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ORGANIZAÇÃO

A Grande Revolução Cultural Proletária e as


Tarefas da Juventude na Revolução

Proletários e povos oprimidios de todo o mundo, uní-vos!

A Grande Revolução Cultural Proletária e as


Tarefas da Juventude na Revolução
“A sociedade socialista cobre uma etapa histórica bastante larga. Durante a etapa histórica do
socialismo, ainda existem classes, contradições de classe e luta de classes; existem a luta entre o
caminho socialista e o capitalista e o perigo de restauração capitalista. É preciso compreender a
complexidade desta luta e elevar nossa vigilância. É necessário realizar a educação socialista. É
necessário compreender e tratar de maneira correta o problema das contradições de classe e da
luta de classes e distinguir acertadamente as contradicciones entre nós e o inimigo das
existentes no seio do povo, e tratá-las de maneira correta. De outro modo, um país socialista
como o nosso, se converterá em seu contrário, degenerará e se produzirá a restauração. De
agora em diante, devemos falar disto em cada ano, cada mês e cada dia, de modo que tenhamos
uma compreensão relativamente clara deste problema e sigamos uma linha marxista-leninista.”
Mao Tsetung – Pleno do CC do PCCh 1962

“A Grande Revolução Cultural Proletária em curso é uma grande revolução que atinge o homem
no que tem de mais profundo. Representa uma nova etapa, marcada por uma maior
profundidade e uma maior amplitude de desenvolvimento da revolução socialista em nosso país.
Ainda que derrotada, a burguesia intenta corromper as massas e conquistar seu coração por
meio do pensamento, da cultura, dos costumes e dos hábitos antigos das classes exploradoras
com vistas a sua restauração”.
Mao Tsetung – Nâo Há Que Esquecer a Luta de Classes Jamais

“Há que confiar nas massas, apoiar-se nelas e respeitar sua iniciativa. Há que se desfazer o
‘temor’. Não se deve temer que haja casos de desordem. O Presidente Mao nos tem dito
frequentemente que a revolução não pode ser tão fina, tão afável, tão moderada, amável, cortês,
restrita e magnânima. Há que deixar que as massas se eduquem a si mesmas neste grande
movimento revolucionário e aprendam a distinguir entre o justo e o errôneo, entre a forma
correta de proceder e a incorreta. (…) É necessário lograr uma plena e franca exposição de
opiniões fazendo pleno uso dos dazibao e dos grandes debates, de modo que as massas
clarifiquem os pontos de vista corretos, critiquem os errôneos desmascarem a todos os
monstros. Desta maneira, as amplas massas poderiam, no curso da luta, elevar sua consciência
política, incrementar sua capacidade, distinguir o justo do errôneo e traçar uma clara linha de
demarcação entre nós e os inimigos.”
Partido Comunista da China – Diretiva de 16 Pontos de Decisão de 1966

“No passado travamos lutas nas zonas rurais, nos círculos culturais e realizamos o movimento
de educação socialista. Sem dúvida, tudo isso não pôde resolver o problema, porque não
havíamos encontrado uma forma, um meio de mobilizar as amplas massas de maneira aberta,
em todos os terrenos e de cima abaixo para expor nosso lado obscuro”
Mao Tsetung – Discurso no IX Congresso do PCCh em 1969

“A Revolução Cultural Proletária, com suas ideias e perspectivas, com suas forma e seus
métodos, aguçou todos os problemas em litígio no movimento comunista internacional e
contribuiu para revelar a repugnante traição dos revisionistas à causa da luta dos povos contra
o imperialismo, sobretudo o norteamericano. Ela ajuda também a discernir os verdadeiros dos
falsos marxistas-leninistas, a deslindar mais nitidamente as posições revolucionárias e as
oportunistas e a desmascarar os dirigentes revisionistas, indicando às massas seus verdadeiros
partidos e chefes proletários revolucionários.”
Pedro Pomar – Grandes Êxitos da Revolução Cultural

I. A Grande Revolução Cultural Proletária (GRCP) foi a


mais alta expressão da revolução proletária mundial, da
ditadura onímoda do proletariado na China e da
libertação dos povos da opressão imperialista!

