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RESUMO DE PRÁTICAS FUNCIONAIS- UC20- FERNANDA SILVEIRA VIEIRA

SP1
HANSENÍASE
1) MOSTRAR OS DADOS EPIDEMIOLÓGICOS NO BRASIL.
A Hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa
e crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. No Brasil, a
doença é considerada um problema de saúde pública e o país ocupa o
segundo lugar no mundo em número de casos, ficando atrás apenas da
Índia. Abaixo estão os dados epidemiológicos mais recentes da
Hanseníase no Brasil, divulgados pelo Ministério da Saúde:

Em 2020, foram registrados 23.027 novos casos de Hanseníase no


Brasil, o que representa uma taxa de detecção de 10,9 casos por
100.000 habitantes.
Entre 2010 e 2020, foram registrados 252.460 novos casos da doença
no país.
A maioria dos casos é registrada nas regiões Norte e Nordeste do Brasil,
que apresentam as maiores taxas de detecção da doença.
Em 2020, os estados que registraram as maiores taxas de detecção de
Hanseníase foram o Tocantins (33,9 casos por 100.000 habitantes),
Pará (28,7 casos por 100.000 habitantes) e Maranhão (27,8 casos por
100.000 habitantes).
A Hanseníase afeta principalmente adultos jovens e é mais comum em
homens do que em mulheres.
Em 2020, foram registrados 833 casos de Hanseníase em crianças
menores de 15 anos de idade.
A detecção precoce da doença é fundamental para o sucesso do
tratamento e prevenção de sequelas, por isso é importante estar atento
aos sinais e sintomas da doença, como manchas esbranquiçadas ou
avermelhadas na pele, diminuição da sensibilidade e formigamento nas
extremidades do corpo.
2) DISCORRER SOBRE O AGENTE ETIOLÓGICO MYCOBACTERIUM
LEPRAE
O Mycobacterium leprae é a bactéria causadora da Hanseníase,
também conhecida como lepra. É uma bactéria gram-positiva, aeróbica
e intracelular obrigatória, o que significa que depende da célula
hospedeira para sobreviver e se multiplicar. É uma bactéria muito
resistente, capaz de sobreviver em condições ambientais adversas,
como temperaturas baixas e altas, e pode permanecer viável por anos
em tecidos animais ou humanos.

O M. leprae é um patógeno humano altamente específico, o que


significa que só infecta seres humanos e não pode ser cultivado em
meios de cultura convencionais. O seu crescimento extremamente lento
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e a sua dificuldade de ser cultivado em laboratório dificultam a


realização de pesquisas e o desenvolvimento de novos métodos de
diagnóstico e tratamento.

A Hanseníase é uma doença crônica e pode levar anos para se


manifestar após a infecção. A transmissão ocorre por meio da
respiração, pela inalação de gotículas infectadas contendo a bactéria,
eliminadas por pessoas doentes durante a fala, tosse ou espirro. A
maioria das pessoas que são expostas à bactéria não desenvolve a
doença, pois o sistema imunológico consegue controlar a infecção. No
entanto, em alguns casos, a infecção pode se espalhar e causar danos
aos nervos, à pele e a outros tecidos, resultando em diferentes formas
clínicas da Hanseníase.

O tratamento da Hanseníase é feito com antibióticos e pode durar vários


meses, dependendo da forma e gravidade da doença. É importante o
diagnóstico precoce e tratamento imediato para prevenir sequelas e
interromper a cadeia de transmissão da doença.
3) IDENTIFICAR OS RESERVATÓRIOS DE MYCOBACTERIUM LEPRAE
E RELATAR AS FORMAS DE TRANSMISSÃO DA DOENÇA.
O Mycobacterium leprae é uma bactéria que infecta exclusivamente
seres humanos e não possui outros animais ou reservatórios
conhecidos. A transmissão da Hanseníase ocorre de pessoa para
pessoa, principalmente por meio da inalação de gotículas respiratórias
contendo a bactéria, eliminadas por pessoas doentes durante a fala,
tosse ou espirro.

A transmissão da Hanseníase ocorre de forma direta, ou seja, de uma


pessoa doente para outra pessoa suscetível, e não por contato com
objetos ou alimentos contaminados. A transmissão também pode ocorrer
durante a convivência prolongada e próxima com pessoas doentes que
não estejam em tratamento adequado.

A Hanseníase é uma doença que afeta principalmente a pele e os


nervos periféricos, e o contágio depende da quantidade de bactérias
presentes nas secreções respiratórias de uma pessoa doente. A
infecção pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em
adultos jovens. A doença é mais prevalente em áreas com condições
precárias de vida, como falta de saneamento básico, pobreza e
aglomerações.

A detecção precoce da doença é fundamental para o sucesso do


tratamento e prevenção de sequelas. É importante estar atento aos
sinais e sintomas da doença, como manchas esbranquiçadas ou
avermelhadas na pele, diminuição da sensibilidade e formigamento nas
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extremidades do corpo. Pessoas com suspeita de Hanseníase devem


procurar um serviço de saúde para avaliação e tratamento adequado.
4) DISCUTIR OS ASPECTOS GENÉTICOS ENVOLVIDOS NA
ETIOPATOGENIA
A Hanseníase é uma doença complexa que envolve uma interação
complexa entre fatores genéticos e ambientais. A suscetibilidade à
infecção e ao desenvolvimento da doença é influenciada por fatores
genéticos, que são responsáveis por cerca de 20 a 30% do risco de
desenvolver a Hanseníase.

Estudos genéticos identificaram vários genes associados à


suscetibilidade à Hanseníase, incluindo genes relacionados à imunidade
inata e adaptativa, inflamação, regulação da resposta imune, entre
outros. Esses genes estão envolvidos na produção de moléculas e
proteínas que desempenham um papel importante no reconhecimento e
eliminação do Mycobacterium leprae pelo sistema imunológico.

Além disso, estudos mostram que a Hanseníase tem uma forte


associação com a herança genética. Parentes de primeiro grau de
pessoas com Hanseníase têm um risco aumentado de desenvolver a
doença, o que sugere um componente genético importante na
etiopatogenia da doença.

No entanto, a complexidade da interação genética na suscetibilidade à


Hanseníase torna difícil a identificação de um único gene ou variação
genética que possa ser responsável pela predisposição à doença. Além
disso, a influência do ambiente e fatores de estilo de vida também deve
ser considerada.

Assim, é importante continuar a investigar a contribuição dos fatores


genéticos na etiopatogenia da Hanseníase, para que possam ser
desenvolvidos métodos de prevenção e tratamento mais eficazes e
personalizados, com base nas características genéticas individuais.

5) DISCUTIR OS ASPECTOS IMUNOPATOGÊNICOS ENVOLVIDOS


A Hanseníase é uma doença infecciosa crônica que afeta principalmente
a pele e os nervos periféricos, causada pela infecção do Mycobacterium
leprae. A interação complexa entre o patógeno e o sistema imunológico
do hospedeiro é fundamental para o desenvolvimento e progressão da
doença.

