porto
Alegre;pag.308.

4
• Rotor

O rotor também é composto de chapas finas de aço magnéticas tratadas termicamente, com o
formato também de anel (vista frontal) e com os enrolamentos alojados longitudinalmente
Há dois tipos diferentes de rotor nos motores de indução que podem ser colocados no interior de
estator. Um deles é denominado rotor gaiola de esquilo e o outro é denominado rotor bobinado.
1. Rotor gaiola de esquilo3
Esse rotor consiste em uma série de barras condutoras que estão encaixadas dentro de ranhuras
na superfície do rotor e postas em curto-circuito em ambas as extremidades por grandes anéis
de curto-circuito.

(a) (b)
Figura 2. (a) Desenho esquemático de um rotor gaiola de esquilo. (b) Um rotor gaiola de esquilo típico.
(Cortesia de General Electric Company.)

2. Rotor bobinado4
Um rotor bobinado tem um conjunto completo de enrolamentos trifásicos que são similares
aos enrolamentos do estator. As três fases dos enrolamentos do rotor são usualmente ligadas
em Y e suas três terminações são conectas aos anéis deslizantes no eixo do rotor. Os
enrolamentos do rotor são colocados em curto-circuito por meio de escovas que se apoiam nos
anéis deslizantes.

3
Fonte: Chapman, Stephen J. 2013 - Fundamentos de Máquinas Eléctricas - 5ª Edição, AMGH Editora Ltda. - Porto
Alegre;pag.308
4
Fonte: Chapman, Stephen J. 2013 - Fundamentos de Máquinas Eléctricas - 5ª Edição, AMGH Editora Ltda. - Porto
Alegre;pag.310

5
(a) (b)
Figura 3. Rotor bobinado

1.2. Princípios de funcionamento5


Quando os enrolamentos do estator são submetidos a uma corrente alternada surge um campo
magnético variante no tempo que devido à distribuição uniforme dos enrolamentos do estator irá
gerar um campo magnético resultante girante na velocidade proporcional à frequência da
rede trifásica. O fluxo magnético girante no estator atravessará o entreferro e por ser variante no
tempo induzirá tensões alternadas no enrolamento trifásico do rotor. Como os enrolamentos do
rotor estão curto-circuitados essas tensões induzidas criam correntes no rotor, que interagem como
campo no entreferro produzindo um binário, o qual se mantem desde que existam o campo
magnético girante e as correntes no rotor. Consequentemente, o motor parte girando com uma
velocidade 𝑛𝑚 < 𝑛𝑠 na direcção do campo girante.

1.3. Conceitos básico dos motores de indução


1. Velocidade síncrona
Um conjunto trifásico de tensões foi aplicado ao estator resultando em um conjunto trifásico de
correntes circulando no estator. Essas correntes produzem um campo magnético, que está girando
em sentido anti-horário. A velocidade de rotação do campo magnético é dada por
120𝑓1
𝑛𝑠 =
Onde: 𝑃
• 𝑛𝑠 é a velocidade síncrona (rpm);
• 𝑓1 é a frequência da rede (Hz);
• 𝑃 é número de pólos da máquina.

5
pt.wikipedia.org/wiki/Motor_de_indução(acessado aos 04/06/2018,as 2:05min)

6
2. Escorregamento(s)
Num motor de indução, a velocidade de rotação do rotor é diferente da velocidade de sincronismo.
Este facto deve-se a que tem de existir uma diferença de velocidades entre o rotor e o campo girante
do estator. Se o rotor girar à mesma velocidade do campo girante, deixaria de existir movimento
relativo, deixando de existir correntes induzidas no rotor, o que implicaria a não existência de força
(binário) induzida no rotor.
• Escorregamento representa a diferença entre a velocidade de rotação do rotor (𝑛𝑚 )e a velocidade
síncrona (𝑛𝑠 ):
𝑛 −𝑛 ou 𝑤 −𝑤
𝑠 = 𝑠 𝑚(x100%) 𝑠 = 𝑠𝑤 𝑚(x100%)
𝑛𝑠 𝑠

Onde:
• 𝑠 é escorregamento ou deslizamento;
• 𝑛𝑚 é a velocidade do motor (rpm);
• 𝑤𝑚 é a velocidade do motor (rad/s);
• 𝑤𝑠 é a velocidade síncrona (rad/s);

