Você está na página 1de 6

Julian Lope - Turm XXIX

MEDICINA UNINOVE

EDEMA E DERRAME CAVITÁRIO

Perguntas Norteadoras:

• O que é Edema?
→ É o acúmulo de líquido no espaço intersticial
Se pequeno = edema localizado
Se grande: Edema de grandes dimensões ( geralmente alteração sistêmica)

• Quais o tipos de edemas?


Intracelular e extracelular, sendo o EXTRACELULAR o mais importante.

• Quais as principais causas de edemas extracelulares?


Causas Principais:
Aumento da Hipermeabilidade capilar → Reações imunes com liberação de histamina,
toxinas, infecções bacterianas, isquemia prolongada (aumenta processo inflamatório),
queimadura e excesso de vitamina (principalmente C).
Aumento da pressão hidrostática,
Diminuição da Pressão oncótica → síndrome nefrótica, perda de proteínas de áreas
desnudadas da pele (queimaduras e ferimentos), insuficiência da síntese proteica (cirrose e
desnutrição proteica)
Obstrução dos vasos,
Retenção de sódio.

Obs:intracelular: hiponatremia, depressão dos sistemas metabólicos, nutrição inadequada


=alteração de Osmolalidade

• Faça o diagnóstico diferencial dos edemas localizados


Ocorrem em causas não sistêmicas: inflamação (flebite, erisipela), obstrução de vasos
(TVP), bloqueio de retorno linfático (gera inflamação local, endurecido), varizes, postural. Se
crônica (acima de 72h) e unilateral, investigar neoplasia.

• Quais os tipos de edemas Cavitários?


Edema cavitário ocorre como evolução de um edema generalizado.
Ascite (cavidade peritoneal) ,derrame pleural (cavidade pleural) e derrame pericárdico (
cavidade pericárdica)

Derrame pleural: toracocentese


Edema hepático: Ascite, circulação colateral, esplenomegalia e icterícia. Paciente
geralmente se apresenta com desnutrição.

• Qual fisiopatologia do edema de causa Renal?


Nefrítica= queda da TFG = retenção ǵua e sal = aumento da pressão hidrostática
Na síndrome nefrótica → aumento da excreção de proteínas (lesão parenquimatosa =
albuminuria) →redução da pressão oncótica
Julian Lope - Turm XXIX
MEDICINA UNINOVE

→ Derrame cavitário: envolve cavidade pleural, peritônio e pericárdio = síndrome nefrótica (


perda proteica é maior!!)
na nefrítica, a perda proteica é menor, assim, não dá tanto edema assim
Síndrome nefrótica: importante investigar derrame nas cavidades!!

Quadro clínico: O edema renal, que ocorre nas síndromes nefrótica, nefrítica e
pielonefrite) costuma ser generalizado, particularmente facial, acometendo principalmente
regiões subpalpebrais, sendo mais evidente no período matutino (manhã). São moles,
inelásticos, indolores e com temperatura normal, discretos a moderados (+ ou ++) na
nefrítica e pielonefrite.
Na síndrome nefrótica, o edema é intenso (+++ ou ++++) e, em geral, acompanha
derrames cavitários.

• Qual fisiopatologia do edema da causa hepática?


Disfunção hepática → menor produção de albumina (proteína) → redução da pressão
oncótica
+vasodilatação periférica ( processo inflamatório associado)
+ hipertensão portal =aumento da pressão hidrostática
→ avaliar função hepática, investigar cirrose, neoplasia hepática,
Ascite pequena ou moderada: macicez móvel e timpanismo. Sem circulo de skoda
Ascite moderada ou volumosa: Sinal de piparote
Conduta: paracentese: diagnóstico e terapeutico

líquido ascítico: Critério de GAZA


albumina plasmática x albumina ascítica

Edema é generalizado, intensidade discreta (+ a ++), mole, inelástico, indolor, predomina


nos MMI e é comum ascite concomitante.

• Qual a fisiopatologia do edema de causa cardíaca?


ICC → atv miocárdica reduzida = redução do débito = ativa SRNAA - retem sal e água =
congestão venosa → aumento da pressão capilar (pressão venosa) →aumento da pressão
hidrostática.
→ História clínica associada a dispneia e outros sinais de congestão : estase,
hepatomegalia, edema vespertino.
→ Investigar com raio-x e eco
Edema vespertino! não afeta a face
Dá Derrame pleural com transudato !