Foi ainda a GRCP, em particular, o mais alto grau da aplicação do combate ao revisionismo
moderno, ao oportunismo de direita e de esquerda no Partido e ao conservadorismo
penetrante na sociedade socialista e nos organismos do Poder, que pavimentava o caminho da
restauração capitalista na China. A GRCP, neste sentido, sendo guiada pessoalmente pelo
camarada Mao Tsetung e tendo sido capaz de evitar a restauração capitalista pelos dez anos
de sua existência (e por isso mesmo tendo de ser encerrada a golpes diretos da
contrarrevolução, desferidos desde os gabinetes revisionistas da camarilha de Teng Siao-ping)
desmascarando os zu zi paiI e os “Kruchov’s da China”II em seu ninho, se mostrou como o
mais alto patamar que a revolução socialista acumulou em nossa História

A GRCP revelou ao mundo, afinal, problemas inerentes à construção do socialismo, alargou a


experiencia política, militar, ideológica e cultural do proletariado, abrangeu todos os aspectos
da vida em sociedade sob a ditadura do proletariado, evidenciando problemas que nenhuma
outra experiência jamais houvera sintetizado e que os povos do mundo inevitavelmente terão
de endereçar caso queiram superá-los. Em síntese, a GRCP nos deu o maoísmo.

Esse fato por si só já merece nossa maior atenção. Mas não é só isso. Tirar as lições para
avançarmos na próxima onda da revolução proletária mundial, isso é o mais importante.

O que foi, afinal, a Grande Revolução Cultural Proletária? Em linhas gerais, foi o movimento
desencadeado pelo Presidente Mao Tsetung contra o revisionismo que tomava de assalto o
Estado proletário chinês, engendrando as amplas massas da China na mesma luta. Foi o
método encontrado por ele para mobilizar as massas na crítica criadora aos revisionistas,
“para pôr em descoberto tudo que há de negro no Partido”i. Porém, ainda é necessário uma
maior contextualização.

Expliquemos.

Antecedentes e questões teóricas

Em 56, o XX Congresso do PCUS, sob direção revisionista de Kruchov, apresenta o “relatório


secreto” que tece as mais vis acusações ao camarada Stálin, elegendo-o como figura central no
plano principal de atacar a experiência da ditadura do proletariado com objetivo da
restauração capitalista na URSS. Esta manobra iria inaugurar um período de intensa luta
ideológica no movimento comunista, culminando, em 1964, com o rompimento total da China
Popular com a URSS social-imperialistaIII, dividindo igualmente o campo socialista dos países
socialistas e as repúblicas democráticas entre os revolucionários (como a Albânia à época) e os
que seguiam a batuta do revisionismo soviético (mais notadamente Cuba). Esta luta ideológica
ficou registrada no que ficou conhecido como o “Grande Debate”, que trata-se dos documentos
“Carta Aberta do PCUS ao PCCh” que gerou a resposta do PCCh sob direção direta do
Presidente Mao Tsetung com os documentos “Proposições Acerca da Linha Geral do
Movimento Comunista Internacional” e a carta de “25 pontos e os 9 Comentários” ao PCUS.IV

Este documento sendo, portanto, o mais importante acúmulo teórico do movimento


comunista, desde o Manifesto de Marx e Engels e O Estado e a Revolução de Lenin, expressa a
experiência do PCCh na luta contra o revisionismo e forneceu importante material de estudo
sobre a restauração do capitalismo num país (àquela altura, já havia ocorrido a primeira
experiência de restauração na Iugoslávia, com o chefe revisionista Tito à cabeça). Dessa
experiência e sintetizando todas as lições, foi que o Presidente Mao na China chamava atenção
para o perigo que todos os Estados socialistas viriam a ter a necessidade de conjurar – o da
restauração capitalista através de um golpe revisionista vindo de dentro do próprio Partido. A
sua fundamentação principal foi a de que, de acordo com a lei universal da dialética e a lei da
contradição inerente aos fenômenos, as contradições internas de um fenômeno são as
determinantes e as externas operam por intermédio destas, como condicionantes. Disso
concluiu que o revisionismo era o perigo principal, dado que se desenvolvia dentro das
fileiras do Partido e que o cerco imperialista e as causas externas só exerceriam influência
dentro da realidade da China, na medida em que as contradições internas se agudizassem.
Quais eram estas contradições? É necessário um preâmbulo teórico a respeito.