Demostra-se também que: 𝑛𝑚 = (1 − 𝑠) ∗ 𝑛𝑠


O deslizamento do motor dependerá de:
• Perdas mecânicas por atrito (apoios e rolamentos) e arrastamento (ar);
• Carga imposta.
Quando o motor roda em vazio, o deslizamento é muito pequeno, pois o binário necessário é
mínimo (apenas o suficiente para suportar as perdas mecânicas). À medida que o pedido de carga
vai aumentando, o deslizamento vai aumentando, até que no limite o binário (resistente) é tanto
que o motor não roda e s = 1.
Quando maior o motor, menos deslizamento ele tem. Valores típicos para o deslizamento são da
ordem de 0.5% em vazio e entre 3% a 5% à sua carga nominal (plena carga), dependendo do tipo
de motor.
3. Frequência Eléctrica no Rotor
Um motor de indução trabalha induzindo tensões e correntes no rotor da máquina e, por essa razão,
ele também foi denominado algumas vezes transformador rotativo. Como tal, o primário (estator)
induz uma tensão no secundário (rotor). Entretanto, diferentemente de um transformador, a
frequência do secundário não é necessariamente a mesma que a frequência do primário.

• A frequência das tensões e correntes induzidas no rotor fica definida pela fórmula:

𝑃 ∙ 𝑛𝑠
𝑓2 = 𝑠 ( ) = 𝑠𝑓1
120
7
Se o rotor de um motor for bloqueado ou travado (𝑠 = 1),de modo que ele não possa se mover, o
rotor terá a mesma frequência do estator. Por outro lado, se o rotor girar na velocidade síncrona,
então a frequência do rotor será zero(s=0).
1.4. Circuito equivalente
O desenvolvimento do circuito equivalente6 de um motor de indução trifásico simétrico,
balanceado, que possui parâmetros de fases idênticos é apresentado na figura abaixo.
O circuito equivalente se presta para análise de regime permanente somente. Permite determinar
as correntes de estator, rotor e magnetização, rendimento, factor de potência, conjugado
electromagnético desenvolvido para um determinado escorregamento e outras grandezas relativas
a operação da máquina.

Figura 4 -Desenvolvimento do circuito equivalente da máquina de indução

6
Em certas literaturas a reactância e a resistência magnetizantes têm sido representadas em série.

8
1.5. Potência e Conjugado em Motores de Indução
Do circuito equivalemmnte do motor de indução e tendo em conta que o circuito do rotor está
fechado pode ser usado para obter as equações de potência e binário do motor. A corrente
absorvida pelo motor pode ser encontrada dividindo a tensão pela impedância equivalente.
𝑉𝑓𝑎𝑠𝑒 1
𝐼1 = Onde: 𝑍𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑗𝑋1 + 1 1
𝑍𝑒𝑞 +
𝑅𝑐 +𝑗𝑋𝑀 𝑅2 ⁄𝑠+𝑗𝑋2

Portanto, as perdas no cobre do estator, as perdas no ferro e as perdas no cobre do rotor podem ser
encontradas.

As perdas no cobre do estator nas três fases são dadas por:Δ𝑃𝐶𝑢1 = 3𝐼12 𝑅1
3𝐸12
As perdas no ferro: Δ𝑃𝐹𝑒 = 3𝐸12 𝐺𝑐 = 𝑅𝑐

A potência no entreferro pode ser encontrada da forma:𝑃𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 = 𝑃1 − Δ𝑃𝐶𝑢1 − Δ𝑃𝐹𝑒

Verificando cuidadosamente ao circuito do rotor, o único elemento no circuito equivalente onde a


potência induzida pode ser consumida é a resistência 𝑅2 /𝑠. Portanto, a potência induzida pode ser
𝑅
dada por:𝑃𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 = 3𝐼22 ( 𝑠2 )

As perdas no cobre do estator nas três fases são dadas por:Δ𝑃𝐶𝑢2 = 3𝐼22 𝑅2
𝑅2 1−𝑠
𝑃𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛𝑣𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑎 = 𝑃𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 − Δ𝑃𝑐𝑢2 = 3𝐼22 ( ) − 3𝐼22 𝑅2 = 3𝐼22 𝑅2 ( )
𝑠 𝑠
Verifica-se que: Δ𝑃𝐶𝑢2 = 𝑠𝑃𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 ; como 𝑃𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛𝑣𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑎 = 𝑃𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 − Δ𝑃𝑐𝑢2 , pode-se obter
outra relação entre a potência induzida no entreferro e a potência desenvolvida.

