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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA VIDA


CURSO DE PSICOLOGIA E MEDICINA VETERINÁRIA

ANA CAROLINA CÓIS LIMA


BEATRIZ GOTTARDI MULON
CAMILA ROGO DA GUIA ROSA
EDUARDA BALDANÇA MACHADO
FELIPE BECKER DE ARAÚJO KELLER
FLÁVIA LEILANE MEDEIROS

ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO NA RELAÇÃO HUMANO-ANIMAL SOB A ÓTICA


DE CADA ESPÉCIE

CURITIBA
2023
ANA CAROLINA CÓIS LIMA
BEATRIZ GOTTARDI MULON
CAMILA ROGO DA GUIA ROSA
EDUARDA BALDANÇA MACHADO
FELIPE BECKER DE ARAÚJO KELLER
FLÁVIA LEILANE MEDEIROS

ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO NA RELAÇÃO HUMANO-ANIMAL SOB A ÓTICA


DE CADA ESPÉCIE

Projeto de Intervenção apresentado à


disciplina Projeto Interprofissional: Bem
Viver, do Curso de Graduação em
Psicologia e Medicina Veterinária da
Pontifícia Universidade Católica do
Paraná.

Orientador: Prof. Dr. Luciano Alves


Leandro

CURITIBA
2023
LISTA DE ABREVIATURAS

SAS – Síndrome de Ansiedade de Separação


TAS – Transtorno de Ansiedade de Separação
DSM 5 - Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders
APA - Associação Americana de Psiquiatria
SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................... 4
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 5
1.1 PROBLEMA ................................................................................................... 6
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 6
1.3 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................. 7
1.4 OBJETIVOS ................................................................................................ 10
1.4.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 10
2 METODOLOGIA.......................................................................................... 12
2.1 RECURSOS E CRONOGRAMA .................................................................. 14
2.2 ORÇAMENTO .................................................................................................... 14
2.3 CRONOGRAMA ................................................................................................. 14
3 RESULTADOS ESPERADOS ...................................................................... 14
4 CONCLUSÃO.............................................................................................. 16
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 17
RESUMO

O estudo teve como objetivo investigar a ansiedade de separação em cães, humanos


e entre cães e humanos. Em seguida, foi realizado um questionário online com
perguntas relacionadas aos sintomas do transtorno, obtendo 76 respostas. Os
resultados relevaram que, dentre os avaliados, a maioria apresenta ao menos um fator
indicativo de Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS), de acordo com os critérios
diagnósticos da DSM 5. Com base nesses resultados, desenvolveram-se flyers
informativos contendo estratégias de prevenção e sintomas da síndrome investigada,
tendo sido distribuídos em pet shops e clínicas veterinárias. A abordagem
interdisciplinar entre Psicologia e Medicina Veterinária permitiu uma compreensão
abrangente do distúrbio em ambos os grupos e mostou-se necessário para a
conscientização e o manejo adequado da ansiedade de separação em ambas as
espécies.