Há muito que Lenin já ressaltava que a questão sobre quem vence a quem não era de todo
resolvida apenas com a passagem do poder político às mãos do proletariado. Que o período da
transição do socialismo ao comunismo compreendia um longo período histórico de luta entre
capitalismo e comunismoii, sendo que o primeiro sobrevivia sob a ditadura do proletariado
baseado na sobrevivência da pequena produção mercantil e na reprodução incessante da
pequena-burguesia em consequência.

Destacava ainda Lenin, que dada a herança da sociedade capitalista e a existência desta a
nível mundial e local por intermédio da pequena-burguesia, determinavam ainda a existência
de capitalismo apodrecido dentro da URSS bem como dos elementos do novo e imaturo
comunismo. E que as vitórias logradas pelo proletariado na construção do socialismo (vitórias
do comunismo) sobre o capitalismo é que determinavam exatamente o caminho para qual
apontava o futuro da sociedade soviética, assegurando o definhamento do Estado até o
comunismo. Ainda que Lenin, a esta altura, creditava a maior ameaça como sendo interna à
nação, não a reconhecia também como interna ao Partido, delimitava a ameaça como vinda
de setores declaradamente burgueses e não deixava claro o papel do revisionismo no seio do
Partido e da direção do Estado proletário, considerava apenas o perigo da pequena-burguesia,
que renascia a cada instante se tornando mais forte econômica e militarmente, abastecida
pelos fatores exteriores (a burguesia imperialista que odiava o bolchevismo
implacavelmente), em esmagar militarmente a revolução.

Este é o ponto precisamente que o camarada Presidente Mao Tsetung fez ver com mais clareza
como a burguesia restaura seu poder num país tendo a luta ideológica dentro do Partido como
principal palco de combate, tomando direção de seus órgãos de Poder e aplicando uma linha
não-proletária (pequeno-burguesa) que vai usurpando parte por parte o poder do
proletariado e criando uma burguesia de novo tipo, uma “burocracia comunista”V. Daí se
depreendia, portanto, que o método de luta ideológica e política no Partido e em toda a
sociedade eram necessários por todo o período socialista para barrar a acensão da linha
revisionista que preserva privilégios de classe e cria novos, em detrimento da linha socialista
que destrói todos os antigos privilégios e impede a criação de novos. Isso se tornara, então,
uma visão essencial do “pensamento Mao Tsetung”.

No estalar desta descoberta científica e na observação do avanço de linhas revisionistas e


restauracionistas na China, é que o Presidente Mao inicia o movimento da Educação Socialista
em 1962.

Em Maio de 1965, após 38 anos, Mao sobe novamente ao Monte Ching-kangshan, a primeira
base de apoio revolucionária do PCCh ao sul da China, incrédulo sobre o feito do movimento
revolucionário por ter subido a tão alta montanha e fazendo um paralelo às grandes batalhas
que se avizinhavam, Mao, com seu vibrante júbilo revolucionário escreve em seu famoso
poema “Retorno às Montanhas de Ching-Kangshan”:

“NADA É IMPOSSÍVEL NO MUNDO PARA AQUELES QUE SE ATREVEM A ESCALAR AS


ALTURAS!”

II. A grande tormenta revolucionária: Contra-restauração e


restauração

Em novembro de 65, endossando uma crítica feita por Yao Wen-yuan a uma peça de novela,
Mao e Yao são alvos de ataques vindos de Pequim, assinados por Peng Cheng (prefeito de
Pequim) e líder da linha de direita no Comitê local do Partido. Meses depois, o Comitê Central
do PCCh critica Peng Cheng como exemplo de elementos burgueses infiltrados no Partido e no
governo.

Em seguida, aparece a figura dos “dazibaos” (grandes cartazes), denunciando o presidente da


Universidade de Pequim e seus lacaios por suprimirem o debate político na Universidade.
Mao via ali o potencial revolucionário de uma geração de jovens criados já sob o socialismo,
sua pulsante rebeldia e, ao mesmo tempo, seu dever em continuar a revolução. Da mesma
forma, tinha claro que continuassem a ser suprimidos pela burocracia dos elementos
burgueses do Partido e permanecessem sem respaldo algum, a contradição converter-se-ia
fatalmente em repressão das massas e derrota do proletariado, que veria o Partido e o Estado
converterem-se novamente em um instrumento de repressão de uma minoria sobre a maioria
da população. Desta forma, Mao apoiou sem reservas as críticas e, mais que isso: Convocou a
todos os estudantes secundaristas, de institutos e universidades a “rebelar-se contra os
reacionários” e a unirem-se ao vigoroso movimento que se proclamou de Guardas Vermelhos.

