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Canabbis Sativa L
Canabbis Sativa L
Por milênios, a Cannabis tem sido usada para diferentes fins (médicos e religiosos) em
países como China e Índia.6 A planta e seus canabinoides estão se tornando cada vez mais
importantes na medicina moderna. O uso da planta ganhou popularidade nos últimos anos
para o manejo de uma ampla variedade de condições médicas, uma vez que legalizações na
América do Norte, mudaram a opinião pública sobre a sua utilização.
A infinidade de nomes para a Cannabis reflete, em partes, as diversas variações na
genética da planta, as condições de cultivo, processamento e seus constituintes (canabinóides
e terpenóides) em diferentes cepas da planta. Dentre os mais de 500 componentes da planta,
dos quais 104 são canabinoides identificados recentemente, a maioria das pesquisas até o
momento se concentra em dois componentes mais proeminentes: Δ9‑tetrahidrocanabinol (Δ9-
THC) e canabidiol (CBD). Em 1985, as empresas farmacêuticas receberam liberação para
desenvolver preparações de Δ9-THC sintéticas (dronabinol e nabilona) para uso terapêutico.
Tanto o Δ9-THC quanto CBD são altamente lipofílicos e possuem biodisponibilidade oral baixa.
Algumas literaturas estimam cerca de 6% de biodisponibilidade, enquanto outras relatam números em
torno de 13 a 19%. Após a administração oral de CBD, um perfil de concentração plasmática semelhante
ao observado para o Δ9-THC por via oral foi obtido. Com base neste perfil, as formulações orais podem
ser úteis para pacientes que necessitam de alívio sintomático por um período mais longo. A
administração inalatória ou oromucosa de canabinoides evita ou reduz o extenso metabolismo de
primeira passagem observado após a administração oral de canabinoides. Preparações oromucosas
(por exemplo spray oromucoso) sofrem absorção mais rápida através da mucosa oral e, portanto, são
úteis para sintomas que requerem alívio rápido, produzindo concentrações plasmáticas do fármaco
mais altas em relação à oral, mas reduzidas em relação ao inalado. No entanto, parte da dose pode ser
engolida e absorvida por via oral.
A administração transdérmica de canabinoides evita o metabolismo de primeira passagem, mas
a natureza extremamente lipofílica das moléculas limita sua difusão através da camada aquosa da pele.
O transporte eficaz da pele só pode ser alcançado por aumento de permeação. Estudos in vitro com
pele humana determinaram que a permeabilidade do CBD é 10 vezes maior que a do Δ9-THC,
consistente com o CBD sendo relativamente menos lipofílico.
Genotoxicidade
Um estudo foi realizado para avaliar um extrato de Cannabis sativa (CSE) com alta concentração
de CBD (14%) e baixa concentração de THC (0,2%) em comparação com CBD puro em linfócitos
humanos primários por meio do ensaio de Cometa. Observou-se que o CSE inibiu a proliferação de
linfócitos T ativados de maneira dose-dependente sem induzir apoptose, necrose ou afetar a viabilidade
celular e a integridade do DNA. O efeito inibitório observado foi mediado pela supressão da ativação
dos linfócitos T, particularmente pela expressão do marcador de superfície CD25. Ademais, o CSE
interfere na funcionalidade dos linfócitos T por meio da indicação da inibição da degranulação, IL-2 e
produção de INF-γ. Os autores concluíram que o CSE e o CBD possuem efeitos imunomoduladores e
interferem na ativação e funcionalidade dos linfócitos T. A comparação entre CSE e CBD sugere que o
efeito imunossupressor do CSE se deve principalmente ao efeito do CBD.