Os aspectos imunopatogênicos envolvidos na Hanseníase são


influenciados por vários fatores, como a capacidade do patógeno em
evadir o sistema imunológico do hospedeiro, a resposta imune do
hospedeiro e a interação entre as células do sistema imunológico.
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O Mycobacterium leprae possui uma parede celular complexa e única,


que protege a bactéria dos mecanismos de defesa do sistema
imunológico do hospedeiro. A bactéria é capaz de se replicar em células
do sistema imunológico, como macrófagos e células dendríticas, e evitar
a resposta imune adaptativa.

A resposta imune do hospedeiro à infecção pelo Mycobacterium leprae é


caracterizada pela produção de uma resposta imune celular do tipo Th1,
que é importante para a eliminação do patógeno. No entanto, em alguns
casos, a resposta imune pode se tornar desregulada, resultando em
inflamação crônica e dano tecidual.

Estudos mostram que a interação entre as células do sistema


imunológico é importante para o desenvolvimento da doença. A
presença de células T CD4+ e CD8+ específicas para o Mycobacterium
leprae é fundamental para o controle da infecção e prevenção de
sequelas, como a neuropatia periférica.

Além disso, a resposta imune mediada por anticorpos pode ter um papel
importante na prevenção da infecção pelo Mycobacterium leprae,
embora a importância desses anticorpos ainda não esteja totalmente
esclarecida.

Em resumo, a interação complexa entre o Mycobacterium leprae e o


sistema imunológico do hospedeiro é fundamental para o
desenvolvimento e progressão da Hanseníase. A resposta imune do
hospedeiro é influenciada por vários fatores e a desregulação da
resposta imune pode resultar em inflamação crônica e dano tecidual. O
entendimento desses aspectos imunopatogênicos é fundamental para o
desenvolvimento de novas estratégias de prevenção e tratamento da
Hanseníase.
6) DEFINIR “CASO DE HANSENÍASE” E DISTINGUIR AS
CLASSIFICAÇÕES DE SUAS FORMAS CLÍNICAS (MADRI, RIDLEY-
JOPLING E OPERACIONAL DA OMS) RELACIONANDO CADA UMA
DAS FORMAS CLÍNICAS COM AS RESPECTIVAS MANIFESTAÇÕES
DERMATOLÓGICAS E SISTÊMICAS
Um "caso de Hanseníase" é definido como qualquer pessoa com sinais e
sintomas clínicos compatíveis com a doença, independentemente do
resultado do exame laboratorial para o diagnóstico. O diagnóstico da
Hanseníase é baseado em critérios clínicos, epidemiológicos e laboratoriais.
Existem diferentes classificações para as formas clínicas da Hanseníase,
sendo as mais utilizadas a Classificação de Madri, a Classificação de
Ridley-Jopling e a Classificação Operacional da OMS.
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A Classificação de Madri divide a Hanseníase em dois tipos: forma


tuberculóide (TT) e forma lepromatosa (LL). A forma TT é caracterizada por
lesões únicas ou poucas, bem definidas e com bordas elevadas, além de
pouca ou nenhuma infiltração dérmica. Já a forma LL é caracterizada por
múltiplas lesões disseminadas, com a presença de infiltração dérmica e
destruição de tecidos moles.
A Classificação de Ridley-Jopling é mais ampla e classifica a Hanseníase
em cinco tipos: forma indeterminada (I), forma tuberculóide (TT), forma
borderline tuberculóide (BT), forma borderline (BB) e forma lepromatosa
(LL). A forma I é caracterizada pela presença de uma lesão única ou poucas
lesões, enquanto a forma BT apresenta lesões com infiltração moderada e a
forma BB tem uma infiltração mais pronunciada. A forma LL é caracterizada
por lesões difusas e disseminadas, com grande infiltração dérmica e perda
de sensibilidade.
Já a Classificação Operacional da OMS é mais simples e classifica a
Hanseníase em dois tipos: Hanseníase paucibacilar (PB) e Hanseníase
multibacilar (MB). A forma PB é caracterizada pela presença de até cinco
lesões cutâneas e ausência de bacilos na pele em exame bacteriológico. A
forma MB é caracterizada por mais de cinco lesões cutâneas e/ou presença
de bacilos na pele em exame bacteriológico.
Em relação às manifestações dermatológicas e sistêmicas, a forma
tuberculóide é caracterizada por lesões cutâneas únicas ou poucas, com
pouca infiltração e com perda de sensibilidade na área afetada. Já a forma
lepromatosa é caracterizada por lesões disseminadas, com grande
infiltração dérmica e perda de sensibilidade em grandes áreas do corpo.
Além disso, pode haver comprometimento dos olhos, nariz e boca, além de
comprometimento dos nervos periféricos, levando a deformidades e perda
de função. As formas borderline apresentam características intermediárias
entre as formas tuberculóide e lepromatosa.
7) DESCREVER EXAMES COMPLEMENTARES: TESTE DE HISTAMIA,
TESTE DE PILOCARPINA, INTRADERMOREAÇÃO DE MITSUDA E
TESTES SOROLÓGICOS.
Existem diferentes exames complementares utilizados no diagnóstico e
acompanhamento da Hanseníase, entre eles o Teste de Histamina,
Teste de Pilocarpina, Intradermorreação de Mitsuda e Testes
Sorológicos.

O Teste de Histamina é um exame que avalia a sensibilidade da pele do


paciente a estímulos histamínicos. A histamina é injetada na pele do
paciente e a reação é observada após algumas horas. Este teste é
utilizado para avaliar a extensão da perda de sensibilidade na
Hanseníase.
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O Teste de Pilocarpina é um exame que avalia a função das glândulas


sudoríparas. A pilocarpina é aplicada na pele do paciente e a sudorese é
avaliada após alguns minutos. Na Hanseníase, a sudorese pode estar
alterada em áreas afetadas pela doença e este teste ajuda a avaliar a
extensão da perda de sudorese.

A Intradermorreação de Mitsuda é um teste que avalia a resposta


imunológica do paciente ao Mycobacterium leprae. Uma pequena
quantidade de antígeno do Mycobacterium leprae é injetada na pele do
paciente e a reação é avaliada após algumas semanas. A resposta
positiva indica uma boa resposta imunológica e é considerada um sinal
de boa prognóstico.

Os Testes Sorológicos utilizam anticorpos para detectar a presença de


Mycobacterium leprae no organismo do paciente. Entre os testes
sorológicos disponíveis, o mais utilizado é o ELISA (Enzyme-Linked
Immunosorbent Assay). Este teste pode ser útil no diagnóstico da
Hanseníase em casos com baixa baciloscopia e em áreas com alta
prevalência da doença. No entanto, é importante ressaltar que a
sorologia não é um teste definitivo para o diagnóstico da Hanseníase, e
deve ser usado em conjunto com outros exames.