Em seguida, sob a direção de Mao Tsetung e com o apoio da linha de esquerda do CC do PCCh,
é aprovado o documento “16 Pontos de Decisão”, que guiaria a GRCP.

Até o fim do ano de 1966, milhões de estudantes se puseram em marcha aos pontos mais
longínquos do país desde Pequim, onde criticariam “autoridades”, professores “revisionistas”,
fariam rechaços públicos a notórios burgueses, além de renomearem ruas, praças e avenidas,
“visitarem” comércios, criticarem costumes feudais, patriarcais e ocidentais; e a promoverem
longas “sessões de luta”, debates entre as massas etc.

Mao recebe em Agosto de 1966, mais de 1 milhão de jovens na Praça Tiananmen, vindos das
mais variadas partes do país, tendo muitos feito sua “própria Longa-Marcha”, caminhando a
pé por meses para a manifestação. Tal foi a empolgação e vibração dos jovens a serem
recebidos pelo grande timoneiro vestido com o uniforme dos guardas (gandola militar verde-
oliva escura, braçadeiras vermelhas e boina militar com a estrela vermelha) que, em resposta
entoavam canções revolucionárias e palavras de ordem em exaltação ao socialismo e à
Revolução Cultural.

A luta prossegue com a determinante fusão dos estudantes à classe operária e agora sob
direção desta que, através da intervenção nas linhas de produção, ao mesmo tempo que
“desorganizava” a produção, reagrupava os defensores do socialismo, a esquerda, para o
enfrentamento às suas direções de fábrica burocráticas e direitistas, levando a cabo processos
de destituição e eleição direta de novos dirigentes, agora sob direção operária.

Em contrapartida, a GRCP sofria a reação dos elementos burgueses que, guiados por Liu Chao-
chi e Teng Siao-ping principalmente, encontravam oposição muitas vezes armada ou através
de sabotagens, conluios, maquinações e emboscadas. Com a intensificação da luta e
agudização das contradições, também aproveitando-se dos erros cometidos pelos jovens e
inexperientes dirigentes da Guarda Vermelha, diversos grupos de jovens a soldo dos
revisionistas agiram infiltrados, proclamavam igualmente defenderem a linha do Presidente
Mao, mas aplicavam terror às massas e excessos muitas vezes atribuídos aos legítimos
Guardas Vermelhos. Outros grupos, aplicando linhas ultra-esquerdistas ou direitistas, também
surgiam inevitavelmente, ainda que apenas desviados ideologicamente, como reflexo do
turbilhão ideológico tornando o curso da GRCP cada vez mais tortuoso e intrincado.

Golpe revisionista, fim da GRCP e restauração capitalista

O Presidente Mao em Maio de 1963 coloca a questão da restauração de forma dura, ao ver o
avanço da contrarrevolução: “Então não faltaria muito tempo, talvez alguns anos ou uma
década, ou várias décadas, para que se produza fatalmente uma restauração
contrarrevolucionária em escala nacional e o partido marxista-leninista se transformará em
partido revisionista ou em partido fascista e toda a China mudará de cor”.

A GRCP alcançou níveis de nunca antes vistos de luta de duas linhas, deixando enormes lições.
Podemos afirmar, pro exemplo, que a GRCP só foi possibilitada politicamente dentro do
Partido, através da atuação do Presidente Mao em agrupar a esquerda (Kang Cheng, Chiang
Ching, Chen Po-taVI, Yao Wen-yuan, Chang Chunqiao e Wang Hong-wen), neutralizar os
elementos de centro-direita (Chou Enlai, principalmente, e Lin Piao), isolando os elementos
abertamente direitistas (Liu Chao-chi e Teng Siao-ping, principalmente). Esta tática sempre
apregoada pelo Presidente Mao como forma de combater politicamente a linha de direita,
coloca os centristas como pivô das articulações políticas. Se isto, por um lado, favorece
enormemente a esquerda, que na maioria das vezes encontra-se em minoria, por outro,
aumenta o poder do centro, que em suas barganhas, muitas vezes exige que a esquerda faça
concessões tais que em determinado ponto se possa perder de vista algumas questões
estratégicas. Tal foi a situação que se desenvolveu entre Lin Piao e Chou Enlai que, ao mesmo
tempo, “possibilitadores” das principais decisões revolucionárias e vermelhas em relação à
GRCP, também foram, gozando de seu prestígio entre as massas, os principais elementos da
virada revisionista.