Estudos in vivo e in vitro foram realizados com um extrato supercrítico de CO2 das partes áreas
da planta de Cannabis sativa contendo aproximadamente 25% de canabinoides. Os testes realizados
foram de Ames (mutação reversa bacteriana – Salmonella typhimurium, cepas TA98, TA 100, TA 1535 e
TA1537 e Escherichia coli, cepa WP2uvrA) nas concentrações de 5, 16, 50, 160, 500, 1.600 e 5.000
μg/placa, aberrações cromossômicas em células pulmonares V79 de hamster chinês (sem ativação
metabólica nas doses de 50, 70 e 90 μg/mL e com ativação metabólica nas doses de 10, 20 e 30 μg/mL
– período de ativação de 3 horas no experimento A e sem ativação metabólica nas doses de 1,25; 2,5 e
5 μg/mL e com ativação metabólica nas doses de 50, 70 e 90 μg/mL – período de ativação de 20 horas
no experimento B) e micronúcleo em células de camundongo nas doses de 50, 100 e 200 mg/mL. De
acordo com os resultados, os testes foram realizados em conformidade com a OECD (Organisation for
Economic Co-operation and Development) e o extrato supercrítico não foi considerado mutante gênico,
clastogênico e genotóxico.
Estudos de genotoxicidade com o CBD também foram descritos em literatura. Testes realizados
com CBD purificado apresentaram resultados negativos no teste de Ames em concentrações de até
5.000 μg/placa, com ou sem ativação metabólica (S-9). Em ensaios de micronúcleo in vivo, CBD
purificado não induziu micronúcleos nos eritrócitos policromáticos de medula óssea de ratos em doses
orais (gavagem) de até 500 ou 350 mg/kg/dia, respectivamente. Adicionalmente, o CDB não induziu
danos ao DNA no fígado de ratos em doses orais (gavagem) de até 500 mg/kg/dia em o ensaio COMET
alcalino. Por outro lado, estudos mostraram que o CBD foi capaz de induzir danos no DNA em
experimentos de eletroforese em gel de célula única (SCGE) em uma linha de células de fígado humano
(HepG2) e em células derivadas da boca (TR146) em baixas concentrações (≥ 0,2 µM). No mesmo
estudo, observou-se que os resultados dos ensaios de micronúcleo levaram a formação de aberrações
cromossômicas e consequentemente a formação de brotos nucleares e pontes que são uma
consequência de amplificações gênicas e cromossomos dicêntricos. Assim, não há consenso sobre a
indução de mutações pontuais, enquanto alguns resultados experimentais sugerem que os
canabinoides podem causar danos cromossômicos.
Em contrapartida, alguns estudos mostram que o Δ9-THC e nabilona (análogo sintético do THC)
não possuem potencial mutagênico. Os resultados positivos de Ames e de teste cutâneo realizados em
camundongos para Δ9-THC foram atribuídos à sua ação citotóxica e não mutagênica. Adicionalmente,
quatro diferentes ensaios de genotoxicidade (Teste de Ames, ensaio de mutação de células de
mamífero de camundongo – linfoma de camundongo - o ensaio de micronúcleo de camundongo e o
ensaio de síntese de DNA não programado) foram conduzidos utilizando uma mistura de 1:1 Δ9-
THC:CBD. Todos eles produziram resultados negativos e mostraram que nas concentrações testadas,
não houve efeitos genotóxicos.
Carcinogenicidade
Um estudo de carcinogenicidade dietética de 104 semanas foi conduzido em ratos Wistar com
administração de CBD BDS (extrato da planta com 58 - 67% de CBD) em concentrações de doses
ajustadas para 5, 15 ou 50 mg/kg/dia (expresso em termos do CBD). Como resultado, não houve efeitos
aparentes do tratamento na sobrevivência dos animais e não foi identificado nenhuma toxicidade
considerada significativa. Uma redução no ganho de peso corporal total e consumo de alimentos
relacionada à dose foi observada nos grupos de doses médias e alta. Isso resultou em uma redução
superior a 10% no peso corporal para ambos os sexos nos grupos de doses máximas. Também não foi
identificado aumento na incidência de neoplasia, alteração no tempo de início do tumor ou indução de
tumores raros. Os resultados não-neoplásicos incluíram um aumento da incidência de hipertrofia
centrolobular no fígado de ambos os sexos nas dosagens máximas. Apesar destes resultados positivos,
vale ressaltar que pouca informação está disponível utilizando o CBD purificado para ensaios de
carcinogenicidade.