8) DESCREVER A BACILOSCOPIA (ÍNDICE BACILOSCÓPICO E


MORFOLÓGICO) E A HISTOPATOLOGIA, CORRELACIONANDO OS
RESULTADOS COM AS DIFERENTES FORMAS CLÍNICAS.
A baciloscopia é um exame importante no diagnóstico e
acompanhamento da Hanseníase. É realizada a partir de amostras de
tecido ou fluidos corporais do paciente, onde são identificados os bacilos
de Mycobacterium leprae.

O índice baciloscópico é um método quantitativo utilizado para avaliar a


carga bacilar do paciente. Ele é determinado pelo número de bacilos
presentes em uma amostra, e é utilizado para avaliar a progressão da
doença e a eficácia do tratamento. O índice baciloscópico varia de 0 a 6,
sendo 0 ausência de bacilos e 6 a maior carga bacilar.

A morfologia dos bacilos observados na baciloscopia pode ser


classificada em três tipos: globosos, alongados e fragmentados. Os
bacilos globosos são encontrados em pacientes com baixa carga bacilar,
enquanto os bacilos alongados e fragmentados estão presentes em
pacientes com alta carga bacilar.

A histopatologia é um exame que avalia as características das lesões de


Hanseníase na pele do paciente. É realizada a partir de amostras de
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tecido, que são examinadas em microscópio para identificar as


alterações causadas pela infecção pelo Mycobacterium leprae.

As diferentes formas clínicas da Hanseníase apresentam características


específicas na baciloscopia e histopatologia. Na forma tuberculóide, a
baciloscopia é negativa ou apresenta baixa carga bacilar, e a
histopatologia revela um infiltrado celular granulomatoso com pouca
presença de bacilos. Já na forma lepromatosa, a baciloscopia apresenta
alta carga bacilar e os bacilos estão presentes em grande quantidade no
tecido. A histopatologia mostra um infiltrado celular rico em macrófagos
e células gigantes multinucleadas, com grande presença de bacilos. Nas
formas intermediárias e dimorfas, a carga bacilar e a presença de
bacilos na histopatologia variam dependendo da intensidade e estágio
da doença.

9) DISCORRA SOBRE A PREVENÇÃO DE INCAPACIDADE NO


PACIENTE
A prevenção de incapacidades é um dos principais objetivos do
tratamento da Hanseníase. A doença pode causar danos nos nervos
periféricos, o que pode levar à perda de sensibilidade, fraqueza
muscular e outras complicações que podem afetar a capacidade
funcional do paciente.

Para prevenir a incapacidade, é importante que o diagnóstico seja feito o


mais cedo possível, para que o tratamento possa ser iniciado
precocemente. O tratamento da Hanseníase é feito com a administração
de medicamentos específicos, que são capazes de matar as bactérias
que causam a doença. A duração do tratamento varia de acordo com o
tipo de Hanseníase e a gravidade da doença, mas geralmente dura
entre seis meses a um ano.

Além do tratamento medicamentoso, é importante que o paciente seja


submetido a medidas de prevenção de incapacidades. Essas medidas
incluem o treinamento para a auto-cuidado, como a proteção das áreas
sensíveis do corpo, a realização de exercícios físicos para manter a
força muscular e a prevenção de lesões e infecções secundárias.

Também é importante que o paciente seja submetido a avaliações


regulares da função nervosa e muscular, para identificar precocemente
quaisquer sinais de incapacidade. Caso seja identificada alguma perda
funcional, o paciente deve ser encaminhado para reabilitação, que pode
incluir fisioterapia, terapia ocupacional e outras modalidades de
reabilitação.
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Em resumo, a prevenção de incapacidades na Hanseníase requer um


diagnóstico e tratamento precoces, medidas de prevenção de lesões e
infecções secundárias, treinamento para auto-cuidado e avaliações
regulares da função nervosa e muscular. O acompanhamento do
paciente após o tratamento também é importante para prevenir o
surgimento de novas incapacidades.

10)ESPECIFICAR OS PROTOCOLOS PARA O TRATAMENTO


EMPREGADOS NO BRASIL, OS CRITÉRIOS DE ALTA E
DESCREVER A CONDUTA QUE DEVE SER TOMADA EM RELAÇÃO
AOS CONTATOS DOMICILIARES DO PACIENTE.
O tratamento da Hanseníase no Brasil segue os protocolos definidos
pelo Ministério da Saúde, que recomenda o uso de poliquimioterapia
(PQT) como o principal tratamento para a doença. A PQT consiste na
combinação de dois ou mais medicamentos, que devem ser
administrados por um período de seis meses a um ano, dependendo da
forma clínica da doença.

Os medicamentos utilizados na PQT incluem a rifampicina, a dapsona e


a clofazimina. O tratamento é dividido em duas fases: a fase de ataque,
que dura três meses e consiste na administração de uma combinação
de três medicamentos, e a fase de manutenção, que dura de seis a nove
meses e consiste na administração de dois medicamentos.

O critério de alta do paciente com Hanseníase é baseado na


negativação dos bacilos em exames bacteriológicos, que devem ser
realizados ao longo do tratamento. Além disso, o paciente deve
apresentar melhora clínica das lesões e dos sintomas da doença.

Em relação aos contatos domiciliares do paciente com Hanseníase, é


recomendado que eles sejam examinados para identificar possíveis
casos de Hanseníase. Os contatos domiciliares incluem as pessoas que
convivem com o paciente na mesma casa, como familiares e amigos
próximos.

A avaliação dos contatos domiciliares deve incluir o exame clínico, a


baciloscopia e a intradermorreação de Mitsuda. Caso seja identificado
algum caso de Hanseníase entre os contatos domiciliares, o tratamento
deve ser iniciado imediatamente, para prevenir a disseminação da
doença na comunidade.

Em resumo, o tratamento da Hanseníase no Brasil segue os protocolos


de poliquimioterapia definidos pelo Ministério da Saúde, com critérios de
alta baseados na negativação dos bacilos em exames bacteriológicos e
melhora clínica do paciente. É recomendado que os contatos
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domiciliares do paciente sejam avaliados para identificar possíveis casos


de Hanseníase e prevenir a disseminação da doença na comunidade.

SP2
1- Descreva o agente etiológico da COVID-19.
O agente etiológico da COVID-19 é o SARS-CoV-2, um vírus da
família Coronaviridae, gênero Betacoronavirus. É um vírus de RNA
de fita simples com um envelope proteico, que apresenta espículas
em sua superfície, dando a aparência de uma coroa, daí o nome
coronavírus.

