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Inconfidentes, 2017
ANDREW LORDANO MORARI
KARLA TAGLIAFERRO
Inconfidentes, 2017
2
Sumário
1 DADOS PRELIMINARES ................................................................................................. 5
1.1 Proprietário do imóvel rural ............................................................................................ 5
1.2 Interessado ....................................................................................................................... 5
1.3 Solicitante ........................................................................................................................ 5
1.4 Objetivo ........................................................................................................................... 5
2 DESCRIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO ........................................................................ 5
2.1 Realização da vistoria na propriedade ............................................................................. 5
2.2 Caracterização do imóvel ................................................................................................ 6
2.3 Forma de acesso ao imóvel ............................................................................................. 6
2.4 Recursos hídricos ............................................................................................................ 6
2.5 Topografia ....................................................................................................................... 6
2.6 Cobertura vegetal ............................................................................................................ 7
2.7 Área e tipos de benfeitorias ............................................................................................. 7
3 DESCRIÇÃO DE USO DA TERRA .................................................................................. 8
3.1 Capacidade do uso da terra.............................................................................................. 8
4 DESCRIÇÃO GERAL DE USO ...................................................................................... 10
4.1 Informações adicionais sobre o imóvel ......................................................................... 10
5 DEPRECIAÇÃO DOS BENS ......................................................................................... 10
5.1 Bens susceptíveis a depreciação .................................................................................... 10
5.1.1 Bens móveis .............................................................................................................. 10
5.1.2 Bens imóveis.............................................................................................................. 11
5.2 Métodos empregados para o cálculo de depreciação dos bens .................................... 11
5.2.1 Método linear ............................................................................................................ 11
5.2.2 Método de Matherson ............................................................................................... 12
5.2.4 Método de Cole ........................................................................................................ 13
5.2.5 Método de Kuentzle.................................................................................................. 13
5.2.6 Método de Ross ........................................................................................................ 14
APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO .......................................................... 14
6.1 Depreciação dos bens móveis ...................................................................................... 14
6.2 Depreciação dos bens imóveis ...................................................................................... 22
7. CLASSIFICAÇÃO DO USO DA TERRA....................................................................... 23
3
7.1 Grau de Uso da Terra (GUT) ........................................................................................ 24
7.2 Grau de Eficiência de Exploração (GEE) ..................................................................... 25
8. DESCRIÇÃO DO MERCADO .................................................................................... 26
8.1 Diagnóstico de mercado ................................................................................................ 26
8.2 Liquidez do Imóvel ....................................................................................................... 27
8.3 Valor de mercado .......................................................................................................... 27
9 VALOR DA TERRA NUA .............................................................................................. 27
9.1 Cálculo do Valor da Terra Nua (VTN) ......................................................................... 28
9.2 Cálculo do Valor Total do Imóvel (VTI) ...................................................................... 28
9.3 Partilha .......................................................................................................................... 28
10. DANO AMBIENTAL .................................................................................................. 31
10.1 Pontos positivos encontrados durante a vistoria ........................................................... 31
10.2 Avaliação dos danos ambientais ................................................................................ 32
10.3 Valoração ambiental ...................................................................................................... 32
10.3.1 Método Fator Ambiental .......................................................................................... 33
11 ADEQUAÇÕES SUGERIDAS AO PROPRIETÁRIO ................................................ 33
11.1 Classificação do uso da terra ..................................................................................... 33
11.2 Danos ambientais ....................................................................................................... 36
12 QUESITAÇÃO ............................................................................................................. 38
ANEXOS .................................................................................................................................. 47
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 50
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1 DADOS PRELIMINARES
1.2 Interessado
O senhor Benedito Gomes de Almeida demonstra interesse em realizar uma vistoria no
imóvel a fim de verificar se este atende os parâmetros ambientais estabelecidos pela lei, se
está cumprindo sua função social para que futuramente possa, por exemplo, requisitar um
financiamento de crédito rural. Diante do exposto vem por meio desse laudo pericial técnico
suceder um estudo sobre as condições atuais de sua propriedade, realizar o levantamento dos
seus bens móveis e imóveis para o financiamento desejado, além de ter conhecimento das
adequações que serão necessárias para atender os requisitos legais.
