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EXPEDIENTE
Esta cartilha é uma publicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores
em Estabelecimentos de Ensino – Contee, sob coordenação da Secretaria de
Comunicação Social

Diretoria Executiva: Coordenação-Geral Madalena Guasco Peixoto; Secretaria-Geral


Cássio Filipe Galvão Bessa; Secretaria de Finanças Fábio Eduardo Zambon; Secretaria de
Comunicação Social Cristina Castro; Secretaria de Assuntos Educacionais Adércia Bezerra
Hostin; Secretaria de Formação Wanderley Julio Quêdo; Secretaria de Políticas Sociais
Alan Francisco de Carvalho; Secretaria de Organização Sindical José Ribamar V. Barroso;
Secretaria de Políticas Sindicais José Carlos Arêas; Secretaria de Assuntos Jurídicos João
Batista da Silveira; Secretaria de Assuntos Institucionais Nara Teixeira de Souza; Secretaria
de Gênero e Etnia Rita de Fraga Almeida Zambon; Secretaria de Políticas Internacionais
Maria Clotilde Lemos Petta; Secretaria da Saúde do Trabalhador Luiz Gambim; Secretaria
de Juventude Oswaldo Luiz Cordeiro Teles

Diretoria Plena: Abigail Carvalho; Ailton Fernandes; André Jorge Marcelino da Costa
Marinho; André Luiz G. Cunha; Angelo Lacerda Rocha; Antonio Rodrigues da Silva;
Aparecida de Oliveira Pinto; Cesar Gomes Araújo; Claudio Eduardo dos Santos; Claudio
Jorge; Cristiano Leon Martins; Edson de Paula Lima; Geraldo Porfírio Pessoa; Gisele Vargas;
João Jorge de Araújo Armênio; João Marques da Fonseca Filho; José Jackson Bezerra
(licenciado); Juliano Pavesi Peixoto; Lygia Maria Batista Carreteiro; Manoel Henrique da
Silva Filho; Maria das Graças de Oliveira; Maria Madalena Patrício de Almeida; Nivaldo Pinto
Ferreira; Paulo Roberto Yamaçake; Robson Terra Silva; Rodrigo Pereira de Paula; Sérgio
Roberto Scheffer; Tania Andrade Lima; Ulrich Beathalter

Conselho Fiscal: Idenes de Jesus Souza Cruz, Leonardo da Silva dos Santos Bastos,
Wilson Melo Sodré

Editora e jornalista responsável: Táscia Souza – MTb 11.920/MG


Projeto gráfico e diagramação: Cláudio Gonzalez - Movimento

FALE CONOSCO
Confederação Nacional dos Trabalhadores
em Estabelecimentos de Ensino - Contee
Endereço: Setor de Rádio e TV – Sul Quadra 701 – Bloco 2
Sala 436 Ed. Assis Chateaubriand CEP 70340-906 Brasília/DF
Telefones: (61) 3226 1278/ 3223 2194
E-mails: contee@contee.org.br e redacao@contee.org.br
Portal: www.contee.org.br
PNE: uma conquista das entidades
e do movimento social

O
Plano Nacional de Educação que, de- ao novo PNE em vigor, através da organização das
pois de tramitar por três anos e meio, prioridades e metas a serem alcançadas nos próxi-
chega agora às mãos da sociedade, mos dez anos. Sempre se tratou – e essa condição
após a sanção da presidenta Dilma permanece – de um grande desafio, sobretudo se
Rousseff, foi construído pelas mãos dessa própria confrontado ao PNE anterior, que vigorou de 2001
sociedade. Ao longo de todo esse tempo em que o a 2010 e cujas propostas pouco foram cumpridas.
projeto de lei tramitou no Congresso Nacional e Há que se lembrar de que a meta de investimen-
muito antes disso, desde os preparativos para a I tos de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) em
Conferência Nacional de Educação (Conae), rea- educação, aliás, foi vetada pelo então presidente

PNE
lizada em 2010, as entidades nacionais que defen- Fernando Henrique Cardoso. Sem verba definida,
dem o fortalecimento da educação pública – entre dificultaram-se tanto as ações dos governos muni-
as quais a Confederação Nacional dos Trabalha- cipais e estaduais quanto a cobrança do Ministério 5
dores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), da Educação pelo seu cumprimento. Isso sem falar
juntamente com as federações e sindicatos filia- que a maioria dos municípios e estados não apro-
dos – e os movimentos sociais tiveram papel não vou uma legislação que garantisse recursos para
apenas essencial, mas também protagonista na a execução das ações nem punição para quem as
discussão de investimentos e políticas públicas descumprisse.
para a educação brasileira, a fim de fortalecê-la
como direito de cada cidadão, dever do Estado e A meta de investimentos de 10% do PIB para a
instrumento de desenvolvimento e construção da educação pública assegurada agora no novo PNE
soberania nacional. – recursos que, devidamente administrados, serão
responsáveis pela garantia de todas as outras 19
A Conae/2010 se constituiu como um dos mais metas do plano – é fruto de um amplo processo
importantes espaços para a discussão sobre os ru- democrático e da luta incansável das entidades e
mos que o país deveria tomar em todos os níveis movimentos. É por causa dessa luta (travada na
de ensino. Foi dela que, com a intensa participa- Conae, no Congresso, no Fórum Nacional de Edu-
ção e contribuição das entidades e dos movimen- cação – que foi uma importante conquista e um
tos sociais, saíram as diretrizes que deram origem espaço de discussão e construção de políticas pú-
blicas que precisa ser fortalecido –, nas entidades, do texto, deixou manifesta sua intenção de abrir as
nas ruas) que se consolidou um PNE muito melhor portas para o escoamento de recursos públicos para
do que aquele enviado em 2010 ao Congresso Na- o setor privatista. Essa modificação foi combinada à
cional, o qual não contemplava todas as delibera- substituição da expansão de vagas públicas nos en-
ções da Conferência Nacional de Educação, nem sinos superior e técnico-profissionalizante por vagas
sequer o montante de verbas públicas reivindica- gratuitas, com o mesmo objetivo de contemplar os
das para a garantia de uma educação pública e gra- empresários do setor privado. Mais uma vez, foi im-
tuita de qualidade. prescindível o brado da sociedade civil organizada,
através de suas entidades e movimentos, para des-
É claro que a proposta original já trazia alguns fazer tamanho prejuízo. O esforço, porém, foi re-
avanços, dentre os quais a constituição do FNE e a compensado e os danos aprovados pelos senadores
previsão da realização das conferências. Por outro foram rejeitados na nova votação da Câmara.
lado, o projeto de lei foi apresentado ignorando a
discussão anterior com a coordenação da Conae e Em resumo, após quase quatro anos, o Brasil tem
abarcando algumas questões críticas, como a utili- nas mãos um novo PNE. O movimento social, que
zação do Índice de Desenvolvimento da Educação sempre lutou pela criação e pelo fortalecimento de
PNE

Básica (Ideb) para avaliar a qualidade do ensino e a um sistema público de educação – tarefa republi-
falta de uma definição e regulamentação do regime cana ainda não efetivada no Brasil –, conseguiu vi-
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de colaboração entre os entes federados. Além disso, tórias importantes neste processo de aprovação da
a primeira versão da matéria, na verdade, determi- lei. Enfrentamos o debate de ampliação da oferta
nava os mesmos 7% do PIB de investimentos apro- pública e gratuita da educação e vencemos! Luta-
vados – e vetados – no PNE anterior. Trocando em mos por metas de valorização do magistério e ven-
miúdos, o que a proposta fazia era tornar expressa cemos! Vencemos também ao conseguir incluir o
em seu texto a confirmação do atraso de uma década. Custo Aluno-Qualidade, assim como estratégias e
metas importante de qualificação e valorização dos
Esse quadro só foi revertido, mais uma vez, pela profissionais da educação pública e privada. O Se-
ação das entidades e dos movimentos sociais, que, nado, que tinha desfigurado o projeto, foi derrotado
a partir de muita mobilização, conseguiram que a e o substitutivo aprovado no Plenário da Câmara
Câmara dos Deputados, em 2012, aprovasse a am- e sancionado pela presidenta Dilma Rousseff, no
pliação do investimento para 10% do PIB, a serem geral, fortalece a educação pública e democrática.
destinados exclusivamente à educação pública. Tal
conquista foi desfigurada no fim do ano passado pelo Em muitas coisas não conseguimos avançar, mas
Senado Federal, o qual, ao retirar a palavra “pública” em três, em particular, fomos derrotados. A pri-
meira diz respeito à visão sistêmica da educação à rede pública e pelo reconhecimento do caráter
garantida pela Constituição, que entende que as sistêmico da educação brasileira, o que significa
leis da educação devem valer tanto para a rede pú- que, conforme estabelecido pela Constituição da
blica quanto para o setor privado. Pela ação agres- República, tanto a educação pública quanto a pri-
siva dos setores privados junto ao Parlamento, vada compõem o mesmo sistema e devem ser en-
pouco se avançou no PNE para que este princípio tendidas como passíveis de regulação e de exigên-
fosse garantido também nas metas de valorização cias de padrão de qualidade, autonomia e gestão
profissional e gestão democrática. democrática iguais.

A segunda, por sua vez, se deve ao retrocesso em Nossa luta agora é pela efetivação de um Siste-
termos de uma educação não discriminatória, vis- ma Nacional de Educação (SNE) que regulamen-
to que a ação de setores conservadores tirou do te a educação pública e a privada e que garanta
texto a referência a um ensino não sexista e não que, em regime de colaboração, as metas do Pla-
homofóbico, bem como ao combate a outros tipos no Nacional possam ser executadas nos estados
de discriminação. Já a terceira se refere à perda e municípios. O PNE traça os objetivos, mas sua
em relação à exclusividade das verbas públicas implementação é responsabilidade conjunta dos

PNE
para a educação pública, uma vez que foi mantida diferentes níveis de governo, que precisam agora
no texto a contabilização os recursos das parce- criar ou adequar seus planos de ação municipais
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rias público-privadas, como o Fundo de Financia- e estaduais. Cabe a nós, entidades sindicais que
mento Estudantil (Fies), o Programa Universida- representam os trabalhadores e trabalhadoras do
de para Todos (ProUni), o Programa Nacional de setor privado de ensino, ao lado dos demais seg-
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), mentos da sociedade civil organizada que defen-
além das creches e pré-escolas conveniadas, como dem o fortalecimento da educação, acompanhar o
investimento público em educação. cumprimento das metas aprovadas e buscar for-
talecer os fóruns municipais e estaduais para que
Sobre esse ponto em especial, é preciso ressalvar, tais metas se tornem realidade. Com o PNE em vi-
porém, que, com exceção do Pronatec, os outros gor, nossa tarefa, daqui em diante, é exercer o efe-
programas não usam verba da educação para sua tivo controle social para assegurar o cumprimento
efetivação, e sim isenção de impostos. Além dis- do plano e o direito de cada cidadão brasileiro à
so, continuaremos no combate à mercantilização educação pública de qualidade.
e à financeirização do ensino no país, bem como
na batalha pela regulamentação da educação pri- Madalena Guasco Peixoto
vada sob as mesmas exigências legais aplicadas Coordenadora-geral da Contee
APRENDIZADOS
O processo de tramitação do Plano Nacional de Educação (PNE),
acompanhado de perto pela Contee e suas entidades filiadas ao longo
desses quase quatro anos, deixa algumas lições que precisam ser
aprendidas, a fim de garantir, de fato, o direito a uma educação de
qualidade no Brasil. Tais ensinamentos são essenciais para outras lutas
que busquem assegurar conquistas futuras para o setor. Essa foi uma
luta. Ainda restam muitas batalhas a serem travadas!

Mobilização permanente

O PNE só foi aprimorado devido à atuação das entidades e dos movi-


PNE

mentos sociais. Não fosse a pressão desses setores da sociedade civil


organizada, teríamos um Plano Nacional de Educação não condizente,
8 em termos de prioridades, investimentos e metas, com as necessidades
da educação pública.

