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FREQUÊNCIA DE VERIFICAÇÃO
Os SSVV de clientes hospitalizados no período de 24h variam dentro de certos limites,
por isso é necessário realizar, no mínimo, o controle a cada plantão para clientes
estáveis; o tempo será determinado conforme as alterações e necessidades do cliente.
Para clientes graves, os SSVV devem ser verificados a cada 2h, ex: UTI. Em casos de
emergência esse período passa a ser a cada 15min – o profissional deve seguir e
verificar as prescrições médica e de enfermagem.
Os sinais vitais poderão ser verificados com o cliente em decúbito sentado ou deitado
no leito, salvo alguma recomendação diferente.
É responsabilidade do profissional de enfermagem realizar o controle dos SSVV, é
necessário ter precisão, se houver dúvidas, aferir novamente, registrando com clareza
na anotação de enfermagem: Hora, registro do sinal vital, conduta em caso de
alteração, assinatura e carimbo (coren).
Qualquer alteração nos SSVV deverá ser registrado e comunicado imediatamente à
enfermeira responsável pela unidade.
Segundo Potter, os sinais vitais incluem:
Temperatura (T)
Pulso (FC)
Respiração (FR)
Pressão Arterial (PA)
DOR
Potter,2013
DE QUE FORMA ESSES DADOS AUXILIAM?
Estado de saúde do paciente;
Dados fisiológicos e fisiopatológicos;
Diagnósticos de enfermagem;
Implantar intervenções planejadas;
Avaliar os resultados das intervenções aplicadas;
Os SSVV devem ser avaliados no contexto da avaliação geral do paciente.
CONDIÇÕES A SEREM CONSIDERADAS PARA A OBTENÇÃO DOS SINAIS VITAIS
Condições ambientais, como temperatura e umidade no local, que podem
causar variações nos valores;
Condições pessoais, como exercícios recentes, tensão emocional e
alimentação, que também podem variar os valores;
Condições do equipamento, que devem ser apropriados, limpos e calibrados
regularmente. O profissional deve estar atento, pois o uso de equipamentos
inapropriados ou descalibrados pode resultar em valores falsos.
Indicações:
Admissão, alta e transferência de clientes hospitalizados ou unidades de saúde;
Alteração no quadro clínico do cliente;
Antes de procedimentos que podem alterar os SSVV;
Antes e após procedimentos invasivos ou cirúrgicos;
Durante a rotina diária de cada unidade, conforme prescrição;
Exame físico e assistência de enfermagem.
MATERIAIS NECESSÁRIOS PARA A VERIFICAÇÃO DOS SINAIS VITAIS
Bandeja
Algodão
Álcool 70% ou swab ( para desinfecção)
Esfigmomanômetro
Estetoscópio
Termômetro
Relógio
Escala da dor
Oxímetro*
Caneta e papel para registro
1.TEMPERATURA
A temperatura é mantida entre a produção e a perda de calor produzido pelo
organismo no ambiente e deve-se ao mecanismo controlado pelo hipotálamo.
CALOR PRODUZIDO – CALOR PERDIDO= TEMPERATURA CORPORAL
O ser humano é um ser homeotérmico, ou seja, tem a capacidade de manter a
temperatura corporal dentro de um certo intervalo predeterminado, apesar das
variações térmicas do meio ambiente ( homeostasia térmica). O equilíbrio térmico é
conseguido pelo balanço entre perda e produção ou aquisição de calor.
A medição da temperatura corporal visa à obtenção de uma média dos tecidos
corporais internos. Os tecidos corporais e os processos celulares funcionam melhor
dentro de uma faixa relativamente estreita da temperatura entre 36⁰C e 38 ⁰ C (
Potter, 2013)
Controle da Temperatura corporal
O calor produzido no interior do organismo chega a superfície corporal através dos
vasos sanguíneos, que representa até 30% do total do débito cardíaco. O grau de
aporte de sangue pela pele é controlado pela contração ou relaxamento das artérias,
no entanto, ao chegar à superfície, o calor é transferido do sangue para o meio
externo, por meio de irradiação, condução e evaporação.
