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Noções Práticas de Inventário |

Olá! Ficamos honrados pela oportunidade de trabalhar juntos. E trabalhar com


pessoas que querem evoluir é sempre mais fácil.

Muitos querem atuar no Direito de Sucessões, mas há algumas armadilhas no


caminho.

Neste e-book nós vamos te passar dicas importantíssimas para atuar no Direito
das Sucessões por meio de uma linguagem simples, como se estivéssemos conversando
em um happy hour – esperamos que possamos fazê-lo em breve! :D

Todos sabemos que é uma área extremamente LUCRATIVA, mas tem suas
armadilhas, é bem verdade.

A rigor, trabalhar com inventários exige, pelo menos, conhecimentos em Direito


de Família, Direito de Sucessões, Direito Tributário e Legislação Tributária.

Muita coisa, não é?

Então estamos aqui para facilitar a trajetória e ir direto ao que interessa.

No e-book NOÇÕES PRÁTICAS DE INVENTÁRIO te passaremos a visão do processo


como um todo: desde a recepção do cliente até o pagamento do ITCMD.

E se você por acaso está com um caso em mãos sem saber o que fazer ou prestes
a pegar um, aqui podemos ter a solução para você.

Ainda quanto ao conteúdo, se você procura um ponto específico, abaixo tem um


índice que pode te ajudar. Mas se ainda é iniciante ou mesmo procura se aprofundar no
assunto, aconselhamos a leitura do material como um todo.

Por fim, o nosso combinado: esse e-book é voltado para orientações práticas.
Portanto alguns detalhamentos legais ou doutrinários serão deixados para uma outra
oportunidade.

Fique à vontade para tirar dúvidas conosco no Portal Modo Advogado™. O


conhecimento compartilhado tem o potencial de mudar a trajetória das pessoas e esse
é o objetivo do nosso Portal.

Um abraço.

Anna e Jonatas. (Instagram @modoadvogado)

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Noções Práticas de Inventário |

NOÇÕES PRÁTICAS DE INVENTÁRIO – ÍNDICE


1. CLIENTE BATEU À PORTA: E AGORA?! ...............................................4
1.1 ALERTAS AO CLIENTE .............................................................................................. 6
2. ESPÓLIO E HERANÇA .........................................................................6
2.1 PARTILHA E SOBREPARTILHA .................................................................................. 6
2.2 E SER TIVER TESTAMENTO?..................................................................................... 7
2.3 DE CUJUS DEIXOU DÍVIDAS – O QUE FAZER?........................................................... 8
2.4 INVENTÁRIO (JUDICIAL X EXTRAJUDICIAL), ARROLAMENTO E ALVARÁ – O MELHOR
PROCEDIMENTO PARA CADA SITUAÇÃO ...................................................................... 9
3. PRECIFICAÇÃO DO SERVIÇO E CONTRATO DE HONORÁRIOS ........... 11
4. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE A HERANÇA – ITCMD/ITCD.......... 12
4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ...................................................................................... 13
4.2 E O VALOR DOS BENS? .......................................................................................... 15
4.3 INVENTÁRIO, ARROLAMENTO E ESCRITURA PÚBLICA – QUANDO FAZER O
PAGAMENTO?............................................................................................................. 16
4.4 QUANDO SERÁ DEVIDO IMPOSTO SOBRE A DOAÇÃO? ......................................... 17
5. OUTRAS DÚVIDAS RECORRENTES ................................................... 19
6. VOCÊ PODE SER UM ESPECIALISTA .................................................. 20

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1. CLIENTE BATEU À PORTA: E AGORA?!


