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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................3
2. ANATOMIA ..................................................................................................................3
4. DOENÇA HEMORROIDÁRIA.........................................................................................7
5. FISSURAS ANAIS.......................................................................................................25
6. ABSCESSOS PERIANAIS...........................................................................................30
7. FÍSTULAS PERIANAIS...............................................................................................34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................41
1. INTRODUÇÃO
Antes de adentrarmos em cada patologia, precisamos fazer uma breve revisão sobre
a anatomia da região perianal e sobre seu exame físico.
2. ANATOMIA
O reto é a porção final do trago gastrointestinal, sendo dividido do canal anal pela
linha pectínea. Essa divisão é importante, já que é onde diversas mudanças histoló-
gicas, fisiológicas e da própria anatomia. Assim, é a linha pectínea que irá delimitar
a divisão entre o epitélio colunar simples proximal e o epitélio estratificado distal, a
inervação visceral proximal e a inervação somática distal. É nessa região que iremos
encontrar as colunas retais, compostas pelas criptas (criptas de Morgagni), no interior
das quais os ductos excretores das glândulas anais se abrem.
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Figura 1. Foto da anatomia retal.
Fonte: logika600/ shutterstock.com
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3. EXAME FÍSICO PROCTOLÓGICO
O exame proctológico deve ser realizado sempre que o paciente apresenta sinto-
mas que possam estar relacionados ao colón, ao reto e ao ânus, como sangramento,
alterações do hábito intestinal, dor abdominal ou ano-reto-perineal. Além destas
indicações do exame proctológico, este exame deve ser realizado em indivíduos as-
sintomáticos que pertençam aos chamados grupos de risco para câncer colorretal.
O examinador deve ter sempre em mente que o exame proctológico é uma expe-
riência que causa grande apreensão em quase todos os pacientes e, em especial,
aos acometidos de uma afecção que produza dor na região anal, pois o paciente
teme que o exame em si possa despertar desconforto ainda maior. O paciente, já
bastante tenso, se sentir dor, contrairá a musculatura das nádegas e dos esfíncteres,
aumentando substancialmente a dificuldade do exame.
Assim, o objetivo inicial do examinador deve ser o de reduzir as preocupações
do paciente e antecipar, durante todo o procedimento, as sensações associadas ao
exame de tal forma que o paciente não se surpreenda com o que sente e adquira
confiança na proficiente ação do examinador.
Nas afecções agudas, em que o paciente apresenta grande desconforto, quer pela
presença de trombose hemorroidária, fissura anal ou de abscesso anal, o exame
proctológico deve restringir-se ao mínimo necessário para estabelecer o diagnós-
tico, sem impor sofrimento inútil ao paciente. Uma vez posicionado o paciente e
orientado quanto a natureza do procedimento, seguem-se os estágios do exame
propriamente dito.
Iniciaremos pela inspeção estática onde iremos analisar o estado da pele peria-
nal, a presença de cicatrizes, de secreções devem ser anotados. Nos casos em que
existe qualquer queixa relacionada a continência deve ser observada a presença de
resíduos fecais bem como o estado de fechamento completo ou não do ânus. Em
seguida a pele perianal é afastada com vigor com o objetivo de examinar melhor o
ânus propriamente dito. Nestas condições, uma fissura anal, se presente, poderá
ser vista. Sendo então seguido pela inspeção dinâmica onde deve-se solicitar que
o paciente faça força para evacuar, para demonstrar a presença de hemorroidas
prolapsadas, papilas hipertróficas, prolapso de reto, eliminação de fezes ou descida
do períneo. Muitas vezes a inspeção dinâmica é ainda mais eficiente com o paciente
em posição sentada.
Seguiremos com a palpação da região perianal e com o toque retal, onde usual-
mente a palpação é realizada antes de se lubrificar a luva, visando essencialmente
estabelecer a presença de áreas endurecidas ou amolecidas relacionadas a um
eventual abcesso, áreas infiltradas, por tecido tumoral, bem como saber se a com
pressão de uma determinada região provoca dor. Em doentes com sintomas de
incontinência fecal, a palpação deve ser completada com a pesquisa dos reflexos
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anorretais, através da picada de uma agulha para verificação de sensibilidade a
dor e a resposta de contração esfincteriana; enquanto com o toque retal, que em
determinadas situações não se faz necessária, iremos realizar a análise indireta de
todo canal anal e do reto, até como a presença de fezes na ampola retal e da patência
do esfíncter anal.