O “caso Lin Piao”VII provocou um racha no centro, contribuiu para uma guinada à direita por
parte de Chou Enlai que, desatando uma campanha de crítica ao “esquerdismo” como
espantalho para a crítica ao Presidente Mao, aos maoístas e seus apoiadores, então reabilita
importantes cabeças da linha de direita no Partido e Exército (que viriam auxiliar no golpe
posteriormente), mais notadamente, Teng Siao-ping, que se esforça desde então em
sistematizar de forma cabal seu plano restauracionista, através de formulações teóricas e de
políticas econômicas que serão as bases das transformações capitalistas que se dariam mais
tarde. As massas resistem com o método de Dazibaos e manifestações políticas em apoio aos
maoístas, porém, o prestígio de Chou somado às posições estratégicas do Partido já retomadas
pela direita, criaram um cenário de ofensiva direitista e tornam os eventos políticos
demasiado complexos aos olhos das massas.

Enquanto o Presidente Mao vivia, a esquerda ainda mantinha certa autoridade e unificação,
mas já não gozava de poder de fato. Um mês após sua morte, Setembro de 1976, comandantes
direitistas do Exército Popular de Libertação, a mando de Teng, dão um golpe. Sua primeira
ação é decretar a prisão do que chamaram de “bando dos quatro” (os principais maoístas
Kang Cheng, Chiang Ching, Yao Wen-yuan, Chang Chunqiao e Wang Hong-wen). Seguido de
um expurgo de dissidentes, oportunisticamente invocando teses maoístas sobre a luta de duas
linhas, deturpando-as e acusando aos revolucionários de contra-revolucionários, seguidas
prisões, aniquilamentos e demais crimes.

Resistência de operários e milícias populares contra o golpe se deram, porém a repressão


iii
baixou duramente, estourando escritórios do Partido, comitês revolucionários etc.

Comitês revolucionários depostos, grandes painéis indicando a produtividade individual dos


trabalhadores nas fábricas colocadas como forma de coação, repressão sobre as massas
camponesas, estudantes e operários e conquistas do socialismo, de pouco em pouco,
desmanteladas nos trazendo hoje a um quadro de extrema exploração das massas, uma massa
de mais de 150 milhões de camponeses sem-terra compondo agora a classe de operários
desempregados, colapso total do sistema de saúde rural, reaparecimento de doenças sociais
endêmicas como o infanticídio feminino, além das atividades imperialistas e expansionistas
no plano internacional, tomando parte no botim pela repartilha do mundo e no apoio à
repressão às revoluções em curso no mundo, como na Índia e demais países da Ásia e América
Latina, para onde se exporta capital sob forma de auxílio militar ou mesmo com empréstimos
destinados à “modernização” dos Exércitos reacionários dos velhos e carcomidos Estados
burgueses-latifundiários, serviçais do imperialismo, principalmente ianque.
III. O Legado de Ouro da Grande Revolução Cultural
Proletária: O maoísmo!

Já destacamos acima que a defesa da transcendental experiência da GRCP se explica mesmo


que olhemos apenas do ponto de vista político. Porém também podemos e devemos destacar
seu legado concreto tanto para a vida dos homens e mulheres que viveram-na
presencialmente, quanto para a experiência do proletariado em geral.