𝑃𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛𝑣𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑎 = 𝑃𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 − Δ𝑃𝑐𝑢2 = 𝑃𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 − 𝑠𝑃𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎 = (1 − 𝑠)𝑃𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧𝑖𝑑𝑎

Finalmente, se forem conhecidas as perdas por fricção e ventilação a potência de saída será:

𝑃2 = 𝑃𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 = 𝑃𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛𝑣𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑎 − Δ𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑡𝑜 𝑒 𝑣𝑒𝑛𝑡𝑖𝑙𝑎𝑐𝑎𝑜

A seguir mostra-se o diagrama de fluxo de potência de um motor de indução.

9
Figura 5- O diagrama do fluxo de potência de um motor de indução.7

Como podemos ver na figura potência de entrada de um motor de indução 𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 é na forma de
tensões e correntes trifásicas. As primeiras perdas encontradas na máquina são perdas I2R nos
enrolamentos do estator (as perdas no cobre do estator 𝑃𝑃𝐶𝐸 ). Então, certa quantidade de potência
é perdida como histerese e corrente parasita no estator ( 𝑃𝑛𝑢𝑐𝑙𝑒𝑜 ). A potência restante nesse ponto
é transferida ao rotor da máquina através do entreferro entre o estator e o rotor. Essa potência é
denominada potência de entreferro ( 𝑃𝑃𝐶𝑅 ) da máquina. Após a potência ser transferida ao rotor,
uma parte dela é perdida como perdas I2R (as perdas no cobre do rotor 𝑃𝑃𝐶𝑅 ) e o restante é
convertido da forma elétrica para a forma mecânica ( 𝑃𝑐𝑜𝑛𝑣. ). Finalmente, as perdas por atrito e
ventilação 𝑃 𝐴 𝑒 𝑉 e as perdas suplementares 𝑃 𝑠𝑢𝑝𝑙𝑒𝑚. são subtraídas. A potência restante é a saída
do motor 𝑃𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 .

O binário induzido numa máquina é definido como o binário gerado pela conversão interna
electromecânica. Este binário difere do binário disponível no veio do motor em uma pequena
porção correspondente as perdas por atrito e ventilação. O binário induzido é dado por:
𝑃𝑑𝑒𝑠𝑒𝑛
𝑇𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧 =
𝜔𝑚
Este binário, também é chamado, binário desenvolvido pela máquina. O binário induzido num
motor de indução pode ser expresso de uma forma diferente:
(1 − 𝑠)𝑃𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧 𝑃𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧
𝑇𝑖𝑛𝑑𝑢𝑧 = =
(1 − 𝑠)𝜔𝑠 𝜔𝑠
A última expressão é especialmente importante porque expressa o binário induzido directamente
em função da potência induzida no entreferro e velocidade síncrona que nunca varia.

7
Fonte: Chapman, Stephen J. 2013 - Fundamentos de Máquinas Eléctricas - 5ª Edição, AMGH Editora Ltda. - Porto
Alegre;pag.322.

10
2. Procedimentos experimentais
A seguir veremos como os parâmetros do circuito equivalente, 𝑅𝑐 , 𝑋𝑚 , 𝑅1 , 𝑋1 , 𝑋2 e𝑅2 podem ser
determinados a partir dos resultados dos ensaios em vazio (sem carga), ensaio em rotor bloqueado
e o ensaio CC para a resistência de estator (que neste trabalho este ensaio foi substituído pela
medição a “frio” da resistência dos enrolamentos).
A máquina assíncrona em estudo funciona como motor accionando um gerador de corrente
contínua de excitação separada. Preparou-se os esquemas de ensaio para cada um dos pontos a
seguir, seguindo as indicações dada

2.1. Medida “a frio” das resistências dos enrolamentos da máquina


O enrolamento do estator estava ligado em estrela. Medimos as resistências entre os terminais
utilizando um multímetro. Procedemos de modo idêntico em relação aos enrolamentos do rotor,
tendo se obtido os dados da tabela:

Terminais 𝑅(𝛺)
𝑈−𝑉 0.8
Estator 𝑈−𝑊 0.9
𝑉−𝑊 0.9
𝑢−𝑣 1
Rotor 𝑢−𝑣 0.8
𝑣−𝑤 0.7

Tabela 1- Resistências dos enrolamentos da máquina.