No mundo ideal nós aprendemos primeiro e depois colocamos em prática. No
mundo real, nos viramos para resolver os pepinos do dia a dia.
Esteja minimamente preparado para quando o cliente chegar até você. Não
estamos aqui falando de estrutura física. Hoje em dia o advogado trabalha com um
notebook e o token. O que queremos dizer é que você precisa conhecer todo o
procedimento do inventário, precisa ter um bom modelo próprio de contrato de
honorários, ser proativo e acima de tudo ter um bom direcionamento de onde começar
e do objetivo que deseja atingir. Esta clareza é que nós vamos trazer para você.
Por isso trazemos logo no começo do e-book a solução para quem já pegou um
inventário ou está prestes a pegar. Veja um check-list básico de documentos a serem
solicitados:
• Certidão de óbito do autor da herança (de cujus);
• Certidão de casamento ou de nascimento do autor da herança;
• Cópia de documento de identidade e CPF: (1) do falecido, (2) dos herdeiros, (3)
do cônjuge, se houver;
• Certidão de nascimento ou casamento dos herdeiros (assim como pacto
antenupcial nos casos existentes – pouco frequente);
• Solicitar endereço, telefone e e-mail das partes para preenchimento da
declaração ITCMD/ITCD (procedimento para pagamento do imposto – detalhes
à frente);
• Comprovação da propriedade de todos os imóveis, móveis e direitos (o
documento irá variar conforme o bem – atenção às eventuais desatualizações –
exemplos: certidão da matrícula, CRLV, extrato bancário, contrato social, etc);
• Certidão de valor venal ou cópia do IPTU de todos os imóveis para verificação do
valor venal;
• Certidão de inexistência ou existência de testamento – em caso de existência é
necessário processo judicial específico;
• Contrato social e balancetes de empresas das quais o autor da herança for sócio;
• Certidões negativas de débitos das fazendas Federal, Estadual e Municipal.

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Separamos um arquivo com essa lista para você, caso queira imprimir para seu
melhor uso. Clique no link abaixo para acessar o check list.
https://drive.google.com/file/d/1vXYYN7Jh4Ho7oT_hfeQAHK9nX6JxaGZy/view?usp=sh
aring
Um alerta que vale a pena devido ao título desde tópico: muito cuidado ao
precificar o serviço com base no que foi dito pelo cliente. Certifique-se das condições da
documentação dos bens antes de tomar essa decisão.
Um rápido exemplo: falecido deixa apenas um carro e uma casa. Você passa o
preço mínimo, conforme tabela da OAB aplicável no seu estado e depois descobre que
a casa deverá ser regularizada por meio de uma ação de usucapião. Você não vai querer
prestar o serviço pelo preço que passou anteriormente e o cliente não vai gostar de você
ter “aumentado” o preço. Cuidado!
Qual a solução para evitar este tipo de problema? Peça sempre a certidão
atualizada dos bens. Inclua no seu contrato de honorários que a regularização de
quaisquer imóveis do espólio deverá ser realizada mediante nova combinação
contratual.
Outro alerta! Solicite uma certidão de busca de bens imóveis no nome do falecido,
principalmente se o valor dos honorários for calculado sob o valor do espólio. Com essa
providência você evita também sobrepartilha por haver deixado algum bem de fora por
desconhecimento da existência do mesmo.
Em alguns estados já é possível realizar a pesquisa on-line de bens. Para te ajudar,
trazemos aqui o site https://www.registradores.org.br, que realizada o serviço de
"Pesquisa de Bens" - busca de bens imóveis e outros direitos reais registrados em
determinado número de CPF ou CNPJ em uma base compartilhada pelos Cartórios de
Registro de Imóveis do Estado.
No estado de Minas Gerais há o site https://www.crimg.com.br que possibilita a
pesquisa eletrônica de bens. Esta ferramenta possibilita a pesquisa da ocorrência de
determinado CPF ou CNPJ na base de dados da CRI-MG, conforme informações
disponibilizadas pelos cartórios. Por meio dela, é possível saber se o pesquisado figura,
ou já figurou como proprietário, locatário ou usufrutuário de algum imóvel, ou até
mesmo, se possui, ou já possuiu vínculo com algum registro auxiliar como cédula de
crédito, convenção de condomínio, dentre outros.
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1.1 ALERTAS AO CLIENTE


Não raramente você terá contatos com clientes que não têm o mesmo nível de
instrução que você. Ou, ainda que tenham, atuam em áreas totalmente diferentes do
Direito.
É importante deixar claro para essas pessoas as consequências do adiamento do
procedimento de inventário. Por ser o ITCMD/ITCD um imposto de competência
estadual, os encargos são diferentes em cada estado. Mas uma regra é universal: eles
não são leves.
Por isso, no caso de uma mera abordagem inicial ou mesmo de uma consulta, avise
o cliente que ele está sujeito a pagar o dobro do imposto dependendo do tempo que
demorar para agir, ou que poderá ter descontos caso pague dentro de um determinado
tempo. Outra ressalva importante é a desvalorização de bens imóveis que não estão
regulares.
É certo que mesmo assim a pessoa poderá escolher adiar o recolhimento, mas não
poderá alegar que foi mal orientado por você posteriormente.

