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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 1
2 INFORMAÇÕES GERAIS............................................................................................................... 2
2.1 IDENTIFICAÇÃO DOS EMPREENDEDORES......................................................................................2
2.2 IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE EXTRAÇÃO E ALVO DESTE ESTUDO HIDROGEOLÓGICO...............2
2.3 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO..................................................................................................3
3 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS...................................................................................................... 6
4 METODOLOGIA.......................................................................................................................... 7
4.1 DELIMITAÇÃO DAS MICROBACIAS.................................................................................................7
4.2 DETERMINAÇÃO DAS DESCARGAS DAS MICROBACIAS PELO MÉTODO RACIONAL.......................7
4.3 DIMENSIONAMENTO DA TUBULAÇÃO DO EXTRAVASADOR.........................................................7
5 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.....................................................................................8
5.1 DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDO..............................................................................................8
5.2 CARACTERÍSTICAS PLUVIOMÉTRICAS..........................................................................................10
5.3 CARACTERÍSTICAS DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL.....................................................................11
6 RESULTADOS OBTIDOS............................................................................................................. 12
6.1 MÉTODO RACIONAL....................................................................................................................12
6.1.1 Coeficiente de escoamento superficial...............................................................................12
6.1.2 Intensidade da Chuva........................................................................................................12
6.1.3 Cálculo da descarga líquida...............................................................................................12
6.2 DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES.....................................................................................13
7 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO.................................................................................................. 16
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................... 16
9 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA E DOS TÉCNICOS RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO DO ESTUDO
HIDROLÓGICO................................................................................................................................... 17
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA............................................................................................................. 18

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Croqui de acesso à área...........................................................................................................4


Figura 2.2 – Planta de detalhe das áreas alvo da extração de areia............................................................5
Figura 6.1 – Seção na área do talude entre os dois areeiros, mostrando a posição dos tubos..................14
Figura 6.2 – Planta com a localização das estruturas a serem implantadas..............................................15

LISTA DE TABELAS

Tabela 5.1 – Áreas das bacias de contribuição............................................................................................8


Tabela 5.2 – Valores de intensidade pluviométrica...................................................................................10
Tabela 5.3 – Coeficiente de escoamento superficial.................................................................................11

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1 INTRODUÇÃO

O presente Estudo Hidrológico tem por objetivo apresentar, de forma conjunta, a


caracterização hidrológica das áreas de extração de areia visando a definição da melhor
estrutura a ser adotada, para garantir a estabilidade dos lagos e dos taludes entre os lagos
gerados pelas áreas de extração das empresas Areia Compedra Ltda - ME e Mineradora Nossa
Senhora Aparecida Ltda, ambas localizadas na zona rural do município de Dourados/MS.
A elaboração do Estudo Hidrológico visa atender ao item 2 do Ofício n°
492/DNPM/MS-2017 o qual solicita a elaboração de um estudo conjunto para definir a melhor
estrutura para garantir a estabilidade do talude que separa estas duas lagoas, atendendo no
mínimo a um episódio de chuva secular, assim como, deverá se definir a faixa de preservação
onde não poderá ocorrer lavra, devendo o estudo ser acompanhado de cronograma de
execução, em caso da necessidade de realização de trabalhos.

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2 INFORMAÇÕES GERAIS

2.1 IDENTIFICAÇÃO DOS EMPREENDEDORES

EMPREENDEDORES
Razão Social: Areia Compedra Ltda – ME
Nome Fantasia: Areia Compedra
CNPJ: 05.840.436/0001-02
Endereço: Rodovia Dourados/Itahum, km 38 - Zona Rural
Município/UF: Dourados/MS
CEP: 79.670-000
Responsável pela empresa: Jandira Garboça Rosin
Técnico Responsável: Milton Medeiros Saratt
Razão Social: Mineradora Nossa Senhora Aparecida Ltda - ME
Nome Fantasia: Mineradora Nossa Senhora Aparecida
CNPJ: 10.712.191/0001-78
Endereço: Rodovia Dourados/Itahum, km 36 – A - Zona Rural
Município / UF: Dourados/MS
CEP: 79.804-970
Responsável pela empresa: Silvestre Olivo Rupolo
Técnico Responsável: Michel Bechtejew