2.2. Medida da relação de transformação
Fizemos as ligações do motor assíncrono e da máquina de corrente contínua de acordo com os
esquemas de ensaio (o esquema da figura abaixo), deixando o rotor em aberto (sem fechar). Com
a tensão do estator regulada através de um autotransformador entre 300 V e 400 V, sendo um dos
valores o nominal da máquina (380 V), lemos o valor da tensão do rotor para cada variação da
tensão do estator e obtivemos a seguinte tabela
𝑈1 (𝑉) − 𝐸𝑠𝑡𝑎𝑡𝑜𝑟 𝑈2 (𝑉) − 𝑅𝑜𝑡𝑜𝑟 𝑈1 /𝑈2
400 172.1 2.324
380 163.8 2.320
350 151.4 2.312
300 129.7 2.313
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑀é𝑑𝑖𝑜 2.317
Tabela 2- Medida da relação de transformação.

11
• Esquema do ensaio
Para a realização dos ensaios em vazio, rotor bloqueado e em carga, baseou-se no seguinte
esquema:

Figura 6. Esquema de ensaio

2.3. Ensaio em vazio ou sem carga


O ensaio a vazio (ou sem carga) de um motor de indução mede as perdas rotacionais do motor e
fornece informação sobre sua corrente de magnetização.
Arrancou-se o motor variando a tensão do autotransformador desde 400 V até 200 V e registamos
os valores indicados na tabela que se segue:

12
𝑈1 (𝑉) 𝐼1 (𝐴) 𝑛 (𝑟𝑝𝑚) 𝑃1 (𝑊)
400 8.4 1495 130
380 6.8 1496 120
350 5 1497 100
300 3.1 1494 90
250 2.2 1491 80
200 1.6 1490 75
Tabela 3 - Dados do ensaio em vazio (sem carga).
2.4. Ensaio com rotor bloqueado
Neste ensaio, o rotor é bloqueado e um sistema trifásico e balanceado de tensões é aplicado no
estator.
Para realizarmos este ensaio, o conjunto motor gerador devia estar bloqueado (travado) de modo
que não podia se mover. Aplicou-se, através do autotransformador, uma tensão no estator que
permitia obter no rotor a corrente nominal. Registamos os valores de tensão aplicada no estator, a
corrente do estator, a corrente do rotor e a potência activa, conforme os dados:

𝑈1𝑐𝑐 = 88,1𝑉; 𝐼1𝑐𝑐 = 14𝐴; 𝐼2𝑛 = 30𝐴; 𝑃1𝑐𝑐 = 310𝑊

2.5. Ensaio em carga


Com o motor assíncrono em carga variamos a corrente de carga do valor nominal até menos de
metade da corrente nominal da qual preencheu-se a tabela que se segue:

𝑈1 (𝑉) 𝐼1 (𝐴) 𝐼2 (𝐴) 𝑃1 (𝑊) 𝑛 (𝑟𝑝𝑚)


380 6.5 0.6 340 1486
380 7 1.2 600 1477
380 7.5 1.9 900 1468
380 8 2.5 1100 1458
380 8.5 3.9 1200 1451
380 9 4.4 1350 1448
380 9.5 4.9 1450 1439
Tabela 4 - dados de ensaio com carga.

3. Tratamento de dados
3.1. Parâmetros do esquema equivalente da máquina assíncrona.
Com o ensaio em vazio obtém-se:
𝑃0 = Δ𝑃𝐹𝑒 + Δ𝑃𝑚 + Δ𝑃𝐶𝑢1 onde Δ𝑃𝐶𝑢1 = 3𝐼02 𝑅1
Então: Δ𝑃𝐹𝑒 + Δ𝑃𝑚 = 𝑃0 − Δ𝑃𝐶𝑢1 ⇔ Δ𝑃𝐹𝑒 + Δ𝑃𝑚 = 𝑃0 − 3𝐼02 𝑅1