2. ESPÓLIO E HERANÇA
Aqui temos alguns cuidados interessantes de ordem prática a serem tomados.
Primeiramente, não acredite de pronto no que o cliente fala. Muitas vezes a pessoa
realmente acredita que um ou outro bem estava em nome do falecido e só descobre a
real situação quando busca a documentação para entregar ao advogado.
Portanto, os bens do de cujus são aqueles onde o advogado “lê o nome dele”
quando da posse da documentação – o que irá determinar o preço do serviço – como
vimos antes.

2.1 PARTILHA E SOBREPARTILHA


Importante que você tenha em mente a possibilidade de sobrepartilha, pois pode
inventariar uma parte dos bens em um momento, deixando bens determinados bens
para um momento posterior. Veja o que diz a lei.
CPC/15.
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Art. 669. São sujeitos à sobrepartilha os bens:


I - sonegados;
II - da herança descobertos após a partilha;
III - litigiosos, assim como os de liquidação difícil ou morosa;
IV - situados em lugar remoto da sede do juízo onde se processa o inventário.
Parágrafo único. Os bens mencionados nos incisos III e IV serão reservados à
sobrepartilha sob a guarda e a administração do mesmo ou de diverso
inventariante, a consentimento da maioria dos herdeiros.
O inciso III acima é muito útil para o caso em que os herdeiros não concordam
apenas em relação a uma parcela da herança. Faz-se o inventário dos incontroversos e
depois resolve-se o controverso.
Outro uso inteligente da sobrepartilha é para deixar imóveis irregulares para
serem inventariados em posterior partilha, realizando o inventário com mais agilidade
da parte do espólio que se encontra regular.
Obviamente, é a deixa para o ajuste do recebimento dos honorários em
momentos diversos e proporcionais ao montante inventariado – lembre-se de fazer este
ajuste quando da assinatura do contrato de honorários.

2.2 E SER TIVER TESTAMENTO?


O testamento não é tão frequente no Brasil, mas encontramos alguns. É
importante você saber que há uma recente decisão importante sobre o tema. Porém,
primeiramente, vejamos o dispositivo aplicável.
CPC/15.
Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao
inventário judicial.
§ 1º Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão
ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para
qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância
depositada em instituições financeiras.

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Há recente decisão da quarta turma do STJ em que é conferida nova interpretação


ao dispositivo, permitindo o inventário extrajudicial após o registro do testamento em
processo judiciário, desde que os herdeiros sejam maiores, capazes e concordes.
Em termos simples: (1) registro do testamento junto ao Judiciário; (2) inventário
extrajudicial dos bens.
E como ter certeza se existe testamento ou não? É fácil! Acesse o site
https://censec.org.br , neste portal é possível solicitar informações sobre existência ou
não de testamento, público ou cerrado, assim como suas eventuais revogações.
Para realizar a solicitação de informação sobre existência de testamento é
necessário encaminhar os seguintes documentos digitalizados:
1. Documento de identificação e CPF do falecido;
2. Certidão de óbito emitida pelo Registro Civil de Pessoas Naturais ou Tradução
de óbito em casos de falecimentos ocorridos no estrangeiro.
Para óbitos ocorridos no estado de São Paulo, acesse a Central de Atos Notariais
Paulista – CANP.

Imagem 1 – CENSEC – Página Principal

2.3 DE CUJUS DEIXOU DÍVIDAS – O QUE FAZER?


É comum que as pessoas deixem não só bens como também dívidas. Aí podemos
ter uma “sinuca de bico” aqui, pois será necessário emitir as certidões negativas. Há
casos em que a família consegue quitar as eventuais dívidas às suas próprias expensas
para emissão das certidões e fazem um acerto posterior entre si.