1.3 Solicitante
Éder Clementino dos Santos
1.4 Objetivo
Realizar uma avaliação da propriedade rural para verificação de aptidão para obtenção
de crédito rural e as adequações necessárias para atender os requisitos legais.
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Oliveira, Karla Tagliaferro e Matheus Dalló Laira. A segunda vistoria foi realizada pelos
mesmos às 9:00 horas do dia 26 de junho de 2017.
2.5 Topografia
O imóvel rural possui área acidentada com declividade média de 26%, sendo que não
apresenta variações expressivas no seu relevo.
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2.6 Cobertura vegetal
A propriedade não possui Área de Preservação Permanente, Área de Reserva Legal,
área remanescente de vegetação nativa e área de uso restrito.
A lavoura produtiva de café variedade Mundo Novo compreende uma área total de 1,6
ha, sendo a área efetiva em estágio de produção corresponde a 1,0 ha e as entrelinhas
compreendem 0,6 ha com cobertura vegetal. A lavoura de pepino da variedade caipira em
estágio de produção, cultivada sob ambiente protegido compreende uma área de 0,04 ha. A
pastagem formada com capim braquiária corresponde a 0,41 ha.
A casa sede, área de serviço, galpão e terraço é isolada por uma cerca de madeira
constituída de 2 réguas e um mourão a cada 2,5 metros, esta possui extensão de 97 metros. A
área que corresponde a lavoura de café é delimitada por uma cerca de arame farpado
constituída de 4 fios e mourões a cada 2,5 metros e possui um perímetro de 556 metros. O
restante da propriedade tem cercas de arame farpado com 5 fios e mourões a cada 2,5 metros,
que corresponde a 160 metros lineares. A área da estufa na qual o proprietário realiza o
cultivo de pepino corresponde a 0,04 hectares, sendo esta aberta nas laterais, constituída de
mourões de eucalipto não tratados e coberta com plástico resistente.
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Tabela 1. Descrição dos bens móveis identificados no imóvel rural Sítio das Andorinhas
Para isso a classificação de capacidade de uso da terra é dividida em três grandes grupos
(A, B e C):
Grupo A: terras passíveis de utilização com culturas anuais, perenes, pastagens e/ou
reflorestamento e vida silvestre;
8
Grupo B: terras impróprias para cultivos intensivos, mas ainda adaptadas para pastagens
e/ou reflorestamento e/ou vida silvestre;
Grupo C: terras não adequadas para cultivos anuais, perenes, pastagens ou reflorestamento,
porém apropriadas para proteção da flora e fauna silvestre, recreação ou armazenamento de
água.
Classe II: terras cultiváveis com problemas simples de conservação e/ou de manutenção de
melhoramentos;
Classe III: terras cultiváveis com problemas complexos de conservação e/ou de manutenção
de melhoramentos;
Classe IV: terras cultiváveis apenas ocasionalmente ou em extensão limitada, com sérios
problemas de conservação;
Classe V: terras adaptadas, em geral para pastagens, e, em alguns casos, para reflorestamento,
sem necessidade de práticas especiais de conservação, cultiváveis apenas em casos muito
especiais;
Classe VI : terras adaptadas, em geral para pastagens e/ou reflorestamento, com problemas
simples de conservação, cultiváveis apenas em casos especiais de algumas culturas
permanentes protetoras do solo;
Classe VII: terras adaptadas, em geral somente para pastagens ou reflorestamento com
problemas complexos de conservação;
Classe VIII: terras impróprias para cultura, pastagem ou reflorestamento, que podem servir
apenas como abrigo e proteção da fauna e flora silvestre, como ambiente para recreação ou
para fins de armazenamento de água.
E por fim em quatro subclasses, ‘’e’’ quanto a risco de erosão de solo, ‘’s’’ limitações
quanto ao uso do solo, ‘’a’’ limitações quanto ao excesso de água e ‘’c’’ limitações quanto ao
clima.