Contato direto com os parlamentares

Para o aprimoramento do PNE e sua aprovação e sanção, o corpo a


corpo juntos aos deputados e senadores foi primordial. Para tanto, foi
muito importante ter nossa presença constante em Brasília, sobretu-
do nos dias de debate e votação. Contudo, muito relevante também foi
o contato direto das entidades e dos representantes da categoria com os
parlamentares em seus respectivos estados, mostrando o engajamento
das bases e o acompanhamento minucioso feito pelo eleitorado, de sua
atuação legislativa. Essa estratégia vale para a tramitação de todas as
matérias de interesse dos trabalhadores e trabalhadoras e da educação.
Desafios para a nossa luta

- Implementação do PNE e dos planos pertar nossa atenção para a necessidade de efetiva
municipais e estaduais participação na eleição de parlamentares compro-
metidos com a luta e os interesses dos trabalha-
Nossas entidades filiadas precisam continuar atu- dores e trabalhadoras, em especial nas questões
ando nos fóruns municipais e estaduais de educa- educacionais, sindicais e trabalhistas. E, após o
ção – que devem se fortalecer como espaço de dis- pleito, precisamos também estar atentos às vota-
cussões de políticas públicas –, uma vez que isso ções e posicionamentos dos parlamentares, man-
é fundamental para acompanhar a implementação tendo a base em constante vigília sobre a atuação
do PNE nos municípios e Estados e também para dos legisladores que de fato representam os nossos
atuar no sentido de elaborar ou adequar os planos interesses.
municipais e estaduais às metas do PNE. Isso tam-
bém vale para garantir que as leis de gestão demo- - Conae/2014
crática que terão de ser construídas nos estados e
Com a sanção do novo PNE, as articulações se

PNE
município incluam a educação privada. voltam novamente para a II Conferência Nacional
- Fortalecimento e democratização dos de Educação, a ser realizada em novembro, como
espaço para fortalecer os instrumentos de controle 9
conselhos municipais e estaduais
social da educação e para assegurar a implementa-
Da mesma forma que os fóruns, é importante ba- ção do Sistema Nacional de Educação.
talharmos para fortalecer e democratizar os con-
selhos de educação dos estados e municípios – - Sistema Nacional de Educação
inclusive através da proposição de um projeto de Esta importante bandeira retorna com força ago-
lei a ser discutido e elaborado pela Contee – bem ra, como ponto central da Conae/2014, que será
como os conselhos escolares e de acompanhamen- um importante espaço para discussão e criação de
to do Fundeb, como instrumentos de participação elementos para a formatação da lei que instituirá
e fiscalização na gestão escolar e educacional. o SNE. É preciso ressaltar que o reconhecimen-
- Participação eleitoral to de que a educação brasileira é sistêmica, com
a devida regulamentação da educação privada, é
O PNE foi aprovado pela atual legislatura e san- imprescindível inclusive para garantir a efetivação
cionado pelo atual governo, mas será executado de conquistas expressas no PNE, inclusive em ter-
de fato pelos próximos. Por isso, temos que des- mos de valorização profissional.
PNE
11
Para acompanhar,
fiscalizar e cobrar:

Confira nas páginas seguintes a íntegra do


texto-final da lei do Plano Nacional de Educação
LEI Nº 13.005, DE 25 DE JUNHO DE 2014 IX - valorização dos(as) profissionais da edu-
cação;
Aprova o Plano Nacional de Educação - X – promoção dos princípios do respeito aos
PNE e dá outras providências. direitos humanos, à diversidade e à sustentabi-
lidade socioambiental.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA
Art. 3º As metas previstas no Anexo desta Lei serão
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu san- cumpridas no prazo de vigência deste PNE, desde que
ciono a seguinte Lei: não haja prazo inferior definido para metas e estraté-
gias específicas.
Art. 1º É aprovado o Plano Nacional de Educação
- PNE, com vigência por 10 (dez) anos, a contar da Art. 4º As metas previstas no Anexo desta Lei deverão
publi­cação desta Lei, na forma do Anexo, com vistas ao ter como referência a Pesquisa Nacional por Amostra
cumprimento do disposto no art. 214 da Constituição de Domicílios - PNAD, o censo demográfico e os cen-
Federal. sos nacionais da educação básica e superior mais atua­
lizados, disponíveis na data da publicação desta Lei.
Art. 2º São diretrizes do PNE: Parágrafo único. O poder público buscará ampliar o es-

PNE
copo das pesquisas com fins estatísticos de forma a in-
I – erradicação do analfabetismo; cluir informação detalhada sobre o perfil das populações
II – universalização do atendimento escolar; de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência. 13
III – superação das desigualdades educacionais,
com ênfase na promoção da cidadania e na er- Art. 5º A execução do PNE e o cumprimento de suas
radicação de todas as formas de discriminação; metas serão objeto de monitoramento contínuo e de
IV – melhoria da qualidade da educação; avaliações periódicas, realizados pelas seguintes ins­
V – formação para o trabalho e para a cidadania, tâncias:
com ênfase nos valores morais e éticos em que se I – Ministério da Educação - MEC;
fundamenta a sociedade; II – Comissão de Educação da Câmara dos
VI – promoção do princípio da gestão Deputados e Comissão de Educação, Cultura e
democrática da educação pública; Esporte do Senado Federal;
VII – promoção humanística, científica, cultural III – Conselho Nacional de Educação - CNE;
e tecnológica do País; IV – Fórum Nacional de Educação.
VIII – estabelecimento de meta de aplicação de § 1º Compete, ainda, às instâncias referidas no caput:
recursos públicos em educação como proporção I – divulgar os resultados do monitoramento e
do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure das avaliações nos respectivos sítios institucio­
atendimento às necessidades de expansão, com nais da internet;
padrão de qualidade e equidade; II – analisar e propor políticas públicas para
assegurar a implementação das estratégias e o ceira pela exploração de petróleo e de gás natural, na
cumprimento das metas; forma de lei específica, com a finalidade de assegurar
III – analisar e propor a revisão do percentual de o cumprimento da meta prevista no inciso VI do art.
investimento público em educação. 214 da Constituição Federal.
§ 2º A cada 2 (dois) anos, ao longo do período de vigên-
cia deste PNE, o Instituto Nacional de Estudos e Pes- Art. 6º A União promoverá a realização de pelo menos
quisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP publicará 2 (duas) conferências nacionais de educação até o fi-
estudos para aferir a evolução no cumprimento das nal do decênio, precedidas de conferências distrital,
metas estabelecidas no Anexo desta Lei, com infor- municipais e estaduais, articuladas e coordenadas pelo
mações organizadas por ente federado e consolidadas Fórum Nacional de Educação, instituído nesta Lei, no
em âmbito nacional, tendo como referência os estudos âmbito do Ministério da Educação.
e as pesquisas de que trata o art. 4º, sem prejuízo de § 1º O Fórum Nacional de Educação, além da atribuição
outras fontes e informações relevantes. referida no caput:
§ 3º A meta progressiva do investimento público em I – acompanhará a execução do PNE e o cum-
educação será avaliada no quarto ano de vigência do primento de suas metas;
PNE e poderá ser ampliada por meio de lei para at- II – promoverá a articulação das conferências
ender às necessidades financeiras do cumprimento das nacio­nais de educação com as conferências re-
PNE

demais metas. gionais, esta­duais e municipais que as preceder-


§ 4º O investimento público em educação a que se ref- em.
14 erem o inciso VI do art. 214 da Constitui­ção Federal § 2º As conferências nacionais de educação realizar-se-
e a meta 20 do Anexo desta Lei engloba os recursos ão com intervalo de até 4 (quatro) anos entre elas, com
aplicados na forma do art. 212 da Constituição Fed- o objetivo de avaliar a execução deste PNE e subsidiar
eral e do art. 60 do Ato das Disposições Constitucio- a elaboração do plano nacional de educação para o
nais Transitórias, bem como os recursos aplicados decênio subsequente.
nos programas de expansão da educação profissional
e superior, inclusive na forma de incentivo e isenção Art. 7º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
fiscal, as bolsas de estudos concedidas no Brasil e no nicípios atuarão em regime de colaboração, visando ao
exterior, os subsídios concedidos em programas de fi- alcance das metas e à implementação das estratégias
nanciamento estudantil e o financiamento de creches, objeto deste Plano.
pré-escolas e de educação especial na forma do art. § 1º Caberá aos gestores federais, estaduais, munici-
213 da Constituição Federal. pais e do Distrito Federal a adoção das medidas go­
§ 5º Será destinada à manutenção e ao desenvolvi- vernamentais necessárias ao alcance das metas previs-
mento do ensino, em acréscimo aos recursos vincu- tas neste PNE.
lados nos termos do art. 212 da Constituição Federal, § 2º As estratégias definidas no Anexo desta Lei não
além de outros recursos previstos em lei, a parcela da elidem a adoção de medidas adicionais em âmbito
participação no resultado ou da compensação finan- local ou de instrumentos jurídicos que formalizem
a coo­peração entre os entes federados, podendo ser II – considerem as necessidades específicas das
complementadas por mecanismos nacionais e locais de populações do campo e das comunidades indí-
coordenação e colaboração recíproca. genas e quilombolas, asseguradas a equidade
§ 3º Os sistemas de ensino dos Estados, do Distrito educacional e a diversidade cultural;
Federal e dos Municípios criarão mecanismos para o III – garantam o atendimento das necessidades
acompanhamento local da consecução das metas deste específicas na educação especial, assegurado
PNE e dos planos previstos no art. 8º. o sistema educacional inclusivo em todos os
§ 4º Haverá regime de colaboração específico para a níveis, etapas e modalidades;
implementação de modalidades de educação escolar IV – promovam a articulação interfederativa na
que necessitem considerar territórios étnico-educacio- implementação das políticas educacionais.
nais e a utilização de estratégias que levem em conta as § 2º Os processos de elaboração e adequação dos pla-
identidades e especificidades socioculturais e linguísti- nos de educação dos Estados, do Distrito Federal e dos
cas de cada comunidade envolvida, assegurada a con- Municípios, de que trata o caput deste artigo, serão re-
sulta prévia e informada a essa comunidade. alizados com ampla participação de representantes da
§ 5º Será criada uma instância permanente de nego- comunidade educacional e da sociedade civil.
ciação e cooperação entre a União, os Estados, o Dis-
trito Federal e os Municípios. Art. 9º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios

PNE
§ 6º O fortalecimento do regime de colaboração entre deverão aprovar leis específicas para os seus sistemas
os Estados e respectivos Municípios incluirá a institui­ de ensino, disciplinando a gestão democrática da edu-
ção de instâncias permanentes de negociação, coopera­ cação pública nos respectivos âmbitos de atuação, no 15
ção e pactuação em cada Estado. prazo de 2 (dois) anos contado da publicação desta
§ 7º O fortalecimento do regime de colaboração entre Lei, adequando, quando for o caso, a legislação local já
os Municípios dar-se-á, inclusive, mediante a adoção adotada com essa finalidade.
de arranjos de desenvolvimento da educação.
Art. 10. O plano plurianual, as diretrizes orçamen-
Art. 8º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios tárias e os orçamentos anuais da União, dos Estados,
deverão elaborar seus correspondentes planos de edu- do Distrito Federal e dos Municípios serão formula-
cação, ou adequar os planos já aprovados em lei, em dos de maneira a assegurar a consignação de dotações
consonância com as diretrizes, metas e estratégias pre- orçamentárias compatíveis com as diretrizes, metas e
vistas neste PNE, no prazo de 1 (um) ano contado da estratégias deste PNE e com os respectivos planos de
publicação desta Lei. educação, a fim de viabilizar sua plena execução.
§ 1º Os entes federados estabelecerão nos res­pectivos
planos de educação estratégias que: Art. 11. O Sistema Nacional de Avaliação da Educação
I – assegurem a articulação das políticas edu- Básica, coordenado pela União, em colaboração com
cacionais com as demais políticas sociais, par- os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, con-
ticularmente as culturais; stituirá fonte de informação para a avaliação da quali-
dade da educação básica e para a orientação das políti- § 5º A avaliação de desempenho dos(as) estudantes
cas públicas desse nível de ensino. em exames, referida no inciso I do § 1º, poderá ser di-
§ 1º O sistema de avaliação a que se refere o caput pro- retamente realizada pela União ou, mediante acordo
duzirá, no máximo a cada 2 (dois) anos: de cooperação, pelos Estados e pelo Distrito Federal,
I - indicadores de rendimento escolar, refer- nos respectivos sistemas de ensino e de seus Municí-
entes ao desempenho dos(as) estudantes apu- pios, caso mante­nham sistemas próprios de avaliação
rado em exames nacionais de avaliação, com do rendimento escolar, assegurada a compatibilidade
participação de pelo menos 80% (oitenta por metodológica entre esses sistemas e o nacional, espe-
cento) dos(as) alunos(as) de cada ano escolar cialmente no que se refere às escalas de proficiência e
periodicamente avaliado em cada escola, e aos ao calendário de aplicação.
dados pertinentes apurados pelo censo escolar
da educação básica; Art. 12. Até o final do primeiro semestre do nono ano
II - indicadores de avaliação institucional, rela- de vigência deste PNE, o Poder Executivo encamin-
tivos a características como o perfil do alunado hará ao Congresso Nacional, sem prejuízo das prer-
e do corpo dos(as) profissionais da educação, as rogativas deste Poder, o projeto de lei referente ao
relações entre dimensão do corpo docente, do Plano Nacio­nal de Educação a vigorar no período sub-
corpo técnico e do corpo discente, a infraes- sequente, que incluirá diagnóstico, diretrizes, metas e
PNE

trutura das escolas, os recursos pedagógicos estratégias para o próximo decênio.