Para que ocorra a irradiação, basta que a temperatura do corpo esteja acima do meio
ambiente. A condução ocorre quando há contato com outra superfície, mas com troca
de calor até que as temperaturas se igualem. Já o mecanismo onde o corpo troca
temperatura com o ar circulante chamamos de convecção.
O centro termorregulador localizado no hipotálamo, através de neurônios localizados
na área pré-óptica do Hipotálamo.
Condução. Ex: aplicação de gelo, compressas frias, aplicação de bolsas de água quente.
Convecção. Ex: Ventilador
Evaporação. Ex: Sudorese
Quando a temperatura sobe, inicia-se uma eliminação do calor por meio do estímulo
das glândulas sudoríparas e pela vasodilatação; com a sudorese, há perda importante
de calor, quando ocorre o inverso, ou seja , o resfriamento do organismo, são iniciados
mecanismos para a manutenção da temperatura pela contração dos vasos sanguíneos
e diminuição da perda por condução, convecção e transpiração.
O calafrio é uma resposta involuntária do corpo às diferenças de temperatura no
organismo. O movimento do músculo esquelético durante o calafrio requer energia
significativa. Em pacientes vulneráveis, o calafrio pode esvaziar seriamente as fontes
de energia, resultando em deterioração fisiológica posterior. O calafrio pode aumentar
a produção de calor de 4 a 5 vezes a mais que o normal. O calor produzido ajuda a
igualar a temperatura e o calafrio então cessa.
O Controle da Temperatura é a técnica para mensurar a temperatura corporal por
meio de termômetro. A temperatura ideal do corpo é mantida pelo equilíbrio perfeito
entre produção e eliminação mantida constantemente por um complexo ajustamento
dos reflexos.
A regulação da temperatura corporal é feita por dois mecanismos:
Termogênese ( produção de calor)
Termólise ( eliminação de calor)
Sintomas da Febre/Pirexia:
Calafrios seguido de sensação de calor intenso e sudorese.
Dores musculares, nas articulações, dor de cabeça,
Fraqueza, apatia, irritabilidade, indisposição, perda de apetite, boca seca,
desidratação.
Especialmente nas crianças, febres que se aproximam dos 40ºC ou ultrapassam
tal limite podem provocar confusão mental, delírios e convulsões.
PIROGÊNIA
A reação pirogênica é caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas
desencadeados pela presença, na corrente sanguínea, de soluções contaminadas por
endotoxinas e produtos de degradação proteica infundidas no paciente. Pirogênios
como bactérias e os vírus causam aumento na temperatura corporal. Os pirôgenios
agem como antígenos, disparando as respostas do sistema imune. A manifestação
clínica é aguda e caracterizada por febre, calafrios, tremores, hipotensão, cefaleia,
dispneia, náuseas e redução na saturação de oxigênio.
A febre é um mecanismo de defesa importante. Pequenas elevações de temperatura
até 39⁰C estimulam o sistema imune do corpo. Durante um período febril, a produção
de leucócitos é estimulada. A temperatura elevada reduz a concentração de ferro no
plasma sanguíneo, suprimindo o crescimento de bactérias. A febre também combate
infecções virais ao estimular o interferon, substância corporal de combate natural ao
vírus.
Padrões de Febre
Sustentada: Uma temperatura corporal contínua e constante acima de 38C que
demonstra pouca variação
Intermitente: A febre age intercalada com níveis usuais de temperatura. A
temperatura retorna ao valor aceitável no mínimo uma vez em 24h
Remitente: A febre age e cai sem retornar aos níveis de temperatura
Recaída: Períodos febris intercalados com valores aceitáveis de temperatura.
Episódios e períodos febris de normotermia podem ser superior a 24h.
Temperaturas acima de 41-42 ⁰C são incompatíveis com a vida, a partir desses valores
os centros termorreguladores se descontrolam, o ser humano entra em coma,
ocorrem convulsões e morte.Com o aumento da temperatura, o pulso e a respiração
podem aumentar proporcionalmente. Na maioria das vezes o individuo perde o
apetite, apresenta cefaleia, mal estar, depressão.