13
Vamos calcular as perdas Δ𝑃𝐹𝑒 + Δ𝑃𝑚 (perdas rotacionais) em cada etapa do ensaio

𝑈1 (𝑉) 𝐼1 (𝐴) 𝑛 (𝑟𝑝𝑚) 𝑃1 (𝑊) Δ𝑃𝐹𝑒 + Δ𝑃𝑚 (𝑊)


400 8.4 1495 130 -60.512
380 6.8 1496 120 -4.848
350 5 1497 100 32.5
300 3.1 1494 90 64.053
250 2.2 1491 80 66.932
200 1.6 1490 75 68.088
Tabela 5 - Perdas rotacionais calculadas (coluna 5)

Com as perdas rotacionais (Δ𝑃𝐹𝑒 + Δ𝑃𝑚 ) calculadas, vamos representar em função do quadrado
da tensão.
Prolongando o gráfico verifica-se que ele intersecta o eixo Δ𝑃𝐹𝑒 + Δ𝑃𝑚 aproximadamente no ponto
20, quer dizer que Δ𝑃𝑚 = 20𝑊. Logo:

𝑃𝐹𝑒 = 𝑃0 − 3𝐼02 𝑅1 − Δ𝑃𝑚

No ponto onde a tensão é nominal as perdas no ferro serão:

Δ𝑃𝐹𝑒 = 𝑃0 − 3𝐼02 𝑅1 − Δ𝑃𝑚 = 120 − 3 ∗ 6.82 ∗ 0.9 − 20 = −24.848 𝑊 ⇔ |Δ𝑃𝐹𝑒 | = 24.848 𝑊

Sendo assim:

Δ𝑃𝐹𝑒 24.848
cos(𝜑0 ) = = = 0.003205 ⇒ 𝑠𝑒𝑛(𝜑0 ) = 0.999994 ≈ 1
3𝑉1𝑛 𝐼0 3 ∗ 380 ∗ 6.8

𝐼𝑐 = 𝐼0 cos(𝜑0 ) = 6.8 ∗ 0.003205 = 0.02179 𝐴 ; 𝐼𝑚 = 𝐼0 𝑠𝑒𝑛(𝜑0 ) = 6.8 ∗ 1 = 6.8𝐴

Finalmente:

𝑉1𝑓 𝑉1𝑛 380 𝑉1𝑓 𝑉1𝑛 380


𝑅𝑐 = = = = 9.065 𝑘Ω ; 𝑋𝑚 = = = = 32.26 Ω
𝐼𝑐 √3𝐼𝑐 √3 ∗ 0.0242 𝐼𝑚 √3𝐼𝑚 √3 ∗ 6.8

Para o ensaio em rotor bloqueado tem-se:


𝑈1𝑐𝑐 = 88,1𝑉; 𝐼1𝑐𝑐 = 14𝐴; 𝐼2𝑛 = 30𝐴; 𝑃1𝑐𝑐 = 310𝑊

𝑃𝑐𝑐
Portanto: cos(𝜑𝑐𝑐 ) = 3𝑉 =0.145
1𝑐𝑐 𝐼1𝑐𝑐

14
𝑉𝑐𝑐 88.1
𝑍𝑐𝑐 = = = 3.633 Ω
𝐼𝑐𝑐 √3 ∗ 14
𝑃𝑐𝑐 310 𝑅𝑐𝑐 0.527
𝑅𝑐𝑐 = 𝑅1 + 𝑅2 = 2
= 2
= 0.527 Ω ; onde 𝑅1 = 𝑅2 = = = 0.264 Ω
3𝐼𝑐𝑐 3 ∗ 14 2 2
2 − 𝑅 2 = √3.6332 − 0.5272 = 1.832 Ω
𝑋𝑐𝑐 = 𝑋1 + 𝑋2 = √𝑍𝑐𝑐 𝑐𝑐

𝑋𝑐𝑐 3.687
𝑂𝑛𝑑𝑒 𝑋1 = 𝑋2 = = = 0.916 𝛺
2 2
3.2. Determinar o torque de saída e o rendimento
𝑃𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 𝑃𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 𝑃𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎
𝑇𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 = = ⟹ 𝑇𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 = 9.55 ( )
𝜔𝑚 2𝜋 𝑛𝑚
𝑛
60 𝑚
𝑃𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 𝑃𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎
3334444𝜂 = ∗ 100% = 100%
𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑃𝑠𝑎𝑖𝑑𝑎 + ΔP𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠
Com base nessas fórmulas e com outras (para calculo de perdas) apresentadas no resumo teórico,
calculou-se o torque e o rendimento para cada variação de carga, tendo-se obtido a tabela:

𝑃2 (𝑊) 𝑛 (𝑟𝑝𝑚) 𝑃𝑐𝑢1 (𝑊) 𝑃𝑐𝑢2 (𝑊) 𝑃𝐹𝑒 (𝑊) 𝑃𝑚 (𝑊) 𝜂(%) 𝑇 (𝑁. 𝑚)
340 1486 11.15 0.095 24.848 20.00 86 2.19
600 1477 12.936 0.3802 24.848 20.00 91.2 3.88
900 1468 14.85 0.953 24.848 20.00 93.68 5.85
1100 1458 16.895 1.65 24.848 20.00 94.55 7.20
1200 1451 19.074 4.015 24.848 20.00 94.64 7.90
1350 1448 21.384 5.111 24.848 20.00 94.98 8.90
1450 1439 23.826 6.0826 24.848 20.00 95.01 9.63
Tabela 6 - Cálculo de Torque e Rendimento.

3.3. Curvas a partir do ensaio


• Do ensaio em vazio
Do ensaio em vazio traçou-se as curvas, 𝐼1 = 𝑓(𝑈1 ), 𝑃1 = 𝑓(𝑈1 ) 𝑒 cos(𝜑) = 𝑓(𝑈1 ).

Primeiro tivemos que calcular cos(𝜑) para cada etapa do ensaio em vazio.

15
𝑈1 (𝑉) 𝐼1 (𝐴) 𝑃1 (𝑊) 𝑐𝑜𝑠(𝜑)
400 8.4 130 0.013
380 6.8 120 0.01548
350 5 100 0.019047
300 3.1 90 0.03226
250 2.2 80 0.04848
200 1.6 75 0.078125
Tabela 7 - Valores de 𝑼𝟏 , 𝑰𝟏 , 𝑷𝟏 𝒆 𝐜𝐨𝐬(𝝋).
Com base nos valores da tabela 7 representamos os gráficos das funções conforme o pedido.
• Do ensaio em carga

Do ensaio em carga traçou-se a curva de “Binário” em função da “Velocidade” do motor em


questão. Os valores de binário para cada variação de carga foram calculados na tabela 6. Donde
podemos na parte final do relatório.

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4. Analise e discussão dos resultados
Apos a execução dos trabalhos laboratoriais constatamos o seguinte verifica-se na determinação
dos parâmetros do circuito equivalente (concretamente do ramo serie) os valores encontrados de
𝑅1 e 𝑅2 são diferentes dos que medimos com o multímetro (medição a frio). Portanto, esse
fenómeno tem ocorrido porque houve imprecisão nos cálculos ou incorreta leitura dos aparelhos
de medição.

Quando a carga aumenta o rendimento também aumenta. Este fenómeno tem ocorrido porque com
carga mínima o motor continha perdas variáveis muitos diferentes das perdas constantes, na
medida que se aumentava as perdas variáveis elas se aproximam as perdas constantes facto que
melhora o rendimento.

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Conclusão
Com os resultados obtidos ao longo da experiência conclui-se que é possível obter os parâmetros
do circuito equivalente do motor de inducão trifásico experimentalmente e que o facto de termos
encontrado resistências do ramo serie do circuito equivalente diferentes das medidas a frio pode
estar directamente ligado com as confições de operação da máquina pois as resistências variam
com a temperatura. Devemos ter muito cuidados na determinação dos parâmetros do circuito
equivalente pois são estes que determinam o funcionamento da máquina.

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Referência Bibliografia
[1] Chapman, Stephen J. 2013 - Fundamentos de Máquinas Eléctricas - 5ª Edição, AMGH
Editora Ltda. - Porto Alegre;
[2] Mora, Jesús Fraile. 2003 - Máquinas Eléctricas, Quinta Edición em Español por McGraw-
Hill, Espana;
[3] Nasar, Syed. 1981 – Electric Machines and Electromecanics, Second Edition, McGraw-Hill,
New York.
[4] Notas do Docente e o guião do laboratório, 2018 – Máquinas Assíncronas. FEUEM - Maputo.

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