disponíveis e os processos da gestão, entre out-
16 ras relevantes. Art. 13. O poder público deverá instituir, em lei es-
§ 2º A elaboração e a divulgação de índices para aval- pecífica, contados 2 (dois) anos da publicação desta
iação da qualidade, como o Índice de Desenvolvimen- Lei, o Sistema Nacional de Educação, responsável pela
to da Educação Básica - IDEB, que agreguem os indi- articulação entre os sistemas de ensino, em regime de
cadores mencionados no inciso I do § 1º não elidem a colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e es-
obrigatoriedade de divulgação, em separado, de cada tratégias do Plano Nacional de Educação.
um deles.
§ 3º Os indicadores mencionados no § 1º serão esti- Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publi-
mados por etapa, estabelecimento de ensino, rede cação.
escolar, unidade da Federação e em nível agregado
nacional, sendo amplamente divulgados, ressalvada a Brasília, 25 de junho de 2014; 193º da Independência e
publicação de resultados individuais e indicadores por 126º da República.
turma, que fica admitida exclusivamente para a comu-
nidade do respectivo estabelecimento e para o órgão DILMA ROUSSEFF
gestor da respectiva rede. Guido Mantega
§ 4º Cabem ao Inep a elaboração e o cálculo do Ideb e José Henrique Paim Fernandes
dos indicadores referidos no § 1º. Miriam Belchior
ANEXO

Metas e estratégias

PNE
17
Meta 1 cional de construção e reestruturação de escolas, bem
como de aquisição de equipamentos, visando à expan-
Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré- são e à melhoria da rede física de escolas públicas de
escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) educação infantil;
anos de idade e ampliar a oferta de educação infan-
til em creches de forma a atender, no mínimo, 50% 1.6) implantar, até o segundo ano de vigência deste
(cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) PNE, avaliação da educação infantil, a ser realizada a
anos até o final da vigência deste PNE. cada 2 (dois) anos, com base em parâmetros nacionais
de qualidade, a fim de aferir a infraestrutura física, o
Estratégias: quadro de pessoal, as condições de gestão, os recursos
pedagógicos, a situação de acessibilidade, entre outros
1.1) definir, em regime de colaboração entre a União, indicadores relevantes;
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, metas
de expansão das respectivas redes públicas de educação 1.7) articular a oferta de matrículas gratuitas em cre-
infantil segundo padrão nacional de qualidade, consi­ ches certificadas como entidades beneficentes de as-
derando as peculiaridades locais; sistência social na área de educação com a expansão da
oferta na rede escolar pública;

PNE
1.2) garantir que, ao final da vigência deste PNE, seja
inferior a 10% (dez por cento) a diferença entre as taxas 1.8) promover a formação inicial e continuada dos(as)
de frequência à educação infantil das crianças de até profissionais da educação infantil, garantindo, progres-
3 (três) anos oriundas do quinto de renda familiar per sivamente, o atendimento por profissionais com for- 19
capita mais elevado e as do quinto de renda familiar per mação superior;
capita mais baixo;
1.9) estimular a articulação entre pós-graduação, nú-
1.3) realizar, periodicamente, em regime de colabo- cleos de pesquisa e cursos de formação para profissio-
ração, levantamento da demanda por creche para a nais da educação, de modo a garantir a elaboração de
população de até 3 (três) anos, como forma de planejar currículos e propostas pedagógicas que incorporem os
a oferta e verificar o atendimento da demanda mani- avanços de pesquisas ligadas ao processo de ensino-
festa; aprendizagem e às teorias educacionais no atendimen-
to da população de 0 (zero) a 5 (cinco) anos;
1.4) estabelecer, no primeiro ano de vigência do PNE,
normas, procedimentos e prazos para definição de 1.10) fomentar o atendimento das populações do
mecanismos de consulta pública da demanda das campo e das comunidades indígenas e quilombolas
famílias por creches; na educação infantil nas respectivas comunidades, por
meio do redimensionamento da distribuição territorial
1.5) manter e ampliar, em regime de colaboração e da oferta, limitando a nucleação de escolas e o deslo-
res­peitadas as normas de acessibilidade, programa na- camento de crianças, de forma a atender às especifici-
dades dessas comunidades, garantido consulta prévia e 1.16) o Distrito Federal e os Municípios, com a colabo-
informada; ração da União e dos Estados, realizarão e publicarão,
a cada ano, levantamento da demanda manifesta por
1.11) priorizar o acesso à educação infantil e fomen- edu­cação infantil em creches e pré-escolas, como for-
tar a oferta do atendimento educacional especializado ma de planejar e verificar o atendimento;
complementar e suplementar aos(às) alunos(as) com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e 1.17) estimular o acesso à educação infantil em tempo
altas habilidades ou superdotação, assegurando a edu- integral, para todas as crianças de 0 (zero) a 5 (cinco)
cação bilíngue para crianças surdas e a transversalidade anos, conforme estabelecido nas Diretrizes Curricu-
da educação especial nessa etapa da educação básica; lares Nacionais para a Educação Infantil.

1.12) implementar, em caráter complementar, pro- Meta 2


gramas de orientação e apoio às famílias, por meio da
articulação das áreas de educação, saúde e assistên- Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove)
cia social, com foco no desenvolvimento integral das anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (qua-
crian­ças de até 3 (três) anos de idade; torze) anos e garantir que pelo menos 95% (no-
venta e cinco por cento) dos alunos concluam essa
PNE

1.13) preservar as especificidades da educação infan- etapa na idade recomendada, até o último ano de
til na organização das redes escolares, garantindo o vigência deste PNE.
atendimento da criança de 0 (zero) a 5 (cinco) anos
20 em estabelecimentos que atendam a parâmetros nacio- Estratégias:
nais de qualidade, e a articulação com a etapa escolar
seguinte, visando ao ingresso do(a) aluno(a) de 6 (seis) 2.1) o Ministério da Educação, em articulação e cola­
anos de idade no ensino fundamental; boração com os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
pios, deverá, até o final do 2º (segundo) ano de vigên-
1.14) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento cia deste PNE, elaborar e encaminhar ao Conselho
do acesso e da permanência das crianças na educação Nacional de Educação, precedida de consulta pública
infantil, em especial dos beneficiários de programas de nacional, proposta de direitos e objetivos de aprendi-
transferência de renda, em colaboração com as famílias zagem e desenvolvimento para os(as) alunos(as) do en-
e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e sino fundamental;
proteção à infância;
2.2) pactuar entre União, Estados, Distrito Federal e
1.15) promover a busca ativa de crianças em idade Municípios, no âmbito da instância permanente de que
correspondente à educação infantil, em parceria com trata o § 5º do art. 7º desta Lei, a implantação dos di-
órgãos públicos de assistência social, saúde e proteção à reitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento
infância, preservando o direito de opção da família em que configurarão a base nacional comum curricular do
relação às crianças de até 3 (três) anos; ensino fundamental;
2.3) criar mecanismos para o acompanhamento indi- 2.9) incentivar a participação dos pais ou responsáveis
vidualizado dos(as) alunos(as) do ensino fundamental; no acompanhamento das atividades escolares dos fi­
lhos por meio do estreitamento das relações entre as
2.4) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento escolas e as famílias;
do acesso, da permanência e do aproveitamento esco-
lar dos beneficiários de programas de transferência de 2.10) estimular a oferta do ensino fundamental, em es-
renda, bem como das situações de discriminação, pre- pecial dos anos iniciais, para as populações do campo,
conceitos e violências na escola, visando ao estabeleci- indígenas e quilombolas, nas próprias comunidades;
mento de condições adequadas para o sucesso escolar
dos(as) alunos(as), em colaboração com as famílias e 2.11) desenvolver formas alternativas de oferta do en-
com órgãos públicos de assistência social, saúde e pro- sino fundamental, garantida a qualidade, para atender
teção à infância, adolescência e juventude; aos filhos e filhas de profissionais que se dedicam a
atividades de caráter itinerante;
2.5) promover a busca ativa de crianças e adolescentes
fora da escola, em parceria com órgãos públicos de as- 2.12) oferecer atividades extracurriculares de incentivo
sistência social, saúde e proteção à infância, adolescên- aos(às) estudantes e de estímulo a habilidades, inclu-
cia e juventude; sive mediante certames e concursos nacionais;

PNE
2.6) desenvolver tecnologias pedagógicas que com- 2.13) promover atividades de desenvolvimento e es-
binem, de maneira articulada, a organização do tempo tímulo a habilidades esportivas nas escolas, interligadas
e das atividades didáticas entre a escola e o ambiente a um plano de disseminação do desporto educacional e 21
comunitário, considerando as especificidades da edu- de desenvolvimento esportivo nacional.
cação especial, das escolas do campo e das comuni-
dades indígenas e quilombolas; Meta 3

2.7) disciplinar, no âmbito dos sistemas de ensino, a Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para
organização flexível do trabalho pedagógico, incluindo toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete)
adequação do calendário escolar de acordo com a reali- anos e elevar, até o final do período de vigência
dade local, a identidade cultural e as condições climáti- deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino
cas da região; médio para 85% (oitenta e cinco por cento).

2.8) promover a relação das escolas com instituições e Estratégias:


movimentos culturais, a fim de garantir a oferta regu-
3.1) institucionalizar programa nacional de renovação
lar de atividades culturais para a livre fruição dos(as)
do ensino médio, a fim de incentivar práticas pedagógi-
alunos(as) dentro e fora dos espaços escolares, assegu-
cas com abordagens interdisciplinares estruturadas
rando ainda que as escolas se tornem polos de criação
pela relação entre teoria e prática, por meio de currícu-
e difusão cultural;
los escolares que organizem, de maneira flexível e di-
versificada, conteúdos obrigatórios e eletivos articula- 3.6) universalizar o Exame Nacional do Ensino Mé-
dos em dimensões como ciência, trabalho, linguagens, dio - ENEM, fundamentado em matriz de referência
tecnologia, cultura e esporte, garantindo-se a aquisição do conteúdo curricular do ensino médio e em técnicas
de equipamentos e laboratórios, a produção de mate- estatísticas e psicométricas que permitam comparabi-
rial didático específico, a formação continuada de pro- lidade de resultados, articulando-o com o Sistema Na-
fessores e a articulação com instituições acadêmicas, cional de Avaliação da Educação Básica - SAEB, e pro-
esportivas e culturais; mover sua utilização como instrumento de avaliação
sistêmica, para subsidiar políticas públicas para a edu-
3.2) o Ministério da Educação, em articulação e co- cação básica, de avaliação certificadora, possibilitando
laboração com os entes federados e ouvida a socie- aferição de conhecimentos e habilidades adquiridos
dade mediante consulta pública nacional, elaborará dentro e fora da escola, e de avaliação classificatória,
e encaminhará ao Conselho Nacional de Educação - como critério de acesso à educação superior;
CNE, até o 2º (segundo) ano de vigência deste PNE,
proposta de direitos e objetivos de aprendizagem e 3.7) fomentar a expansão das matrículas gratuitas de
desenvolvimento para os(as) alunos(as) de ensino ensino médio integrado à educação profissional, obser-
médio, a serem atingidos nos tempos e etapas de or- vando-se as peculiaridades das populações do campo,
ganização deste nível de ensino, com vistas a garantir das comunidades indígenas e quilombolas e das pes-
PNE

formação básica comum; soas com deficiência;

3.3) pactuar entre União, Estados, Distrito Federal e 3.8) estruturar e fortalecer o acompanhamento e o moni­
22
Municípios, no âmbito da instância permanente de que toramento do acesso e da permanência dos e das jovens
trata o § 5º do art. 7º desta Lei, a implantação dos di- beneficiários(as) de programas de transferência de ren-
reitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento da, no ensino médio, quanto à frequência, ao aproveita-
que configurarão a base nacional comum curricular do mento escolar e à interação com o coletivo, bem como
ensino médio; das situações de discriminação, preconceitos e violên-
cias, práticas irregulares de exploração do trabalho, con-
3.4) garantir a fruição de bens e espaços culturais, de sumo de drogas, gravidez precoce, em colaboração com
forma regular, bem como a ampliação da prática des­ as famílias e com órgãos públicos de assistência social,
portiva, integrada ao currículo escolar; saúde e proteção à adolescência e juventude;

3.5) manter e ampliar programas e ações de correção de 3.9) promover a busca ativa da população de 15
fluxo do ensino fundamental, por meio do acompanha- (quinze) a 17 (dezessete) anos fora da escola, em ar-
mento individualizado do(a) aluno(a) com rendimento ticulação com os serviços de assistência social, saúde e
escolar defasado e pela adoção de práticas como aulas proteção à adolescência e à juventude;
de reforço no turno complementar, estudos de recupe­
ra­ção e progressão parcial, de forma a reposicioná-lo 3.10) fomentar programas de educação e de cultura para
no ciclo escolar de maneira compatível com sua idade; a população urbana e do campo de jovens, na faixa etária
de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos, e de adultos, com nutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
qualificação social e profissional para aqueles que este- Valorização dos Profissionais da Educação - FUNDEB,
jam fora da escola e com defasagem no fluxo escolar; as matrículas dos(as) estudantes da educação regular
da rede pública que recebam atendimento educacional
3.11) redimensionar a oferta de ensino médio nos especializado complementar e suplementar, sem pre-
turnos diurno e noturno, bem como a distribuição ter- juízo do cômputo dessas matrículas na educação básica
ritorial das escolas de ensino médio, de forma a atender regular, e as matrículas efetivadas, conforme o censo
a toda a demanda, de acordo com as necessidades es- escolar mais atualizado, na educação especial oferecida
pecíficas dos(as) alunos(as); em instituições comunitárias, confessionais ou filan­
trópicas sem fins lucrativos, conveniadas com o poder
3.12) desenvolver formas alternativas de oferta do en- público e com atuação exclusiva na modalidade, nos
sino médio, garantida a qualidade, para atender aos termos da Lei n° 11.494, de 20 de junho de 2007;
fi­lhos e filhas de profissionais que se dedicam a ativi-
dades de caráter itinerante; 4.2) promover, no prazo de vigência deste PNE, a uni-
versalização do atendimento escolar à demanda mani­
3.13) implementar políticas de prevenção à evasão festa pelas famílias de crianças de 0 (zero) a 3 (três)
motivada por preconceito ou quaisquer formas de dis- anos com deficiência, transtornos globais do desen-