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No entanto, há situações em que a família não tem condição financeira para assim
proceder. Aqui será necessário um alvará para levantamento de valores ou mesmo para
venda de um ou vários bens deixados para que se possa regularizar a situação financeira.
Lembramos que tal alvará pode ser também expedido com base em eventual
dificuldade financeira enfrentada por aqueles próximos ao falecido.
Cabe aqui um alerta. O alvará terá um prazo para a prática do ato nele autorizado,
por isso aconselhamos que você oriente o inventariante a colocar o bem em questão à
venda e solicite o alvará quando houver proposta concreta.
Isso porque você poderá solicitar o alvará e eventualmente surgir comprador após
a validade estabelecida pelo juiz, o que gerará retrabalho.
É importante também que o representante verifique a eventual existência de
seguro em contratos de parcelamento/ financiamento que venham a cobrir o evento
morte, quitando a eventual dívida.

2.4 INVENTÁRIO (JUDICIAL X EXTRAJUDICIAL), ARROLAMENTO E ALVARÁ


– O MELHOR PROCEDIMENTO PARA CADA SITUAÇÃO
Nossa primeira consideração é sobre a possibilidade de realizar o procedimento
de forma extrajudicial, o que trará mais celeridade. Aqui você deve lembrar-se de que,
ainda que haja testamento, há precedente recente para a realização do procedimento
de forma extrajudicial, após o registro do testamento.
Caso não haja testamento, o que ocorre na maioria dos casos, basta que sejam
verificadas as condições constantes do artigo 610, § 1º, que repetimos abaixo.
CPC/15.
Art. 610. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao
inventário judicial.
§ 1º Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão
ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para
qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância
depositada em instituições financeiras.
Excluída a hipótese de inventário extrajudicial, nos resta a via judicial,
sabidamente mais morosa. A partir deste ponto deveremos verificar qual o

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procedimento a ser aplicado: (1) inventário, (2) arrolamento ou (3) arrolamento


sumário.
Aconselhamos o raciocínio por exclusão, pois queremos sempre o procedimento
mais simples e célere. Portanto, vejamos as condições do arrolamento e arrolamento
sumário. Caso não sejam aplicáveis, nos restará o inventário judicial.
No caso do arrolamento, que é um processo judicial mais simples, o artigo 659 do
CPC/15 traz como condição a partilha amigável.
CPC/15.
Art. 659. A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos
da lei, será homologada de plano pelo juiz, com observância dos arts. 660 a
663.
Ressaltamos aqui uma diferença significativa entre o arrolamento e o inventário:
o recolhimento do imposto no âmbito do processo judicial.
No caso do arrolamento, por ser um procedimento mais célere, o juiz não exigirá
o pagamento do ITCMD/ITCD para a extinção do processo, o que torna seu término mais
ágil do que inventário.
No entanto, ainda assim o imposto é exigido, pois ocorreu o fato gerador morte.
Portanto você deverá proceder ao recolhimento do imposto de forma correta. Do
contrário, os herdeiros serão surpreendidos posteriormente com a cobrança do
imposto, em regra, quando quiserem dispor dos bens, além do risco de autuação por
parte da fiscalização tributária.
Importante ainda a diferenciação entre arrolamento e arrolamento sumário.
Colocaremos abaixo a correlação dos dispositivos caso você queira ler a literalidade e
em seguida mostraremos um esquema que resume a diferença.
• Arrolamento comum: artigo 659;
• Arrolamento sumário: artigos 660 a 663.

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Valor =< 1000 salários


mínimos

Comum
Valor =< 1000 salários
mínimos / incapaz de
acordo / MP
Arrolamento

Amigável entre
herdeiros capazes

Sumário

Herdeiro único

Imagem 2 – Arrolamento Comum e Sumário

Como dito acima, caso a situação apresentada exclua tanto o arrolamento quando
o arrolamento sumário, nos restará recorrer ao inventário judicial.
Ainda, caso a situação financeira do cliente leve o advogado a considerar a forma
mais econômica, lembramos da possibilidade da concessão de gratuidade de justiça. Ou
seja, o procedimento extrajudicial é mais célere, não sendo necessariamente mais
barato.