2.2 IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS DE EXTRAÇÃO E ALVO DESTE ESTUDO HIDROGEOLÓGICO

ÁREA DE ESTUDO
Titular: Areia Compedra Ltda – ME
Processo: DNPM nº 868.061/2004 e 868.356/2016
Áreas: 34,54 ha e 6,18 ha
Substância mineral lavrada: Areia
Local: Fazenda Sucuri Mirim e Feixo, Cervo Galheiro,
São Martinho
Município/UF: Dourados/MS
Titular: Mineradora Nossa Senhora Aparecida Ltda
Processo: DNPM nº 868.191/2013
Área Total: 49,86 ha
Substância mineral lavrada: Areia
Local: Fazenda Coqueiro
Município/UF: Dourados/MS

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2.3 LOCALIZAÇÃO E VIAS DE ACESSO

As atividades minerárias consideradas no presente estudo estão relacionadas a dois


empreendimentos de extração de areia, sendo um da empresa Areia Compedra Ltda – ME e
outro da Mineradora Nossa Senhora Aparecida Ltda, zona rural do município de Dourados/MS.
A Areia Compedra Ltda – ME é detentora de dois processos junto ao DNPM n°
868.061/2004 e 868.356/2016, com áreas de 34,54 ha e de 6,18 ha, respectivamente,
totalizando 40,72 ha.
Já a Mineradora Nossa Senhora Aparecida Ltda é detentora do processo DNPM n°
868.191/2013, com área 49,86 ha.
O acesso à área pode ser realizado a partir de Campo Grande pela rodovia BR-163 até
Dourados, seguindo pela rodovia MS-270, sentido distrito de Itahum – Aeroporto -
Universidade Federal da Grande Dourados por 25 km até a localidade denominada de Placa do
Abadio (entroncamento de rodovias), seguindo nesta mesma rodovia por aproximadamente
7,0 km para então tomar um acesso secundário situado à direita da rodovia, percorrendo-se
aproximadamente 9,5 km até uma bifurcação que dá acesso a ambas as propriedades, Fazenda
Sucuri Mirim e Coqueiro, conforme pode ser observado na Figura 2.1.
Na Figura 2.2 pode ser observada a Planta de Detalhe da área de estudo.

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Figura 2.1 – Croqui de acesso à área.

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Figura 2.2 – Planta de detalhe das áreas alvo da extração de areia.

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3 OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS

O objetivo do presente Estudo Hidrológico é definir a estrutura a ser adotada para garantir a
estabilidade do talude que separa as duas lagoas geradas pela atividade de extração de areia por
duas empresas, a Areia Compedra e a Mineradora Nossa Senhora Aparecida, atendendo no mínimo a
um episódio de chuva secular.
Também objetiva a definição da faixa de preservação onde não poderá ocorrer a lavra,
acompanhado de cronograma de execução.
Cabe aqui destacar que a instalação dessa estrutura, que no caso corresponde a um
dispositivo de extravasamento, é considerada uma medida de suma importância para manter o fluxo
natural de escoamento da água superficial e evitar o rompimento dos taludes dos areeiros em
períodos de alta pluviometria, devido à subida repentina do nível d’água, além de evitar danos a
terceiros e principalmente, ao meio ambiente.
Ambas as atividades de extração de areia continuarão sendo realizadas em circuito fechado,
sendo que o sistema extravasor apenas será operante quando ocorrer um índice pluviométrico alto
na região, que por sua vez será responsável pela elevação do nível da lâmina d’água nos lagos,
ocasião em que o extravasor será necessário para evitar danos ao talude que separa os dois lagos e
ao meio ambiente.