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Para classificação da propriedade Sítio das Andorinhas foi analisado a declividade média
da área, a vegetação existente, o potencial produtivo aparente e a homogeneidade da área,
classificou-se então a propriedade como sendo do grupo A classe I e subclasse ‘e’.
A depreciação pode ser classificada em física, ou seja, quando ocorre a perda de valor do
bem devido ao tempo de uso, desgaste físico e/ou deterioração, funcional quando o bem se
torna obsoleto, ocorrendo à perda ou redução de sua funcionalidade e/ou utilização e
depreciação econômica acarretada pela redução do valor de mercado do bem devido à
transferência de atividade e/ou preferência do mercado.
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5.1.2 Bens imóveis
Os bens móveis identificados na propriedade que são susceptíveis a depreciação são a
casa sede, área de serviço, galpão e estufa.
Depreciação anual:
DA= da x Vr
Sendo:
Da= Depreciação anual
da = Coeficiente de depreciação anual
Vr = Valor de reposição
Dt= t x da
Sendo:
Dt = Depreciação sofrida pelo bem, até a data atual
t = Idade aparente
11
da= Coeficiente de depreciação anual
dt= 1 – t ( 1 – r ) / n
Sendo:
dt = Depreciação sofrida pelo bem, até a data atual
t = Idade aparente
r = Valor residual
n= Vida útil aparente
Valor atual:
Va= Vr * d
Sendo:
Va = Valor atual do bem
Vr = Valor de reposição
d = Depreciação sofrida pelo bem, até presente a data (data atual)
Sendo:
d = Coeficiente de depreciação
n = Vida útil aparente
Vr = Valor de reposição
r= Valor residual
Vat= Vr (1 – d )𝑡
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Sendo:
Vat = taxa anual sobre o bem no início do ano
Vr = Valor de reposição
d = Coeficiente de depreciação
t = Idade aparente
Vat= Vr ( 1 – 2 / n )t
Sendo:
DT= 2 ( n – t + 1 ) / n ( n + 1 ) * ( Vr – r )
Sendo:
DT = taxa anual sobre o bem no início do ano
Vr = Valor de reposição
r = Valor residual
t = Idade aparente
n = Vida útil aparente
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depreciações na fase inicial e maiores na fase final, o que é compatível com o desgaste
progressivo, distribuindo ao longo da vida do bem.
d=1-(1-r) / (t²/n²)
Sendo:
d = fator de depreciação
r= Valor resisual
t= Idade aparente
n = Vida útil aparente
d= 1 – ( 1 – r ) t / n + t² / n²
Sendo:
d = Depreciação total
t = Idade aparente
n = Vida útil aparente
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Gráfico 1. Curvas geradas a partir da aplicação dos métodos de depreciação do trator Agrale.
Depreciação- Trator
R$30.000,00
R$25.000,00
Linear
R$20.000,00
Matherson
R$-
1 1,5 2 2,5 3 3,5 4
R$6.000,00
R$5.000,00
Linear
R$4.000,00
Matherson
R$-
1 3 5 7 9
6.1.3 Carreta
15
A carreta é um bem constituído de madeira, utilizada com frequência na propriedade
para o transporte de insumos e manutenção do sítio, é mantida em local protegido e o
proprietário realiza sua manutenção periodicamente.
Depreciação- Carreta
R$4.500,00
R$4.000,00
R$3.500,00
Linear
R$3.000,00
Matherson
R$2.500,00
Declínio em Dobro
R$2.000,00
Cole
R$1.500,00 Kuentzle
R$1.000,00 Ross
R$500,00
R$-
0 2 4 6 8 10 12
R$250,00
R$200,00
Linear
R$150,00 Matherson
Declínio em Dobro
R$100,00 Cole
Kuentzle
R$50,00 Ross
R$-
0 2 4 6 8 10 12
16
6.1.5 Caixas d’água Fort Lev
Gráfico 5. Curvas geradas a partir da aplicação dos métodos de depreciação das caixas d’
água.
R$700,00
R$600,00
R$500,00 Linear
Matherson
R$400,00
Declínio em Dobro
R$300,00 Cole
R$200,00 Kuentzle
Ross
R$100,00
R$-
0 1 2 3 4 5 6
17
Gráfico 6. Curvas geradas a partir da aplicação dos métodos de depreciação das caixas de
transporte.