O SARS-CoV-2 é altamente contagioso e é transmitido


principalmente por gotículas respiratórias produzidas quando uma
pessoa infectada fala, tosse ou espirra. Também é possível a
transmissão por contato com superfícies contaminadas com o vírus e
posterior contato com a boca, nariz ou olhos.

Uma vez no organismo, o SARS-CoV-2 infecta principalmente as


células do trato respiratório superior e inferior, causando uma ampla
gama de sintomas, que variam de leves a graves. Os sintomas mais
comuns incluem febre, tosse seca, fadiga, dores musculares, perda
de paladar e olfato, dor de garganta e dificuldade para respirar.

A COVID-19 pode ser uma doença grave em pessoas idosas e em


pessoas com condições médicas subjacentes, como doenças
cardiovasculares, diabetes, doenças pulmonares crônicas e
imunossupressão. A prevenção da COVID-19 envolve medidas como
distanciamento social, uso de máscaras, higiene das mãos e
isolamento de pessoas infectadas. O tratamento da COVID-19 pode
incluir o uso de medicamentos antivirais, imunomoduladores e
oxigênio suplementar, dependendo da gravidade da doença.

2- Explique os mecanismos de transmissão e aquisição da doença.


A transmissão da COVID-19 ocorre principalmente por gotículas
respiratórias produzidas quando uma pessoa infectada fala, tosse ou
espirra. Essas gotículas podem ser inaladas por pessoas próximas (a
uma distância de até cerca de dois metros) ou depositadas em
superfícies próximas e posteriormente serem tocadas por outras
pessoas. É importante destacar que o vírus também pode ser
transmitido por pessoas que não apresentam sintomas da doença,
mas que ainda assim estão infectadas.

Além da transmissão por gotículas, o SARS-CoV-2 também pode ser


transmitido por aerossóis, que são partículas muito pequenas que
podem permanecer no ar por um período mais longo de tempo e
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serem inaladas por pessoas que se encontram em um ambiente


fechado e mal ventilado.

A aquisição da COVID-19 ocorre quando uma pessoa entra em


contato com o vírus SARS-CoV-2 e este consegue infectar as células
do trato respiratório superior e inferior. Isso pode acontecer quando
uma pessoa inala gotículas respiratórias ou aerossóis contendo o
vírus, ou quando toca em uma superfície contaminada com o vírus e
posteriormente toca a boca, o nariz ou os olhos. O vírus pode então
se replicar nas células e causar uma infecção.

É importante destacar que nem todas as pessoas que entram em


contato com o vírus SARS-CoV-2 desenvolvem a COVID-19.
Algumas pessoas podem ter uma infecção assintomática, ou seja,
não apresentam sintomas da doença, mas ainda assim podem
transmitir o vírus para outras pessoas. Outras pessoas podem
desenvolver uma infecção sintomática, que pode variar de leve a
grave. A gravidade da infecção pode depender de diversos fatores,
como idade, estado de saúde e comorbidades pré-existentes.
3- Levante dados epidemiológicos da COVID-19 no brasil e no
mundo.
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4- Descreva as manifestações clínicas.


A COVID-19 é uma doença causada pelo vírus SARS-CoV-2 e pode
apresentar diferentes manifestações clínicas, que variam desde
casos assintomáticos até quadros graves com risco de vida. Algumas
das manifestações clínicas mais comuns incluem:
 Febre
 Tosse seca
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 Fadiga
 Dores musculares e de cabeça
 Perda do olfato ou paladar
 Dor de garganta
 Congestão nasal ou coriza
 Dificuldade para respirar
 Dor no peito
 Falta de ar
Os sintomas da COVID-19 podem se manifestar de maneira leve,
moderada ou grave e a evolução da doença pode variar de acordo
com a idade, condição de saúde pré-existente e outros fatores de
risco. Em alguns casos, a COVID-19 pode causar complicações
graves, como pneumonia, síndrome respiratória aguda grave
(SRAG), trombose venosa profunda e coágulos sanguíneos, que
podem levar a hospitalização e morte.

Também foram observados casos de manifestações clínicas atípicas


da COVID-19, como erupções cutâneas, sintomas gastrointestinais e
neurológicos. Além disso, algumas pessoas podem apresentar
sintomas prolongados ou crônicos após a infecção aguda pelo vírus,
conhecido como síndrome pós-COVID ou COVID longa.

Cada pessoa pode apresentar diferentes manifestações clínicas da


COVID-19, por isso é importante estar atento a qualquer sintoma e
procurar assistência médica caso necessário.
5- Explique a fisiopatologia das formas graves do covid-19.
A fisiopatologia das formas graves da COVID-19 ainda não é
completamente entendida, mas sabe-se que a infecção pelo vírus
SARS-CoV-2 pode levar a uma resposta inflamatória exagerada do
sistema imunológico, conhecida como tempestade de citocinas. Esse
fenômeno pode resultar em lesão pulmonar aguda, síndrome do
desconforto respiratório agudo (SDRA), coagulação intravascular
disseminada (CID), insuficiência renal aguda, insuficiência cardíaca e
outras complicações graves.

A infecção pelo vírus SARS-CoV-2 é iniciada quando o vírus entra


nas células do trato respiratório superior e se liga ao receptor ACE2
presente nessas células. O vírus então se replica nas células do trato
respiratório, causando inflamação e danos nas vias aéreas. Em
alguns casos, a infecção pode se espalhar para os pulmões, levando
a pneumonia e, em casos mais graves, à SDRA.

A SDRA é uma complicação grave da COVID-19, que ocorre quando


o sistema imunológico do corpo reage exageradamente à infecção,
causando inflamação nos pulmões e danificando os alvéolos. Isso
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pode resultar em falta de ar, insuficiência respiratória e outras


complicações graves.

Além disso, a COVID-19 pode causar uma resposta inflamatória


sistêmica, conhecida como tempestade de citocinas. Isso ocorre
quando o sistema imunológico do corpo libera uma grande
quantidade de citocinas para combater a infecção, causando
inflamação em todo o corpo. A tempestade de citocinas pode causar
danos aos órgãos e tecidos do corpo, resultando em complicações
graves como insuficiência renal, insuficiência cardíaca e outras
complicações sistêmicas.

Em resumo, a fisiopatologia das formas graves da COVID-19 envolve


uma resposta inflamatória exagerada do sistema imunológico, que
pode levar a danos nos pulmões e em outros órgãos do corpo. O
conhecimento sobre a fisiopatologia da COVID-19 é fundamental
para o desenvolvimento de novos tratamentos e estratégias de
prevenção da doença.

6- Explique os mecanismos causadores da anosmia e disgeusia.


Anosmia e disgeusia são sintomas frequentes em pacientes com
COVID-19. A anosmia é a perda total ou parcial do olfato, enquanto a
disgeusia é a perda total ou parcial do paladar. Ainda não se sabe
completamente como esses sintomas ocorrem na COVID-19, mas há
algumas hipóteses.