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Figura 3. Foto ilustrativa de um toque retal.
Fonte: Blamb/shutterstock.com
4. DOENÇA HEMORROIDÁRIA
Introdução
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Epidemiologia
A verdadeira prevalência de hemorroidas é incerta, pois o desconforto anorretal
é frequentemente atribuído a hemorroidas sintomáticas. Em uma grande pesquisa
transversal realizada nos Estados Unidos, a prevalência autorreferida de hemorroidas
sintomáticas foi de 4,4%. A prevalência foi igual em ambos os sexos, atingiu o pico
entre as idades de 45 e 65 anos e diminuiu a partir de então. O desenvolvimento dos
sintomas antes dos 20 anos era incomum.
Em estudos epidemiológicos conduzidos na Coréia, Inglaterra e Áustria, entre 14 e
39% da população tiveram hemorroidas; no entanto, muitos estavam sem sintomas.
Por outro lado, estima-se que 10 milhões de pessoas nos Estados Unidos se queixa-
ram de hemorroidas, correspondendo a uma prevalência de 4,4%. A queixa mais comum
associada à doença hemorroida é o sangramento retal indolor durante a defecação
com ou sem prolapso tecidual. Outros sintomas típicos incluem prurido ou dor anal e
nódulo na borda anal devido a trombose ou estrangulamento.
Fisiopatologia
Hemorroidas surgem de um plexo de vasos arteriovenosos dilatados em conjunto
com o tecido conjuntivo que o cerca.
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Hemorroidas internas surgem do plexo venoso superior. Suas três localizações pri-
márias (lateral esquerda, anterior direita e posterior direita) correspondem aos ramos
finais das veias hemorroidárias médias e superiores. O epitélio colunar sobrejacente
é visceralmente inervado; portanto, essas hemorroidas não são sensíveis à dor, toque
ou temperatura.
Hemorroidas externas surgem do plexo venoso inferior. Eles são cobertos pelo
epitélio escamoso modificado, que contém numerosos receptores somáticos de dor,
tornando as hemorroidas externas extremamente dolorosas na trombose. Hemorroidas
internas e externas se comunicam e drenam para as veias pudendas internas e, fi
nalmente, para a veia cava inferior.
O desenvolvimento de hemorroidas sintomáticas tem sido associado ao avanço da
idade, diarreia, gravidez, tumores pélvicos, repouso prolongado, esforço, constipação
crônica e pacientes em uso de anticoagulação e terapia antiplaquetária, embora não
esteja claro se a associação é causal.
Classificação
A doença hemorroidária pode ser classificada em dois aspectos. Uma que irá
diferenciar os tipos em função de sua relação com a linha pectínea e outra que irá
classificar em função da existência ou não de um prolapso e, caso presente, como
ele se comporta.
De acordo com sua relação com a linha pectínea:
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Figura 5. Foto de uma hemorroida externa trombosada.
Fonte: DOI: 10.1186/1471-2482-14-95
Primeira linha:
Sangramento Hemorroida prolapsa Clínico
2 indolor, prurido com esforço, mas reduz Segunda linha:
perianal espontaneamente Procedimento
mínimo
Sangramento
indolor, prurido Prolapso da hemorroida Primeira linha:
perianal, abaixo da linha pectínea Clínico
3 edemas, com esforço e é Segunda linha:
sangramento reduzida apenas por Procedimento
com pressão manual mínimo
muco/fezes
Prolapso de hemorroida
Dor,
grosseiro e evidente, não
sangramento,
redutível, alterações
edema,
4 inflamatórias crônicas Excisão cirúrgica
sangramento
(atrofia de mucosa,
com muco/
friável, maceração e
fezes
ulceração)
HEMORROIDA
Linha pectínea
Abaixo Acima
Externa Interna
Manifestações
Aproximadamente 40% dos indivíduos com hemorroidas são assintomáticos. Os
pacientes sintomáticos geralmente buscam tratamento para hematoquezia, dor as-
sociada à hemorroidas trombosadas, prurido perianal ou solo fecal.
O sangramento hemorroida é quase sempre indolor e geralmente está associado
a um movimento intestinal, embora possa ser espontâneo. O sangue é tipicamente
vermelho vivo e reveste as fezes no final da defecação ou pode pingar no vaso sanitá-
rio. Ocasionalmente, o sangramento pode ser abundante e pode ser exacerbado pelo
esforço. Em casos raros, a perda crônica de sangue pode causar anemia por deficiência
de ferro com sintomas associados à fraqueza, dor de cabeça, irritabilidade e graus
variáveis de fadiga e intolerância ao exercício.