PNE
criminação, criando rede de proteção contra formas as- volvimento e altas habilidades ou superdotação, obser-
sociadas de exclusão; vado o que dispõe a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação 23
3.14) estimular a participação dos adolescentes nos
nacional;
cursos das áreas tecnológicas e científicas.
4.3) implantar, ao longo deste PNE, salas de recursos
Meta 4 multifuncionais e fomentar a formação continuada
de professores e professoras para o atendimento edu-
Universalizar, para a população de 4 (quatro) a
cacional especializado nas escolas urbanas, do campo,
17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos
indígenas e de comunidades quilombolas;
globais do desenvolvimento e altas habilidades
ou superdotação, o acesso à educação básica e ao
4.4) garantir atendimento educacional especializado
atendimento educacional especializado, preferen-
em salas de recursos multifuncionais, classes, escolas
cialmente na rede regular de ensino, com a garan-
ou serviços especializados, públicos ou conveniados,
tia de sistema educacional inclusivo, de salas de re-
nas formas complementar e suplementar, a todos(as)
cursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços
alunos(as) com deficiência, transtornos globais do
especializados, públicos ou conveniados.
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação,
matriculados na rede pública de educação básica, con-
Estratégias:
forme necessidade identificada por meio de avaliação,
4.1) contabilizar, para fins do repasse do Fundo de Ma- ouvidos a família e o aluno;
4.5) estimular a criação de centros multidisciplinares do acesso à escola e ao atendimento educacional espe-
de apoio, pesquisa e assessoria, articulados com insti- cializado, bem como da permanência e do desenvolvi-
tuições acadêmicas e integrados por profissionais das mento escolar dos(as) alunos(as) com deficiência, trans­
áreas de saúde, assistência social, pedagogia e psicolo- tornos globais do desenvolvimento e altas habilidades
gia, para apoiar o trabalho dos(as) professores da edu- ou superdotação beneficiários(as) de programas de
cação básica com os(as) alunos(as) com deficiência, transferência de renda, juntamente com o combate às
transtornos globais do desenvolvimento e altas habili- situações de discriminação, preconceito e violência, com
dades ou superdotação; vistas ao estabelecimento de condições adequadas para
o sucesso educacional, em colaboração com as famílias
4.6) manter e ampliar programas suplementares que e com os órgãos públicos de assistência social, saúde e
promovam a acessibilidade nas instituições públi- proteção à infância, à adolescência e à juventude;
cas, para garantir o acesso e a permanência dos(as)
alunos(as) com deficiência por meio da adequação 4.10) fomentar pesquisas voltadas para o desenvolvi-
arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da mento de metodologias, materiais didáticos, equipa-
disponibilização de material didático próprio e de re- mentos e recursos de tecnologia assistiva, com vistas
cursos de tecnologia assistiva, assegurando, ainda, no à promoção do ensino e da aprendizagem, bem como
contexto escolar, em todas as etapas, níveis e modali- das condições de acessibilidade dos(as) estudantes com
PNE

dades de ensino, a identificação dos(as) alunos(as) com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação; altas habilidades ou superdotação;
24
4.7) garantir a oferta de educação bilíngue, em Língua 4.11) promover o desenvolvimento de pesquisas inter-
Brasileira de Sinais - LIBRAS como primeira língua e disciplinares para subsidiar a formulação de políticas
na modalidade escrita da Língua Portuguesa como se­ públicas intersetoriais que atendam as especificidades
gunda língua, aos(às) alunos(as) surdos e com deficiên- educacionais de estudantes com deficiência, transtor-
cia auditiva de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos, em escolas nos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
e classes bilíngues e em escolas inclusivas, nos termos superdotação que requeiram medidas de atendimento
do art. 22 do Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de especializado;
2005, e dos arts. 24 e 30 da Convenção sobre os Direitos
das Pessoas com Deficiência, bem como a adoção do 4.12) promover a articulação intersetorial entre órgãos
Sistema Braille de leitura para cegos e surdos-cegos; e políticas públicas de saúde, assistência social e direi-
tos humanos, em parceria com as famílias, com o fim
4.8) garantir a oferta de educação inclusiva, vedada a de desenvolver modelos de atendimento voltados à
exclusão do ensino regular sob alegação de deficiência continuidade do atendimento escolar, na educação de
e promovida a articulação pedagógica entre o ensino jovens e adultos, das pessoas com deficiência e transtor-
regular e o atendimento educacional especializado; nos globais do desenvolvimento com idade supe­rior à
faixa etária de escolarização obrigatória, de forma a as-
4.9) fortalecer o acompanhamento e o monitoramento segurar a atenção integral ao longo da vida;
4.13) apoiar a ampliação das equipes de profissio­nais conveniadas com o poder público, visando a ampliar
da educação para atender à demanda do processo as condições de apoio ao atendimento escolar integral
de escolarização dos(das) estudantes com deficiên- das pessoas com deficiência, transtornos globais do
cia, transtornos globais do desenvolvimento e altas desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação
habilidades ou superdotação, garantindo a oferta matriculadas nas redes públicas de ensino;
de professores(as) do atendimento educacional es-
pecializado, profissionais de apoio ou auxiliares, 4.18) promover parcerias com instituições comuni-
tradutores(as) e intérpretes de Libras, guias-intérpre­ tárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucra-
tes para surdos-cegos, professores de Libras, priori- tivos, conveniadas com o poder público, visando a
tariamente surdos, e professores bilíngues; ampliar a oferta de formação continuada e a produção
de material didático acessível, assim como os serviços
4.14) definir, no segundo ano de vigência deste PNE, de acessibilidade necessários ao pleno acesso, partici-
indicadores de qualidade e política de avaliação e su- pação e aprendizagem dos estudantes com deficiên-
pervisão para o funcionamento de instituições públi- cia, transtornos globais do desenvolvimento e altas
cas e privadas que prestam atendimento a alunos com habilidades ou superdotação matriculados na rede
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e pública de ensino;
altas habilidades ou superdotação;

PNE
4.19) promover parcerias com instituições comuni-
4.15) promover, por iniciativa do Ministério da Edu- tárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucra-
cação, nos órgãos de pesquisa, demografia e estatística tivos, conveniadas com o poder público, a fim de fa-
25
competentes, a obtenção de informação detalhada so- vorecer a participação das famílias e da sociedade na
bre o perfil das pessoas com deficiência, transtornos construção do sistema educacional inclusivo.
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou su-
perdotação de 0 (zero) a 17 (dezessete) anos; Meta 5
4.16) incentivar a inclusão nos cursos de licenciatura Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o fi-
e nos demais cursos de formação para profissionais nal do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.
da educação, inclusive em nível de pós-graduação,
observado o disposto no caput do art. 207 da Cons­ Estratégias:
tituição Federal, dos referenciais teóricos, das teorias
de aprendizagem e dos processos de ensino-aprendi- 5.1) estruturar os processos pedagógicos de alfa-
zagem relacionados ao atendimento educacional de betização, nos anos iniciais do ensino fundamental,
alunos com deficiência, transtornos globais do desen- articulando-os com as estratégias desenvolvidas na
volvimento e altas habilidades ou superdotação; pré-escola, com qualificação e valorização dos(as)
professores(as) alfabetizadores e com apoio pedagógi-
4.17) promover parcerias com instituições comunitá­ co específico, a fim de garantir a alfabetização plena
rias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, de todas as crianças;
5.2) instituir instrumentos de avaliação nacional duação stricto sensu e ações de formação continuada de
periódicos e específicos para aferir a alfabetização das professores(as) para a alfabetização;
crianças, aplicados a cada ano, bem como estimular os
sistemas de ensino e as escolas a criarem os respectivos 5.7) apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência,
instrumentos de avaliação e monitoramento, imple- considerando as suas especificidades, inclusive a alfa-
mentando medidas pedagógicas para alfabetizar todos betização bilíngue de pessoas surdas, sem estabeleci-
os alunos e alunas até o final do terceiro ano do ensino mento de terminalidade temporal.
fundamental;
Meta 6
5.3) selecionar, certificar e divulgar tecnologias educa-
cionais para a alfabetização de crianças, assegurada a Oferecer educação em tempo integral em, no míni-
diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem mo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas,
como o acompanhamento dos resultados nos sistemas de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco
de ensino em que forem aplicadas, devendo ser dis- por cento) dos(as) alunos(as) da educação básica.
ponibilizadas, preferencialmente, como recursos edu-
Estratégias:
cacionais abertos;
6.1) promover, com o apoio da União, a oferta de edu-
PNE

5.4) fomentar o desenvolvimento de tecnologias edu-


cação básica pública em tempo integral, por meio de
cacionais e de práticas pedagógicas inovadoras que
atividades de acompanhamento pedagógico e multi-
assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do
26 disciplinares, inclusive culturais e esportivas, de forma
fluxo escolar e a aprendizagem dos(as) alunos(as), con-
que o tempo de permanência dos(as) alunos(as) na
sideradas as diversas abordagens metodológicas e sua
escola, ou sob sua responsabilidade, passe a ser igual
efetividade;
ou superior a 7 (sete) horas diárias durante todo o ano
5.5) apoiar a alfabetização de crianças do campo, in- letivo, com a ampliação progressiva da jornada de pro-
dígenas, quilombolas e de populações itinerantes, com fessores em uma única escola;
a produção de materiais didáticos específicos, e desen-
6.2) instituir, em regime de colaboração, programa de
volver instrumentos de acompanhamento que con-
construção de escolas com padrão arquitetônico e de
siderem o uso da língua materna pelas comunidades
mobiliário adequado para atendimento em tempo inte-
indígenas e a identidade cultural das comunidades
gral, prioritariamente em comunidades pobres ou com
quilombolas;
crianças em situação de vulnerabilidade social;
5.6) promover e estimular a formação inicial e conti­
6.3) institucionalizar e manter, em regime de colabo-
nua­da de professores(as) para a alfabetização de
ração, programa nacional de ampliação e reestrutura­
crian­ças, com o conhecimento de novas tecnologias
ção das escolas públicas, por meio da instalação de
educacionais e práticas pedagógicas inovadoras, es-
quadras poliesportivas, laboratórios, inclusive de in-
timulando a articulação entre programas de pós-gra­
formática, espaços para atividades culturais, bibliote- multifuncionais da própria escola ou em instituições
cas, auditórios, cozinhas, refeitórios, banheiros e ou­ especializadas;
tros equipamentos, bem como da produção de material
didático e da formação de recursos humanos para a 6.9) adotar medidas para otimizar o tempo de per-
educação em tempo integral; manência dos alunos na escola, direcionando a expan-
são da jornada para o efetivo trabalho escolar, combi-
6.4) fomentar a articulação da escola com os diferentes nado com atividades recreativas, esportivas e culturais.
espaços educativos, culturais e esportivos e com equi­
pamentos públicos, como centros comunitários, bi­ Meta 7
bliotecas, praças, parques, museus, teatros, cinemas e
planetários; Fomentar a qualidade da educação básica em todas
as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo
6.5) estimular a oferta de atividades voltadas à amplia­ escolar e da aprendizagem de modo a atingir as
ção da jornada escolar de alunos(as) matriculados nas seguintes médias nacionais para o Ideb:
escolas da rede pública de educação básica por parte IDEB 2015 2017 2019 2021
das entidades privadas de serviço social vinculadas ao Anos iniciais do
sistema sindical, de forma concomitante e em articu- ensino fundamental
55,2 55,5 55,7 66,0