Uma das possibilidades é que o vírus SARS-CoV-2, responsável pela


COVID-19, infecte diretamente as células nervosas envolvidas no
olfato e no paladar. Estudos têm mostrado que o vírus é capaz de se
replicar nas células que revestem a cavidade nasal e, portanto, pode
atingir as células nervosas olfatórias presentes na região. A
inflamação resultante da infecção pode causar danos nessas células
nervosas e nos receptores sensoriais associados, levando a perda
de olfato e paladar.

Outra possibilidade é que a anosmia e disgeusia sejam causadas por


uma resposta imune exagerada do organismo à infecção pelo SARS-
CoV-2. Acredita-se que a inflamação decorrente da resposta imune
possa afetar a função das células nervosas olfatórias e dos
receptores gustativos.

Em resumo, embora ainda haja muitas perguntas sem resposta,


acredita-se que a perda de olfato e paladar na COVID-19 possa ser
causada tanto pela infecção direta das células nervosas quanto pela
resposta inflamatória do organismo.
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7- Caracterize a imunopatogenese da SARS do Trato respiratório


inferior pelo Coronavírus.
A SARS-CoV-2 é um vírus que pertence à família dos coronavírus, e
a imunopatogênese da infecção pelo vírus envolve uma complexa
interação entre o vírus e o sistema imunológico do hospedeiro. O
vírus SARS-CoV-2 é capaz de infectar as células do trato respiratório
inferior, como os alvéolos pulmonares, causando uma série de
eventos inflamatórios que podem levar a uma síndrome respiratória
aguda grave (SARS).

A infecção pelo SARS-CoV-2 desencadeia uma resposta imunológica


intensa que pode causar danos nos tecidos do hospedeiro. A
primeira linha de defesa do organismo é a resposta imunológica
inata, que é ativada logo após a infecção e consiste em uma série de
mecanismos, incluindo a ativação de células imunológicas, como
macrófagos e células natural killer, e a produção de citocinas
inflamatórias, como a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose
tumoral (TNF).

Em alguns pacientes com COVID-19, a resposta imunológica inata é


excessiva, levando a uma tempestade de citocinas que pode causar
danos aos tecidos do hospedeiro, especialmente nos pulmões. Isso
pode levar à formação de um infiltrado inflamatório nos pulmões,
causando pneumonia e dificuldades respiratórias.

A resposta imunológica adaptativa, que inclui a produção de


anticorpos específicos e a ativação de células T, também é ativada
após a infecção pelo SARS-CoV-2. Estudos mostram que pacientes
com COVID-19 graves apresentam uma resposta imunológica
adaptativa enfraquecida, o que pode estar associado a um risco
aumentado de infecções secundárias.

Em resumo, a imunopatogênese da infecção pelo SARS-CoV-2


envolve uma complexa interação entre o vírus e o sistema
imunológico do hospedeiro, com a ativação de respostas
imunológicas inatas e adaptativas. A resposta imunológica excessiva
pode levar à síndrome respiratória aguda grave e a danos nos
tecidos do hospedeiro, enquanto uma resposta imunológica
adaptativa enfraquecida pode estar associada a um risco aumentado
de infecções secundárias.

8- Listar e interpretar exames laboratoriais e de imagem para o


diagnóstico da COVID-19.
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Os exames laboratoriais e de imagem mais comuns para o


diagnóstico da COVID-19 são:

Testes de RT-PCR: O RT-PCR é um teste molecular que detecta a


presença do material genético do vírus (RNA) em amostras de
secreção respiratória, como saliva, esfregaço nasofaríngeo ou
escarro. É o teste padrão ouro para o diagnóstico da COVID-19 e é
considerado altamente sensível e específico.

Testes rápidos de antígeno: Os testes rápidos de antígeno são


usados para detectar proteínas do vírus na amostra respiratória. Eles
são menos sensíveis do que os testes RT-PCR, mas produzem
resultados mais rápidos, geralmente em 15 a 30 minutos.

Sorologia: Os testes sorológicos procuram por anticorpos contra o


SARS-CoV-2 no sangue. Esses testes são úteis para determinar se
alguém já foi exposto ao vírus e desenvolveu uma resposta
imunológica.

Tomografia computadorizada (TC): A TC pode detectar lesões


pulmonares características da COVID-19, como opacidades em vidro
fosco e consolidações. No entanto, a TC não é um teste específico
para COVID-19 e também pode mostrar outras infecções
respiratórias.

Radiografia de tórax: As radiografias de tórax também podem


mostrar lesões pulmonares característicos da COVID-19, como
opacidades em vidro fosco e consolidações. No entanto, assim como
a TC, a radiografia de tórax não é específica para COVID-19 e
também pode mostrar outras infecções respiratórias.

O diagnóstico da COVID-19 é geralmente baseado em uma


combinação de sinais clínicos, resultados laboratoriais e achados de
imagem. É importante consultar um profissional de saúde para
avaliar os resultados dos testes e interpretá-los corretamente.

9- Descreva a síndrome Pós Covid-19 e aponte seu prognóstico.


A síndrome pós-COVID-19, também conhecida como "COVID longa"
ou "COVID persistente", é um conjunto de sintomas que persistem
por semanas ou meses após a infecção aguda pelo SARS-CoV-2.
Esses sintomas podem incluir fadiga persistente, dispneia, dor
torácica, palpitações, dores de cabeça, dificuldade de concentração e
problemas de memória, distúrbios do sono, dor nas articulações e
musculares, além de outros sintomas.
RESUMO DE PRÁTICAS FUNCIONAIS- UC20- FERNANDA SILVEIRA VIEIRA

O mecanismo exato da síndrome pós-COVID-19 ainda não é


completamente compreendido, mas acredita-se que possa ser devido
à persistência do vírus, inflamação crônica ou danos aos tecidos
causados pela infecção aguda. Também pode haver um componente
imunológico, uma vez que alguns pacientes desenvolvem uma
resposta imunológica exacerbada que pode contribuir para a
persistência dos sintomas.

O prognóstico da síndrome pós-COVID-19 é variável e ainda não é


bem compreendido devido à sua novidade. Algumas pessoas se
recuperam completamente dentro de algumas semanas ou meses,
enquanto outras apresentam sintomas persistentes por meses ou até
anos. Há relatos de casos de pacientes que apresentaram sintomas
por mais de seis meses após a infecção aguda. Ainda é preciso mais
pesquisas para entender completamente a síndrome pós-COVID-19
e seu prognóstico.