3. PRECIFICAÇÃO DO SERVIÇO E CONTRATO DE HONORÁRIOS


Aprender a calcular o valor do seu serviço é fundamental para a sobrevivência e
sucesso do seu escritório e da sua carreira.
Trabalhar com inventário de bens é altamente rentável, o que pode lhe
proporcionar segurança e independência financeira. Basta saber trabalhar e cobrar!
Para precificar o seu trabalho tenha sempre em mente o que precisará ser feito
do atendimento ao cliente até a finalização do serviço. Vamos tomar como exemplo um
caso de inventário extrajudicial e destrinchar o serviço conforme abaixo:
1- Atendimento com os herdeiros ou inventariante – 3 horas
2- Receber documentos, assinar contrato e procuração - 2 horas
3- Análise dos documentos recebidos – 4 horas
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4- Busca de documentos faltantes – 2 horas


5- Preenchimento e emissão da guia de ITCMD – 4 horas
6- Elaboração de minuta da escritura pública do inventário – 2 horas
7- Assinatura da escritura pública de inventário – 1 hora
8- Protocolo da escritura pública de inventário no Cartório de Registro de
Imóveis, DETRAN, instituições financeiras, prefeitura etc. – 3 horas
9- Imprevistos – 2 horas

No caso hipotético acima, gastaríamos 23 horas para a realização da prestação


de serviço, dentre horas intelectuais e horas mecânicas, tais como diligenciar no
Cartório. Geralmente a cobrança dos honorários em causas de inventário tem por base
de cálculo o valor do patrimônio, sendo em Minas Gerais e São Paulo, por exemplo,
conforme a tabela da OAB o percentual de 6%.
Porém, é necessário planejar o passo a passo da prestação de serviço para que
você não caia no temido “pagar para trabalhar”. Nos casos em que o percentual sobre
o patrimônio não for justo para o trabalho a ser feito, considere cobrar pela hora
trabalhada.
Existem ainda estratégias para majorar seus honorários, como por exemplo,
oferecer serviços extras como a regularização da propriedade dos imóveis e
planejamento sucessório para o cônjuge sobrevivente, para que os seus herdeiros não
tenham que passar por todo procedimento outra vez. Fique de olho nas oportunidades
e venda soluções!
Quando estiver assinando o seu contrato de honorários, vista aquela sua melhor
camisa e lembre-se de nós, para lhe desejar boa sorte neste momento!
Para facilitar seu trabalho, no link abaixo você poderá acessar um contrato de
honorário, que deverá ser adaptado à sua realidade.
https://drive.google.com/file/d/1J0PpS21FiJzSvbp4ZgUU7Y_vDOeBFMf7/view?usp=sh
aring

4. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE A HERANÇA –


ITCMD/ITCD
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4.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


Um importante tema a ser levado em conta é recolhimento do imposto. Ponto de
várias discussões, faremos uma exposição breve sobre o tema, procurando te passar
uma boa noção sobre o momento correto do recolhimento. Após, faremos algumas
considerações importantes, uma vez que não é possível esgotar o tema nesta ocasião.
Primeiramente, você deverá identificar, de acordo com a data da morte, a
incidência do imposto correto. Isso ocorre porque caso a morte seja muito antiga, é
possível que o imposto incidente seja o ITBI, não o ITCMD/ITCD, o que vai mudar a lei
que regula o imposto, mudando, portanto, base de cálculo, alíquota, eventuais isenções
etc.
É importante lembrar que estamos falando de um imposto de incidência estadual,
portanto cada ente desta natureza terá sua lei. Você deverá identificá-la nos portais
online. Isso costuma ser tarefa fácil: vá até o Google e digite “lei ITCMD + (nome do seu
estado)”. Veja entre as ocorrências já na primeira página e localize a lei do seu Estado.
Localize as isenções que podem ser aplicáveis ao seu cliente. Se preferir, use a
funcionalidade “crtl + f” para fazer uma busca por termo na página – segure a tecla “crtl”
e em seguida pressione a letra “f”. Digite “isenção” ou “isenções” e verifique os
dispositivos relacionados.
A sequência de imagens a seguir usa a legislação do Estado de São Paulo como
exemplo e demonstra o passo a passo acima.

Imagem 3 – 1º passo: busca da lei.

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Imagem 4 – 2º passo: funcionalidade “crtl +f” e busca.

Abaixo trazemos um fluxograma para ajudar você a entender um pouco melhor os


passos da declaração e posterior pagamento do imposto. É possível a ocorrência de
pequenas mudanças de acordo com o Estado, mas a natureza do processo é
basicamente a mesma.

Preenchimento da
Emissão de certidão
declaração no site

Transmissão e
geração de protocolo Pagamento do
para imposto
acompanhamento

Discodância dos
Análise e avaliação valores - arbitramento
dos bens e defesa pelo
cotribuinte

Imagem 5 – Declaração e pagamento do imposto.