PNE
lação com a rede pública de ensino; Anos finais do
44,7 55,0 55,2 55,5
ensino fundamental
6.6) orientar a aplicação da gratuidade de que trata o
art. 13 da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, Ensino médio 44,3 44,7 55,0 55,2 27
em atividades de ampliação da jornada escolar de
alunos(as) das escolas da rede pública de educação Estratégias:
básica, de forma concomitante e em articulação com a
rede pública de ensino; 7.1) estabelecer e implantar, mediante pactuação in-
terfederativa, diretrizes pedagógicas para a educação
6.7) atender às escolas do campo e de comunidades in- básica e a base nacional comum dos currículos, com
dígenas e quilombolas na oferta de educação em tempo direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimen-
integral, com base em consulta prévia e informada, to dos(as) alunos(as) para cada ano do ensino funda-
considerando-se as peculiaridades locais; mental e médio, respeitada a diversidade regional, es-
tadual e local;
6.8) garantir a educação em tempo integral para pes-
soas com deficiência, transtornos globais do desen- 7.2) assegurar que:
volvimento e altas habilidades ou superdotação na
faixa etária de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos, asse- a) no quinto ano de vigência deste PNE, pelo menos
gurando atendimento educacional especializado com- 70% (setenta por cento) dos(as) alunos(as) do ensino
plementar e suplementar ofertado em salas de recursos fundamental e do ensino médio tenham alcançado
nível suficiente de aprendizado em relação aos direi- cos e à melhoria e expansão da infraestrutura física da
tos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento de rede escolar;
seu ano de estudo, e 50% (cinquenta por cento), pelo
menos, o nível desejável; 7.6) associar a prestação de assistência técnica finan-
ceira à fixação de metas intermediárias, nos termos
b) no último ano de vigência deste PNE, todos os (as) estabelecidos conforme pactuação voluntária entre os
estudantes do ensino fundamental e do ensino médio entes, priorizando sistemas e redes de ensino com Ideb
tenham alcançado nível suficiente de aprendizado em abaixo da média nacional;
relação aos direitos e objetivos de aprendizagem e de-
senvolvimento de seu ano de estudo, e 80% (oitenta por 7.7) aprimorar continuamente os instrumentos de
cento), pelo menos, o nível desejável; avaliação da qualidade do ensino fundamental e mé-
dio, de forma a englobar o ensino de ciências nos exa­
7.3) constituir, em colaboração entre a União, os Esta- mes aplicados nos anos finais do ensino fundamental,
dos, o Distrito Federal e os Municípios, um conjunto e incorporar o Exame Nacional do Ensino Médio, as-
nacional de indicadores de avaliação institucional com segurada a sua universalização, ao sistema de avaliação
base no perfil do alunado e do corpo de profissionais da da educação básica, bem como apoiar o uso dos re-
educação, nas condições de infraestrutura das escolas, sultados das avaliações nacionais pelas escolas e redes
PNE

nos recursos pedagógicos disponíveis, nas característi- de ensino para a melhoria de seus processos e práticas
cas da gestão e em outras dimensões relevantes, consi­ pedagógicas;
derando as especificidades das modalidades de ensino;
28 7.8) desenvolver indicadores específicos de avaliação
7.4) induzir processo contínuo de autoavaliação das da qualidade da educação especial, bem como da quali-
escolas de educação básica, por meio da constituição dade da educação bilíngue para surdos;
de instrumentos de avaliação que orientem as dimen-
sões a serem fortalecidas, destacando-se a elaboração 7.9) orientar as políticas das redes e sistemas de ensino,
de planejamento estratégico, a melhoria contínua da de forma a buscar atingir as metas do Ideb, diminuindo
qualidade educacional, a formação continuada dos(as) a diferença entre as escolas com os menores índices e a
profissionais da educação e o aprimoramento da gestão média nacional, garantindo equidade da aprendizagem
democrática; e reduzindo pela metade, até o último ano de vigência
deste PNE, as diferenças entre as médias dos índices
7.5) formalizar e executar os planos de ações articula- dos Estados, inclusive do Distrito Federal, e dos Mu-
das dando cumprimento às metas de qualidade estabe­ nicípios;
le­cidas para a educação básica pública e às estratégias
de apoio técnico e financeiro voltadas à melhoria da 7.10) fixar, acompanhar e divulgar bienalmente os re-
gestão educacional, à formação de professores e pro- sultados pedagógicos dos indicadores do sistema na-
fessoras e profissionais de serviços e apoio escolares, à cional de avaliação da educação básica e do Ideb, rela-
ampliação e ao desenvolvimento de recursos pedagógi- tivos às escolas, às redes públicas de educação básica e
aos sistemas de ensino da União, dos Estados, do Dis- União proporcional às necessidades dos entes federa-
trito Federal e dos Municípios, assegurando a contex- dos, visando a reduzir a evasão escolar e o tempo mé-
tualização desses resultados, com relação a indicadores dio de deslocamento a partir de cada situação local;
sociais relevantes, como os de nível socioeconômico
das famílias dos(as) alunos(as), e a transparência e o 7.14) desenvolver pesquisas de modelos alternativos de
acesso público às informações técnicas de concepção e atendimento escolar para a população do campo que
operação do sistema de avaliação; considerem as especificidades locais e as boas práticas
nacionais e internacionais;
7.11) melhorar o desempenho dos alunos da educação
básica nas avaliações da aprendizagem no Programa 7.15) universalizar, até o quinto ano de vigência deste
Internacional de Avaliação de Estudantes - PISA, to- PNE, o acesso à rede mundial de computadores em
mado como instrumento externo de referência, in- banda larga de alta velocidade e triplicar, até o final da
ternacionalmente reconhecido, de acordo com as década, a relação computador/aluno(a) nas escolas da
seguintes projeções: rede pública de educação básica, promovendo a utili-
zação pedagógica das tecnologias da informação e da
PISA 2015 2018 2021
comunicação;
Média dos resultados em 438 455 473

PNE
matemática, leitura e ciências 7.16) apoiar técnica e financeiramente a gestão esco-
lar mediante transferência direta de recursos financei-
7.12) incentivar o desenvolvimento, selecionar, certi- ros à escola, garantindo a participação da comunidade
ficar e divulgar tecnologias educacionais para a edu- escolar no planejamento e na aplicação dos recursos, 29
cação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio visando à ampliação da transparência e ao efetivo de-
e incentivar práticas pedagógicas inovadoras que asse- senvolvimento da gestão democrática;
gurem a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem,
assegurada a diversidade de métodos e propostas 7.17) ampliar programas e aprofundar ações de atendi-
pedagógicas, com preferência para softwares livres e mento ao(à) aluno(a), em todas as etapas da educação
recursos educacionais abertos, bem como o acompa­ básica, por meio de programas suplementares de ma-
nhamento dos resultados nos sistemas de ensino em terial didático-escolar, transporte, alimentação e as-
que forem aplicadas; sistência à saúde;

7.13) garantir transporte gratuito para todos(as) os(as) 7.18) assegurar a todas as escolas públicas de educação
estudantes da educação do campo na faixa etária da básica o acesso a energia elétrica, abastecimento de água
educação escolar obrigatória, mediante renovação e tratada, esgotamento sanitário e manejo dos resíduos só-
padronização integral da frota de veículos, de acordo lidos, garantir o acesso dos alunos a espaços para a práti-
com especificações definidas pelo Instituto Nacional ca esportiva, a bens culturais e artísticos e a equipamen-
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO, tos e laboratórios de ciências e, em cada edi­fício escolar,
e financiamento compartilhado, com participação da garantir a acessibilidade às pessoas com deficiência;
7.19) institucionalizar e manter, em regime de colabo- 7.24) implementar políticas de inclusão e permanência
ração, programa nacional de reestruturação e aquisição na escola para adolescentes e jovens que se encontram
de equipamentos para escolas públicas, visando à em regime de liberdade assistida e em situação de rua,
equalização regional das oportunidades educacionais; assegurando os princípios da Lei nº 8.069, de 13 de ju-
lho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente;
7.20) prover equipamentos e recursos tecnológicos di­
gi­tais para a utilização pedagógica no ambiente escolar 7.25) garantir nos currículos escolares conteúdos so-
a todas as escolas públicas da educação básica, criando, bre a história e as culturas afro-brasileira e indígenas e
inclusive, mecanismos para implementação das con- implementar ações educacionais, nos termos das Leis
dições necessárias para a universalização das bibliote- nºs 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e 11.645, de 10 de
cas nas instituições educacionais, com acesso a redes março de 2008, assegurando-se a implementação das
digitais de computadores, inclusive a internet; respectivas diretrizes curriculares nacionais, por meio
de ações colaborativas com fóruns de educação para a
7.21) a União, em regime de colaboração com os entes diversidade étnico-racial, conselhos escolares, equipes
federados subnacionais, estabelecerá, no prazo de 2 pedagógicas e a sociedade civil;
(dois) anos contados da publicação desta Lei, parâme­
tros mínimos de qualidade dos serviços da educação 7.26) consolidar a educação escolar no campo de po­
PNE

básica, a serem utilizados como referência para infraes- pu­lações tradicionais, de populações itinerantes e de
trutura das escolas, recursos pedagógicos, entre ou­ comunidades indígenas e quilombolas, respeitando
tros insumos relevantes, bem como instrumento para a articulação entre os ambientes escolares e comuni-
30
adoção de medidas para a melhoria da qualidade do tários e garantindo: o desenvolvimento sustentável e
ensino; preservação da identidade cultural; a participação da
comunidade na definição do modelo de organização
7.22) informatizar integralmente a gestão das escolas pedagógica e de gestão das instituições, consideradas
públicas e das secretarias de educação dos Estados, do as práticas socioculturais e as formas particulares de
Distrito Federal e dos Municípios, bem como manter organização do tempo; a oferta bilíngue na educação
programa nacional de formação inicial e continuada infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, em
para o pessoal técnico das secretarias de educação; língua materna das comunidades indígenas e em lín-
gua portuguesa; a reestruturação e a aquisição de equi-
7.23) garantir políticas de combate à violência na esco- pamentos; a oferta de programa para a formação inicial
la, inclusive pelo desenvolvimento de ações destinadas e continuada de profissionais da educação; e o atendi-
à capacitação de educadores para detecção dos sinais mento em educação especial;
de suas causas, como a violência doméstica e sexual,
favorecendo a adoção das providências adequadas para 7.27) desenvolver currículos e propostas pedagógicas
promover a construção da cultura de paz e um ambien­ específicas para educação escolar para as escolas do
te escolar dotado de segurança para a comunidade; campo e para as comunidades indígenas e quilombo-
las, incluindo os conteúdos culturais correspondentes
às respectivas comunidades e considerando o fortaleci- cas e as práticas pedagógicas, com o fornecimento das
mento das práticas socioculturais e da língua materna informações às escolas e à sociedade;
de cada comunidade indígena, produzindo e disponi-
bilizando materiais didáticos específicos, inclusive para 7.33) promover, com especial ênfase, em consonân-
os(as) alunos(as) com deficiência; cia com as diretrizes do Plano Nacional do Livro e da
Leitura, a formação de leitores e leitoras e a capacitação
7.28) mobilizar as famílias e setores da sociedade civil, de professores e professoras, bibliotecários e biblio-
articulando a educação formal com experiências de tecárias e agentes da comunidade para atuar como me-
educação popular e cidadã, com os propósitos de que a diadores e mediadoras da leitura, de acordo com a es-
educação seja assumida como responsabilidade de to- pecificidade das diferentes etapas do desenvolvimento
dos e de ampliar o controle social sobre o cumprimento e da aprendizagem;
das políticas públicas educacionais;
7.34) instituir, em articulação com os Estados, os Mu-
7.29) promover a articulação dos programas da área da nicípios e o Distrito Federal, programa nacional de for-
educação, de âmbito local e nacional, com os de outras mação de professores e professoras e de alunos e alunas
áreas, como saúde, trabalho e emprego, assistência so- para promover e consolidar política de preservação da
cial, esporte e cultura, possibilitando a criação de rede memória nacional;

PNE
de apoio integral às famílias, como condição para a
melhoria da qualidade educacional; 7.35) promover a regulação da oferta da educação bási-
ca pela iniciativa privada, de forma a garantir a quali-
7.30) universalizar, mediante articulação entre os dade e o cumprimento da função social da educação; 31
órgãos responsáveis pelas áreas da saúde e da educação,
o atendimento aos(às) estudantes da rede escolar públi- 7.36) estabelecer políticas de estímulo às escolas que
ca de educação básica por meio de ações de prevenção, melhorarem o desempenho no Ideb, de modo a valo­
promoção e atenção à saúde; rizar o mérito do corpo docente, da direção e da comu-
nidade escolar.
7.31) estabelecer ações efetivas especificamente volta-
das para a promoção, prevenção, atenção e atendimen- Meta 8
to à saúde e à integridade física, mental e emocional
dos(das) profissionais da educação, como condição Elevar a escolaridade média da população de 18
para a melhoria da qualidade educacional; (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a al-
cançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no
7.32) fortalecer, com a colaboração técnica e financeira último ano de vigência deste Plano, para as popu-
da União, em articulação com o sistema nacional de lações do campo, da região de menor escolaridade
avaliação, os sistemas estaduais de avaliação da edu- no País e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais
cação básica, com participação, por adesão, das redes pobres, e igualar a escolaridade média entre negros
municipais de ensino, para orientar as políticas públi- e não negros declarados à Fundação Instituto Bra-
sileiro de Geografia e Estatística - IBGE.
Estratégias: dos, em parceria com as áreas de assistência social,
saúde e proteção à juventude.
8.1) institucionalizar programas e desenvolver tecno-
logias para correção de fluxo, para acompanhamento Meta 9
pedagógico individualizado e para recuperação e pro-
gressão parcial, bem como priorizar estudantes com Elevar a taxa de alfabetização da população com 15
rendimento escolar defasado, considerando as especifi- (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três
cidades dos segmentos populacionais considerados; inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até
o final da vigência deste PNE, erradicar o analfa-
8.2) implementar programas de educação de jovens e betismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por
adultos para os segmentos populacionais considerados, cento) a taxa de analfabetismo funcional.
que estejam fora da escola e com defasagem idade-sé-
rie, associados a outras estratégias que garantam a con- Estratégias:
tinuidade da escolarização, após a alfabetização inicial;
9.1) assegurar a oferta gratuita da educação de jovens e
8.3) garantir acesso gratuito a exames de certificação da adultos a todos os que não tiveram acesso à educação
conclusão dos ensinos fundamental e médio; básica na idade própria;
PNE