R$200,00
Linear
R$150,00 Matherson
Declínio em Dobro
R$100,00 Cole
Kentzle
Ross
R$50,00
R$-
0 1 2 3 4 5 6
Gráfico 7. Curvas geradas a partir da aplicação dos métodos de depreciação das fitas de
gotejo.
R$200,00
R$180,00
R$160,00
R$140,00 Linear
R$120,00 Matherson
18
6.1.8 Linha principal
R$35,00
R$30,00
Linear
R$25,00 Matherson
R$5,00
R$-
0 1 2 3 4 5 6
R$3.500,00
R$3.000,00
R$2.500,00 Linear
Matherson
R$2.000,00
Declínio em Dobro
R$1.500,00 Cole
R$1.000,00 Kuentzle
Ross
R$500,00
R$-
0 2 4 6 8 10 12
19
6.1.10 Motossera Kawashima
Gráfico 10. Curvas geradas a partir da aplicação dos métodos de depreciação da motosserra
Kawashima.
R$700,00
R$600,00
Linear
R$500,00 Matherson
R$-
0 2 4 6 8 10 12
20
Gráfico 11. Curvas geradas a partir da aplicação dos métodos de depreciação do perfurador
Kawashima.
Depreciação - Perfurador
R$1.000,00
R$900,00
R$800,00
R$700,00 Linear
R$600,00 Matherson
R$400,00 Cole
Kentzle
R$300,00
Ross
R$200,00
R$100,00
R$-
0 2 4 6 8 10 12
Gráfico 12. Curvas geradas a partir da aplicação dos métodos de depreciação da roçadeira
Sthil.
R$2.000,00
R$1.800,00
R$1.600,00
R$1.400,00 Linear
R$1.200,00 Matherson
21
6.2 Depreciação dos bens imóveis
Foi realizada a aplicação dos métodos de depreciação com a finalidade de analisar as
taxas de depreciação sofrida por cada benfeitoria no decorrer do tempo de uso. Neste sentido,
segue a descrição e a representação dos gráficos elaborados a partir da aplicação dos métodos
de depreciação dos bens imóveis levantados na propriedade Sítio das Andorinhas.
Gráfico 13. Curvas geradas a partir da aplicação dos métodos de depreciação da casa sede.
6.2.2 Galpão
22
Gráfico 14. Curvas geradas a partir da aplicação dos métodos de depreciação do galpão.
Depreciação- Galpão
R$2.500,00
R$2.000,00
R$1.500,00
R$1.000,00
R$500,00
R$-
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
6.2.3 Estufa
23
7.1 Grau de Uso da Terra (GUT)
Para a classificação do tipo de uso da terra, em área não aproveitável e área
aproveitável não utilizada, baseou-se na Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, artigo 10º,
na qual as áreas analisadas na propriedade se enquadram no inciso I, áreas ocupadas por
construções e instalações, excetuadas aquelas destinadas a fins produtivos, como estufas,
viveiros, sementeiros, tanques de reprodução e criação de peixes e outros semelhantes e como
área não aproveitável e as áreas que compreendem as benfeitorias.
Sendo que a área em estudo possui 1,05 ha de área aproveitável não utilizada,
subdivididas em:
A mesma ainda conta com uma área aproveitável total de 2,09 ha sendo esse valor foi
obtido de acordo com a área do terreno excluindo-se as benfeitorias nelas contidas, que
possuem os seguintes valores:
24
Área não aproveitável (ha) Valor (%) Área (ha)
1,05
GUT= 2,09 𝑥100
GUT= 49,76%
Á𝑟𝑒𝑎 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒
GEE= Á𝑟𝑒𝑎 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 𝑥100
O GEE foi calculado de acordo com a produção atual de pepino e café. Para o pepino a
área que compreende a de 0,04 ha, o valor do GEE foi de 41, 66%. Para o café com área
equivalente a 1 ha, foi feita uma estimativa de valor do GEE, uma vez que ainda não foi
realizada a colheita dos frutos após a poda (recepa) feita pelo atual proprietário. Essa
estimativa foi baseada em dados das três últimas safras referentes aos anos de 2014, 2015,
2016 e a estimativa de safra para 2017 de café de acordo com a Conab MG, Brasil (IBGE) e
Minas Gerais (IBGE) como descrito a seguir:
25
GEE-Pepino (0,04 ha)
(ton./ha)
Hortvale 60 1 41,66
GEE-Café (1 ha)
8. DESCRIÇÃO DO MERCADO
26
O imóvel possui água encanada, energia elétrica com padrão de distribuição de energia
e realiza a produção de café e hortaliças. Atualmente conta com a produção de pepino,
realizando-se exploração agrícola, visto que a propriedade possui terras com grande aptidão
para cultivo.