Palavras-chaves: Medicina Veterinária, Psicologia, Síndrome de Ansiedade de


Separação (SAS), Humanos, Cães.
5

1 INTRODUÇÃO

O início da relação do humano com o cão está presente há mais de 10.000


anos e se deu pela aproximação dos animais à aldeia de hominídeos em busca de
comida e abrigo. A mutualidade da relação se consolidou por conta da função dos
filhotes animais na caça, devido ao seu olfato bem-desenvolvido (BEAVER, 2004;
LANDSBERG et al., 2005; ROCHA et al., 2016 apud TEIXEIRA, 2017). Desde então,
esse vínculo se fortaleceu e o processo de domesticação remodelou comportamental
e psicologicamente ambas as espécies.
Atualmente, sendo considerados membros da família, os animais são
fortemente humanizados e afetados pelo modo de vida de seus tutores,
frequentemente representado por longas jornadas de trabalho, habitações com
espaço restrito e sedentarismo. Dessa forma, o isolamento e confinamento desses
animais naturalmente sociais e dependentes de interação para manutenção de sua
estabilidade emocional leva a grandes prejuízos na esfera do bem-estar animal
(MACHADO; SANT’ANNA, 2017). Acredita-se que o surgimento dos problemas
comportamentais em cães está associado à má adaptação à residência e à
hipervinculação com o tutor. (SHORE, 2010 apud MACHADO; SANT’ANNA, 2017)
A partir do conjunto de circunstâncias descritas, tornou-se comum no ambiente
veterinário a temática da Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS), definida como
condição clínica expressa por um grupo de comportamentos apresentados por um
animal separado de sua figura de apego (humano ou outro animal) (MACHADO;
SANT’ANNA, 2017). Nesses casos, o laço com o tutor é essencial para a manutenção
da estabilidade emocional do animal, sendo a desvinculação um fator estressor e um
estímulo ansiogênico.
Por outra perspectiva, em humanos, a ansiedade está relacionada a causas
genéticas, associadas a características temperamentais. Caracteriza-se pela
antecipação do perigo, conhecido ou não (CASTILLO, 2000). O Transtorno da
Ansiedade de Separação (TAS) consiste em uma dificuldade anormal em se
desprender de entes próximos e queridos pelo sujeito, interferindo diretamente nas
atividades diárias do indivíduo. Ocorrendo majoritariamente em crianças, o TAS é
marcado por constante sofrimento relacionado à antecipação do perigo que pode
ocorrer com a própria criança ou com seus cuidadores durante o momento de
6

separação e pode ocasionar em prejuízos psicossociais, e é preditivo ao transtorno


do pânico na fase adulta (FIGUEROA, 2015).

1.1 PROBLEMA

A partir do desenvolvimento desta pesquisa, espera-se promover a


conscientização quanto a influência de uma relação de apego excessivo, entre tutor e
animal de estimação no bem-estar de ambas as partes. Além disso, visa-se informar
aos tutores, principalmente de cães, quanto aos sinais de ansiedade apresentados
pelo seu animal de companhia e os prejuízos acarretados por esse distúrbio. Dessa
forma, deseja-se fomentar a busca pelo desenvolvimento de um vínculo saudável,
positivo e desfavorável ao desenvolvimento de transtornos comportamentais aos
animais, bem como aos humanos.

1.2 JUSTIFICATIVA

A ansiedade de separação é um distúrbio que afeta não apenas os seres


humanos, mas também seus animais de estimação. Os cães, conhecidos como
companheiros do homem e frequentemente escolhidos como animais de estimação,
são especialmente suscetíveis a sofrer gravemente com esse distúrbio, isso mostra
que esse assunto tem relevância tanto geral, quanto local, pois a ansiedade de
separação afeta um número significativo de tutores e de cães em todo o mundo. A
crescente urbanização e o estilo de vida moderno contribuem fortemente para a
intensificação desse problema, causando a necessidade do desenvolvimento de
intervenções efetivas. No contexto local, é evidente a falta de conhecimento acerca
do tema e da conscientização sobre os aspectos relacionados à ansiedade de
separação, tanto para os animais quanto para os humanos.
Apesar de já existirem intervenções desenvolvidas para o tratamento do
distúrbio, ainda existem lacunas. Desse modo, é justificável a necessidade de uma
análise que avalie questões relativas à síndrome de ansiedade de separação sob a
ótica de cada espécie envolvida. A finalidade da análise é fornecer insights inovadores
sobre estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento do distúrbio.
A contribuição deste Projeto de Intervenção consiste em analisar e comparar a
síndrome de ansiedade de separação entre humano-animal, humano-humano e
7

animal-humano. Essa abordagem mais abrangente permitirá uma compreensão mais


aprofundada dos fatores envolvidos no desenvolvimento da síndrome. Deste modo,
facilitando a compreensão de intervenções mais eficazes para os portadores do
distúrbio. Ademais, a conscientização gerada e as informações fornecidas aos tutores
de cães e à sociedade em geral contribuirão para a promoção de um vínculo saudável
entre tutor e animal de estimação, prevenindo o desenvolvimento de transtornos
comportamentais e promovendo o bem-estar de ambos.

