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Doenças orificiais
1. Canal anal:
1.1. Anatomia:
• O canal anal corresponde aos 2,5-3
cm finais do intestino grosso e de todo
trato digestivo.
• Inicia na junção anorretal, e termina
na borda anal.
• Internamente, a metade superior da
túnica mucosa do canal anal é
semelhante à mucosa retal e forma
uma série de estrias longitudinais,
chamadas colunas anais, ou colunas
de Morgagni, que contêm os ramos
terminais da artéria e veia retais
superiores.
A junção anorretal é indicada pelas extremidades
superiores das colunas anais, enquanto as extremidades A linha pectínea é um ponto de
inferiores dessas estruturas correspondem à linha referência anatômica muito importante,
denteada ou pectínea, que indica a junção da parte porque é visível no exame proctológico e
superior do canal anal com a parte inferior, formada por marca a transição da região visceral
para a região parietal, afetando aspectos
epitélio estratificado pavimentoso. Os 1 a 2cm de mucosa como os tipos de tumores que ocorrem e
exatamente proximais à linha denteada compartilham a direção na qual metastizam.
características de epitélio colunar, cuboide e escamoso,
e são conhecidos como zona de transição anal.
As partes do canal anal superior e inferior à linha pectínea têm suprimento arterial, inervação
e drenagem venosa e linfática diferentes. Essas diferenças resultam das origens embriológicas
distintas das partes superior (visceral; derivada do intestino posterior embrionário) e inferior
(somática; derivada do proctodeu embrionário).
O canal anal é circundado por dois esfíncteres, que possibilitam a continência fecal:
• Esfíncter anal interno: involuntário, formado por musculatura lisa circular (um
espessamento da musculatura circular do reto); circunda os dois terços superiores do canal
anal.
• Esfíncter anal externo: voluntário, formado por musculatura estriada que cria uma larga
faixa de cada lado dos dois terços inferiores do canal anal. É dividido em porções (zonas
musculares): subcutânea, superficial e profunda.
por exemplo, a distensão da ampola do reto
1.1.1. Vascularização do canal anal: inibe (relaxa) o tônus do esfíncter interno.
Artérias:
❖ A artéria retal superior (ramo terminal A inervação do canal anal inferior à linha
da artéria mesentérica inferior) irriga o pectínea é a inervação somática derivada
canal anal acima da linha pectínea. dos nervos anais inferiores, ramos do nervo
❖ Duas artérias retais inferiores (ramos pudendo.
das artérias pudendas internas) irrigam Portanto, essa parte do canal anal é
a parte do canal anal abaixo da linha sensível à dor, ao toque e à temperatura! As
pectínea, assim como os músculos fibras eferentes somáticas estimulam a
adjacentes e a pele perianal. contração do músculo esfíncter externo do
Veias: ânus, que é voluntária.
❖ Superiormente à linha pectínea, o
plexo retal interno drena para o 1.2. Exames proctológico:
sistema porta. O exame proctológico compreende quatro
❖ Distalmente, o plexo retal externo é etapas:
tributário do sistema venoso cava.
Avaliar:
• Hemorróida interna
Avaliar: ✓ Prolapso mucoso
❖ Nodulações: papila hipertrófica, pólipo ✓ Linha denteada
em reto inferior ✓ Fissura anal
❖ Tumores: endurecido, fixo, friável ao ✓ Papila hipertrófica
toque • Retossigmoidoscopia;
❖ Tônus esfincteriano
❖ Parede do reto
❖ Presença de sangue na luva
❖ Mulher: vagina
❖ Homens: próstata
• Anuscopia;
2. Doença Hemorroidas
O canal anal normal possui três coxins de tecido submucoso,
contendo vênulas, arteríolas e tecido conjuntivo, que se
localizam nas regiões lateral esquerda, posterior direita e
anterior direita do canal anal. Acredita-se que esses coxins
contribuam para a continência, auxiliando no fechamento
completo do canal em repouso. O termo hemorroida é
reservado para quando um desses coxins se torna
anormalmente grande e produz sintomas.