O nível cultural do povo foi significantemente elevado. Substituindo contos burgueses regados
a misticismo e idealismo por epopeias reais vividas pelas próprias massas por apenas uma
geração anterior àquela, jogando heróis de fantasia no lixo e glorificando as heroicas massas
de carne e osso, varrendo com o protagonismo do indivíduo e exaltando o papel das massas,
desmistificando e demolindo o papel de subalterna da mulher e elevando-a a posições de
destaque, promovendo o mais sincero internacionalismo e solidariedade a todos os povos do
mundo, combatendo o racismo e a xenofobia. Tais foram os feitos no campo da arte e da
cultura durante a GRCP. A produção em massa de filmes com tais temáticas, óperas, balés,
músicas, teatro, pinturas, esculturas foi algo de magnífico, mas mais que isso, se deu de forma
abrangente a todas as massas do povo, promovendo um engajamento e acesso à cultura
popular sem precedentes na história recente da humanidade. Uma massa de camponeses
semianalfabetos agora eram grandes cantores, compositores, dançarinos, roteiristas,
escritores etc. Das mais profundas massas da China, surgiram as mais surpreendentes peças
artísticas.

O vestibular ao modo antigo fora abolido, as portas das Universidades se abriram aos
operários e camponeses comuns. As mulheres passaram a ocupar muito mais posições de
liderança e a receber maiores salários em altos cargos técnicos. Trabalhadores geriram
fábricas e quadros do Partido foram trabalhar no campo e na linha de produção. Médicos
iv
foram enviados ao campo e treinaram um exército de 700 mil “médicos pés-descalços”.

Mas de tudo isto que a GRCP logrou, nada tem a dimensão e a importância que teve sua
principal vitória, seu principal logro. E isto não pode deixar de ser o próprio maoísmo,
enquanto ideologia invencível do proletariado mundial em sua heroica jornada rumo ao
comunismo.

O presidente Gonzalo, chefe da revolução peruana, tendo sido o grande comunista


responsável pela sintetização e sistematização do marxismo-leninismo-maoísmo, enquanto
terceira, nova e superior etapa do marxismo; em síntese, maoísmo; foi quem planteou que o
“Pensamento Mao Tsetung”, respeitando o desenvolvimento dialético da ideologia, enquanto
pensamento guia de uma determinada etapa da revolução chinesa e de aportes universais ao
marxismo em geral, devenira-se, com o advento da GRCP, em maoísmo. O ismo – dizia Gonzalo
– se dá por conta de ter tomado um terceiro salto qualitativo no marxismo, no que diz respeito
às suas três fontes constitutivas (economia política socialista, filosofia marxista e socialismo
v
científico). Portanto, longe de negar o marxismo, ou mesmo alterá-lo, como muitos detratores
de hoje dizem, o maoísmo é o marxismo da nossa época, assim como o leninismo era o
marxismo da época do imperialismo.
E foi, como não poderia deixar de ser, posto à prova sob o fogo da luta de classes e à custa de
sangue do heroico combatente maoista. O maoísmo foi aplicado na guerra popular no Peru,
reacendendo a chama inextinguível da todo-poderosa ideologia do proletariado. Ali se
desenvolveu o maoísmo a elevados patamares, estabelecendo-o como mando e guia da nova
onda da revolução proletária mundial, para o terror dos revisionistas e de toda a reação.

IV. Porque devemos defender e apoiar a Grande


Revolução Cultural Proletária (GRCP) na China?

Se faz necessário, à luz do materialismo histórico e dialético, tomar as lições da ditadura do


proletariado em suas várias formas e dimensões. Assim o fizeram Marx e Engels sobre a
Comuna de Paris, primeira experiência revolucionária do proletariado mundial, assim
também o fizeram Lenin, Stalin e Mao sobre a Revolução de Outubro e, este último, por sua
vez também sobre a Revolução chinesa, apontando o caminho para o seu prosseguimento e
aprofundamento sob forma de Revolução Cultural Proletária. Comete um erro grave, portanto,
quem não faz o balanço histórico desta experiência última. E comete, por sua vez – sem
exagero – um crime quem se diga revolucionário e, covarde e deliberadamente, se omite de
uma posição clara e definida. Bem como quem, por sua vez, o faz sob o guia do social-
imperialismo e ou dos revisionismos chinês, coreano, albanês, americano, cubano, nepalês ou
demais variantes “marxistas-leninistas”, além de trotskistas etc.

Os nossos tergiversadores de hoje eludem com uma particular destreza suas posições
reformistas e capituladoras sobre o papel deste importantíssimo feito do proletariado. Estes,
tendo aprendido bem como proceder com seus mentores revisionistas chineses, deturpam a
GRCP como se fosse esta uma “tragédia”, “cheia de erros”, etc. Assim, exaltando os erros,
imaginam-se livres e credenciados para poderem apagar da História os enormes acertos da
revolução cultural. Esta é a posição direitista.

