RELATÓRIO SOBRE A MESA REDONDA DO SUAS: CARACTERÍSTICAS E
DESAFIOS DA PRÁTICA
Aluna: Anna Caroline de Melo Silva
INTRODUÇÃO
Este relatório tem como objetivo discutir os principais pontos abordados
durante a mesa redonda sobre o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), com foco nas características e desafios enfrentados pelos profissionais que atuam nesse sistema. A palestra contou com a participação de dois profissionais do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Varginha: Rogério, assistente social, e Daniel, psicólogo. Ambos compartilharam suas experiências, desafios e perspectivas sobre a prática profissional dentro do SUAS, fornecendo exemplos concretos e estatísticas relevantes que ilustram a realidade enfrentada no dia a dia de trabalho, conectando-os ao contexto histórico das políticas públicas de assistência social no Brasil.
CARACTERÍSTICAS E DESAFIOS DA PRÁTICA NO SUAS
Os palestrantes destacaram o CRAS como a primeira porta de acesso
aos serviços de assistência social, enfatizando seu papel crucial na organização social básica e na garantia dos direitos dos cidadãos em áreas de vulnerabilidade social. Eles também reforçaram a amplitude do sistema SUAS e como a cultura e a região influenciam na prática dos profissionais. Um dos pontos centrais da discussão foi a importância da parceria entre psicólogos e assistentes sociais no sistema, apesar das divergências de abordagens. Rogério, com nove anos de experiência no serviço público e atual gestor do CRAS, enfatizou o acolhimento como carro-chefe do CRAS, salientando a importância de resolver as situações da maneira mais eficaz possível, fugindo das práticas assistencialistas. Daniel, por sua vez, trouxe à tona o desafio de evitar os "psicologismos" na prática, que podem levar a uma responsabilização indevida do sujeito por sua situação de vulnerabilidade. Ambos ressaltaram a necessidade de um trabalho conjunto para superar esses desafios e promover uma assistência efetiva e humanizada.
EXEMPLOS COMPARTILHADOS
Durante a palestra, foram apresentados exemplos que ilustram os
desafios enfrentados pelos profissionais do CRAS, como o caso de um sujeito em situação de aluguel social que se sentia perseguido nas entrevistas, evidenciando a complexidade do trabalho de acolhimento e acompanhamento psicossocial. Além disso, foi mencionado o trabalho com usuários de substâncias psicoativas, violências familiares e a dificuldade de inserção no mercado de trabalho, reforçando a importância da abordagem psicológica nessas situações. Foram relatadas também histórias como o caso de uma mulher que sofria de violência doméstica na zona rural e o de um idoso em luto encaminhado ao CRAS sem uma demanda social específica. Essas histórias evidenciam a variedade dos casos atendidos e a importância de uma abordagem multidisciplinar para atender às diversas necessidades da população. Os palestrantes também discutiram o contexto histórico das políticas públicas de assistência social no Brasil, destacando a promulgação da Constituição de 1988 como um marco para a consolidação da PNAS. No entanto, enfatizaram que a implementação efetiva da política enfrentou obstáculos, especialmente durante os primeiros anos, devido à onda neoliberal que buscava reduzir o tamanho do Estado.
CONEXÕES COM OUTRAS ÁREAS DE CONHECIMENTO
A prática no SUAS exige uma abordagem multidisciplinar, onde a
psicologia desempenha um papel fundamental. A discussão sobre a responsabilização do sujeito e a necessidade de fortalecimento evidencia a importância da psicologia no processo de empoderamento dos usuários do sistema. Além disso, a abordagem técnica e a práxis mencionadas pelos palestrantes ressaltam a necessidade de uma constante interação entre teoria e prática, onde conhecimentos de outras áreas, podem contribuir para a melhoria dos serviços prestados.
CONCLUSÃO
A mesa redonda proporcionou uma valiosa oportunidade de
compreender as complexidades e desafios enfrentados pelos profissionais do CRAS em Varginha. Os histórias compartilhadas ilustraram a importância do acolhimento, da abordagem multidisciplinar e da necessidade de evitar práticas assistencialistas e psicologismos. Além disso, a discussão sobre o contexto histórico das políticas públicas de assistência social no Brasil destacou a relevância da PNAS na garantia dos direitos dos cidadãos e na promoção de uma sociedade mais justa e igualitária. Fica evidente que a prática no SUAS exige não apenas conhecimento técnico, mas também sensibilidade, adaptabilidade e uma constante busca por aprimoramento profissional. A conexão entre os pontos apresentados e a psicologia reforça o papel essencial dessa área no fortalecimento e empoderamento dos usuários do sistema, bem como uma necessidade contínua de diálogo e cooperação entre os profissionais de atuação, a fim de superar desafios e maximizar o impacto positivo na vida dos usuários, contribuindo para uma assistência social mais eficaz e humanizada.