1.3 REFERENCIAL TEÓRICO

Segundo a psicóloga Danielle Bevilaqua, atuante no Hospital Santa Monica:


“[...] Para o desenvolvimento é interessante que tenham [os pais ou responsáveis]
uma presença psicologicamente significativa, ou seja, tempo de qualidade dedicado
ao convívio com esta criança. O fato dela se sentir amada pelos seus pais irá
influenciar de forma relevante a autoestima. Sentir-se abandonada, ou de pouca
importância na vida de seus pais poderá dificultar na construção de uma
personalidade bem estruturada e saúdavel”.
Com a histórica inserção feminina dentro do mercado de trabalho, estudos
apontaram as influências negativas da jornada materna dentro desse contexto para
as crianças. Entretanto, autores como DeMeis, McBride e Hock (1998) contrariam
essa hipótese, argumentando que não seria de fato o trabalho o agente gerador do
TAS e sim o siginificado que as mães atribuem à vocação, bem como suas crenças a
respeito da maternidade acerca das reações que a criança teria por conta das
demandas exigidas pelo trabalho.
Crianças e adolescentes que vivenciam SAS manifestam um medo irracional,
acreditando firmemente que algo prejudicial irá ocorrer tanto a eles próprios quanto a
seus pais caso se afastem de forma que o reencontro se torne impossível. (Silverman;
Dick-Niederhauser, 2004). As preocupações mais frequentes com relação aos pais
são ferimentos graves ou morte. A própria criança ou adolescente pode temer ser
sequestrado ou se perder de seus pais (Suveg et al., 2005).
É comum notar o agravamento desses sintomas através de comportamentos
como perseguição aos pais dentro de casa, dificuldade para dormir ou permanecer
em casa sozinho, e recusa em ir à escola ou sair desacompanhado, especialmente
nos momentos que precedem a partida dos pais para o trabalho ou o horário escolar.
8

(Francis; Last; Strauss, 1987). É comum que, quando os pais saem de casa, essas
crianças ou adolescentes sintam a necessidade de saber o paradeiro deles ou de
manter contato, nestes casos o uso do celular é extremamente comum.
De acordo com a American Psychiatric Association algumas crianças ou
adolescentes podem apresentar queixas de intensa saudade quando estão distantes
de suas casas, manifestando sintomas físicos como resultado do desconforto
experimentado. (APA, 2000). Dentre os sintomas somáticos mais comuns estão: dor
de cabeça, de estômago e náuseas. Eles estão presentes tanto no momento da
separação, quanto na antecipação do afastamento (Francis; Last; Strauss, 1987).
No que diz respeito à sua ocorrência, estudos epidemiológicos realizados em
populações americanas indicaram que os TAs infanto-juvenis têm uma prevalência
estimada entre 8% e 12%. (Costello, 1989; Spence, 1998). Já no Brasil, um estudo
populacional encontrou índices de prevalência de 4,6% em crianças e 5,8% entre
adolescentes (Fleitlich-Bil; Goodman, 2004).
Na medicina veterinária, existe uma área dedicada à psiquiatria animal,
conhecida como Etologia, seu principal objetivo é diagnosticar, tratar e prevenir
quaisquer problemas comportamentais que os animais possam apresentar. Seu
diagnóstico é clínico, e pode ser evidenciado principalmente quando o animal é
deixado sozinho em casa (ALVES, 2021).
Em um estudo realizado por Soares et al. (2010) com cães de apartamento no
Niterói, Rio de Janeiro, mais de 50% dos cães avaliados apresentaram Sindrome de
Ansiedade de Separação e, dentre os animais avaliados, mais de 50% apresentaram
vocalização excessiva. Ainda, cerca de 45% apresentaram comportamentos
destrutivos, e, aproximadamente, 30% apresentaram quadros depressivos. Outro
fator analisado neste mesmo trabalho foi a hipervinculação, um fator necessário para
o quadro de Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS), que muitas vezes não é
identificado pelo tutor, bem como a qualidade desta interação com o animal, a
quantidade de membros da família e se estes membros são predominantemente
mulheres, já que isso predispõe a maiores problemas relacionados a SAS. Outro
resultado obtido sugeriu o impacto negativo nos tutores destes cães com SAS, onde
mais de 50% usou outros recursos a fim de não deixar seus animais sozinhos e não
agravar o quadro.
A SAS é muito frequente nos animais, e é considerado um tipo de dependência
emocional que pode acarretar diversos problemas no bem-estar animal decorrente
9