Existe também uma posição centrista dentre nossos atuais tergiversadores, contudo. Esta
consiste em afirmar que a GRCP “é ambígua”, “merece uma análise mais aprofundada” e de
que “seria um erro apressar-se em tomar uma posição” etc. Ora, acaso, não são todas as coisas
no universo, de acordo com a lei universal da contradição inerente aos fenômenos, uma união
de contrários e, nesse sentido, “ambíguas”, requerendo por conseguinte análises
aprofundadas? E desde quando a análise das contradições, pedra de toque do socialismo
científico, se tornou uma muleta para se escorarem os que não querem tomar partido numa
das partes da contradição? Acaso o capitalismo e a sociedade de classes não são contradições
que opõem dois campos em cujo campo do proletariado e dos povos oprimidos do mundo
decidimos marchar? Sendo assim, é claro que a GRCP é um fenômeno complexo, cheio de
nuances, idas e vindas e; em se tratando de um fenômeno revolucionário dentro da luta de
classes, algo que opõe revolução e contrarrevolução, restauração e contra-restauração; e, por
natureza, contraditório. No entanto, sempre devemos buscar qual é a posição de classe dentro
da contradição e aos revolucionários cabe apoiar sem reservas covardes a posição do
proletariado, sem nunca usar tal natureza contraditória como pretexto para suas vacilações.
Tendo sempre em conta que de início as coisas podem parecer turvas, que o calor da batalha,
por vezes, enubla nossa visão e que, por isso mesmo, a reação joga com a nossa dúvida e nosso
temor no intento de forjar opinião pública hostil e destruir a posição do proletariado,
devemos extrair não deixarmo-nos cair na arapuca do inimigo e que os erros cometidos serão
matéria de exaltação dos acertos – jamais o contrário, respeitando sempre a análise concreta
da situação concreta.

Relembremos Lenin que, ao citar como Marx analisou a Comuna de Paris, enfatizou:

“Como se sabe, alguns meses antes da Comuna, no outono de 1870, Marx, pondo de sobreaviso
os operários parisienses contra o perigo, demonstrava-lhes que qualquer tentativa para
derrubar o governo era uma tolice ditada pelo desespero. Mas quando, em março de 1871, a
batalha decisiva foi imposta aos operários e estes a aceitaram, quando a insurreição se tornou
um fato consumado, Marx saudou com entusiasmo a revolução proletária. Apesar dos seus
sinistros prognósticos, Marx não teimou em condenar por pedantismo um movimento
“prematuro”, como o fez o renegado russo do marxismo Plekhanov[…].

Marx não se contentou em entusiasmar-se com o heroísmo dos comunardos, “tomando o céu
de assalto”, segundo a sua expressão. Muito embora o movimento revolucionário das massas
falhasse ao seu objetivo, Marx viu nele uma experiência histórica de enorme importância, um
passo para a frente na revolução proletária universal, uma tentativa prática mais importante
do que centenas de programas e argumentos. Analisar essa experiência, colher nela lições de
vi
tática e submeter à prova a sua teoria, eis a tarefa que Marx se impôs.”

Tendo claro, portanto, que tomar uma posição não implica em “se sujar” com viés de análise –
como enoja-se a pequena-burguesia acadêmica, enquanto busca pela “imparcialidade”
universal dos fatos – e que o pedantismo e o ataque às posições do proletariado são posições
reacionárias, ressaltamos a importância da análise concreta deste episódio levando em
consideração sua devida importância: o último mais grandioso movimento de massas sob a
guia inflexível do proletariado em nossa História.

Pelo exposto é que convocamos com este chamado, todos os revolucionários e comunistas do
mundo a fazerem, no curso de suas heroicas batalhas de constituição e reconstituição de suas
vanguardas, no decurso de suas guerras populares e de resistência ao imperialismo; seu
exercício de análise, forjando um balanço histórico da GRCP que busque servir a alavancar a
luta do proletariado internacional, à luz de sua invencível ideologia.