ICC apresenta edema como sinal importante, sendo generalizado, predominando nos
MMII, vespertino (a tarde após paciente manter-se de pé por várias horas), sendo
pré-sacral nos pacientes acamados o edema. Varia de intensidade (+ a ++++), inelástico,
indolor, pele adjacente pode estar lisa e brilhante.
Julian Lope - Turm XXIX
MEDICINA UNINOVE

• Quais os sinais de tamponamento cardíaco?


Gera baixo débito e congestão , trazendo sintomas como: dispneia, desconforto torácico,
fraqueza, agitação, sonolência, oligúria e anorexia. ( sintomas de insuficiência cardíaca)

Tríade de Beck: Hipofonese de bulhas, hipotensão e estase jugular


Derrame pericárdico:
exame diagnostico: Raio X (área cardiaca arredondada = coração de moringa)
diagnóstico diferencial: Insuficiência cardíaca!

Ecocardiograma:
Diagnóstico: Eletrocardiograma = QRS de baixa voltagem, quase do tamanho da onda P
alternância elétrica
Conduta: Pericardiocentese guiado por ultrassom - diagnóstica (analise do liquido) e
terapêutica .

Fisiopatologia anti edema:


• Sistema Circulatório
→ o Sistema vascular é o principal compartimento de fluxo de líquidos no corpo, assim,
qualquer alteração nesse sistema, acarreta em alteração do fluxo/direcionamento do líquido
intravascular e extravascular.
→ É controlado por Fatores locais (capilares, sistema pericapilar ) e sistema nervoso
simpático (vasoconstrição = empurra o sangue para frente / adrenalina melhora a contração
vascular, o impulsionamento vascular)
→ uma das causas da congestão venosa= insuficiência cardíaca = dificuldade de ejeção.
→ Volume do sistema circulatório
barorreceptores: aorta, pulmonar, pulmão, rim → avaliam a pressão vascular. Quando baixa,
há liberação de renina→ SRAA → retenção de sódio pela aldosterona =retenção de água =
aumento do volume.
→ angiotensina 2 = aumenta contração vascular periférica (RVP)
SRAA = Aumento de volume + aumento de RVP = Aumento do débito cardíaco.

• Pressão que atuam sobre a membrana Capilar


Pressão hidrostática
→ pressão do volume de líquido dentro do vaso, exercendo pressão para fora do vaso
→ situações que estimulem o SRAA aumentando o volume, e consequentemente
Julian Lope - Turm XXIX
MEDICINA UNINOVE

aumenta a pressão hidrostática. sendo elas, as síndromes sistêmicas


→ é balanceada pela pressão oncótica
Pressão oncótica
→Pressão de “atração” por proteínas, mantém o volume preso dentro do vaso
Permeabilidade Capilar
→ Aumenta o fluxo de líquido para fora do vaso. São poros nos vasos que permitem a
saída de líquido.Quando aumentados,maior será a pressão de líquido para o interstício.
→ ocorre em atividade inflamatória, em que há aumento da permeabilidade, dá um
edema localizado, e não generalizado. Inflamação = Edema local.
Alteração local: pensar em pressão hidrostática e oncótica. Elas devem estar em equilíbrio!

• Filtração
→ Feito pelo sistema linfático, absorve o líquido intersticial, equilibrando o balanço de
líquidos nos espaços.
→ Bloqueio do retorno linfático: Edema local → favorece processo inflamatório →
aumenta permeabilidade, com depósito de fibrina, assim, o edema é duro!
→ O sistema Renal contribui no equilíbrio dos líquidos do corpo ao eliminar líquido.

o controle dos volumes é neuroendócrino!

Semiologia do edema:
Local e distribuição: ( onde começou o edema e para onde se distribui/evolui?)
→ Unilateral : Causa local
→ Bilateral: Causa sistêmica
→ Paciente acamado: membros não tem tanto edema, porém haverá edema sacral.

Intensidade
→ Sinal de godet ou sinal do cacifo → digito-pressão. A intensidade do edema pode ser
medido pela profundidade da fóvea formada.