desse apego, como ansiedade e comportamento destrutivo (Figura 1), que podem ser
interpretados erroneamente pelos tutores (ALVES, 2021).
De acordo com Sherman (2008), existem alguns diagnósticos diferenciais que
estão associados aos sinais de SAS, dos quais estão descritos na Tabela 1.

Tabela 1 – Diagnósticos diferenciais


Sinal Clínico Diagnóstico Diferencial
Vocalização Demência
Automutilação Doenças dermatológicas
Hipersalivação Intoxicação
Urinar em locais inadequados Cistite, neoplasia,
diabetes
Defecar em locais inadequados Parasitas, Dieta
Destrutividade e tentativa de fuga Encefalopatia hepática
Fonte: Adaptado de Sherman, 2008.

Atualmente o vínculo humano-animal aumentou consideravelmente, trazendo


influências positivas e negativas no comportamento animal. Os pets são diretamente
influenciados pelo estilo de vida de seu tutor, e a privação de espaço e de
manifestação dos seus instintos naturais geram diversos problemas físicos, mentais e
comportamentais (MACHADO; SANT'ANNA, 2017).
O tratamento para a SAS nos animais é considerado simples, mas depende da
dedicação e compromisso do proprietário, que necessita de disponibilidade e tempo
com estratégias ambientais, com o auxílio de atividades diárias, comportamentais e
medicamentosas, como ferormônios ou ansiolíticos, se necessário. É indicado
também realizar exercícios que ajudem o animal a se acostumar com a saída de seu
dono, sendo possível realizar rápidas saídas, ignorá-lo por períodos curtos antes de
sair, e se necessário fazer a dessensibilização das sensações que geram medo e
ansiedade nos animais (ALVES, 2021).
10

Figura 1 – Danos em uma janela causados por um cão que apresenta SAS e fobia de trovões, após a
saída de seu proprietário.

Fonte: SHERMAN, 2008.

Esta doença pode acometer cães de qualquer raça, porém, em torno de 50%
dos cães diagnosticados com SAS são mestiços. Possivelmente, este resultado se dá
por, na maioria das vezes, serem analisados cães de abrigos. Já em relação ao sexo,
alguns estudos relatam maior ocorrência em machos, e outros relatam ocorrência
equivalente em machos e fêmeas (SHERMAN, 2008).

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral


Tendo em vista que os animais domésticos estão cada vez mais sendo
humanizados e dependentes de seus tutores, bem como o vínculo entre o tutor e o
animal tem-se intensificado, este trabalho tem como objetivo avaliar questões relativas
à Síndrome de Ansiedade de Separação sob a ótica de cada espécie.

Objetivos Específicos
a) Analisar e comparar a síndrome de ansiedade de separação entre
humano-animal;
11

b) Analisar e comparar a síndrome de ansiedade de separação entre


humano-humano;
c) Analisar e comparar a síndrome de ansiedade de separação entre
animal-humano.
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2 METODOLOGIA