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4.2 E O VALOR DOS BENS?


Vencida essa primeira etapa que é bastante específica para cada estado, vamos a
considerações específicas importantes.
Já ciente de todos os bens a serem inventariados, você deverá proceder à
realização da declaração dos valores junto ao órgão fazendário estadual. Atenção! Não
estamos falando da Procuradoria Estadual (que representa o Estado em litígios
estaduais), mas do órgão responsável pela fiscalização de arrecadação de tributos, a
Secretaria da Fazenda.
Você deverá identificar o link para produção da declaração dos bens a ser
transmitida.
Os bens deverão ser declarados com seus respectivos valores de mercado quando
da morte do de cujus – aquele que deixa a herança. Muita atenção aqui, pois valores
declarados incorretamente estarão sujeitos a sanções legais por parte da fiscalização.
Ainda, a declaração com valores diferentes do momento da morte (fato gerador
do imposto) poderá ocasionar cobranças a maior ou a menor, conforme o caso.
A declaração dos valores dos bens é sempre motivo de polêmica, mas há alguns
que tem maior previsibilidade quanto à ausência de litígio, por exemplo:
• Automóveis: normalmente valorados pela tabela FIPE, se assim forem
declarados provavelmente não serão alvo de correção;
• Contas/ ativos bancários: fácil comprovação dos valores pela apresentação
de extratos bancários ou cotações de mercado.
Importante lembrar: a data da valoração é a data da ocorrência da morte
(certidão de óbito).
No entanto, há outros pontos polêmicos dos quais destacaremos aquele que
provavelmente é o mais importante: a valoração de bens imóveis.
Aqui temos a seguinte “queda de braço”: os contribuintes declaram pelo valor de
IPTU ou ITR; a fiscalização quer aumentar a base de cálculo para próximo de um valor
de venda.
Agora que você já tem acesso à lei do seu Estado, busque pelos termos “base de
cálculo”, “imóvel” e verifique o que lá consta. Provavelmente encontrará referências ao

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IPTU e ITR, colocados pela lei como valor mínimo. Aqui vale a pena uma maior pesquisa
para saber como a fiscalização vem atuando no seu Estado.
Caso estejam aceitando esses valores de IPTU e ITR (conforme a natureza do bem),
você não terá problemas declarando o valor nesses parâmetros. Caso estejam fazendo
correção desses valores, é interessante medir as consequências de declarar abaixo
(aumento de prazo por notificação para correção, incidência de encargos, autuações).
Aqui vai uma dica para resolver essa dúvida de forma rápida: entre em contato
com alguns cartórios da sua região e pergunte como a Secretaria da Fazenda está
direcionando os valores. Eles costumam ter um contato mais próximo, uma vez que
podem ser implicados em caso de recolhimentos a menor.

4.3 INVENTÁRIO, ARROLAMENTO E ESCRITURA PÚBLICA – QUANDO


FAZER O PAGAMENTO?
Essa é uma dúvida recorrente, mas simples de entender a diferença. Vamos
primeiro ao arrolamento que, como vimos, é o procedimento judicial mais simples.
No caso do arrolamento, o CPC/15 prevê o não conhecimento das questões
relativas ao imposto. Vejamos abaixo.
Art. 662. No arrolamento, não serão conhecidas ou apreciadas questões
relativas ao lançamento, ao pagamento ou à quitação de taxas judiciárias e
de tributos incidentes sobre a transmissão da propriedade dos bens do
espólio.
§ 2º O imposto de transmissão será objeto de lançamento administrativo,
conforme dispuser a legislação tributária, não ficando as autoridades
fazendárias adstritas aos valores dos bens do espólio atribuídos pelos
herdeiros.
No entanto, alguns juízes ainda ordenam o pagamento no âmbito do processo
judicial. Nesse caso, caberá a você e seu cliente optarem por enfrentar a decisão ou
fazer o pagamento para prosseguir com o processo.
Caso isso não ocorra, deverá ser feita a declaração junto ao site da Secretaria da
Fazenda, conforme exposto no item anterior, para que haja o correto recolhimento do
imposto. A não realização da declaração poderá trazer problemas aos herdeiros.