Pode ser definida como liquidez baixa, onde ocorre grande demora de dias ou meses
para a venda do imóvel pelo preço que realmente ele vale. Liquidez normal onde as vendas
ocorrem de forma periódica, porém com risco de não ocorrer vendas por determinado período
e por fim, liquidez alta quando ocorre a venda do imóvel com grande fluidez e na maioria das
vezes pelo valor sugerido pelo proprietário.
27
acordo com a Lei nº 9.393 de 1996, artigos 8º, § 1º e 2º, e 10º § 1º, I; IN SFR nº 256, de 2002,
art. 32, § 1º.
VTN = R$ 46.457,52
VTI = R$ 165.065,15
9.3 Partilha
A operação de partilha consiste em repartir ou dividir determinado bem móvel ou
imóvel para os possuidores, sendo que os mesmos receberão os bens que os couberem. Para
realização do processo de partilha deve-se proceder o inventário detalhado do bem a ser
partilhado, constando todas as informações necessárias para o processo.
28
Para recomendação da partilha, levou-se em consideração a situação atual do
proprietário, onde o mesmo encontra-se aposentado sem exercer atividades frequentes, este
obtém maior parte de seu sustento de seu benefício previdenciário, portanto, não mais
objetiva a exploração agrícola da propriedade. Sendo assim, será recomendado que seu filho,
recém-formado no curso técnico em agropecuária e com grande disposição para investir na
atividade agrícola, assuma as áreas produtivas do imóvel, tendo a responsabilidade de garantir
a função social da terra, prevista no art. 186 da Constituição Federal 1988 c\c art. 9º da lei
8.629 de 1993.
Desta maneira o proprietário terá uso fruto: casa sede avaliada em R$ 93.700,95,
estrada de acesso avaliada em R$ 10,12 e a rede elétrica da propriedade avaliada em R$
345,60.
Valor atual:
Va = Vr x un x d
Va = valor atual;
un = quantidade de unidades;
d = coeficiente de depreciação.
Coeficiente de depreciação:
d = 1 – t (1-r)/n
d = coeficiente de depreciação;
29
r = valor residual após a vida útil.
D = pk + ( 1- k ) d1
d = coeficiente de depreciação
Nas tabelas a seguir serão apresentadas as áreas com seus respectivos valores
designadas a cada uma das partes.
30
Como mostra a tabela 3, as glebas possuem valores monetários diferentes, porém essa
diferença é compensada quando se analisa a possibilidade de exploração da terra por parte do
herdeiro, onde a parte que lhe coube possui grande aptidão agrícola sendo possível a
exploração e geração de renda, por outro lado a parte que o proprietário ocupará é
exclusivamente para seu abrigo uma vez que não exerce mais exploração da terra devido sua
renda obtida a partir da aposentadoria.
31
10.2 Avaliação dos danos ambientais
Durante a vistoria, também foram observados alguns danos ambientais, que serão
descritos a seguir:
Área de APP fora das adequações legais: A água utilizada na propriedade é
proveniente de uma nascente localizada fora dos limites do imóvel. Por utilizar essa fonte, o
proprietário tem por obrigação realizar a manutenção desta, assim como seu irmão, que
também faz o usufruto, e o dono da área. De acordo com o artigo 4º, IV da Lei 12.651/12, o
raio mínimo de recomposição em torno da fonte, para este caso, é de 50 m. Entretanto,
existem apenas 5 m de APP ao redor da nascente, o que está fora dos padrões legais.