Uma revisão sistemática e meta-análise foi realizada para avaliar os benefícios e malefícios da
Cannabis medicinal e os canabinoides versus placebo para a dor crônica associada ou não ao câncer
em ≥ 1 mês de acompanhamento. Dentre 32 estudos (5.174 pacientes), 29 fizeram a comparação entre
Cannabis medicinal ou canabinoides com placebo via oral ou tópica. Em comparação com o placebo, a
Cannabis medicinal resulta em um pequeno aumento na proporção de pacientes que experimentam
pelo menos a diferença mínima importante no alívio da dor. Concluiu-se que evidências de certeza
moderada a alta mostraram que a Cannabis medicinal ou canabinoides não inalados resultam em uma
melhora pequena a muito pequena no alívio da dor, funcionamento físico e qualidade do sono em
pacientes com dor crônica, juntamente com vários efeitos colaterais adversos transitórios quando
comparado com o placebo.
Evidências na literatura mostram que o Δ9-THC foi totalmente avaliado quanto ao potencial
carcinogênico considerando estudos com duração de 2 anos em camundongos e ratos e relatados no
Programa Nacional de Toxicologia dos EUA em 1996. Os resultados obtidos em ambas as espécies foram
consistentes em termos de sinais clínicos, alterações de peso corporal e incidências de lesões não
neoplásicas e neoplásicas. Os resultados obtidos em ratos foram claramente negativos, enquanto em
camundongos, um aumento não relacionado à dosagem em tumores de células foliculares da tireoide
foi observado em um nível de dosagem única de 125 mg/kg/dia. Esta dosagem é 100 vezes maior que
a dose mais alta testada em humanos, em base de mg/kg. Este efeito é considerado toxicológicamente
inconclusivo devido à falta de uma relação dose-resposta e à falta de evidências para sugerir que a
hiperplasia das células foliculares da tireoide progrediu para adenomas ou carcinomas.
Uma revisão sistemática e meta-análise foi realizada para avaliar os efeitos do uso de Cannabis
durante a gravidez sobre os efeitos maternos e fetais. Dentre os estudos analisados, 24 foram incluídos
na revisão e os resultados demonstraram que as mulheres que utilizaram Cannabis durante a gravidez
tiveram um aumento nas chances de anemia. Os bebês expostos à Cannabis no útero tiveram uma
diminuição no peso ao nascer e foram mais propensos a serem colocados na unidade de terapia
intensiva neonatal. Concluiu-se que o uso de Cannabis durante a gravidez pode aumentar resultados
adversos para mulheres e recém-nascidos. Entretanto, os autores afirmam que os efeitos na saúde
materna e os resultados fetais permanecem geralmente desconhecidos e que mais pesquisas são
necessárias para avaliar melhor as relações em populações mais homogêneas.
Doses repetidas
A uso de CBD purificado foi avaliado em estudos de toxicidade geral de dose repetida em
camundongos, ratos e cães por administração oral (gavagem) por até 13, 26 ou 39 semanas,
respectivamente. Em geral, o CBD exibiu um perfil de toxicidade relativamente benigno nos estudos de
toxicidade crônica, embora a adequação da seleção da dose tenha sido inadequada em alguns dos
estudos. Os principais efeitos encontrados foram alterações adaptativas do fígado em ratos e cães. No
entanto, nefrotoxicidade mais grave também foi observado resultando em mortes de camundongos.
No estudo realizado em ratos Wistar por um período de 26 semanas com doses de 0, 15, 50 ou
150 mg/kg/dia, não houve nenhuma morte relacionado ao fármaco. A hipertrofia centrolobular
observada nos grupos de dose média e alta foi associada ao aumento de ALT e fosfatase alcalina (ALP);
e aumento do peso do fígado. Estes resultados demonstraram reversibilidade e não foram considerados
toxicologicamente significativos. O NOAEL (150 mg/kg) foi associado a exposições ao CBD de 60.000 e
6.7500 ng.h/mL em machos e fêmeas. A determinação da faixa de dose e a seleção da dose foi
inadequada, entretanto, as exposições de CBD no estudo crônico foram superiores à 20 vezes aquelas
esperadas em humanos.
Em outro estudo de toxicidade crônica por tempo prolongado, a administração oral (gavagem)
de CBD purificado nas doses de 0, 10, 50 e 100 mg/kg/dia em cães não produziu efeitos toxicológicos
significativos e demonstrou diminuições no ganho de peso corporal (machos - nos grupos de dosagem
média e máxima e fêmeas - em todas as doses), de modo que os pesos corpóreos finais diminuíram 12
e 32% em machos e fêmeas com as maiores doses. Alterações hepáticas relacionadas ao fármaco
consistiu em hipertrofia de hepatócitos associada ao aumento do peso do fígado e a aumento de ALP.