Figuras 7 e 8. Foto de sangue no papel higiênico e desenho esquemático de uma hemorroida sangrando.
Fonte: Figura a esquerda - Sezer33/shutterstock.com/ e Figura a direita - SofiaV/shutterstock.com
Diagnóstico
Manifestações
Sangramento
Trombose
ao defecar
Diagnóstico Prurido
Tratamento conservador
A abordagem de tratamento inicial para a maioria dos pacientes com hemorroidas
sintomáticas de início recente é conservadora, consistindo em modificação da dieta/
estilo de vida e medicamentos tópicos ou orais para aliviar os sintomas. O tratamen
to conservador é bem-sucedido para a maioria dos pacientes e pode ser continuado
pelo tempo que o paciente desejar.
Tratamento no consultório
Os procedimentos baseados em consultório geralmente são oferecidos à pacientes
com hemorroidas internas sintomáticas refratárias a tratamentos médicos conserva-
dores. O objetivo comum dessas terapias é causar descamação do excesso de teci-
do hemorroida; cicatrização e cicatrização fixam o tecido residual no anel muscular
anorretal subjacente.
Para pacientes com hemorroidas internas sintomáticas grau I, II ou III, refratárias
ao tratamento conservador, recomendamos um procedimento no consultório, em vez
de hemorroidectomia cirúrgica, como intervenção inicial.
Pacientes com hemorroidas internas de qualquer grau e problemas anorretais
adicionais, hemorroidas externas ou hemorroidas internas / externas mistas devem
prosseguir diretamente para a cirurgia, pois essas condições não são passíveis de
tratamentos no consultório.
• Hemorroidas externas
• Hemorroidas externas sintomáticas (por exemplo, dor, trombose) refratárias
a medidas conservadoras;
• Hemorroidas externas sintomáticas (por exemplo, dor, trombose) refratárias
a procedimentos no consultório ou incapazes de tolerar procedimentos no
consultório devido à dor;
• Hemorroidas externas grandes ou severamente sintomáticas (por exemplo,
dor intensa, interferem na higiene, irritação severa da pele e coceira);
• Pacientes com marcas de pele externas substanciais;
• Hemorroidas internas significativas e internas combinadas;
• Hemorroidas externas sintomáticas na presença de uma condição anorretal
concomitante que requer cirurgia.
• Hemorroidas internas
• Hemorroidas internas prolongadas que podem ser reduzidas manualmente
(Grau III), principalmente se mais de uma coluna estiver envolvida;
• Hemorroidas internas prolongadas e encarceradas (Grau IV) ;
• Hemorroidas internas sintomáticas (por exemplo, dor, trombose) refratárias
a medidas conservadoras ;
AINE’s tópicos
Outras
apresentações Fibras
de hemorroidas
Antiespasmódicos
Sintomáticos
Irritação ou
Clínico
prurido
Cremes
Analgésicos
HEMORROIDA Trombose
Banho de assento
Grau II e III
Consultório Ligadura elástica
Hemorrágicas
internas
Grau IV
Cirúrgico Hemorroidectomia
Hemorragia
externa
Pronto! Agora que o maior assunto já se foi, poderemos dar conta das outras 3
patologias orificiais. Você verá que será bem mais rápido seu estudo, mas não menos
importante.
Introdução
Epidemiologia
As fissuras anais geralmente afetam bebês e indivíduos de meia idade. Estima-se
que aproximadamente 235.000 novos casos de fissura anal ocorram todos os anos nos
Estados Unidos. No entanto, não é possível estabelecer uma incidência mais precisa,
porque o desconforto anal é frequentemente atribuído a hemorroidas sintomáticas.
Classificação
As fissuras anais podem ser primárias ou secundárias. As fissuras mais comuns
são primárias e são causadas por trauma local no contexto de espasmo anal ou alta
pressão anal. As fissuras anais primárias são mais comumente localizadas na linha
média posterior e menos comum na linha média anterior. As fissuras anais secundárias
ou atípicas são causadas por outro processo de doença, como a doença de Crohn, e
podem ocorrer em outros locais que não a linha média.