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No caso do inventário, o imposto será exigível após a homologação da partilha


(momento em que o juiz aprecia a partilha proposta e com ela concorda). Nesse
procedimento, há a participação da Procuradoria do Estado que, provavelmente, irá
solicitar ao juiz que intime os herdeiros a realizarem o pagamento.
Nesse ponto, o procedimento de declaração dos bens para pagamento do imposto
se aproxima ao dito anteriormente, sendo realizado junto à Secretaria da Fazenda do
seu Estado.
Por fim, temos o procedimento de inventário extrajudicial. Nesse caso, é
importante ressaltar que o CNJ orienta que a lavratura seja realizada apenas em caso de
quitação integral do imposto. Ou seja, caso o imposto esteja sendo pago por meio de
parcelamento, não haverá a lavratura da escritura até que o imposto seja totalmente
pago.

4.4 QUANDO SERÁ DEVIDO IMPOSTO SOBRE A DOAÇÃO?


Esse é mais um ponto de algumas polêmicas no pagamento do imposto. Traremos
aqui os principais aspectos.
Primeiramente é necessário ter em mente de forma muito clara que são dois fatos
geradores diferentes de pagamento de imposto e que não se confundem doação e
morte. De fato, o imposto incidente é o mesmo, mas as causas são ocorrências distintas
não relacionadas. Com isso em mente, vamos prosseguir.
O primeiro caso que vamos abordar é aquele em que as pessoas doam “sem
querer”, ou seja, são surpreendidas pela cobrança do imposto. Ocorre quando os
herdeiros fazem ajustes entre si para distribuir os bens conforme a melhor conveniência.
Vamos a um exemplo? João morre deixando duas casas. João deixa apenas dois
filhos, que decidem que cada um ficará com uma casa. Para nosso exemplo aqui, vamos
supor que as casas têm o mesmo valor, R$ 300.000,00 por exemplo.
Aqui temos um caso em que cada herdeiro doou R$ 150.000,00 para o outro.
Vamos entender agora o que aconteceu.
O Código Civil traz no seu artigo 1.784 o princípio da saisine, originário do Direito
Francês.

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Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos


herdeiros legítimos e testamentários.
Segundo o dispositivo acima e o princípio da saisine, não se pode falar em
propriedade sem proprietário. Por isso, quando da morte, os bens do de cujus se
transferem imediatamente para os herdeiros, sendo o procedimento de inventário mera
formalização.
Por isso, no exemplo que demos acima, quando da morte, cada herdeiro recebeu
metade de cada imóvel, havendo um ajuste posterior para que cada um ficasse com a
integralidade de um deles.
Ou seja, esse ajuste posterior é uma doação recíproca da metade de um e de outo
imóvel.
Obviamente há uma corrente que não aceita essa interpretação, mas muito
provavelmente a fiscalização no seu Estado irá interpretar os casos com base no
princípio da saisine, que é reconhecido pelos nossos Tribunais Superiores.
Outra hipótese com a qual devemos ter cuidado é a doação entre herdeiros, ou
renúncia translativa. Vamos a um exemplo para que possamos entender perfeitamente.
João deixou herança e três herdeiros: José, Maria e Pedro. Pedro renuncia à sua
parte em favor de Maria. Nesse caso temos a renúncia translativa, em que o renunciante
direciona a sua herança para um herdeiro específico. José ficaria com 1/3 da herança,
enquanto Maria ficaria com 2/3.
Para que não houvesse incidência, Pedro teria que realizar uma renúncia pura e
simples, também dita como renúncia em favor do monte. Nessa hipótese o patrimônio
seria dividido igualmente entre José e Maria.
Por fim, temos o caso da possibilidade de incidência do imposto em divórcios.
Primeiramente é importante entendermos a diferença entre bens comuns e bens
particulares no contexto da sociedade conjugal. Para fins de melhor entendimento,
vamos raciocinar com o regime de comunhão parcial de bens.
• Bens comuns: adquiridos onerosamente na constância da sociedade
conjugal;
• Bens particulares: pertencentes a apenas um dos cônjuges.