Tais alterações hepáticas foram observados em todas as doses. Estes efeitos também foram
considerados adaptativos e demonstraram reversibilidade. O NOAEL determinado de 100 mg/kg foi
associado a exposições de CBD de 20.500 e 22.400 ng.h/mL em machos e fêmeas, e apesar de serem
mais baixos do que as observadas em ratos, ainda representam uma exposição de 7 a 8 vezes aquelas
esperadas em humanos.
Em um estudo sub-crônico realizado durante 5 semanas, uma dose máxima pretendida de 200
mg/kg/dia de uma mistura de 1:1 Δ9-THC:CBD foi administrada em cães. Durante a fase de dose
ascendente do estudo, diversas alterações clínicas foram observadas nos animais e estavam
diretamente relacionados com a administração do medicamento. Assim, a dose máxima foi reduzida
durante o período de estado estacionário para 100 mg/kg/dia. Alterações como aumento do peso do
fígado e possível hipertrofia hepatocelular adaptativa relacionada com a administração de dose
mínimas de 45 mg/kg/dia foram observadas. Além disso, também se observou a ativação elevada da
fosfatase alcalina, provavelmente relacionada com as alterações hepáticas descritas. Assim, neste
estudo, conclui-se que um valor de 10 mg/kg/dia como NOAEL para a mistura 1: 1 Δ9-THC:CBD quando
administrado por via oral em cães durante 30 dias.
Em um outro estudo de doses repetidas, um mistura de Δ9-THC:CBD foi administrado em ratos
Sprague-Dawley diariamente, por gavagem oral, por um período de 26 semanas. O estudo incluiu três
grupos de tratamento ativo, um grupo de veículo (placebo) e um grupo utilizando apenas água
purificada. As doses para os grupos de tratamento ativo foram 5,4:5, 13,5:12,5 e 40,5:37,5 Δ9-THC:CBD
mg/kg/dia. A dose máxima foi reduzida para 27:25 Δ9-THC:CBD mg/kg/dia devido à mortalidade
contínua dos animais. Uma alta taxa de mortalidade (33 a 38%) foi observada nos grupos tratamento e
placebo utilizando as doses máximas de administração. Entretanto, os sinais clínicos e exames
patológicos indicaram que as mortalidades foram causadas pela administração acidental das amostras
teste na traqueia. Os sobreviventes mostraram toxicidades dependentes da dose atribuíveis aos
excipientes e aos canabinoides. As toxicidades relacionadas aos canabinoides incluíram ptialismo,
ataxia, tremores corporais, feridas etc. Estes efeitos adversos foram mais frequentes nas fêmeas.
Anormalidades nos testes bioquímicos, hematológicos e imunológicos foram observados, mas seu
significado toxicológico não foi evidente. Assim, o NOAEL parecia ser inferior a 5,4: 5 Δ9-THC:CBD
mg/kg/dia.
Outros estudos foram realizados para avaliar os efeitos subcrônicos e crônicos do Δ9-THC. Em
um primeiro estudo, as concentrações de 5, 15, 50, 150 e 500 mg/kg/dia de Δ9-THC foram
administradas em ratos, por gavagem oral, por um período de 13 semanas seguido por um período de
recuperação de 9 semanas. De modo similar, em um segundo estudo, as concentrações 12,5; 25 e 50
mg/kg/dia de Δ9-THC foram administradas em ratos por um período de 2 anos. Resumidamente, os
ratos tratados com Δ9-THC tinham peso corporal menor do que os controles e exibiam convulsões,
hiperatividade e alterações nos órgãos reprodutivos de ratos machos e fêmeas. A redução do peso
corporal foi notável mesmo com a exposição a doses baixas e foi atribuída a alterações metabólicas
causadas pelo Δ9-THC. Convulsões e hiperatividade foram observadas em todas as doses. O início e a
frequência das convulsões também foram relacionados com a dosagem. No entanto, não observaram
alterações histológicas no tecido cerebral de ratos com histórico de convulsão relacionada ao Δ9-THC.