Corte de árvores: O proprietário, a fim de realizar a construção de uma estufa,
efetuou o corte de 15 árvores de eucalipto, que estavam localizadas fora de áreas protegidas.
Ainda assim, de acordo com a Portaria IEF n°02/09, este deveria ter obtido autorização do
órgão competente para a realização de tal supressão.
Área desprotegida: Conforme previsto no artigo 102° da Lei 8.171/91, o solo deve
ser respeitado como patrimônio natural do país, devendo sua erosão ser combatida pelo Poder
Público e pelos proprietários rurais. Tal dispositivo legal não é aplicado na propriedade, pois
há uma área de 400 m² que se encontra sem cobertura, prática que favorece a degradação da
terra.
Reserva legal: A propriedade não possui área de reserva legal estabelecida pelo artigo
12°, II da Lei 12.651/12. De acordo com este dispositivo legal, para o imóvel em questão, o
indicativo é de 0,46 ha. Porém, como se trata de uma pequena propriedade, é recomendável
que o plantio de espécies nativas seja feito em outra área de mesma titularidade. Trata-se de
uma área coberta com pastagem e com presença de semoventes, de 26,08 ha, que também não
possui sua parcela de reserva legal. Desta forma, a recomposição total a ser feita será de 2,87
ha.
32
É feita por meio de métodos que captam e atribuem valores para os bens e serviços
gerados pelo o meio ambiente, tornando-se possível aos órgãos competentes e aos tomadores
de decisão a base para a implementação de políticas de conservação e preservação dos
recursos naturais e ambientais (BRANDLI et al., 2006).
AV = CRA + FA
Em que,
CRA = custo de recuperação de área – somatório dos custos de todas as atividades necessárias
para recompor o meio ambiente;
A partir desse método foram estimados os custos de reparação dos danos encontrados
no imóvel.
A propriedade possui também uma área acima da estufa de hortaliças, que se encontra
descoberta na qual se recomenda o plantio de cana- de- açúcar para fins de proteção do solo e
melhor aproveitamento no uso da terra, esta área corresponde a 0,04 hectares da área
aproveitável não utilizada.
33
Área efetivamente utilizada (ha) Valor (%) Área (ha)
1,68
GUT= 2,09 𝑥100
GUT= 80,39%
Dessa forma o GUT foi elevado de 49,76% para 80,39%, ou seja, há melhor
aproveitamento da área, atingindo os 80% que são exigidos por lei pra ser considerada uma
propriedade produtiva.
34
GEE-Feijão (0,6 ha)
Estando assim em conformidade com a lei que preconiza um GEE igual ou superior a
100% para tornar a atividade produtiva.
A propriedade não possui APP, pois não possuir nenhuma nascente ou curso d’água
dentro da mesma e sua área de RL deverá ser recompensada em outro imóvel rural do mesmo
proprietário, no qual este realiza atividade pecuária. Realizando-se os cálculos do GUT e GEE
da área onde será recompensada a RL obteve-se então os seguintes valores:
RL 4.968,00 120
Total 4.968,00
35
11.2 Danos ambientais
11.2.1 Nascente
36
11.2.2 Solo desprotegido
Na propriedade pode-se constatar uma pequena área de solo descoberto, essa área está
localizada acima da estufa, havendo um possível risco de erosão.
Diante disso, recomenda-se realizar uma prática que contribua para a conservação do
solo, além agregar valor a área. Segundo a lei Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, artigo
102°, parágrafo único é dever de todos preservar pelos solos, portanto recomenda-se o plantio
de cana-de-açúcar, como uma maneira preventiva, pois a cana possui um bom sistema
radicular, proporciona boa infiltração da água da chuva e produção de massa verde. O
proprietário tem criação gado de corte em outra propriedade, podendo então utilizar a cana
para a produção como alimentação dos animais.
AV (DA) = R$ 494,14
A propriedade em questão não possui área de RL estabelecida pela, artigo 12° , inciso
II. Nesse sentido, a proposta de adequação a lei é que o proprietário faça a compensação da
RL em outra área pertencente ao mesmo produtor de acordo como disposto no artigo 66°, § 5º
e 6º da Lei 12.651/12.