8.4) expandir a oferta gratuita de educação profissional 9.2) realizar diagnóstico dos jovens e adultos com ensino
técnica por parte das entidades privadas de serviço so- fundamental e médio incompletos, para identificar a de-
32 cial e de formação profissional vinculadas ao sistema manda ativa por vagas na educação de jovens e adultos;
sindical, de forma concomitante ao ensino ofertado na
rede escolar pública, para os segmentos populacionais 9.3) implementar ações de alfabetização de jovens e
considerados; adultos com garantia de continuidade da escolarização
básica;
8.5) promover, em parceria com as áreas de saúde e
assistência social, o acompanhamento e o monitora- 9.4) criar benefício adicional no programa nacional de
mento do acesso à escola específicos para os segmen- transferência de renda para jovens e adultos que fre-
tos populacionais considerados, identificar motivos quentarem cursos de alfabetização;
de absenteísmo e colaborar com os Estados, o Distrito
9.5) realizar chamadas públicas regulares para edu-
Federal e os Municípios para a garantia de frequência
cação de jovens e adultos, promovendo-se busca ativa
e apoio à aprendizagem, de maneira a estimular a am-
em regime de colaboração entre entes federados e em
pliação do atendimento desses(as) estudantes na rede
parceria com organizações da sociedade civil;
pública regular de ensino;
9.6) realizar avaliação, por meio de exames específicos,
8.6) promover busca ativa de jovens fora da escola
que permita aferir o grau de alfabetização de jovens e
perten­centes aos segmentos populacionais considera-
adultos com mais de 15 (quinze) anos de idade;
9.7) executar ações de atendimento ao(à) estudante da 9.12) considerar, nas políticas públicas de jovens e adul-
educação de jovens e adultos por meio de programas tos, as necessidades dos idosos, com vistas à promoção
suplementares de transporte, alimentação e saúde, in- de políticas de erradicação do analfabetismo, ao acesso
clusive atendimento oftalmológico e fornecimento gra- a tecnologias educacionais e atividades recreativas, cul-
tuito de óculos, em articulação com a área da saúde; turais e esportivas, à implementação de programas de
valorização e compartilhamento dos conhecimentos e
9.8) assegurar a oferta de educação de jovens e adultos, experiência dos idosos e à inclusão dos temas do enve­
nas etapas de ensino fundamental e médio, às pessoas lhecimento e da velhice nas escolas.
privadas de liberdade em todos os estabelecimentos
penais, assegurando-se formação específica dos profes- Meta 10
sores e das professoras e implementação de diretrizes
nacionais em regime de colaboração; Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento)
das matrículas de educação de jovens e adultos, nos
9.9) apoiar técnica e financeiramente projetos inova- ensinos fundamental e médio, na forma integrada
dores na educação de jovens e adultos que visem ao de- à educação profissional.
senvolvimento de modelos adequados às necessidades
específicas desses(as) alunos(as); Estratégias:

PNE
9.10) estabelecer mecanismos e incentivos que inte- 10.1) manter programa nacional de educação de jovens
grem os segmentos empregadores, públicos e privados, e adultos voltado à conclusão do ensino fundamental e
e os sistemas de ensino, para promover a compatibi- à formação profissional inicial, de forma a estimular a 33
lização da jornada de trabalho dos empregados e das conclusão da educação básica;
empregadas com a oferta das ações de alfabetização e
de educação de jovens e adultos; 10.2) expandir as matrículas na educação de jovens e
adultos, de modo a articular a formação inicial e con-
9.11) implementar programas de capacitação tecno­ tinuada de trabalhadores com a educação profissional,
lógica da população jovem e adulta, direcionados objetivando a elevação do nível de escolaridade do tra-
para os segmentos com baixos níveis de escolarização balhador e da trabalhadora;
formal e para os(as) alunos(as) com deficiência, ar-
ticulando os sistemas de ensino, a Rede Federal de 10.3) fomentar a integração da educação de jovens e
Educação Profissional, Científica e Tecnológica, as adultos com a educação profissional, em cursos plane-
universidades, as cooperativas e as associações, por jados, de acordo com as características do público da
meio de ações de extensão desenvolvidas em centros educação de jovens e adultos e considerando as es-
vocacionais tecnológicos, com tecnologias assistivas pecificidades das populações itinerantes e do campo e
que favoreçam a efetiva inclusão social e produtiva das comunidades indígenas e quilombolas, inclusive na
dessa população; modalidade de educação a distância;
10.4) ampliar as oportunidades profissionais dos jovens 10.9) institucionalizar programa nacional de assistên-
e adultos com deficiência e baixo nível de escolaridade, cia ao estudante, compreendendo ações de assistên-
por meio do acesso à educação de jovens e adultos ar- cia social, financeira e de apoio psicopedagógico que
ticulada à educação profissional; contribuam para garantir o acesso, a permanência, a
aprendizagem e a conclusão com êxito da educação
10.5) implantar programa nacional de reestruturação de jovens e adultos articulada à educação profissional;
e aquisição de equipamentos voltados à expansão e à
melhoria da rede física de escolas públicas que atuam 10.10) orientar a expansão da oferta de educação de
na educação de jovens e adultos integrada à educação jovens e adultos articulada à educação profissional, de
profissional, garantindo acessibilidade à pessoa com modo a atender às pessoas privadas de liberdade nos
deficiência; estabelecimentos penais, assegurando-se formação es-
pecífica dos professores e das professoras e implemen-
10.6) estimular a diversificação curricular da edu- tação de diretrizes nacionais em regime de colaboração;
cação de jovens e adultos, articulando a formação
básica e a preparação para o mundo do trabalho e 10.11) implementar mecanismos de reconhecimento
estabelecendo inter-relações entre teoria e prática, de saberes dos jovens e adultos trabalhadores, a serem
nos eixos da ciência, do trabalho, da tecnologia e da considerados na articulação curricular dos cursos de
PNE

cultura e cidadania, de forma a organizar o tempo e formação inicial e continuada e dos cursos técnicos
o espaço pedagógicos adequados às características de nível médio.
desses alunos e alunas;
34
Meta 11
10.7) fomentar a produção de material didático, o de-
senvolvimento de currículos e metodologias especí- Triplicar as matrículas da educação profissional
ficas, os instrumentos de avaliação, o acesso a equi- técnica de nível médio, assegurando a qualidade
pamentos e laboratórios e a formação continuada de da oferta e pelo menos 50% (cinquenta por cento)
docentes das redes públicas que atuam na educação da expansão no segmento público.
de jovens e adultos articulada à educação profissional;
Estratégias:
10.8) fomentar a oferta pública de formação inicial
e continuada para trabalhadores e trabalhadoras ar- 11.1) expandir as matrículas de educação profissional
ticulada à educação de jovens e adultos, em regime técnica de nível médio na Rede Federal de Educação
de colaboração e com apoio de entidades privadas de Profissional, Científica e Tecnológica, levando em con-
formação profissional vinculadas ao sistema sindical sideração a responsabilidade dos Institutos na orde-
e de entidades sem fins lucrativos de atendimento à nação territorial, sua vinculação com arranjos produ-
pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na mo- tivos, sociais e culturais locais e regionais, bem como a
dalidade; interiorização da educação profissional;
11.2) fomentar a expansão da oferta de educação 11.9) expandir o atendimento do ensino médio gra-
profissional técnica de nível médio nas redes públicas tuito integrado à formação profissional para as popu-
estaduais de ensino; lações do campo e para as comunidades indígenas e
quilombolas, de acordo com os seus interesses e ne-
11.3) fomentar a expansão da oferta de educação cessidades;
profissional técnica de nível médio na modalidade de
educação a distância, com a finalidade de ampliar a 11.10) expandir a oferta de educação profissional téc-
oferta e democratizar o acesso à educação profissional nica de nível médio para as pessoas com deficiência,
pública e gratuita, assegurado padrão de qualidade; transtornos globais do desenvolvimento e altas habili-
dades ou superdotação;
11.4) estimular a expansão do estágio na educação
profissional técnica de nível médio e do ensino mé- 11.11) elevar gradualmente a taxa de conclusão média
dio regular, preservando-se seu caráter pedagógico dos cursos técnicos de nível médio na Rede Federal de
integrado ao itinerário formativo do aluno, visando Educação Profissional, Científica e Tecnológica para
à formação de qualificações próprias da atividade 90% (noventa por cento) e elevar, nos cursos pre­
profissional, à contextualização curricular e ao desen- senciais, a relação de alunos(as) por professor para 20
volvimento da juventude; (vinte);

PNE
11.5) ampliar a oferta de programas de reconheci- 11.12) elevar gradualmente o investimento em pro-
mento de saberes para fins de certificação profissional gramas de assistência estudantil e mecanismos de
em nível técnico; mobilidade acadêmica, visando a garantir as con- 35
dições necessárias à permanência dos(as) estudantes
11.6) ampliar a oferta de matrículas gratuitas de edu- e à conclusão dos cursos técnicos de nível médio;
cação profissional técnica de nível médio pelas enti-
dades privadas de formação profissional vinculadas 11.13) reduzir as desigualdades étnico-raciais e regio-
ao sistema sindical e entidades sem fins lucrativos de nais no acesso e permanência na educação profissio­
atendimento à pessoa com deficiência, com atuação nal técnica de nível médio, inclusive mediante a
exclusiva na modalidade; adoção de políticas afirmativas, na forma da lei;

11.7) expandir a oferta de financiamento estudantil 11.14) estruturar sistema nacional de informação
à educação profissional técnica de nível médio ofere­ profissional, articulando a oferta de formação das ins­
cida em instituições privadas de educação superior; tituições especializadas em educação profissional aos
dados do mercado de trabalho e a consultas promovi-
11.8) institucionalizar sistema de avaliação da quali- das em entidades empresariais e de trabalhadores.
dade da educação profissional técnica de nível médio
das redes escolares públicas e privadas;
Meta 12 12.4) fomentar a oferta de educação superior pública
e gratuita prioritariamente para a formação de profes-
Elevar a taxa bruta de matrícula na educação su- sores e professoras para a educação básica, sobretudo
perior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa nas áreas de ciências e matemática, bem como para
líquida para 33% (trinta e três por cento) da atender ao défice de profissionais em áreas específicas;
população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro)
anos, assegurada a qualidade da oferta e expan- 12.5) ampliar as políticas de inclusão e de assistência
são para, pelo menos, 40% (quarenta por cento) estudantil dirigidas aos(às) estudantes de institui­
das novas matrículas, no segmento público. ções públicas, bolsistas de instituições privadas de
educação superior e beneficiários do Fundo de Fi-
Estratégias: nanciamento Estudantil - FIES, de que trata a Lei nº
10.260, de 12 de julho de 2001, na educação superior,
12.1) otimizar a capacidade instalada da estrutura físi- de modo a reduzir as desigualdades étnico-raciais e
ca e de recursos humanos das instituições públicas de ampliar as taxas de acesso e permanência na educação
educação superior, mediante ações planejadas e coor­ superior de estudantes egressos da escola pública,
denadas, de forma a ampliar e interiorizar o acesso à afrodescendentes e indígenas e de estudantes com
graduação; deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
PNE

altas habilidades ou superdotação, de forma a apoiar


12.2) ampliar a oferta de vagas, por meio da expansão
seu sucesso acadêmico;
e interiorização da rede federal de educação superior,
36 da Rede Federal de Educação Profissional, Científica 12.6) expandir o financiamento estudantil por meio do
e Tecnológica e do sistema Universidade Aberta do Fundo de Financiamento Estudantil - FIES, de que tra-
Brasil, considerando a densidade populacional, a oferta ta a Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, com a consti-
de vagas públicas em relação à população na idade de tuição de fundo garantidor do financiamento, de forma
referência e observadas as características regionais das a dispensar progressivamente a exigência de fiador;
micro e mesorregiões definidas pela Fundação Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, uni- 12.7) assegurar, no mínimo, 10% (dez por cento) do
formizando a expansão no território nacional; total de créditos curriculares exigidos para a gradua­
ção em programas e projetos de extensão universi-
12.3) elevar gradualmente a taxa de conclusão média tária, orientando sua ação, prioritariamente, para
dos cursos de graduação presenciais nas universi- áreas de grande pertinência social;
dades públicas para 90% (noventa por cento), ofertar,
no mínimo, um terço das vagas em cursos noturnos 12.8) ampliar a oferta de estágio como parte da for-
e elevar a relação de estudantes por professor(a) para mação na educação superior;
18 (dezoito), mediante estratégias de aproveitamento
de créditos e inovações acadêmicas que valorizem a 12.9) ampliar a participação proporcional de grupos
aquisição de competências de nível superior; historicamente desfavorecidos na educação superior,
inclusive mediante a adoção de políticas afirmativas, 12.17) estimular mecanismos para ocupar as vagas ocio-
na forma da lei; sas em cada período letivo na educação superior pública;