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A doação poderá ocorrer em relação à partilha dos bens comuns. Devemos


entender aqui que o conjunto formado pelos bens comuns forma um todo indiviso
enquanto a sociedade conjugal perdurar. Quando ela é desfeita, esses bens devem ser
divididos igualmente.
Diante disso, caso os bens não sejam divididos igualmente, terá ocorrido a doação
da parte daquele que renuncia a seu patrimônio para aquele que recebe. Vamos a um
exemplo para melhor entender.
João e Maria se casaram sem bens em regime de comunhão parcial de bens.
Adquiriram um imóvel onerosamente. No divórcio, o imóvel ficou todo para Maria.
Portanto, João doou sua metade no imóvel para Maria.
Importante aqui lembrar da possibilidade de isenção, a ser verificada de acordo
com o valor do imóvel e o que constar da lei do seu Estado.

5. OUTRAS DÚVIDAS RECORRENTES


Nesta seção separamos algumas outras perguntas que são recorrentes. A ideia é
orientar o assunto, sem o objetivo de esgotar os vários temas.
1. É possível realizar a venda de um bem que seja integrante de espólio não
inventariado?
A venda regular apenas poderá se dar após a regularização. Há a possibilidade de cessão
de direitos hereditários, por exemplo, mas que deverá ser cuidadosamente estudada
pelo advogado.
2. É possível realizar o pagamento do imposto antes da homologação da partilha
no caso do inventário?
Essa verificação deverá ser feita junto ao órgão fazendário do seu Estado. Em São Paulo,
por exemplo, o recolhimento poderá ocorrer. No entanto, se pendente a avaliação pela
Secretaria da Fazenda, há risco de recolhimento a maior ou menor.
3. Há possibilidade de parcelamento do imposto?
A possibilidade de parcelamento do ITCMD/ITCD deverá ser verificada conforme o
Estado, pois deverá constar de ato normativo estadual.
4. Como realizar atos de gestão necessários antes da lavratura da escritura
pública?

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Nesse caso deverá ser lavrada uma escritura de nomeação de inventariante, que terá os
poderes para a gestão necessária dos bens.
5. Por que e quando ocorre a incidência de ITCMD/ITCD no divórcio?
Abordado pormenorizadamente no item 4.4, ocorrerá quando a partilha de bens
comuns se der de forma desigual entre os cônjuges, havendo, portanto, a doação do
montante que excedeu a meação daquele que recebeu a maior parte.
6. A ausência do nome de um dos cônjuges no documento de propriedade do bem
causa perda do direito de meação?
A meação será apurada, em regra, conforme o regime de bens e a data de aquisição. A
presença do nome do documento de aquisição, diante desses fatores, é irrelevante.
7. Qual o procedimento mais célere?
O procedimento extrajudicial.
8. Qual o procedimento mais econômico?
Caso seu cliente tenha condições de gozar da gratuidade de justiça, será o procedimento
judicial.

6. VOCÊ PODE SER UM ESPECIALISTA


O que vimos juntos hoje é apenas a “ponta do iceberg”. Convidamos você para
participar do nosso treinamento Expert em Inventário Extrajudicial® - único treinamento
que conta com instrutores que dominam todo o processo – desde a recepção do cliente
até o pagamento do ITCMD/ITCD. E afirmamos isso porque sabemos que apenas
conosco você aprenderá com uma advogada atuante na área e com um auditor fiscal
especialista na fiscalização do imposto sobre herança e doações.
Abaixo listamos, a título de exemplo, alguns pontos específicos abordados no
treinamento.
• Bens imóveis sem matrícula específica.
• Imóvel rural com área de preservação.
• Imóvel rural com área inundada.
• Automóveis destruídos por acidente.
• Herdeiro não localizado.
• Possibilidade de cobrança de imposto sobre ganho de capital (Receita Federal).

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• Incidência do imposto em casos de doação de usufruto ou nua-propriedade.


• É possível o conhecimento da união estável após a morte?
• Quais as consequências para o Direito Sucessório quando tivermos caso de
multiparentalidade?
• Cessão de direitos hereditários.
• Regularização de bens imóveis – georreferenciamento – fazendas.
• Imóveis rurais no inventário - quando será necessária a instituição de
condomínio?
• Há incidência de imposto sobre bem onerado por dívidas?

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com situações diversas trazidas pela nossa audiência e também pode mandar a sua
dúvida para compartilhar com a comunidade.
É isso! Foi um prazer poder compartilhar algumas dicas com você. Mande seu
feedback sobre o nosso material, será útil para a próxima versão.
E para aqueles que entram para nosso time, se preparem, pois o nível de cobrança
será alto!

Um abraço.

Anna e Jonatas.

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