A dose máxima de Δ9-THC no estudo subcrônico em ratos induziu atrofia testicular e hipoplasia uterina
e ovariana.
Um estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo de fase II/III foi
realizado para avaliar o extrato de Cannabis na prevenção de náuseas e vômitos induzidos por
quimioterapia. O tratamento foi conduzido com um ciclo de 1 e 4 cápsulas autotituladas de 2,5/2,5 mg
de THC/CBD via oral três vezes ao dia, dos dias 1 ao 5 e 72 pacientes completaram os ciclos e foram
incluídos nas análises de eficácia. Dentre os resultados de eficácia, observou-se que a resposta foi
melhorada com o tratamento com efeitos semelhantes na ausência de êmese, uso de outros
medicamentos e ausência de náusea significativa. Dentre os efeitos adversos, 31% dos pacientes
relataram sedação, tontura ou desorientação e não houve efeitos adversos graves. 83% dos pacientes
preferiram o extrato de Cannabis ao placebo.
Diversas revisões sistemáticas vem sendo conduzidas para avaliar os benefícios do uso de
canabinoides. Dentre os usos encontrados em 4 dessas revisões, estão descritos os usos para: dor
crônica (associada ou não ao câncer), náusea e vômitos associados à quimioterapia, doenças
neurodegenerativas, doenças de pele, infecções virais, estimulação do apetite em pacientes com
AIDS/HIV, espasticidade devido à esclerose múltipla ou paraplegia, depressão, transtorno de ansiedade,
distúrbio do sono, psicose, glaucoma ou síndrome de Tourette. Dentre os resultados, observou-se que
houve evidência de qualidade moderada para apoiar o uso de canabinoides no tratamento da dor
crônica e espasticidade, evidências de baixa qualidade sugerindo a uma melhora nas náuseas e vômitos
relacionados à quimioterapia, no ganho de peso na infecção por HIV, nos distúrbios do sono e na
síndrome de Tourette. Ademais, possui evidências limitadas que a Cannabis pode aliviar a dor
neuropática em alguns pacientes. Entretanto, as revisões indicam que mais estudos sejam realizados
para melhores conclusões e avaliações mais aprofundadas.
Um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo foi realizado para avaliar a
eficácia e segurança de um extrato de Cannabis rico em canabidiol (CBD) a 0,5% (5 mg/mL) em crianças
autistas durante 12 semanas. Nesse estudo, 60 crianças entre 5 e 11 anos foram divididas em grupos
de tratamento e placebo e receberam de 6 a 70 gotas/dia. Foram encontrados resultados significativos
para interação social, ansiedade, agitação psicomotora, número de refeições por dia e concentração e,
em relação à segurança, houve apenas 3 crianças (9,7%) que apresentaram efeitos adversos (tontura,
insônia, cólica e aumento de peso). Os autores concluíram que o extrato de Cannabis melhora um dos
critérios diagnósticos para a interação social, bem como características frequentemente coexistentes e
poucos efeitos adversos graves.
O CBD pode causar danos ao fígado relacionados à dose. O uso concomitante de CBD e outros
medicamentos como leflunomida, lomitapida, mipomersen, pexidartinibe, teriflunomida e valproato
pode aumentar o risco de danos ao fígado e é conhecido por causar danos ao fígado. Há relatos
ocasionais de sonolência e sedação com o uso de CBD. Esses efeitos colaterais podem diminuir com o
tempo e são mais prováveis de serem relatados no início do tratamento.
Os médicos devem ser cautelosos ao prescrever o CBD com outros medicamentos sedativos,
como benzodiazepínicos e opioides. O uso concomitante de CBD com esses medicamentos sedativos
pode resultar em depressão respiratória grave. Além disso, o CBD está no mercado recentemente e
geralmente é usado como terapia adjuvante. Portanto, mais estudos são necessários para compreender
melhor todos os potenciais efeitos colaterais e efeitos nas enzimas hepáticas e nas interações
medicamentosas.
Existem alguns efeitos adversos descritos para o Δ9-THC em que as reações adversas mais
comuns incluem dor abdominal, tontura, euforia, náusea, reação paranóide, sonolência, pensamento
anormal e vômito.