12.10) assegurar condições de acessibilidade nas insti- 12.18) estimular a expansão e reestruturação das ins­
tuições de educação superior, na forma da legislação; tituições de educação superior estaduais e municipais
cujo ensino seja gratuito, por meio de apoio técnico
12.11) fomentar estudos e pesquisas que analisem a e financeiro do Governo Federal, mediante termo de
necessidade de articulação entre formação, currículo, adesão a programa de reestruturação, na forma de
pesquisa e mundo do trabalho, considerando as ne- regulamento, que considere a sua contribuição para a
cessidades econômicas, sociais e culturais do País; ampliação de vagas, a capacidade fiscal e as necessi-
dades dos sistemas de ensino dos entes mantenedores
12.12) consolidar e ampliar programas e ações de in- na oferta e qualidade da educação básica;
centivo à mobilidade estudantil e docente em cursos
de graduação e pós-graduação, em âmbito nacional e 12.19) reestruturar com ênfase na melhoria de prazos e
internacional, tendo em vista o enriquecimento da for- qualidade da decisão, no prazo de 2 (dois) anos, os pro-
mação de nível superior; cedimentos adotados na área de avaliação, regulação e
supervisão, em relação aos processos de autorização de

PNE
12.13) expandir atendimento específico a populações cursos e instituições, de reconhecimento ou renovação
do campo e comunidades indígenas e quilombolas, em de reconhecimento de cursos superiores e de creden-
relação a acesso, permanência, conclusão e formação ciamento ou recredenciamento de instituições, no âm-
de profissionais para atuação nessas populações; 37
bito do sistema federal de ensino;
12.14) mapear a demanda e fomentar a oferta de for- 12.20) ampliar, no âmbito do Fundo de Financiamento
mação de pessoal de nível superior, destacadamente ao Estudante do Ensino Superior - FIES, de que trata a
a que se refere à formação nas áreas de ciências e Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, e do Programa
matemática, considerando as necessidades do desen- Universidade para Todos – PROUNI, de que trata a Lei
volvimento do País, a inovação tecnológica e a melho- nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, os benefícios desti-
ria da qualidade da educação básica; nados à concessão de financiamento a estudantes regu-
larmente matriculados em cursos superiores presen-
12.15) institucionalizar programa de composição de
ciais ou a distância, com avaliação positiva, de acordo
acervo digital de referências bibliográficas e audiovi­
com regulamentação própria, nos processos conduzi-
suais para os cursos de graduação, assegurada a acessi­
dos pelo Ministério da Educação;
bilidade às pessoas com deficiência;
12.21) fortalecer as redes físicas de laboratórios multi­
12.16) consolidar processos seletivos nacionais e regio-
funcionais das IES e ICTs nas áreas estratégicas defi-
nais para acesso à educação superior como forma de
nidas pela política e estratégias nacionais de ciência,
superar exames vestibulares isolados;
tecnologia e inovação.
Meta 13 pecífica com a prática didática, além da educação para
as relações étnico-raciais, a diversidade e as necessi-
Elevar a qualidade da educação superior e ampliar dades das pessoas com deficiência;
a proporção de mestres e doutores do corpo do-
cente em efetivo exercício no conjunto do sistema 13.5) elevar o padrão de qualidade das universidades,
de educação superior para 75% (setenta e cinco por direcionando sua atividade, de modo que realizem,
cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e efetivamente, pesquisa institucionalizada, articulada a
cinco por cento) doutores. programas de pós-graduação stricto sensu;

Estratégias: 13.6) substituir o Exame Nacional de Desempenho de


Estudantes - ENADE aplicado ao final do primeiro ano
13.1) aperfeiçoar o Sistema Nacional de Avaliação da do curso de graduação pelo Exame Nacional do Ensino
Educação Superior - SINAES, de que trata a Lei nº Médio - ENEM, a fim de apurar o valor agregado dos
10.861, de 14 de abril de 2004, fortalecendo as ações de cursos de graduação;
avaliação, regulação e supervisão;
13.7) fomentar a formação de consórcios entre insti-
13.2) ampliar a cobertura do Exame Nacional de De- tuições públicas de educação superior, com vistas a
PNE

sempenho de Estudantes - ENADE, de modo a ampliar potencializar a atuação regional, inclusive por meio de
o quantitativo de estudantes e de áreas avaliadas no que plano de desenvolvimento institucional integrado, as-
diz respeito à aprendizagem resultante da graduação; segurando maior visibilidade nacional e internacional
38 às atividades de ensino, pesquisa e extensão;
13.3) induzir processo contínuo de autoavaliação das
instituições de educação superior, fortalecendo a par- 13.8) elevar gradualmente a taxa de conclusão média
ticipação das comissões próprias de avaliação, bem dos cursos de graduação presenciais nas universidades
como a aplicação de instrumentos de avaliação que públicas, de modo a atingir 90% (noventa por cento)
orien­tem as dimensões a serem fortalecidas, destacan- e, nas instituições privadas, 75% (setenta e cinco por
do-se a qualificação e a dedicação do corpo docente; cento), em 2020, e fomentar a melhoria dos resultados
de aprendizagem, de modo que, em 5 (cinco) anos,
13.4) promover a melhoria da qualidade dos cursos pelo menos 60% (sessenta por cento) dos estudantes
de pedagogia e licenciaturas, por meio da aplicação apresentem desempenho positivo igual ou superior a
de instrumento próprio de avaliação aprovado pela 60% (sessenta por cento) no Exame Nacional de De-
Comissão Nacional de Avaliação da Educação Su- sempenho de Estudantes - ENADE e, no último ano de
perior - CONAES, integrando-os às demandas e ne- vigência, pelo menos 75% (setenta e cinco por cento)
cessidades das redes de educação básica, de modo a dos estudantes obtenham desempenho positivo igual
permitir aos graduandos a aquisição das qualificações ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) nesse
necessárias a conduzir o processo pedagógico de seus exa­me, em cada área de formação profissional;
futuros alunos(as), combinando formação geral e es-
13.9) promover a formação inicial e continuada dos(as) 14.7) manter e expandir programa de acervo digital
profissionais técnico-administrativos da educação su- de referências bibliográficas para os cursos de pós-
perior. graduação, assegurada a acessibilidade às pessoas
com deficiência;
Meta 14
14.8) estimular a participação das mulheres nos cursos
Elevar gradualmente o número de matrículas na de pós-graduação stricto sensu, em particular aqueles
pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a ligados às áreas de Engenharia, Matemática, Física,
titulação anual de 60.000 (sessenta mil) mestres e Química, Informática e outros no campo das ciências;
25.000 (vinte e cinco mil) doutores.
14.9) consolidar programas, projetos e ações que obje-
Estratégias: tivem a internacionalização da pesquisa e da pós-gra­
duação brasileiras, incentivando a atuação em rede e o
14.1) expandir o financiamento da pós-graduação fortalecimento de grupos de pesquisa;
stricto sensu por meio das agências oficiais de fomento;
14.10) promover o intercâmbio científico e tecnológi-
14.2) estimular a integração e a atuação articulada en- co, nacional e internacional, entre as instituições de en-
tre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

PNE
sino, pesquisa e extensão;
Nível Superior - CAPES e as agências estaduais de fo-
mento à pesquisa; 14.11) ampliar o investimento em pesquisas com foco
em desenvolvimento e estímulo à inovação, bem como 39
14.3) expandir o financiamento estudantil por meio do incrementar a formação de recursos humanos para a
Fies à pós-graduação stricto sensu; inovação, de modo a buscar o aumento da competitivi-
dade das empresas de base tecnológica;
14.4) expandir a oferta de cursos de pós-graduação
stricto sensu, utilizando inclusive metodologias, recur- 14.12) ampliar o investimento na formação de doutores
sos e tecnologias de educação a distância; de modo a atingir a proporção de 4 (quatro) doutores
por 1.000 (mil) habitantes;
14.5) implementar ações para reduzir as desigualdades
étnico-raciais e regionais e para favorecer o acesso das 14.13) aumentar qualitativa e quantitativamente o de-
populações do campo e das comunidades indígenas e sempenho científico e tecnológico do País e a competi-
quilombolas a programas de mestrado e doutorado; tividade internacional da pesquisa brasileira, amplian-
do a cooperação científica com empresas, Instituições
14.6) ampliar a oferta de programas de pós-graduação de Educação Superior - IES e demais Instituições
stricto sensu, especialmente os de doutorado, nos Científicas e Tecnológicas - ICTs;
campi novos abertos em decorrência dos programas de
expansão e interiorização das instituições superiores 14.14) estimular a pesquisa científica e de inovação e
públicas; promover a formação de recursos humanos que valo­
rize a diversidade regional e a biodiversidade da região do saldo devedor pela docência efetiva na rede públi-
amazônica e do cerrado, bem como a gestão de recur- ca de educação básica;
sos hídricos no semiárido para mitigação dos efeitos da
seca e geração de emprego e renda na região; 15.3) ampliar programa permanente de iniciação à
docência a estudantes matriculados em cursos de li-
14.15) estimular a pesquisa aplicada, no âmbito das cenciatura, a fim de aprimorar a formação de profis-
IES e das ICTs, de modo a incrementar a inovação e a sionais para atuar no magistério da educação básica;
produção e registro de patentes.
15.4) consolidar e ampliar plataforma eletrônica para
Meta 15 organizar a oferta e as matrículas em cursos de for-
mação inicial e continuada de profissionais da edu-
Garantir, em regime de colaboração entre a União, cação, bem como para divulgar e atualizar seus cur-
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no rículos eletrônicos;
prazo de 1 (um) ano de vigência deste PNE, políti-
ca nacional de formação dos profissionais da edu- 15.5) implementar programas específicos para for-
cação de que tratam os incisos I, II e III do caput mação de profissionais da educação para as escolas do
do art. 61 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de campo e de comunidades indígenas e quilombolas e
PNE

1996, assegurado que todos os professores e as pro- para a educação especial;


fessoras da educação básica possuam formação es-
pecífica de nível superior, obtida em curso de licen- 15.6) promover a reforma curricular dos cursos de
40 ciatura na área de conhecimento em que atuam. licenciatura e estimular a renovação pedagógica,
de forma a assegurar o foco no aprendizado do(a)
Estratégias: aluno(a), dividindo a carga horária em formação
geral, formação na área do saber e didática específica
15.1) atuar, conjuntamente, com base em plano estra- e incorporando as modernas tecnologias de infor-
tégico que apresente diagnóstico das necessidades de mação e comunicação, em articulação com a base na-
formação de profissionais da educação e da capaci- cional comum dos currículos da educação básica, de
dade de atendimento, por parte de instituições públi- que tratam as estratégias 2.1, 2.2, 3.2 e 3.3 deste PNE;
cas e comunitárias de educação superior existentes
nos Estados, Distrito Federal e Municípios, e defina 15.7) garantir, por meio das funções de avaliação,
obrigações recíprocas entre os partícipes; regu­lação e supervisão da educação superior, a plena
implementação das respectivas diretrizes curricu-
15.2) consolidar o financiamento estudantil a es- lares;
tudantes matriculados em cursos de licenciatura com
avaliação positiva pelo Sistema Nacional de Avaliação 15.8) valorizar as práticas de ensino e os estágios nos
da Educação Superior - SINAES, na forma da Lei nº cursos de formação de nível médio e superior dos
10.861, de 14 de abril de 2004, inclusive a amortização profissionais da educação, visando ao trabalho sis-
temático de articulação entre a formação acadêmica Meta 16
e as demandas da educação básica;
Formar, em nível de pós-graduação, 50% (cin-
15.9) implementar cursos e programas especiais para quenta por cento) dos professores da educação
assegurar formação específica na educação superior, básica, até o último ano de vigência deste PNE, e
nas respectivas áreas de atuação, aos docentes com garantir a todos(as) os(as) profissionais da edu-
formação de nível médio na modalidade normal, não cação básica formação continuada em sua área de
licenciados ou licenciados em área diversa da de atua­ atuação, considerando as necessidades, demandas
ção docente, em efetivo exercício; e contextuali­zações dos sistemas de ensino.