FATORES QUE AFETAM A TEMPERATURA CORPORAL
Sono e repouso: reduz o metabolismo e diminui a temperatura;
Desnutrição: Indivíduos desnutridos geralmente apresentam a temperatura
mais baixa pela deficiência no metabolismo celular;
Exercícios: o trabalho muscular contínuo aumenta a temperatura;
Emoções: o estresse aumenta a atividade metabólica e a temperatura
Fator Hormonal: a fase de ovulação eleva a temperatura
Idade: o metabolismo do recém nascido é elevado em relação ao idoso
Banho: muito quente ou frio provoca alterações transitórias na T
Vestimenta: provoca menor dissipação de calor e contribui para o aumento da
T
Alimento: ingestão de alimentos muito quente ou frio provoca alterações
transitórias na T.
PROCEDIMENTO
Objetivo: Auxiliar no diagnóstico e avaliar resposta no tratamento médico e
cuidados de enfermagem. Verificar se existe equilíbrio entre a produção e a
perda do calor do organismo. Detectar alterações no controle de temperatura e
presença de infecções e patologias.
Material : Bandeja com algodão, álcool 70% ou swab com álcool, termômetro,
caneta
Caracterização do pulso
1.FREQUÊNCIA: é o número de pulsações, deve ser contada durante um minuto,
varia de 50 a 100 batimentos por minuto;
2. AMPLITUDE: é o grau de enchimento da artéria ( sístole e diástole), pode ser
cheia ou filiforme ( indica uma força insuficiente de cada batimento e batimentos
irregulares)
3. RITMO: é a sequência de pulsações, o normal é que elas ocorram em intervalos
iguais.
Forte e regular ( Rítmico) – indica batimentos regulares com uma boa força
de cada batimento.
Fraco e regular ( Rítmico) – indica batimentos regulares com uma força
precária de cada batimento.
Irregular (arrítmico) – indica que ocorrem batimentos tanto fortes quanto
fracos durante o período de mensuração.
Idade Frequência Cardíaca (bpm)
Lactentes 120-160/min
Crianças até 3 anos 90-140/min
Pré – Escolares 80-110/min
Escolares 75-100/min
Adolescentes 60-90/min
Adultos 60-100/min
A contagem deve ser sempre feita por um período de 1 minuto e a frequência varia
com a idade e diversas condições físicas.
Não usar o polegar para verificar o pulso, pois a própria pulsação pode ser
confundida com a do paciente;
Não fazer pressão forte sobre a artéria, o que poderá impedir a percepção dos
batimentos;
O pulso apical é verificado com auxílio do estetoscópio sobre o tórax do cliente
na região do ápice do coração, descrever a localização, qual espaço intercostal
e o lado do tórax;
Evitar verificar o pulso em membros afetados de paciente com lesões
neurológicos ou vasculares;
Não verificar o pulso em membros com fístula arteriovenosa;
Não verificar o pulso com as mãos frias;
Em caso de dúvida, repetir a contagem.
Algumas anormalidades em relação ao pulso incluem:
Bradicardia: FC inferior a 60bpm
Taquicardia: FC acima de 100 bpm
Arritmia: Frequência de pulso irregular
Pulso fraco, filiforme: Pulso difícil de palpar
Pulso cheio: pulso forte
Pulso normocárdico: Batimento cardíaco normal
Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais
Pulso arrítmico: os intervalos entre os batimentos são desiguais
Pulso dicrótico: dá impressão de dois batimentos
Taquisfigmia: pulso acelerado
Bradisfigmia: frequência abaixo da faixa normal
Pulso filiforme: indica redução da força ou do volume do pulso periférico
3.FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
A respiração é o mecanismo que o organismo utiliza para realizar a troca de gases
entre a atmosfera e o sangue bem como entre o sangue e as células.
A sobrevivência humana depende da capacidade de o oxigênio (O2) alcançar as células
do corpo e o dióxido de carbono (CO2) ser removido das células.
Respiração é o ato de inspirar e expirar, promovendo a troca de gases entre o
organismo e o ambiente, transformando o sangue venoso que é rico de carbono em
sangue arterial, rico em oxigênio.
VENTILAÇÃO: MOVIMENTO DE GASES PARA DENTRO E PARA FORA DOS PULMÕES.
DIFUSÃO: MOVIMENTO DE OXIGÊNIO E DIÓXIDO DE CARBONO ENTRE OS ALVÉOLOS E
AS HEMÁCIAS.