Consistência
→Edema mole é o agudo, de curta duração, que o tecido subcutâneo está infiltrado de água
(retenção de água = doença sistêmica com volemia associada ou proteína menor = ICC,
síndrome nefrótica, Redução oncótica).
→Edema duro é o de longa duração, que houve fibrose ou que se acompanharam de
repetidos surtos inflamatórios. ( hipotireoidismo = mixedema , edema duro)

Elasticidade
→Edema elástico é aquele que retorna rapidamente ao normal, ocorre em resposta
inflamatória.
→ Edema inelástico é o que a depressão persiste por longo tempo após o fim da
compressão, nas outras afecções.

Temperatura da pele circundante


→ temperatura elevada: ocorre em Resposta Inflamatória
→ temperatura fria: indica comprometimento da irrigação sanguínea.
Julian Lope - Turm XXIX
MEDICINA UNINOVE

Sensibilidade
→Faz-se digitopressão e, se tiver dor, costuma ser edema inflamatório.

Outros sinais gerais - Avaliação dos peso


→ Coloração:
Palidez = irrigação sanguínea deficiente;
Cianose = perturbação venosa localizada;
Vermelhidão = resposta inflamatória.
→ Textura e espessura
Lisa e brilhante = edema agudo;
pele espessa = edema de longa data;
*pele enrugada surge quando o edema está desaparecendo.

Edema por medicamento:


→ Bloqueador de cálcio →Edema Maleolar e no pé → : vasodilatador venoso e arterial,
edema vespertino. Conduta: dar medicamento a noite e se não tiver melhora, cessar uso do
fármaco.
→ Beta bloqueador tb é importante
→ Hormônios
→ AINE: O edema ocorre porque prostaglandinas são vasoprotetores da arteríola aferente
dos néfrons e, com a inibição delas, ocorre vasoconstrição e a TFG é reduzida, o que faz
aumentar retenção de líquidos e sódio.

Gestante:
é hemodiluida, então tem menor pressão oncótica

Tipos de edema:

Edema Ortopédico: histórico de trauma recente, edema no local do trauma

Edema alérgico: O paciente tem hipertensão porque o paciente perde água para o
interstício (formando o edema).
Características: Pode ser generalizado, mas predomina na face. Instalação súbita e
rapidamente na pele, por isso torna- se liso e brilhante. Apresenta temperatura aumentada e
vermelha. Mole e elástico.

Linfedema: inflamação do sistema linfático


CARACTERÍSTICAS: Inelástico, Consistência dura, Quente,
Indolor ou doloso, Lesões Tróficas na pele, Uni ou bilateral
→ Ultrassom Doppler de sistema venoso vem sem alteração

Trombose:
Fisiopatologia: oclusão venosa → aumento da pressão
venosa local→ aumento da pressão hidrostática =
empastamento da panturrilha (edema) e dor → leva um processo inflamatório
Julian Lope - Turm XXIX
MEDICINA UNINOVE

=tromboflebite → calor, rubor e piora da dor!


→ FAZER Ultrassom DOPPLER para diferenciar da linfangite. Se vier com alteração em
sistema venoso = trombose venosa, se vier sem alteração = linfedema.

Edema agudo: 72 horas


Edema crônico: Edema mais de 72 horas

Testes diagnósticos
Lembrar que há acometimento sistêmico: função renal, hepática e cardíaca, assim, deve-se
avaliar tais sistemas!
- Gerais : Hemograma, função Renal ( Ureia, Creatinina, Na, K, Urina I); Função Hepática(
TGO,TGP, BTF, Albumina, ATP), Função cardíaca(Rx de tórax, ECG, Ecocardiograma,
BNP= indicativo de lesão cardíaca) e Pulmonar ( Rx de tórax ou CT de tórax = derrame
pleural ou alguma obstrução)
- D dímero (suspeita de trombose, é marcador de trombose)
- USG com Doppler dos Membros inferiores (edema unilateral)
- Linfocintilografia (identifica doença linfática): geralmente é um edema unilateral, em que
não há identificação de causa , não é medicamento, venoso ou causa cardíaca.

Tratamento:
Objetivo: Atuar na etiologia do caso
Repouso no leito
Restrição hídrica ( Se sódio plasmático <120-125mEq/L)
Acompanhando perdas e ganhos (Peso)
Uso de diuréticos :

Você também pode gostar