• Diagnóstico diferenciais:
❖ Tumor É um procedimento ambulatorial, não
❖ Fissura necessita sedação.
❖ Procidência Anéis de borracha são aplicados ao redor da
❖ Pólipo base do coxim hemorroidário para fazer a
• Tratamento: constrição de seu suprimento sanguíneo,
Classificação da doença Tratamento criando uma zona de necrose. A
hemorroidária interna subsequente cicatrização do tecido e sua
Grau 1 Sem prolapso. O Dieta fixação na parede retal evita o sangramento
principal sintoma é o posterior ou prolapso.
sangramento, Está indicada para sangramento persistente
geralmente
gotejamento, ou até
das hemorroidas internas graus I e II
esguicho de sangue no (embora também seja ocasionalmente
vaso sanitário. indicada para
Grau 2 Sem prolapso. O Dieta e ligadura alguns pacientes com hemorroidas grau III).
principal sintoma é o As hemorroidas externas não devem ser
sangramento, tratadas com ligadura elástica, uma vez que
geralmente
gotejamento, ou até
apresentam
esguicho de sangue no inervação somática.
vaso sanitário +
Redução espontânea.
Grau 3 Prolapso e Dieta e ligadura
sangramento Dieta e cirurgia
necessitando de
redução digital +
Redução manual
Grau 4 Prolapso e Dieta e cirurgia
sangramento que não
pode ser reduzido.
Irredutível
4.5. Tratamento:
a. Fissura anal aguda
❖ Orientações dietéticas;
❖ Banho de assento;
❖ Tem menos de 6 semanas do início dos ❖ AINES;
sintomas; ❖ Anestésico tópico;
❖ Base rasa; O tratamento clínico – taxa de cura de até
❖ Bordas finas; 87%. * Quando não cura, cronifica.
❖ Não visualiza o esfíncter anal interno b. Fissura anal crônica
(EAI). Base do tratamento:
• Fissura anal crônica (>6-8 semanas, úlcera ❖ Deixar as fezes amolecidas;
com bordas fibróticas + plicoma sentinela + ❖ Diminuir a hipertonia esfincteriana.
papila hipertrófica): • Associa-se esfincterotomia química:
❖ Medicamentos que promovem
relaxamento do esfíncter anal:
✓ Pomada de nitroglicerina;
✓ Bloqueadores dos canais de cálcio
tópicos (Nifedipina, diltiazem);
✓ Injeções de toxina botulínica
• E/ou esfincterotomia cirúrgica.
Complicações: Perfurações
Não se pede para ver se o paciente tem
hemorróidas.
Retossigmoidoscopia:
É um aparelho que vai até o sigmóide. Hoje
tem uma indicação limitada, é mais barata,
indicado mais para pacientes mais jovens,
pois eles não têm muito risco para
• Inspeção: No quadro agudo (abscesso), o
neoplasia.
paciente refere dor pulsátil intensa,
abaulamento na região, sempre mole,
podendo cicatrizar e não ter mais nada,
ou virar uma fistula. Quando vira uma
fistula, iremos ver caracteristicamente
na linha média:
❖ Orifício na linha média coberto de tecido
epitelial;
❖ Orifício de drenagem (localizado +
lateralmente) com tecido de granulação;
❖ Pêlos entrando dentro do orifício.
7.3. Tratamento:
• Quadro agudo: Drenagem.
• Quadro crônico: Cirúrgico
• Mais realizado: Incisão e curetagem.
Pós-operatório:
❖ Manter a região sem pêlos, pois uma
das maiores causas de recorrência
são os pêlos que ficam envolta e
encravam.
❖ Não deixar as bordas se
aproximarem.
Colonoscopia:
É o melhor exame para ver o intestino
grosso por dentro. Consegue-se ver uma
parte terminal do íleo, 15 a 20 cm, mas não o
íleo todo, pois o íleo é móvel. É necessário
preparo, limpar o intestino todo. Padrão
ouro para neoplasia, para tudo que esteja
relacionado a intestino.
Diagnóstico de: neoplasia, doença
inflamatória intestinal, retocolite ulcerativa,
Quadros clínicos: • Se for durante a evacuação, a redução é
espontânea ou manual?