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4 METODOLOGIA

Visando definir o método para garantir a estabilidade dos taludes que separam os dois lagos
supracitados o presente estudo fez uma delimitação das microbacias contribuintes na área,
determinou a descarga líquida e dimensionou as tubulações que deverão complementar o sistema
extravasor existente, considerando um episódio de chuva secular, conforme solicitado pelo item 2 do
ofício n° 492/DNPM/MS-2017.

4.1 DELIMITAÇÃO DAS MICROBACIAS

Para a delimitação das microbacias foram utilizadas técnicas de geoprocessamento,


empregando dados da imagem de satélite SRTM s21, disponível para download no site da USGR.
Também foram empregadas as coordenadas dos pontos onde já se encontra instalada a tubulação
existente que funciona como extravasor.

4.2 DETERMINAÇÃO DAS DESCARGAS DAS MICROBACIAS PELO MÉTODO RACIONAL

O Método Racional para cálculo de descargas é um método indireto e estabelece uma


relação entre a chuva e o escoamento superficial (deflúvio), sendo utilizado para calcular a vazão de
pico de uma determinada bacia, de acordo com a seguinte fórmula:
CxIxA
Q=
360
Sendo:
Q = vazão de pico (m³/s);
C = coeficiente de escoamento superficial, varia de 0 a 1;
I = intensidade média da chuva (mm/h);
A = área de contribuição da bacia (ha).

4.3 CÁLCULO DA VAZÃO ATENDIDA PELA TUBULAÇÃO EXISTENTE

Para cálculo da vazão transportada pela tubulação existente foi adotada a equação de
Manning, que leva em consideração o Diâmetro do tubo existente, a Declividade do terreno e o
Coeficiente de Rugosidade de Manning que representa as rugosidades e irregularidades do material
do qual o conduto é formado, conforme pode ser observada na fórmula a seguir:

( ) xi
8 /3 1/ 2
0,312 x D
Q=
n
Sendo:
Q = Vazão (m³/s); D = Diâmetro da tubulação (m);

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n = Coeficiente de Manning;
i = Declividade (m/m).

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4.3 DIMENSIONAMENTO DA TUBULAÇÃO DO EXTRAVASADOR

Para o dimensionamento da tubulação que será utilizada como extravasor também foi
adotada a equação de Manning, mas nesse momento foi levada em consideração a Vazão de
Contribuição (calculada pelo Método Racional). A seguir a fórmula utilizada:

( )
3
Qxn 8
D=
0,312 x √ i
Sendo:
D = Diâmetro da tubulação (m); n = Coeficiente de Manning;
Q = Vazão (m³/s); i = Declividade (m/m).

5 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

5.1 DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDO

Conforme descrito na metodologia, as áreas objetos de estudo estão representadas pelas


microbacias hidrográficas onde estão localizados os lagos gerados pelas atividades de extração de
areia, realizadas pelas empresas Areia Compedra, através dos processos DNPM n° 868.061/2004 e
868.356/2016 e Mineradora Nossa Senhora Aparecida de DNPM n° 868.191/2013.
O lago formado pela cava de extração da Mineradora Nossa Senhora Aparecida está situado
a montante do lago da Areia Compedra e recebe a contribuição de uma área de 264,12 ha, aqui
denominada de Microbacia A, além de funcionar como um grande tanque de equalização.
O lago da Compedra recebe a contribuição de uma maior área de 408,47 ha, aqui
denominada de Microbacia B que engloba toda a contribuição da Microbacia A, conforme pode ser
observado na Tabela 5.1.

Microbacia Microbacia A Microbacia B


Área (ha) 264,12 408,47
Tabela 5.1 – Áreas das bacias de contribuição.

Na Figura 5.1 podem ser observadas as delimitações das microbacias e lagos gerados pela
atividade de extração de areia.

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Figura 5.1 – Delimitação das microbacias de contribuição para cada lago.

