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1. Cansaço
É uma das queixas mais frequentemente referidas pelos doentes. É um termo bastante
vago, por detrás do qual se podem esconder várias queixas:
• Excesso de trabalho;
• Diminuição da força muscular;
• Dispneia;
• Claudicação intermitente por isquemia – “dor nas pernas”;
• Queixas psicológicas (depressão, ansiedade);
o horário típico dos quadros depressivos, com queixas mais acentuadas de
manhã e maior capacidade funcional ao final do dia.
• Sonolência diurna excessiva.
2. Edema
Pesquisa de Edema
até 2 mm de profundidade +
de 2 a 4 mm de profundidade ++
de 4 a 6 mm de profundidade +++
de 6 a 8 mm de profundidade ++++
Na parede abdominal: criar uma prega de parede e pinçar esta prega entre as pontas
do indicador e do polegar.
3. Febre
Febre: elevação da temperatura oral acima dos valores de 37,2ºC de manhã ou dos
37,7ºC à tarde, secundária a uma elevação do set-point hipotalâmico. Como? -
libertação de citocinas como IL-1, IL-6, TNF e IFN no hipotálamo aumento da síntese e
libertação de prostaglandina E2 (PGE2).
Pode ser secundária a múltiplas causas:
Doentes com insuficiência renal ou cardíaca e/ou sujeitos a terapia corticoide podem
não ser capazes de sofrer subida da temperatura, perante os estímulos mencionados.
Sintomas / Fases
Ascensão térmica:
• Sensação de mal-estar;
• Mialgias e Cefaleias;
• Anorexia;
• Tremores / calafrios / bater os dentes – contrações musculares produtoras de
calor;
• Sensação de frio;
• Aumento da frequência cardíaca cerca de 7 pulsações/ minuto por cada ºC de
elevação;
• Pele pálida e fria (vasoconstrição);
• Vermelhidão facial;
• Perturbações neurológicas – desorientação, quadros delirantes, convulsões.
Defervescência:
• Pele quente e vermelha;
• Sudação abundante.
Tipos de Febre
Processos sépticos.
Síncope Vaso-Vagal
Vários tipos de lesão cardíaca podem levar a queda do débito cardíaco e isquemia
cerebral:
Nota: arritmias ventriculares causam, para a mesma frequência cardíaca, queda mais
marcada do que as auriculares, devido à perda da contribuição da contração auricular
eficaz.
Anemia Aguda
Obstrução Vascular
Lesões que dificultem o débito através dos vasos que irrigam o sistema nervoso central
(artérias vertebrais ou carótidas):
É muito raro que uma doença neurológica primária se exprima por PTC. Um acidente
isquémico transitório ou até um acidente vascular cerebral podem apresentar-se deste
modo.
Causas Metabólicas
Descrição da Síncope
Circunstâncias de aparecimento:
Sintomas associados:
5. Dor
Duas entidades:
• Dor aguda: relaciona-se temporalmente com a lesão e regride com a cura desta.
Alterações secundárias de stress (aumento da pressão arterial, da frequência
cardíaca e contrações musculares) são frequentes;
• Dor crónica: quando persiste por mais de 3 meses ou se mantém para além da
cura da lesão. Alterações emocionais são praticamente constantes, e constituem,
aliás, o critério mais importante para a caracterização da síndrome de dor crónica
não maligna – a dor doença.
Dor nociceptiva
• Agama:
o mielinizadas, transmitem o estímulo rapidamente (6 a 30 m/s);
o dirigem-se para as raízes dorsais da medula espinal;
o sinapse com os neurónios dos cornos posteriores nas zonas I e VI;
o dor bem localizada e descrita como aguda, elétrica, fina ou em picada;
o corresponde a estímulos com origem na pele.
• C:
o não mielinizadas, transmitem o estímulo lentamente (0,5 a 2 m/s);
o dirigem-se para as raízes dorsais da medula espinal;
o sinapse com neurónios dos cornos posteriores na zona III;
o localizada de forma imprecisa, em grandes áreas do corpo, e descrita como
moinha, tensão, latejo, ou mesmo náusea, ou apenas mal-estar;
o processos envolvendo estruturas profundas ou a pele.
ascendem pelas
corno posterior da cruzam imediatamente
colunas intermédio-
medula para o lado oposto
laterais
• Dor visceral: mal definida, difusa, pode ser periódica e por picos, referida a
outra área, e frequentemente associada a náuseas, vómitos e mal-estar.
Dor Neuropática
É originada por lesões das vias sensitivas, periféricas ou centrais. A relação temporal
com a lesão neurológica é, por vezes, pouco clara, podendo surgir semanas ou meses
após.
• Dor de difícil descrição – dor contínua, muitas vezes descrita como queimadura,
com surgimento de picos dolorosos bruscos, espontâneos e pouco duradouros,
descritos frequentemente como choque elétrico.
• Pode estar associada a outras alterações neurológicas – diminuição da
sensibilidade, parestesias, hiperalgesia (maior sensibilidade à dor), alodinia (dor
despertada por estímulos habitualmente não dolorosos), hiperpatia (acentuação
da dor por estimulação repetida, e permanência da dor após cessação dos
estímulos) ou ainda a manifestações de disfunção do SNA (alterações do tónus
vascular, da temperatura ou da sudação).
Anamnese
• Circunstâncias de aparecimento;
• Localização e distribuição:
o Dor localizada – permanece confinada ao local de origem;
o Dor transmitida – descrita ao longo do percurso de um nervo, com
distribuição segmentar (herpes zóster) ou periférica (nevralgia do
trigémeo);
o Dor referida – localizada numa zona distante do segmento de origem (dor
no ombro do abdómen subfrénico ou lombalgia da pancreatite);
o Dor simpática reflexa – localizada a todo o território de enervação
simpática; acompanha-se de alodinia, hiperalgesia e alterações tróficas e
vasomotoras.
• Qualidade da dor:
o cólica, ardor, queimadura, peso, aperto, picada, moinha, etc;
o pode indicar se a causa é superficial (bem definida e localizada) ou
profunda (surda, difusa e mal localizada);
o aparelho músculo-esquelético: bem definida e brusca ou constante e, por
vezes, com sensação de ardor;
o dor neuropática: difícil de descrever e de localizar, tipo queimadura,
lancinante tipo rasgão ou choque elétrico.
• Intensidade: utilização de uma escala visual analógica, com gradação de 1 a
10;
• Fatores moduladores: fatores que aumentam ou diminuem a intensidade da
dor, por exemplo a toma de fármacos ou agentes físicos:
o Acentuação da dor precordial com o esforço na angina de peito;
o Posição em “prece maometana” adotada pelos doentes com pancreatite
aguda para alívio da dor;
o Atenuação da cólica renal com antiespasmódicos.
• Evolução temporal:
o Intermitências, frequência dos episódios e a sua duração;
o Evolução a curto e longo prazo;
o Algumas síndromes dolorosas têm um padrão temporal típico: dor da
úlcera péptica recorre na Primavera e Outono e cefaleia tipo cluster pode
ocorrer diariamente à mesma hora durante certos meses.
• Sintomas acompanhantes:
o Poliaquiúria e disúria associadas à dor hipogástrica nas cistites;
o Hematúria associada à cólica renal;
o Escotomas cintilantes associados à cefaleia tipo enxaqueca.
• Impacto da dor na vida de relação: interfere com a vida profissional?
Interfere com o sono? Não adormece ou acorda com a dor? Alterou as relações
familiares ou sociais?
• Outros:
o História médica passada;
o História familiar;
o História psicológica e psicossocial.
Exame Físico