QUAIS AS PRINCIPAIS QUEIXAS Além disso, sobre o “Caroço”, tem: Sintomas
PROCTOLÓGICAS? associados?
Sangue, dor, nodulação, “pelezinha”, prurido, • Dor local?
incontinência e secreção (não muito comum) • Sangramento?
QUAIS PRINCIPAIS PATOLOGIAS • Prurido?
PROCTOLÓGICAS? • Secreção?
• Hemorróidas internas; Quais hipóteses diagnósticas para caroço no
• Hemorróidas externas; ânus?
• Plicoma; • Doença Hemorroidária interna;
• Fissura anal; • Hemorróida externa simples
• Abscesso anoretal; trombosada;
• Fístula anorretal; • Abscesso perianal;
• Fistula pilonidal; • Condiloma;
• Tumores de canal anal e reto baixo; • Plicomas;
• Condiloma. • Tumores;
Atenção!!! • Procidência retal.
Avaliação hemorroidária, temos que ter
algumas coisas em mente:
• Pesquisar sinais e sintomas de doença
neoplásica;
• Realizar o toque retal. (Sempre realizar,
exceto em alguns casos)
Sinais e sintomas de alarme em pacientes
com queixa proctológicas:
• Perda ponderal;
• Dor abdominal de início recente;
• Alterações do hábito intestinal;
• Sangramento anal. Doença hemorroidária interna
Outros 2 fatores de risco para câncer de Nodulação ao esforço evacuatório associado
cólon retal que devem ser avaliados: a sangramento, indolor: Quando o paciente
• Idade: acima de 50 anos; * É um fator de faz esforço evacuatório a hemorroida se
risco isolado para câncer de colon retal. exterioriza, associada a sangramento, no
• História familiar. entanto é indolor.
Abscesso perianal
Nodulação constante, dor pulsátil e pode
estar associado à febre.
Plicoma
Nodulação constante (‘Veinha”)
Procidência retal
• Tumor de ceco. Não são sangramentos
vermelhos, e sim, apresenta-se como melena e
anemia ferropriva.
Obs.>> Então, sangramento volumoso não é
hemorroida! Hemorroida fica pingando sangue.
Assusta o paciente porque quando o
sangue pinga no vaso, a água do vaso fica
vermelha, achado que é muito sangramento, mas
não é!
Pólipo
SITUAÇÃO 3: DOR ANAL
• Características da dor:
❖ Dor constante? Trombose hemorroidária
❖ Dor relacionada à evacução? Dor constante que piora com a evacuação
• Caráter da dor: associado à nodulação (“veinha”, “Bolinha”)
❖ Pulsátil? * Muito característico de dolorosa.
abscesso perianal.
❖ Rasgando? * Característico de fissura
anal.
Quais hipóteses diagnósticas para dor?
• Abscesso perianal;
• Trombose hemorroidária;
• Fissura;
As 3 principais causas de dor no reto.
• Tumor de Reto;
• Tumor de canal anal.
Fissura
Dor do tipo “rasgando” associado a
Abscesso perianal
sangramento ao evacuar. Geralmente, o
Dor pulsátil sem relação com a evacuação
sangramento é visto no papel higiênico.
associado a abaulamento local e febre.
SITUAÇÃO 4: PRURIDO ANAL (Difícil ocorre,
geralmente é por má higiene)
• Causas de prurido anal:
❖ Má higiene: principal causa em
adultos; * Ou por excessiva higiene do
canal anal.
❖ Verminose: principalmente em
criança; * Oxiurus _ diagnóstico com
exame da fita.
❖ Doenças anais cutâneas: dermatite
seborreíca, eczemas;
❖ Doenças sistêmicas: DM e
hepatopatias crônicas;
❖ Plicomas, hemorroidas internas,
fissura.
Como conduzir um paciente com queixa
proctológica?
• Anamnese;
• Exame físico geral; * Se o paciente está
corado, hipocorado para ver se tem
anemia e o abdômen para ver se não tem
nenhuma massa palpável.
• Exame proctológico.