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5.2 CARACTERÍSTICAS PLUVIOMÉTRICAS

Para caracterizar o regime pluviométrico da área de estudo foi utilizado o artigo Intensidade-
duração-frequência de chuvas para o estado de Mato Grosso do Sul (SANTOS et al. 2009), que
desenvolveu equações de chuvas intensas para o Estado a partir de séries históricas de dados
pluviométricos diários, obtidos dos Sistema de Informações Hidrológicas da Agência Nacional de
Águas.
Para a área de estudo foi adotada a equação de chuva do município de Dourados/MS,
estação n° 2255004, devido à proximidade geográfica. O cálculo da intensidade da chuva foi feito a
partir da seguinte fórmula:
0,1669
881,2518 x Tr
I= 0,7419
(t+ 10)
Sendo:
I = intensidade pluviométrica (mm/h)
Tr = Tempo retorno (anos);
t = tempo de duração da chuva;

Na Tabela 5.2 são apresentados os valores obtidos a partir da equação utilizada para cálculo
de intensidade de chuvas intensas, com duração entre 5 e 120 minutos, e períodos de retorno de 10,
15, 20, 25, 50 e 100 anos.

Intensidade Pluviométrica (mm/h)


Duração Período de Recorrência
(min) 10 15 20 25 50 100
5 173,5633 185,7152 194,8497 202,2433 227,0471 254,8930
10 140,2058 150,0222 157,4011 163,3737 183,4104 205,9045
20 103,7824 111,0487 116,5107 120,9316 135,7631 152,4136
25 92,5669 99,0480 103,9197 107,8629 121,0916 135,9427
30 83,8362 89,7060 94,1182 97,6895 109,6705 123,1209
60 55,3505 59,2259 62,1389 64,4968 72,4069 81,2871
90 42,4815 45,4558 47,6916 49,5013 55,5723 62,3878
120 34,9676 37,4158 39,2561 40,7457 45,7429 51,3530
Tabela 5.2 – Valores de intensidade pluviométrica.

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5.3 CARACTERÍSTICAS DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL

Para cálculos hidrológicos é necessário saber o coeficiente de escoamento superficial da área


de estudo. Tal coeficiente é a razão entre o volume total de escoamento superficial no evento
chuvoso e volume total precipitado.
Entre os fatores que influenciam no valor do coeficiente de escoamento superficial pode-se
citar o tipo de solo, grau de compactação, porosidade do subsolo, vegetação e declividade.
Na Tabela 5.3 são apresentados critérios e valores de coeficientes de escoamento superficial
de projeto recomendados no IPR-715 do DNIT “Manual de Hidrologia Básica para Estruturas de
Drenagem” (2005).

Descrição das áreas das bacias contribuintes Coeficiente de escoamento superficial


Áreas não urbanizadas
Solo arenoso, declividade média inferior a 2% 0,05 a 0,10
Solo arenoso, declividade média entre 2 a 7% 0,10 a 0,15
Solo arenoso, declividade média superior a 7% 0,15 a 0,20
Solo argiloso, declividade média inferior a 2% 0,13 a 0,17
Solo argiloso, declividade média entre 2 a 7% 0,18 a 0,22
Solo argiloso, declividade média superior a 7% 0,15 a 0,35

Tabela 5.3 – Coeficiente de escoamento superficial.

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6 RESULTADOS OBTIDOS

Para caracterização hidrológica da área de estudo foi utilizado o Método Racional,


conforme descrito a seguir.

6.1 MÉTODO RACIONAL

6.1.1 Coeficiente de escoamento superficial

A área de estudo foi considerada como sendo não urbanizada, com solo arenoso e
declividade média inferior a 2%, então conforme foi apresentado na Tabela 5.3, foi adotado o
valor de 0,10.