O objetivo deste projeto é avaliar a Síndrome de Ansiedade de Separação sob


a ótica de cada espécie e realizar comparações entre diferentes relações: humano-
animal, humano-humano e animal-humano. Para alcançar esse objetivo, foi realizada
uma revisão bibliográfica abrangente sobre a ansiedade de separação em cães e em
humanos, cada aluno se comprometeu a fazer essa leitura sobre a ansiedade de
separação em cães, humanos e correlacioná-los. Após a leitura foi marcado um dia
para realizar uma discussão em grupo com o objetivo de identificar e listar os
sintomas, fatores de risco e impactos. Essa análise foi realizada com cada um dos
tipos de ansiedade de separação propostos e separadas para introdução e referencial
teórico.
Além disso, foi aplicado um formulário online (Figura 2) para pesquisar a
prevalência da ansiedade de separação em lares de Curitiba. As perguntas foram
formuladas com base no DSM 5, manual de diagnóstico e classificação de transtornos
mentais publicado pela Associação Americana de Psiquiatria (APA).
O questionário incluiu 8 perguntas relacionadas à presença de animais de
estimação, sintomas de ansiedade de separação e o impacto dessa condição nos
indivíduos, ele ficou disponível por cerca de 2 meses, e obteve 76 respostas.
A presente análise tem como objetivo examinar os resultados do questionário
online aplicado a uma amostra de pessoas, com o propósito de avaliar o Distúrbio de
Ansiedade de Separação (DAS). Os critérios diagnósticos estabelecidos pelo DAS do
DSM-5 foram utilizados como referência, sendo esta uma fonte amplamente
reconhecida no campo da psicopatologia e psiquiatria. É importante ressaltar que a
amostra englobou pessoas de diversas faixas etárias, além disso, é necessário
considerar que o questionário utilizado consistiu em perguntas de múltipla escolha,
visando promover maior adesão e participação dos avaliados. Os resultados obtidos
fornecem informações preliminares sobre a presença de sintomas relacionados ao
DAS nesse grupo específico
Após as conclusões, a proposta de intervenção consiste em confeccionar flyers
com dicas sobre como evitar e melhorar a ansiedade de separação, tanto nos pets
quanto em seus donos. Eles serão distribuídos em grande quantidade pelos pet shops
de Curitiba, e clínicas veterinárias, a fim de alcançar um público mais amplo e
promover a conscientização sobre esse problema. Essa abordagem metodológica
13

permite uma análise abrangente da síndrome de ansiedade de separação,


considerando diferentes perspectivas.
A revisão bibliográfica fornecerá embasamento teórico, enquanto a pesquisa
por meio do formulário online proporcionará insights sobre a prevalência desse
distúrbio na comunidade
Ao disponibilizar essas dicas nos pet shops e clínicas veterinárias, será
possível atingir um público-alvo relevante, contribuindo para o bem-estar tanto dos
animais de estimação quanto de seus proprietários.
No seu desenvolvimetno irá conter informações úteis e de fácil compreensão
para que não houvesse limitações em relação a compreensão das informações
contidas. Teve-se a ideia de distribuí-los em locais onde os tutores de animais de
estimação frequentemente visitam, como pet shops e clínicas veterinárias, assim
foram selecionados 6 das maiores lojas de pet shops de Curitiba e 6 clínicas
veterinárias. A distribuição dos flyers foi uma função compartilhada por todos
integrantes do grupo, cada participante se dispôs a entregar 20 flyers, 10 para um pet
shop e 10 para uma clínica veterinária, totalizando assim 120 flyers distribuídos. As
clínicas veterinárias escolhidas tinham sua localização no mesmo bairro dos
respectivos pet shops, para facilitar a distribuição dos flyers. Os estabelecimentos
escolhidos estão dispostos no Quadro 1.

Quadro 1 – Estabelecimentos escolhidos pelos alunos


Nome Local
Ana Carolina Cóis Lima Pets; SOS Hospital Veterinário
Beatriz Gottardi Mulon Hiperzoo Centro; Centro Paranaense de
Medicina Veterinária
Camila Rogo da Guia Rosa Rei dos animais; Pet e Love Centro
Veterinário
Eduarda Baldança Machado Pets Bom Retiro; Clínica Veterinária
Witsuba
Felipe Becker de Araújo Keller Hiperzoo Bacacheri; Animal Clinic
Flávia Leilane Medeiros Cobasi; Centro Cínico Vital PetCare
Fonte: O autor, 2023.
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2.1 RECURSOS E CRONOGRAMA

Para a realização deste trabalho, disposto no cronograma (Quadro 3), foi


necessário a utilização de um formulário online por parte dos entrevistados, e a
confecção de flyer. O único recurso monetário será a impressão destes flyers (Quadro
2) para serem distribuídos pelos bairros.