10-Discuta as medidas de prevenção da covid-19 e as vacinas


disponíveis no Brasil.
As medidas de prevenção da COVID-19 são fundamentais para
controlar a disseminação do vírus. As principais medidas
recomendadas pelos órgãos de saúde incluem:

Distanciamento social: manter uma distância de pelo menos um


metro de outras pessoas, evitar aglomerações e reuniões presenciais
desnecessárias;

Uso de máscaras: utilizar máscaras de proteção, cobrindo


totalmente a boca e o nariz, principalmente em locais públicos e/ou
fechados;

Higienização das mãos: lavar as mãos com água e sabão


frequentemente, por pelo menos 20 segundos, ou utilizar álcool em
gel 70%;

Higienização de superfícies: limpar e desinfetar com frequência


superfícies de uso comum, como mesas, maçanetas, corrimãos,
entre outros;

Ventilação de ambientes: manter ambientes bem ventilados, com a


abertura de janelas e portas sempre que possível.

Além das medidas de prevenção, as vacinas também são uma


importante estratégia para controlar a pandemia de COVID-19.
Atualmente, existem diversas vacinas disponíveis no Brasil, como a
RESUMO DE PRÁTICAS FUNCIONAIS- UC20- FERNANDA SILVEIRA VIEIRA

Coronavac, AstraZeneca, Pfizer e Janssen. Todas as vacinas foram


testadas e aprovadas pelos órgãos regulatórios de saúde, como a
Anvisa, e apresentam eficácia em reduzir o risco de infecção e de
desenvolver formas graves da doença.

A vacinação é realizada prioritariamente nos grupos de maior risco


para a COVID-19, como idosos, profissionais de saúde, pessoas com
comorbidades e outros grupos definidos pelo Programa Nacional de
Imunizações (PNI). A vacinação é fundamental para reduzir a
circulação do vírus e proteger a população mais vulnerável.

SP3
ARTRITE PSORIÁTICA
1. Discorrer sobre a epidemiologia da psoríase e da artrite psoriática.
A psoríase é uma doença inflamatória crônica da pele que afeta cerca de
2% da população mundial. Ela pode ocorrer em qualquer idade, mas é
mais comum em adultos jovens, entre 20 e 30 anos de idade, e em idosos.
A doença não é contagiosa e pode apresentar diversos tipos de lesões na
pele, desde pequenas manchas até grandes placas vermelhas e
escamosas. A causa exata da psoríase é desconhecida, mas sabe-se que
fatores genéticos e ambientais contribuem para o seu desenvolvimento.

A artrite psoriática é uma doença inflamatória crônica das articulações que


afeta cerca de 30% dos pacientes com psoríase. Ela pode ocorrer em
qualquer idade, mas é mais comum em adultos entre 30 e 50 anos de
idade. A doença é mais comum em pacientes com psoríase grave e pode
causar dor, rigidez e inchaço nas articulações, além de outros sintomas
como fadiga e febre. A causa exata da artrite psoriática também é
desconhecida, mas fatores genéticos e ambientais parecem desempenhar
um papel importante.

Ambas as doenças têm uma predisposição genética, o que significa que


elas tendem a ocorrer em famílias. Além disso, fatores ambientais, como
infecções, estresse e medicamentos podem desencadear ou agravar as
condições. A psoríase e a artrite psoriática não têm cura, mas existem
várias opções de tratamento disponíveis para ajudar a controlar os
sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

2. Explicar a imunopatogênese da psoríase


A psoríase é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema
imunológico ataca erroneamente as células da própria pele. Acredita-se
que a doença seja desencadeada por uma combinação de fatores
genéticos e ambientais, que levam a uma resposta inflamatória crônica na
pele.
RESUMO DE PRÁTICAS FUNCIONAIS- UC20- FERNANDA SILVEIRA VIEIRA

Um dos principais fatores envolvidos na imunopatogênese da psoríase é a


interação entre células imunológicas, como as células T e as células
apresentadoras de antígenos (APCs), como os queratinócitos. Os
queratinócitos são as células mais abundantes da pele e apresentam
antígenos às células T.

Em indivíduos saudáveis, as células T reconhecem os antígenos


apresentados pelos queratinócitos como "próprios" e não as atacam. No
entanto, em pessoas com psoríase, as células T são ativadas por
antígenos apresentados pelos queratinócitos e desencadeiam uma
resposta imune exagerada, levando à inflamação crônica da pele.

Além disso, as citocinas inflamatórias, como o fator de necrose tumoral alfa


(TNF-α) e a interleucina 17 (IL-17), desempenham um papel importante na
patogênese da psoríase, pois aumentam a proliferação dos queratinócitos
e a produção de queratina, resultando na formação de placas de psoríase.

Outros fatores envolvidos na imunopatogênese da psoríase incluem o


aumento da produção de quimiocinas, que recrutam células inflamatórias
para a pele, e a disfunção da barreira cutânea, que permite a entrada de
antígenos e patógenos na pele, aumentando a resposta inflamatória.

Em resumo, a psoríase é uma doença autoimune complexa que envolve a


interação entre células imunológicas, citocinas inflamatórias, queratinócitos
e fatores ambientais. O entendimento da imunopatogênese da psoríase é
fundamental para o desenvolvimento de novas terapias e tratamentos para
a doença.

3. Caracterizar as formas clínicas da psoríase que podem ser


observadas na pele.
Existem vários tipos de psoríase, cada um com características clínicas
distintas. As formas mais comuns incluem:

Psoríase em placas: é a forma mais comum de psoríase, afetando cerca de


80% dos pacientes. Apresenta lesões avermelhadas e escamosas que
geralmente aparecem nas áreas extensoras do corpo, como cotovelos,
joelhos e couro cabeludo.

Psoríase gutata: ocorre principalmente em crianças e adultos jovens e é


caracterizada por pequenas lesões em forma de gota que aparecem em
todo o corpo, geralmente após uma infecção respiratória.
RESUMO DE PRÁTICAS FUNCIONAIS- UC20- FERNANDA SILVEIRA VIEIRA

Psoríase pustulosa: é uma forma menos comum de psoríase que se


apresenta com pústulas (lesões cheias de pus) nas palmas das mãos e
nas solas dos pés, além de outras áreas do corpo.

Psoríase inversa: afeta as áreas de dobras da pele, como axilas, virilha e


abaixo dos seios, e é caracterizada por lesões vermelhas e lisas, sem
escamas.

Psoríase eritrodérmica: é uma forma grave de psoríase que afeta a maior


parte da pele, levando à vermelhidão intensa e descamação generalizada.
É uma forma rara e potencialmente perigosa da doença.

Artrite psoriásica: é uma forma de psoríase que afeta as articulações e


pode causar dor, inchaço e rigidez nas mesmas.

Essas são algumas das formas mais comuns de psoríase que podem ser
observadas na pele. É importante ressaltar que o diagnóstico da doença
deve ser feito por um dermatologista ou médico especializado, que avaliará
as características clínicas e histórico médico do paciente.