37
O indicativo para a área onde se realizou a perícia é de 0,46 hectares de RL, e na área
maior onde foi proposta a recomposição o indicativo é de 5,22 hectares.
12 QUESITAÇÃO
12.1 Requerente
Não.
Sim.
Sim, está na proximidade da rodovia MG 290 e não possui dificuldade de acesso nos
períodos chuvosos.
Não, o proprietário faz uso da água proveniente da nascente que se encontra no terreno
vizinho.
Sim, dentre as benfeitorias estão a casa sede, galpão, área de serviço, cercas, estufa e
terreiro.
39
Qual a quantidade de bens móveis que foram constatados durante a vistoria?
O trator Agrale.
Sim, todos os bens móveis sofrem desvalorização devido ao desgaste natural pelo uso
e envelhecimento.
Regular/ Bom.
Algum dos bens avaliados possui alguma avaria que possa prejudicar a valoração da
depreciação?
Sim, alguns bens possuem muitos anos de uso, dentre eles o pulverizador costal Jacto
e a motosserra Sthil.
Não. Porém o proprietário possui outra área e nesta há a criação de gado para corte.
40
Método linear, Matherson, Declínio em dobro, Cole, Kuentzle e Ross.
41
O proprietário possui outra fonte de renda além daquela gerada pela exploração do
imóvel?
Em caso de partilha da propriedade entre o senhor Benedito e seu filho, a casa sede, as
estradas de acesso e a rede elétrica ficariam em posse do primeiro, enquanto que a área
produtiva do imóvel pertenceria ao segundo.
Durante a vistoria e conversa com o proprietário, foi constatado algum dano ambiental?
Sim. Por se tratar de uma propriedade pequena, de 2,31 hectares, a vistoria foi
realizada na propriedade como um todo.
Sim. Cada bem móvel e imóvel da propriedade teve seu valor atual estimado.
Sim, o solo desprotegido está sujeito a sofrer com maior intensidade ao processo
erosivo desencadeado pelas condições climáticas seja por chuva como pelo vento, esta erosão
é considerado dano ambiental.
Sim, desde que a área esteja no mesmo bioma da área que necessita de recomposição
da RL.
São áreas que já eram utilizadas para fins de exploração agrícola antes de 22 julho de
2008.
44
Para o cálculo de depreciação dos bens móveis foi levado em consideração quais
parâmetros?
45
Andrew Lordano Morari
RA:
Karla Tagliaferro
RA
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ANEXOS
Imagem 1. Demarcação dos limites da propriedade Sítio das Andorinhas, em vermelho a área
total do sítio e em amarelo a área correspondente a lavoura de café.
47
Imagem 3. Propriedade na qual foi sugerida a compensação da RL, em vermelho o local no
qual sugeriu-se o plantio das árvores.
48
Imagem 5. Presença de quebra- vento (bananeiras) ao redor da lavoura de café.
49
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação
nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e
11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e
7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e
dá outras providências. Diário Oficial da república Federativa do Brasil. Brasília, DF, 25 maio
2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso em: 27 maio 2017.
BRASIL. Portaria nº. 02, de 12 de janeiro de 2009. Cria o Documento Autorizativo para
Intervenção Ambiental - DAIA em substituição da Autorização para Exploração Florestal -
APEF. . Disponível em
http://www.ief.mg.gov.br/images/stories/daia/portaria_ief_n%C3%A2%E2%80%A2%E2%80
%98_02_2009.pdf. Acesso em: 27 maio 2017.
BRASIL. Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências..
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm. Acesso em: 27 maio
2017.
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de 1980, bem como os procedimentos para cálculo dos Graus de Utilização da Terra -GUT e
de Eficiência na Exploração GEE, observadas as disposições constantes da Lei n. º 8.629, de
25 de fevereiro de 1993. Disponível em:
http://www.incra.gov.br/media/institucional/legislacao/atos_internos/instrucoes/instrucao_nor
mativa/IN11_040403.pdf. Acesso em: 04 jun 2017.
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