2.2 ORÇAMENTO

Quadro 2 – Orçamento
Item Descrição Valor
Computador ou celular Formulário online 0,00
Flyers Impressão 3.658,00
Total 37,62
Fonte: O autor, 2023.

2.3 CRONOGRAMA

Quadro 3 – Cronograma

TAREFAS
MAR ABR MAI JUN
Levantamento Bibliográfico X X
Coleta de dados X X
Análise de resultados X X

Relatório final X
Fonte: O autor, 2023

3 RESULTADOS ESPERADOS

É esperado que a distribuição dos flyers informativos nos pets shops e clínicas
veterinárias contribua para aumentar a conscientização sobre a ansiedade de
separação em cães e humanos. Em estudo realizado, em 2021, pelo Instituto
Politécnico de Viana do Castello, foi constatado que a maioria dos tutores de cães
tinha conhecimento sobre a ansiedade de separação canina, porém esse
conhecimento era baseado em informações mais antigas. Portanto, podemos inferir
que há a necessidade de atualização e divulgação de conhecimentos atualizados
sobre o assunto. Além disso, neste estudo também foi revelado que os profissionais
de saúde veterinária não estavam bem preparados para falar sobre a doença e
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escolher os tratamentos adequados. Isso ressaltou a importância de sensibilizar e
capacitar esses profissionais para fornecerem informações corretas aos tutores,
evitando a propagação de desinformação. (ROSA, 2021). Nesse sentido, a
distribuição dos flyers informativos nos estabelecimentos voltados para cuidados de
animais de estimação pode ajudar a suprir essa lacuna, fornecendo orientações
precisas e atualizadas aos tutores.
Outro estudo, realizado em 2021, na Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, revelou que as mudanças na rotina dos tutores durante o período de isolamento
social em decorrência da COVID-19 afetaram tanto o manejo alimentar quanto o
comportamental dos animais de companhia. Essas mudanças, como o aumento da
interação e da proporção de alimentos fornecidos, podem ter contribuído para
comportamentos de carência nos animais. Com base nesse contexto, o estudo pode
concluir e prever que, com o retorno às atividades presenciais, os animais poderiam
desenvolver a Síndrome de Ansiedade de Separação caso não fossem preparados
previamente para a nova rotina, que não contaria com presença constante dos
tutores. (D'AVILA, 2021).
Com base nas informações dos estudos selecionados, a distribuição dos flyers
informativos tem como objetivo suprir essa necessidade relatada de sensibilização,
divulgação e esclarecimento sobre a ansiedade de separação, tanto para os tutores
como para os profissionais de saúde veterinária. Por meio desses materiais,
buscamos informar os tutores sobre os sintomas, fatores de risco e estratégias de
prevenção e tratamento desse distúrbio, visando promover mudanças de
comportamento nos tutores. Dessa forma, é esperado que os tutores adotem práticas
e estratégias que ajudem a evitar e melhorar a ansiedade de separação, resultando
em uma convivência mais saudável entre os animais e seus tutores, reduzindo os
impactos negativos dessa condição.
Para avaliar se a proposta de intervenção cumpriu com seu objetivo, foi decidida
a utilização do feedback dos tutores de animais de estimação que receberam os
flyers. Para isso, os flyers contêm um QR code que direciona os tutores para um
formulário, onde eles são convidados a deixar seu feedback sobre o flyer informativo.
Neste caso, se maioria dos tutores expressarem reações positivas e/ou compreensão
das informações fornecidas e/ou relatarem mudanças em relação à ansiedade de
separação, isso indicará que a intervenção foi bem-sucedida e teve um impacto
positivo no público desejado.
16
4 CONCLUSÃO