4. Descrever os sinais da curetagem metódica de Brocq e o sinal de


Koebner na pele
A curetagem metódica de Brocq é um procedimento dermatológico que
envolve a raspagem da superfície da pele com uma cureta. Esse
procedimento é realizado para remover lesões superficiais, como as
queratoses seborreicas e as verrugas, e é relativamente simples e de baixo
risco. Alguns sinais que podem ser observados após a curetagem metódica
de Brocq incluem:

Hemorragia: a raspagem da pele pode causar sangramento, especialmente


se a lesão removida for grande.

Inflamação: a pele pode ficar inflamada após o procedimento, com


vermelhidão, inchaço e sensibilidade local.

Cicatrização: após a curetagem, a pele pode cicatrizar rapidamente,


deixando uma crosta que eventualmente cai e deixa uma cicatriz.

Já o sinal de Koebner é um fenômeno observado em pacientes com


psoríase, em que as lesões da doença aparecem em áreas de pele
previamente intactas após um trauma ou lesão cutânea. Esse sinal é uma
das características da psoríase e pode ser observado em até 50% dos
pacientes com a doença. O sinal de Koebner pode ser desencadeado por
diversos tipos de trauma na pele, como cortes, arranhões, queimaduras e
até mesmo por procedimentos dermatológicos, como a curetagem
RESUMO DE PRÁTICAS FUNCIONAIS- UC20- FERNANDA SILVEIRA VIEIRA

metódica de Brocq. É importante lembrar que nem todos os pacientes com


psoríase apresentam o sinal de Koebner, e que sua ocorrência não é
exclusiva da doença, podendo ser observada em outras condições
dermatológicas.
5. Caracterizar os padrões clínicos de envolvimentos articular na artrite
psoriásica.
A artrite psoriásica é uma doença inflamatória crônica que afeta cerca de
30% dos pacientes com psoríase. A doença pode causar dor, inchaço e
rigidez nas articulações, além de outros sintomas, como fadiga, febre baixa
e perda de apetite. Existem diferentes padrões clínicos de envolvimento
articular na artrite psoriásica, sendo os principais:

Artrite assimétrica: é o tipo mais comum de artrite psoriásica e afeta


diferentes articulações de forma assimétrica, ou seja, de um lado do corpo,
mas não do outro. Geralmente, as articulações mais afetadas são as dos
dedos das mãos e dos pés, além dos joelhos e tornozelos.

Artrite simétrica: nesse tipo de artrite, as articulações são afetadas de


forma simétrica, ou seja, do mesmo lado do corpo, como as duas mãos ou
ambos os joelhos. Esse padrão é menos comum na artrite psoriásica do
que na artrite reumatoide.

Artrite axial: esse tipo de artrite psoriásica afeta principalmente as


articulações da coluna vertebral, causando dor e rigidez nas costas e no
pescoço. Em casos graves, pode levar à limitação de movimento e
deformidade vertebral.

Artrite mutilante: essa é uma forma grave e rara de artrite psoriásica, que
pode causar a destruição das articulações afetadas e levar à deformidade
e perda de função das mesmas.

É importante ressaltar que a artrite psoriásica pode afetar outras


articulações além das mencionadas acima, como ombros, cotovelos e
quadris, e que o padrão de envolvimento articular pode mudar ao longo do
tempo e variar de um paciente para outro. O diagnóstico e tratamento da
artrite psoriásica devem ser feitos por um reumatologista ou médico
especializado.
6. Definir e elencar os critérios CASPAR para classificação da artrite
psoriásica.

Os critérios CASPAR (Classification Criteria for Psoriatic Arthritis) são um


conjunto de critérios utilizados para classificar a artrite psoriásica em
pacientes com psoríase ou suspeita da doença. Esses critérios foram
desenvolvidos em 2006 por um grupo de especialistas em reumatologia e
RESUMO DE PRÁTICAS FUNCIONAIS- UC20- FERNANDA SILVEIRA VIEIRA

dermatologia, e são baseados em uma combinação de critérios clínicos,


radiográficos e laboratoriais.

Para ser classificado como artrite psoriásica de acordo com os critérios


CASPAR, o paciente deve apresentar pelo menos 3 das 5 seguintes
características:

Presença de psoríase atual ou história pessoal ou familiar de psoríase em


primeiro grau.

Artrite periférica, definida como inflamação em pelo menos uma articulação


periférica (como mãos, punhos, tornozelos ou pés).

Dactilite, definida como inflamação de todo o dedo (ou seja, dedos


inchados).

Alterações ungueais características de psoríase, como pitting, distrofia ou


onicólise (descolamento da unha do leito ungueal).

Teste negativo para fator reumatoide (FR) e anticorpos anti-peptídeos


citrulinados cíclicos (anti-CCP), que são marcadores comuns de outras
doenças reumáticas, como a artrite reumatoide.

A presença de pelo menos 3 dessas características permite uma


classificação segura da artrite psoriásica, com alta sensibilidade e
especificidade. Os critérios CASPAR são úteis para ajudar no diagnóstico
precoce da doença, permitindo o início precoce do tratamento e
melhorando os resultados clínicos para o paciente.
7. Especificar os exames complementares (laboratoriais e de imagem)
que devem ser solicitados para diagnosticar a artrite psoriásica,
comentando os possíveis resultados.
O diagnóstico da artrite psoriásica é feito com base em uma combinação
de critérios clínicos, radiográficos e laboratoriais. Além dos critérios
CASPAR, que são úteis para a classificação da doença, os exames
complementares são importantes para o diagnóstico e acompanhamento
da artrite psoriásica.

Os exames complementares que podem ser solicitados incluem:

Exames laboratoriais:
Fator reumatoide (FR) e anticorpos anti-peptídeos citrulinados cíclicos
(anti-CCP): geralmente são negativos na artrite psoriásica, mas podem ser
positivos em alguns pacientes com sobreposição de outras doenças
reumáticas.
RESUMO DE PRÁTICAS FUNCIONAIS- UC20- FERNANDA SILVEIRA VIEIRA

Proteína C-reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS): são


exames de sangue que indicam a presença de inflamação no corpo. Na
artrite psoriásica, esses exames geralmente estão elevados.

Hemograma completo: pode revelar anemia ou aumento das células


brancas do sangue, que podem ser indicativos de inflamação.

Exames de imagem:
Radiografia: pode mostrar alterações ósseas e articulares, como erosões,
esclerose ou irregularidades ósseas. No entanto, as radiografias podem
não ser sensíveis o suficiente para detectar alterações precoces na artrite
psoriásica.

Ultrassonografia (US) e ressonância magnética (RM): são exames de


imagem mais sensíveis do que a radiografia para detectar inflamação e
alterações articulares na artrite psoriásica.