PERFUSÃO: DISTRIBUIÇÃO DAS HEMÁCIAS PARA OS CAPILARES PULMONARES.
A ventilação é avaliada ao se determinar a frequência, profundidade, ritmo
respiratório. Difusão e perfusão podem ser avaliadas pelo nível de saturação.
A oximetria de pulso é a maneira de medir quanto oxigênio seu sangue está
transportando. Usando um pequeno dispositivo chamado oxímetro de pulso, seu nível
de oxigênio sanguíneo pode ser aferido sem a necessidade de puncioná-lo com uma
agulha. O nível de oxigênio mensurado com um oxímetro é chamado de nível de
saturação de oxigênio (abreviado como O2sat ou SaO2). A SaO2 é a porcentagem de
oxigênio que seu sangue está transportando, comparada com o máximo da sua
capacidade de transporte.
O valor de referência é acima de 90%.
Como a respiração está parcialmente sujeita ao controle voluntário, deve ser contada
sem que o cliente perceba, procedendo a sua verificação após o término da contagem
do pulso, como se ainda a estivesse realizando.
4.PRESSÃO ARTERIAL - PA
PA é a força exercida sobre as paredes de uma artéria pelo sangue que pulsa sob a
pressão do coração . A pressão arterial ou sistêmica, a pressão sanguínea no sistema
das artérias do corpo é um bom indicador de saúde cardiovascular.
Na contração dos ventrículos para ejetar o sangue nas grandes artérias, esse pico de
pressão máxima é a PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA.
Quando os ventrículos relaxam, o sangue que permaneceu nas artérias exerce uma
pressão máxima mínima ou PRESSÃO DIASTÓLICA
A unidade padrão para medição de pressão arterial é milímetros de mercúrio (mmHg),
essa medida indica a altura a qual a pressão pode alcançar em uma coluna de
mercúrio. A pressão arterial é registrada com a leitura da sistólica antes da diastólica.
Ex: 120/80.
Os valores da PA podem sofrer alterações fisiológicas conforme cada situação
Hipertensão Arterial: ocasionada por alimentação rica principalmente em
sódio, medo, ansiedade, exercícios, dor e estimulante.
Hipotensão Arterial: repouso, depressão e jejum.
Locais para verificação da pressão arterial
Artéria braquial
Artéria poplítea
Artéria pediosa
Cuidados na hora de verificar a pressão arterial
O cliente deve estar sentado ou deitado
Membro, braço na altura do coração
Caso o paciente tenha algum problema motor ou vascular em um dos lados ,
evitar esse.
Normal ≤ 120 ≤ 80
Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada
para classificação da PA.
Hipertensão: PA acima da média
Hipotensão: PA inferior à média
Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam
Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam
5. DOR – QUINTO SINAL VITAL
A dor é um sintoma e uma das causas mais frequentes da procura por auxílio médico.
A necessidade da dor ser reconhecida como 5° sinal vital foi citada pela primeira vez
em 1996 por James Campbell (Presidente da Sociedade Americana de Dor). Seu
objetivo foi de elevar a conscientização entre os profissionais de saúde sobre o
tratamento da dor. James Campbell (1996) refere que se a dor fosse aliviada com o
mesmo zelo como os outros sinais vitais haveria uma melhor chance de promover
tratamento adequado.
A avaliação da dor deve ser visível nas instituições de saúde, assim o seu registro
juntamente com os demais sinais vitais garantirá, na sua vigência, imediata
intervenção e reavaliações subsequentes, avaliação da dor e o registro sistemático e
periódico de sua intensidade é fundamental para que se acompanhe a evolução dos
pacientes e se realize os ajustes necessários ao tratamento.
A dor foi definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) como uma
experiência sensorial e emocional desagradável que é associada a lesões reais ou
potenciais ou descrita em termos de tais lesões. A dor é sempre subjetiva e cada
indivíduo aprende a utilizar este termo por meio de suas experiências.
A dor não controlada pode levar o indivíduo a reações neurovegetativas, como:
Aumento da PA
Taquicardia
Taquipneia
Ansiedade
Agitação psicomotora, causando assim alterações nos padrões vitais.