15.10) fomentar a oferta de cursos técnicos de nível Estratégias:


médio e tecnológicos de nível superior destinados à
formação, nas respectivas áreas de atuação, dos(as) 16.1) realizar, em regime de colaboração, o planejamen-
profissionais da educação de outros segmentos que to estratégico para dimensionamento da demanda por
não os do magistério; formação continuada e fomentar a respectiva oferta por
parte das instituições públicas de educação superior, de
15.11) implantar, no prazo de 1 (um) ano de vigência forma orgânica e articulada às políticas de formação

PNE
desta Lei, política nacional de formação continuada dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
para os(as) profissionais da educação de outros seg-
mentos que não os do magistério, construída em re- 16.2) consolidar política nacional de formação de pro-
gime de colaboração entre os entes federados; fessores e professoras da educação básica, definindo 41
diretrizes nacionais, áreas prioritárias, instituições
15.12) instituir programa de concessão de bolsas de formadoras e processos de certificação das atividades
estudos para que os professores de idiomas das esco- formativas;
las públicas de educação básica realizem estudos de
imersão e aperfeiçoamento nos países que tenham 16.3) expandir programa de composição de acervo
como idioma nativo as línguas que lecionem; de obras didáticas, paradidáticas e de literatura e de
dicionários, e programa específico de acesso a bens
15.13) desenvolver modelos de formação docente para culturais, incluindo obras e materiais produzidos em
a educação profissional que valorizem a experiência Libras e em Braille, sem prejuízo de outros, a serem
prática, por meio da oferta, nas redes federal e esta­ disponibilizados para os professores e as professoras da
duais de educação profissional, de cursos voltados à rede pública de educação básica, favorecendo a cons­
complementação e certificação didático-pedagógica trução do conhecimento e a valorização da cultura da
de profissionais experientes. investigação;

16.4) ampliar e consolidar portal eletrônico para subsi­


diar a atuação dos professores e das professoras da edu-
cação básica, disponibilizando gratuitamente materiais lios - PNAD, periodicamente divulgados pela Fundação
didáticos e pedagógicos suplementares, inclusive aque- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE;
les com formato acessível;
17.3) implementar, no âmbito da União, dos Estados,
16.5) ampliar a oferta de bolsas de estudo para pós- do Distrito Federal e dos Municípios, planos de Car-
graduação dos professores e das professoras e demais reira para os(as) profissionais do magistério das redes
profissionais da educação básica; públicas de educação básica, observados os critérios
estabelecidos na Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008,
16.6) fortalecer a formação dos professores e das pro- com implantação gradual do cumprimento da jornada
fessoras das escolas públicas de educação básica, por de trabalho em um único estabelecimento escolar;
meio da implementação das ações do Plano Nacional
do Livro e Leitura e da instituição de programa nacio­ 17.4) ampliar a assistência financeira específica da
nal de disponibilização de recursos para acesso a bens União aos entes federados para implementação de
culturais pelo magistério público. políticas de valorização dos(as) profissionais do magis-
tério, em particular o piso salarial nacional profissional.
Meta 17
Meta 18
PNE

Valorizar os(as) profissionais do magistério das


redes públicas de educação básica de forma a equi­ Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência
parar seu rendimento médio ao dos(as) demais de planos de Carreira para os(as) profissionais da
42 profissionais com escolaridade equivalente, até o educação básica e superior pública de todos os sis-
final do sexto ano de vigência deste PNE. temas de ensino e, para o plano de Carreira dos(as)
profissionais da educação básica pública, tomar
Estratégias: como referência o piso salarial nacional profis-
sional, definido em lei federal, nos termos do in-
17.1) constituir, por iniciativa do Ministério da Edu- ciso VIII do art. 206 da Constituição Federal.
cação, até o final do primeiro ano de vigência deste
PNE, fórum permanente, com representação da União, Estratégias:
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos
trabalhadores da educação, para acompanhamento da 18.1) estruturar as redes públicas de educação básica
atualização progressiva do valor do piso salarial na- de modo que, até o início do terceiro ano de vigência
cional para os profissionais do magistério público da deste PNE, 90% (noventa por cento), no mínimo, dos
educação básica; respecti­vos profissionais do magistério e 50% (cin-
quenta por cento), no mínimo, dos respectivos profis-
17.2) constituir como tarefa do fórum permanente o sionais da educação não docentes sejam ocupantes de
acompanhamento da evolução salarial por meio de indi- cargos de provimento efetivo e estejam em exercício
cadores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí­ nas redes escolares a que se encontrem vinculados;
18.2) implantar, nas redes públicas de educação básica e lei específica estabelecendo planos de Carreira para
superior, acompanhamento dos profissionais iniciantes, os(as) profissionais da educação;
supervisionados por equipe de profissionais experientes,
a fim de fundamentar, com base em avaliação documen- 18.8) estimular a existência de comissões permanentes
tada, a decisão pela efetivação após o estágio probatório de profissionais da educação de todos os sistemas de
e oferecer, durante esse período, curso de aprofunda- ensino, em todas as instâncias da Federação, para subsi­
mento de estudos na área de atuação do(a) professor(a), diar os órgãos competentes na elaboração, reestrutu­
com destaque para os conteúdos a serem ensinados e as ração e implementação dos planos de Carreira.
metodologias de ensino de cada disciplina;
Meta 19
18.3) realizar, por iniciativa do Ministério da Educação,
a cada 2 (dois) anos a partir do segundo ano de vigência Assegurar condições, no prazo de 2 (dois) anos,
deste PNE, prova nacional para subsidiar os Estados, para a efetivação da gestão democrática da edu-
o Distrito Federal e os Municípios, mediante adesão, cação, associada a critérios técnicos de mérito e
na realização de concursos públicos de admissão de desempenho e à consulta pública à comunidade
profissionais do magistério da educação básica pública; escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo
recursos e apoio técnico da União para tanto.
18.4) prever, nos planos de Carreira dos profissionais
da educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Estratégias:
Municípios, licenças remuneradas e incentivos para
qualificação profissional, inclusive em nível de pós- 19.1) priorizar o repasse de transferências voluntárias
graduação stricto sensu; da União na área da educação para os entes federados
que tenham aprovado legislação específica que regu-
18.5) realizar anualmente, a partir do segundo ano de lamente a matéria na área de sua abrangência, respei­
vigência deste PNE, por iniciativa do Ministério da tando-se a legislação nacional, e que considere, conjun-
Educação, em regime de colaboração, o censo dos(as) tamente, para a nomeação dos diretores e diretoras de
profissionais da educação básica de outros segmentos escola, critérios técnicos de mérito e desempenho, bem
que não os do magistério; como a participação da comunidade escolar;

18.6) considerar as especificidades socioculturais 19.2) ampliar os programas de apoio e formação aos
das escolas do campo e das comunidades indígenas e (às)conselheiros(as) dos conselhos de acompanhamen-
quilombolas no provimento de cargos efetivos para es- to e controle social do Fundeb, dos conselhos de ali-
sas escolas; mentação escolar, dos conselhos regionais e de outros e
aos(às) representantes educacionais em demais conse­
18.7) priorizar o repasse de transferências federais lhos de acompanhamento de políticas públicas, ga­ran­
volun­tárias, na área de educação, para os Estados, o tindo a esses colegiados recursos financeiros, espaço
Distrito Federal e os Municípios que tenham aprovado físico adequado, equipamentos e meios de transporte
para visitas à rede escolar, com vistas ao bom desem- e gestores escolares, bem como aplicar prova nacional
penho de suas funções; específica, a fim de subsidiar a definição de critérios
objetivos para o provimento dos cargos, cujos resulta-
19.3) incentivar os Estados, o Distrito Federal e os dos possam ser utilizados por adesão.
Municípios a constituírem Fóruns Permanentes de
Educação, com o intuito de coordenar as conferências Meta 20
municipais, estaduais e distrital bem como efetuar o
acompanhamento da execução deste PNE e dos seus Ampliar o investimento público em educação
planos de educação; pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar
de 7% (sete por cento) do Produto Interno Bruto
19.4) estimular, em todas as redes de educação básica, - PIB do País no 5º (quinto) ano de vigência desta
a constituição e o fortalecimento de grêmios estudantis Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por
e associações de pais, assegurando-se-lhes, inclusive, cento) do PIB ao final do decênio.
espaços adequados e condições de funcionamento nas
escolas e fomentando a sua articulação orgânica com Estratégias:
os conselhos escolares, por meio das respectivas re­
presentações; 20.1) garantir fontes de financiamento permanentes
PNE

e sustentáveis para todos os níveis, etapas e modali-


19.5) estimular a constituição e o fortalecimento de dades da educação básica, observando-se as políticas
conselhos escolares e conselhos municipais de edu- de colaboração entre os entes federados, em especial as
44 cação, como instrumentos de participação e fiscali- decorrentes do art. 60 do Ato das Disposições Constitu-
zação na gestão escolar e educacional, inclusive por cionais Transitórias e do § 1º do art. 75 da Lei nº 9.394,
meio de programas de formação de conselheiros, as- de 20 de dezembro de 1996, que tratam da capacidade
segurando-se condições de funcionamento autônomo; de atendimento e do esforço fiscal de cada ente federa-
do, com vistas a atender suas demandas educacionais à
19.6) estimular a participação e a consulta de profis- luz do padrão de qualidade nacional;
sionais da educação, alunos(as) e seus familiares na for-
mulação dos projetos político-pedagógicos, currículos 20.2) aperfeiçoar e ampliar os mecanismos de acom-
escolares, planos de gestão escolar e regimentos esco- panhamento da arrecadação da contribuição social do
lares, assegurando a participação dos pais na avaliação salário-educação;
de docentes e gestores escolares;
20.3) destinar à manutenção e desenvolvimento do en-
19.7) favorecer processos de autonomia pedagógica, sino, em acréscimo aos recursos vinculados nos termos
administrativa e de gestão financeira nos estabeleci- do art. 212 da Constituição Federal, na forma da lei es-
mentos de ensino; pecífica, a parcela da participação no resultado ou da
compensação financeira pela exploração de petróleo e
19.8) desenvolver programas de formação de diretores gás natural e outros recursos, com a finalidade de cum-
primento da meta prevista no inciso VI do caput do art. e dos demais profissionais da educação pública, em
214 da Constituição Federal; aquisição, manutenção, construção e conservação de
instalações e equipamentos necessários ao ensino e em
20.4) fortalecer os mecanismos e os instrumentos que aquisição de material didático-escolar, alimentação e
assegurem, nos termos do parágrafo único do art. 48 transporte escolar;
da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a
transparência e o controle social na utilização dos re- 20.8) o CAQ será definido no prazo de 3 (três) anos
cursos públicos aplicados em educação, especialmente e será continuamente ajustado, com base em metodo-
a realização de audiências públicas, a criação de portais logia formulada pelo Ministério da Educação - MEC,
eletrônicos de transparência e a capacitação dos mem- e acompanhado pelo Fórum Nacional de Educação -
bros de conselhos de acompanhamento e controle so- FNE, pelo Conselho Nacional de Educação - CNE e pe-
cial do Fundeb, com a colaboração entre o Ministério las Comissões de Educação da Câmara dos Deputados
da Educação, as Secretarias de Educação dos Estados e e de Educação, Cultura e Esportes do Senado Federal;
dos Municípios e os Tribunais de Contas da União, dos
Estados e dos Municípios; 20.9) regulamentar o parágrafo único do art. 23 e o art.
211 da Constituição Federal, no prazo de 2 (dois) anos,
20.5) desenvolver, por meio do Instituto Nacional de por lei complementar, de forma a estabelecer as nor-

PNE
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - mas de cooperação entre a União, os Estados, o Dis-
INEP, estudos e acompanhamento regular dos inves- trito Federal e os Municípios, em matéria educacional,
timentos e custos por aluno da educação básica e su- e a articulação do sistema nacional de educação em re-
perior pública, em todas as suas etapas e modalidades; 45
gime de colaboração, com equilíbrio na repartição das
responsabilidades e dos recursos e efetivo cumprimen-
20.6) no prazo de 2 (dois) anos da vigência deste PNE, to das funções redistributiva e supletiva da União no
será implantado o Custo Aluno-Qualidade inicial - combate às desigualdades educacionais regionais, com
CAQi, referenciado no conjunto de padrões mínimos especial atenção às regiões Norte e Nordeste;
estabelecidos na legislação educacional e cujo financia-
mento será calculado com base nos respectivos insumos 20.10) caberá à União, na forma da lei, a complemen-
indispensáveis ao processo de ensino-aprendizagem e tação de recursos financeiros a todos os Estados, ao
será progressivamente reajustado até a implementação Distrito Federal e aos Municípios que não conseguirem
plena do Custo Aluno Qualidade - CAQ; atingir o valor do CAQi e, posteriormente, do CAQ;

20.7) implementar o Custo Aluno Qualidade - CAQ 20.11) aprovar, no prazo de 1 (um) ano, Lei de Res­
como parâmetro para o financiamento da educação ponsabilidade Educacional, assegurando padrão
de todas etapas e modalidades da educação básica, a de qualidade na educação básica, em cada sistema
partir do cálculo e do acompanhamento regular dos e rede de ensino, aferida pelo processo de metas de
indicadores de gastos educacionais com investimen- qualidade aferidas por institutos oficiais de avaliação
tos em qualificação e remuneração do pessoal docente educacionais;
20.12) definir critérios para distribuição dos recursos
adicionais dirigidos à educação ao longo do decênio,
que considerem a equalização das oportunidades edu-
cacionais, a vulnerabilidade socioeconômica e o com-
promisso técnico e de gestão do sistema de ensino, a
serem pactuados na instância prevista no § 5º do art.
7º desta Lei.
PNE

46
Confederação Nacional dos Trabalhadores
em Estabelecimentos de Ensino

Setor de Rádio e TV – Sul Quadra 701 – Bloco 2 Sala 436


Ed. Assis Chateaubriand CEP 70340-906 Brasília/DF
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