6.1.2 Intensidade da Chuva

Para o cálculo da intensidade de chuva, conforme solicitado pelo Ofício n°


492/DNPM/MS-2017, foi considerado um episódio de chuva secular de modo que foi utilizado
como tempo de retorno da chuva, o período de 100 anos.
Considerando o fato de a região ser plana e os lagos atuarem como bacias de
equalização foi adotado um tempo de concentração de 60 minutos, adotando esse mesmo
tempo para a duração da chuva.
Esses valores influenciam no cálculo da intensidade da chuva, conforme apresentado
na Tabela 5.2, resultando no valor de 81,2871 mm/h.

6.1.3 Cálculo da descarga líquida

Considerando o cálculo da vazão para cada Microbacia – Q MA e QMB – onde os valores


do Coeficiente de Escoamento e de Intensidade da Chuva são os mesmos, variando somente o
valor da área, os cálculos de descarga líquida são apresentados a seguir:
0 , 05 x 81 , 29 x 264 ,12 3
Q MA= =2 , 98 m /s
360

0 , 05 x 81 , 29 x 408 , 47 3
Q MB= =4 ,61 m /s
360

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6.2 DIMENSIONAMENTO DAS TUBULAÇÕES

6.2.1 Cálculo da vazão atendida pela tubulação existente

Tendo em vista que em ambos os lagos encontram-se instalados 2 tubos de PVC de 8”


(200 mm) de diâmetro, foi possível calcular a vazão que cada tubo pode transportar.
Importante destacar que a tubulação existente é de PVC, de tal forma que foi adotado
o coeficiente de rugosidade de Manning de 0,009 (recomendado para condutos de PVC). A
seguir são apresentados os cálculos:

( ) x 0 , 05
8 /3 1/ 2
0,312 x 0,200 3
Q= =0,1060 m /s
0,009

A partir do cálculo realizado é possível afirmar que o sistema extravasor de cada lago,
composto por 2 tubos de 8” é capaz de transportar 0,2121 m³/s.

6.2.2 Dimensionamento da tubulação a ser instalada

Com base no cálculo anterior é possível calcular a tubulação que deve ser instalada de
maneira a complementar a tubulação existente. A primeira etapa é subtrair a vazão que pode
ser transportada pelo sistema instalado da vazão de contribuição de cada Microbracia.
3 3 3
Q A =QMA −0,2121 m /s → 2,9819 m /s−0,2121 m /s=2,7698 m ³ /s

3 3 3
QB =Q MB−0,2121 m /s → 4,6116 m /s−0,2121 m /s=4,3995 m³ /s

A partir do valor de vazão encontrado no cálculo anterior é possível calcular a


tubulação que deverá ser instalada em cada lago de extração, sendo feito um cálculo para
cada lago.
Importante destacar que em função da alta vazão serão utilizados tubos de concreto,
de tal forma que foi adotado o coeficiente de rugosidade de Manning de 0,013. A seguir são
apresentados os cálculos:

( )
3
2,7698 x 0,013 8
D MA= =0,7803 m
0,312 x √ 0 , 05

( )
3
4,399 5 x 0,013 8
D MB= =0,9282 m
0,312 x √ 0 , 05

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A partir dos cálculos realizados, arredondando os valores sempre para cima, é possível
concluir a necessidade da instalação de uma tubulação com no mínimo 800 mm para funcionar
como extravasor no lago a montante do talude que separa as duas áreas de extração e uma
com diâmetro mínimo de 1.000 mm no lago a jusante do talude.
O sistema deverá ser instalado em cota superior aos extravasores já existentes, de
forma a ser utilizado somente em períodos de elevados índices pluviométricos (pode ser
denominado de plano B), ocasião em que ocorre uma elevação repentina dos níveis d’água dos
lagos, podendo ocasionar o rompimento dos taludes e o extravasamento de água dos lagos, o
que consequentemente pode ocasionar danos ao meio ambiente
Na Figura 6.1, pode ser observado o corte (seção) do talude entre os dois areeiros
indicando a forma como deve ser instalado o tubos extravasor e na Figura 6.2 pode ser
observado o esquema de tubulação existente no local bem como a indicação dos locais onde
deverá ser instalada a tubulação necessária para garantir a estabilidade do talude de
separação entre as cavas.