Mostra-se necessário o trabalho em conjunto de Médicos Veterináris e


Psicólogos sobre o SAS na relação animal-humano e a TAS na relação humano-
humano, pois são questões que podem surgir no nosso cotidiano ou até mesmo
durante a nossa profissão.
Com estes resultados, mostra-se a importância da presença de um Médico
Veterinário acompanhando o comportamento dos animais de companhia, melhorando
a relação humano-animal, promovendo o bem-estar animal e a redução dos sinais
clínicos presentes. Verifica-se também que o trabalho do Psicólogo é essencial em
todas as esferas para atender e conseguir evitar ou amenizar o sofrimento psicológico
que o TAS exerce não só nas relações afetivas, mas até mesmo no vínculo humano-
animal.
17

REFERÊNCIAS

ALVES, Bianca Taynara da Silva. Síndrome da ansiedade de separação em cães.


Orientador: Veridiane da Rosa Gomes. 2021. 18f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharel em Medicina Veterinária) - Centro Universitário do Planalto Central
Apparecido dos Santos, 2021.

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de


Transtornos Mentais (DSM-IV-TR). 4ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

CASTILLO, Ana Regina GL et al. Transtornos de ansiedade. Rev Bras Psiquiatr


2000;22(Supl II):20-3

COSTELLO, E. Developments in child psychiatric epidemiology. Journal of the


American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 28, 836-841, 1989.

D'AVILA, Jéssica Neto. Impacto do COVID-19 no Manejo Alimentar e


Comportamental de Cães e Gatos durante o Período de Isolamento Social no
Brasil. 2021. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Zootecnia) -
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

TREVIZAN, Luciano. Orientador.

FIGUEROA, Ana et al. Ansiedade de separação. IACAPAP e-Textbook of Child and


Adolescent Mental Health (edição em Português) 2015.

FLEITLICH-BIL, Y. K. B.; GOODMAN, R. Prevalence of child and adolescent


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Child and Adolescent Psychiatry, 43(6), 727-734, 2004.

FRANCIS, G.; LAST, C. G.; STRAUSS, C. C. Expression of separation anxiety


disorder: The roles of age and gender. Child Psychiatry and Human Development,
18, 82-89, 1987.

MACHADO, Daiana de S.; SANT’ANNA, Aline C. Síndrome de Ansiedade por


Separação em Animais de Companhia: Uma Revisão. Revista Brasileira de
Zoociências, 2017. ISSN 1517-6770.

ROSA, N.C.S. (2021). Avaliação da Perceção dos Tutores sobre a Ansiedade por
Separação Canina em Portugal. Trabalho de Conclusão de Curso (Mestrado em
Enfermagem Veterinária em Animais de Companhia). Orientadores: Quintas, H.M.P. e
Brito, A.N.V.B.V. Universidade Instituto Politécnico de Viana do Castello, Viana do
Castelo, Portugal.

SHERMAN, L, B. Separation Anxiety in Dogs. Compedium on Continuing


Education for the Practising Veterinarian, v. 30, n 1, p. 27-42, janeiro. 2008.

SILVERMAN, W. K.; DICK-NIEDERHAUSER, A. Separation Anxiety Disorder. In:


MORRIS, T.; MARCH, J. (Eds.). Anxiety Disorders in Children and Adolescents. 2nd
ed. New York: Guilford Press, 2004.
18
SPENCE, S. H. A measure of anxiety symptoms among children. Behavior
Research and Therapy, 36(5), 545-566, 1998.

SUVEG, C.; ASCHENBRAND, M. A.; KENDALL, P. C. Separation Anxiety


Disorder, Panic Disorder and School Refusal. Child and Adolescent Psychiatric
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SOARES et al. Estudo exploratório da sindrome de ansiedade de separação em


cães de apartamento. Ciência Rural, Santa Maria, v. 40, n.3, p.548-553, mar, 2010.
19

TEIXEIRA, Nathália M. D. Síndrome de Ansiedade de Separação (SAS) em cães


na cidade de João Pessoa – PB. Universidade Federal da Paraíba, 2017.

ANEXO

Figura 2. Perguntas realizadas no formulário online

Fonte: O autor, 2023

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