Manifestações
Apresentação do paciente - Pacientes com fissura anal aguda apresentam dor
anal que geralmente está presente em repouso, mas é exacerbada pela defecação. A
dor que se intensifica com a defecação geralmente dura horas após o ato, que é um
sintoma debilitante. Embora a dor anal seja o principal sintoma de uma fissura, as
fissuras anais também podem estar associadas ao sangramento anal.
Mais comumente, uma fissura anal aparece como uma ruptura longitudinal no ano-
derme que geralmente não se estende mais proximamente do que a linha pectínea.
Uma fissura aguda aparece como uma laceração superficial fresca, como um corte
de papel; uma fissura crônica eleva as bordas, expondo as fibras brancas orientadas
horizontalmente das fibras musculares do esfíncter anal interno na base da fissura.
As fissuras anais crônicas são frequentemente acompanhadas por marcas de pele
externas (pilha de sentinelas) na extremidade distal da fissura e papilas anal hiper-
trofiadas na extremidade proximal. Essas características de uma fissura crônica são
atribuídas à inflamação crônica e subsequente fibrose.
Diagnóstico
Deve-se suspeitar de fissura anal com base em uma história de dor anal que é
provocada por defecação e dura horas depois, muitas vezes com sangramento anal
associado. O diagnóstico pode ser confirmado no exame físico, visualizando diretamente
uma fissura (geralmente em pacientes mais magros) ou reproduzindo as queixas do
paciente (dor anal) por palpação digital suave da borda anal da linha média posterior
(ou anterior).
Fissuras anais
Diagnóstico Manifestação
Tratamento
Para pacientes com uma fissura anal típica (ou seja, uma única fissura poste-
rior ou anterior sem evidência de doença de Crohn), é recomendado prescrever uma
combinação de medidas de suporte (fibra, banho de assento, analgésico tópico) e
um dos vasodilatadores tópicos (nifedipina ou nitroglicerina) por um mês. Além dis-
so, os pacientes constipados devem receber um amaciador de fezes ou laxante. O
objetivo do tratamento é relaxar o esfíncter anal interno, iniciar e manter a passagem
atraumática das fezes e aliviar a dor. Embora a terapia clínica seja menos eficaz que
a cirurgia, especialmente para fissuras anais crônicas, deve ser oferecida primeiro
devido à sua ampla disponibilidade, melhor tolerância e falta de complicações graves
(isto é, incontinência fecal).
FISSURA
Vasodilatadores Vasodilatadores
Cirurgia Cirurgia
tópicos tópicos
Fibra Fibra
Laxantes Laxantes
Introdução
Abscessos e fístulas anorretais podem ser vistos como duas fases sequenciais
do mesmo processo infeccioso anorretal: um abscesso representa a fase aguda da
infecção, enquanto uma fístula representa a fase crônica da supuração e fistulização.
Portanto, não surpreende que 30 a 70% dos abscessos anorretais estejam associados
a uma fístula anorretal concomitante e que 30 a 40% dos pacientes desenvolvam uma
fístula anorretal após tratamento para um abscesso anorretal.
Epidemiologia
Estima-se que haja aproximadamente 100.000 casos de infecção anorretal por ano
nos Estados Unidos. É provável que a incidência subestime, pois muitos pacientes com
sintomas anorretais preferem atribuí-los a “hemorroidas” e procurar atendimento mé-
dico para um diagnóstico preciso. A idade média da apresentação é de 40 anos (faixa
de 20 a 60). Homens adultos têm duas vezes mais chances de desenvolver abscesso
anorretal e / ou fístula em comparação com mulheres
Fisiopatologia
Os abscessos anorretais geralmente se origina de uma glândula anal infectada. Existem
8 a 10 glândulas da cripta anal dispostas circunferencialmente dentro do canal anal ao
nível da linha pectínea. As glândulas penetram no esfíncter interno e terminam no plano
interesfincteriano. Um abscesso se desenvolve quando uma glândula anal fica obstruída
com detritos inespecíficos, o que permite o crescimento bacteriano e a formação de
Classificação
Um abscesso perianal é um abscesso anorretal simples. Os abscessos perirretais
são mais complexos e podem envolver planos diferentes no anorretal, apresentar
apresentações clínicas distintas e exigir um manejo mais específico. A classificação
dos abscessos perirretais é baseada em suas localizações anatômicas
Manifestações
Pacientes com abscesso anorretal geralmente apresentam dor intensa na região
anal ou retal. A dor é constante e não necessariamente associada a uma evacuação.