Figura 6.1 – Seção na área do talude entre os dois areeiros, mostrando a posição dos tubos.

Importante destacar que na entrada na tubulação já existente deverá ser instalado


uma peça hidrossanitária, denominada joelho de 90°, que funcionará como um septo,
barrando a entrada de qualquer objeto que possa diminuir a eficiência do sistema.

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Figura 6.2 – Planta com a localização das estruturas a serem implantadas.

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7 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Para instalação da tubulação extravasora é previsto um prazo máximo de 45 dias, de


tal forma que as obras estarão concluídas antes do período de chuvas, a contar do protocolo
deste estudo na Agência Nacional de Mineração – ANM.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando a delimitação das microbacias que contribuem para os lagos gerados


pela atividade de extração mineral foi calculado o volume de descarga das microbacias na área
visando dimensionar o sistema extravasor que deverá ser instalado para garantir a estabilidade
dos taludes de separação entre os lagos, atendendo a um episódio de chuva secular.
Com base nos cálculos de descarga foi possível constatar que se faz necessária a
complementação do sistema de drenagem existente, por meio da instalação de novas
tubulações de 800 mm, no talude que separa as duas áreas de extração de areia e, de uma
tubulação de 1.000 mm no lago do areeiro da Compedra, no talude localizado na divisa com
uma terceira área, que em épocas passadas foi utilizada para extração de areia.
Importante destacar que os cálculos de dimensionamento estão baseados nas áreas de
contribuição de cada microbacia, dados hidrológicos e coeficientes de escoamento superficial
para as condições atuais da microbacia, sendo necessário o monitoramento, principalmente
nos períodos de alto índice pluviométrico, da estabilidade dos taludes, variações de níveis d
´água, condições dos tubos extravasores, de forma a garantir que estas tubulações sejam
mantidas livres de sujeiras ou de objetos que possam diminuir a vazão de água que passa pela
tubulação e consequentemente a estabilidade dos lagos.

Campo Grande/MS, 14 de agosto de 2017.

Milton Medeiros Saratt Michel Nottbeck Bechtejew


Geólogo – CREA/MS 1977-D Geólogo – CREA/MS 18145-D

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9 IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA E DOS TÉCNICOS RESPONSÁVEIS PELA ELABORAÇÃO
DO ESTUDO HIDROLÓGICO

EMPRESA
Razão Social: Hidrosul Ambiental Serviços Geológicos Ltda
CNPJ: 07.190.897/0001-02
Endereço: Rua Pedro Celestino, nº 50
Bairro Monte Líbano
CEP: 79.004-560
Município/UF: Campo Grande / MS
Telefone: (67) 3324-4636
e-mail: hidrosul@hidrosulambiental.com.br
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Nome: Milton Medeiros Saratt
Profissão: Geólogo
CREA/MS: 1977-D
Nome: Michel Nottbeck Bechtejew
Profissão: Geólogo
CREA/MS: 18145-D

APOIO TÉCNICO
Nome: Osmair Simões
Profissão: Engenheiro Sanitarista e Ambiental
CREA/MS: 20348-D

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte. MANUAL DE HIDROLOGIA


BÁSICA PARA ESTRUTURAS DE DRENAGEM. 2° Edição – Rio de Janeiro, 2005.

SANTOS, G. G.; FIGUEIREDO, C. C.; OLIVEIRA, L. F. C.; GRIEBELE, N. P. Intensidade-duração-


frequência de chuvas para o Estado de Mato Grosso do Sul. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental, v.13, Campina Grande, PB, 2009.

TUCCI, C. E. M.; SILVEIRA, André L. L.; ... [et al.]. Hidrologia: ciência e aplicação - 4ª ed. 6ª
reimpressão – Porto Alegre: Editora da UFRGS/ABRH. 2014.

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