Os resultados dos exames laboratoriais na artrite psoriásica geralmente


indicam a presença de inflamação no corpo, enquanto os exames de
imagem podem mostrar alterações articulares características da doença.
No entanto, é importante lembrar que o diagnóstico da artrite psoriásica é
feito com base em uma combinação de critérios clínicos e exames
complementares, e que os resultados dos exames devem ser interpretados
em conjunto com a história clínica e os sintomas do paciente.
8. Descrever as alterações histopatológicas de biópsia da pele na
psoríase.
A psoríase é caracterizada por alterações histopatológicas na pele, que
incluem hiperproliferação epidérmica, inflamação e angiogênese. A biópsia
da pele é um exame que pode ser realizado para confirmar o diagnóstico
de psoríase e avaliar a gravidade da doença. As principais alterações
histopatológicas observadas na psoríase incluem:

Aumento da espessura da epiderme: A epiderme na psoríase é mais


espessa do que na pele normal, devido à hiperproliferação celular e
aumento da camada córnea. As células epidérmicas são maiores e têm
núcleos mais evidentes.

Infiltração de células inflamatórias: A psoríase é uma doença inflamatória, e


a biópsia da pele geralmente mostra uma infiltração de células
inflamatórias na derme e epiderme. As células inflamatórias mais comuns
são linfócitos T, neutrófilos e células dendríticas.

Alongamento das papilas dérmicas: As papilas dérmicas são


prolongamentos da derme na epiderme, que se conectam com as células
epidérmicas. Na psoríase, as papilas dérmicas são alongadas e
RESUMO DE PRÁTICAS FUNCIONAIS- UC20- FERNANDA SILVEIRA VIEIRA

apresentam maior vascularização, o que contribui para a formação de


lesões eritematosas e escamosas na superfície da pele.

Ausência de camada granulosa: A camada granulosa é uma camada


intermediária da epiderme que contém células que produzem queratina e
lipídios. Na psoríase, essa camada pode estar ausente ou reduzida, o que
contribui para a descamação da pele.

Formação de microabcessos: Os microabcessos são aglomerados de


células inflamatórias que se acumulam em torno dos folículos pilosos na
derme. Na psoríase, esses microabcessos são comuns e contribuem para
a inflamação na pele.

Em resumo, a biópsia da pele na psoríase geralmente mostra


hiperproliferação epidérmica, inflamação, angiogênese, alongamento das
papilas dérmicas e ausência de camada granulosa, além da formação de
microabcessos na derme.

9. Citar os tratamentos tópicos que podem ser usados para a psoríase


leve na pele e os tratamentos sistêmicos, tanto para a psoríase
moderada a grave na pele (definida com base nos scores PASI, BSA,
DLQI).
A escolha do tratamento para a psoríase depende da gravidade da doença,
da extensão das lesões e de outros fatores individuais, como idade, saúde
geral e presença de comorbidades. O tratamento pode incluir opções
tópicas, sistêmicas ou uma combinação de ambas.

Tratamentos tópicos para psoríase leve na pele:

Corticosteroides tópicos: podem ser usados em lesões pequenas a


moderadas, com potência variável e aplicados 1 a 2 vezes ao dia.
Análogos da vitamina D tópicos: tais como calcipotriol, calcitriol ou
tacalcitol, podem ser usados sozinhos ou em combinação com
corticosteroides tópicos.
Antralina tópica: um agente que reduz a proliferação epidérmica, pode ser
usado em lesões espessas.
Inibidores da calcineurina tópicos: tais como tacrolimus e pimecrolimus,
podem ser usados em áreas sensíveis, como rosto e genitais.
Emolientes e hidratantes: ajudam a reduzir a descamação e a manter a
pele hidratada.
Tratamentos sistêmicos para psoríase moderada a grave na pele:

Fototerapia: a terapia com luz ultravioleta pode ser usada em lesões


generalizadas, com um espectro variado de comprimentos de onda e
RESUMO DE PRÁTICAS FUNCIONAIS- UC20- FERNANDA SILVEIRA VIEIRA

doses que podem ser aplicados em ambientes hospitalares ou em casa,


dependendo da tecnologia disponível.
Medicamentos orais: incluem retinoides, metotrexato, ciclosporina,
acitretina, apremilast e fumaratos.
Agentes biológicos: incluem os inibidores do fator de necrose tumoral
(TNF), como adalimumabe, etanercept, infliximabe e certolizumabe,
inibidores da interleucina-12/23 (IL-12/23), como ustekinumabe, inibidores
da interleucina-17 (IL-17), como secuquinumabe, ixecizumabe e
brodalumabe, e inibidores da interleucina-23 (IL-23), como guselcumabe e
risankizumabe.
A escolha do tratamento deve ser individualizada, levando em
consideração as características do paciente e as especificidades de cada
tratamento, bem como a resposta clínica e os possíveis efeitos colaterais.

10. Determinar o tratamento da artrite psoriásica.


O tratamento da artrite psoriásica depende da gravidade e da
extensão da doença, bem como da presença de outras
comorbidades. O objetivo do tratamento é controlar a inflamação
articular, reduzir a dor, prevenir a progressão da doença e melhorar a
qualidade de vida do paciente. O tratamento pode incluir opções
tópicas, medicamentos orais e agentes biológicos.
Tratamentos tópicos para artrite psoriásica:

Corticosteroides tópicos: podem ser usados em articulações


pequenas e em lesões cutâneas adjacentes, com potência variável e
aplicados 1 a 2 vezes ao dia.
Análogos da vitamina D tópicos: tais como calcipotriol, calcitriol ou
tacalcitol, podem ser usados em lesões cutâneas adjacentes,
sozinhos ou em combinação com corticosteroides tópicos.
Inibidores da calcineurina tópicos: tais como tacrolimus e
pimecrolimus, podem ser usados em áreas sensíveis, como genitais
e mucosas.
Tratamentos sistêmicos para artrite psoriásica:
Anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs): são frequentemente
usados para aliviar a dor e a inflamação articular.
Medicamentos modificadores da doença (DMARDs): incluem
metotrexato, sulfassalazina e leflunomida, que reduzem a inflamação
articular e a progressão da doença.
Agentes biológicos: incluem os inibidores do fator de necrose
tumoral (TNF), como adalimumabe, etanercept, infliximabe e
RESUMO DE PRÁTICAS FUNCIONAIS- UC20- FERNANDA SILVEIRA VIEIRA

certolizumabe, inibidores da interleucina-12/23 (IL-12/23), como


ustekinumabe, inibidores da interleucina-17 (IL-17), como
secuquinumabe, ixecizumabe e brodalumabe, e inibidores da
interleucina-23 (IL-23), como guselcumabe e risankizumabe. Esses
agentes são administrados por via intravenosa, subcutânea ou
autoinjetor.
A escolha do tratamento deve ser individualizada, levando em
consideração as características do paciente e as especificidades de
cada tratamento, bem como a resposta clínica e os possíveis efeitos
colaterais. É importante que o paciente seja monitorado regularmente
para avaliar a eficácia e a segurança do tratamento e fazer ajustes
quando necessário.

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