Sintomas constitucionais como febre e mal estar são comuns. A drenagem retal pu-
rulenta pode ser observada se o abscesso começar a drenar espontaneamente.
No exame físico, pode ser observada uma área de flutuação ou um pedaço de pele
endurecida e eritematosa sobre a pele perianal em pacientes com abscesso superficial
(por exemplo, perianal). Pacientes com abscesso mais profundo (por exemplo, supra
elevador), no entanto, podem não ter achados físicos no exame externo, e o abscesso
só pode ser sentido pelo exame retal digital ou por imagem.
Diagnóstico
Deve-se suspeitar de abscesso anorretal em pacientes que apresentam dor intensa
na área anal ou retal. Um abscesso anorretal superficial pode ser diagnosticado no
exame físico com achados de eritema perianal e uma massa palpável e muitas vezes
flutuante. Um abscesso mais profundo pode ser diagnosticado sentindo-se uma massa
sensível e frequentemente flutuante internamente no exame retal digital ou através
de estudos de imagem.
ABSCESSO PERIANAL
Manifestações Diagnóstico
Tratamento
O tratamento primário do abscesso anorretal é a drenagem cirúrgica. Uma vez
diagnosticados, todos os abscessos perianais e perirretais devem ser drenados ime-
diatamente; falta de flutuação não deve ser uma razão para atrasar o tratamento.
Qualquer abscesso anorretal não drenado pode continuar a se expandir para espaços
adjacentes, bem como progredir para infecção sistêmica generalizada.
Todos os procedimentos de incisão e drenagem para abscessos anorretais se-
guem os mesmos princípios gerais, mas podem variar de acordo com as abordagens
cirúrgicas (através de uma incisão na pele ou no reto), dependendo de considerações
anatômicas.
7. FÍSTULAS PERIANAIS
Introdução
Epidemiologia
A verdadeira prevalência de fístulas anais é desconhecida, pois o desconforto anor-
retal é frequentemente atribuído a hemorróidas sintomáticas como todas as patologias
anteriormente abordadas. A incidência de uma fístula anal que se desenvolve a partir
de um abscesso anal varia de 15 a 38%. A idade média para apresentação de absces-
so anal e doença de fístula é de 40 anos (variação de 20 a 60). Homens adultos têm
duas vezes mais chances de desenvolver um abscesso e / ou fístula em comparação
com as mulheres.
Fisiopatologia
As fístulas criptoglandular são provenientes de uma glândula anal infectada. Uma
fístula anorretal é a conexão entre duas estruturas epiteliais e conecta o abscesso anal
das glândulas criptas anais infectadas à pele perirretal e, ocasionalmente, a outros
órgãos pélvicos.
Classificação
• Fístulas anais simples não possuem nenhum dos atributos acima e geralmente
incluem fístulas superficiais, interesfincterianas e transesfincterianas baixas que
envolvem <30% do esfíncter externo.
Manifestações
Diagnóstico
O diagnóstico da fístula baseia-se principalmente em achados característicos da
história e do exame físico: dor, drenagem purulenta e lesão cutânea perirretal. Os
estudos de imagem não são necessários para o diagnóstico de fístulas simples; no
entanto, eles podem ser úteis para avaliação diagnóstica de fístulas complexas ou
recorrentes.
FÍSTULAS PERIANAIS
Manifestações Diagnóstico
Anamnese
Tratamento
O tratamento cirúrgico é a base da terapia e é necessário em pacientes com fístulas
anorretais sintomáticas, com exceção de alguns pacientes com doença de Crohn.
O objetivo da terapia cirúrgica é erradicar a fístula, preservando a continência fecal.
A abordagem cirúrgica depende da classificação correta da fístula.
Para identificar a abertura externa e interna, o curso da pista e a quantidade de
músculo esfíncter que ela incorpora, muitas vezes é necessário examinar o paciente
DOENÇAS ORIFICIAIS
Sangramento ao Drenagem de
Dor ao evacuar Dor constante
evacuar secreção
Drenagem Tratamento
Tratamento clínico Classificação
cirúrgica + ATB Cirúrgico
Regra de
Interna x Externa
Goodsall-Salmon
Tratamento
Clínico x Cirúrgico
Sanar
Rua Alceu Amoroso Lima, 172, 3º andar, Salvador-BA, 41820-770