V. Tarefas da Juventude na Revolução

“Que critério permite determinar se um jovem é ou não revolucionário? Como fazer tal
distinção? Apenas existe um critério: verificar se esse jovem quer ou não ligar-se as grandes
massas operárias e camponesas, e se efetivamente se liga a estas. Se quer ligar-se aos operários
e camponeses e o faz efetivamente, é um revolucionário; no caso contrário é um não
revolucionário ou um contrarrevolucionário. Se hoje ele se liga as massas de operários e
camponeses, hoje é um revolucionário. Mas se amanhã deixa de ligar-se a elas, ou se, pelo
contrário, passa a oprimir a gente simples do povo, passa a ser um não revolucionário ou um
contrarrevolucionário. Alguns jovens falam muito da sua fé nos Três Princípios do Povo ou no
Marxismo, mas isso não prova nada.”
MAO TSETUNG, 1939 – Tarefas do Movimento da Juventude – Discurso pronunciado pelo
camarada Mao Tsetung num comício de massas da juventude, em Ienan, em comemoração do
XX Aniversário do Movimento de 4 de Maio.
“Revolução é rebelião e rebelião é a alma do pensamento Mao Tsetung. Nós defendemos que
tremenda atenção deve ser dada à palavra “aplicação”, isto é, principalmente da palavra
“rebelião”. Ousar pensar, falar, agir, romper e fazer revolução, em uma palavra, ousar rebelar-
se é a qualidade mais fundamental e preciosa dos revolucionários proletários. Este é o princípio
fundamental do espírito do Partido proletário! Não rebelar-se é revisionismo, puro e simples!”
PEQUIM INFORMA, 1966 “Vida Longa ao Espírito Rebelde Revolucionário do Proletariado –
Guarda Vermelha” (tradução livre – “Long Live the Revolutionary Rebel Spirit of the
Proletariat”).

Questões históricas da juventude

Se existe uma verdade a respeito da juventude em tempos revolucionários, é que, “para o bem
ou para o mal”, ela se enfurece com particular violência. Característica intrínseca da
juventude proletária é a de rebelar-se. Seja na sociedade capitalista, contra a ordem e o velho
Estado, seja na sociedade socialista, contra o caminho da restauração capitalista, a Juventude
combate com todo vigor, paixão, coração e fúria.

Tais conclusões não são meras romantizações ou obra de ficção. Basta que observemos a
história das revoluções para atestarmos. Stalin disse que “a Juventude é reserva e vanguarda
de choque da revolução proletária”. Deixando claro por diversas vezes discursando ao
Komsomol, Lenin dizia que a Juventude “sempre compôs a linha de frente” nos fronts mais
encarniçados da Guerra Civil e demais guerras revolucionárias travadas pelo povo soviético e
demais povos do mundo. Também Mao fez recordar a importância da juventude combatente
no Movimento 4 de Maio. Similares contos de bravura, abnegação, heroicidade total e sujeição
completa ao Partido e a revolução proletária, por parte da Juventude (organizada ou não em
um organismo específico), temos documentado também vindos do Peru, Nepal, Índia,
Filipinas, Turquia, Coreia, Vietnam etc.

Na particularidade de nossa revolução, das fileiras da juventude, surgiram vários dos


melhores lutadores e lutadoras, dos mais valentes, mais abnegados e que deram inestimáveis
contribuições e verteram seu generoso sangue para a causa de nosso povo. Dentre eles,
Manoel Lisboa, por exemplo, morto pela repressão, foi um símbolo de jovem revolucionário, o
que mais perto chegou das corretas conclusões acerca do caráter de nossa revolução e seu
programa democrático com sua Carta de 12 Pontos aos Comunistas Revolucionários. Também
entre os guerrilheiros do Araguaia, vários quadros jovens estudantes, como Helenira Rezende,
rendida e assassinada covardemente pelo exército reacionário.

Não por acaso, foram ambos fortemente influenciados por suas visitas à China vermelha,
durante a GRCP e o contato com o Pensamento Mao Tsetung.

E foi no Leste em que se ergueu o mais vigoroso movimento de juventude, a mais alta
aplicação da concepção de organização da juventude para as tarefas da revolução e de
construir o novo mundo, ou, nas palavras de Lenin, de “aprender e ensinar o comunismo”.
Sem dúvida, a organização dos jovens na GRCP na China com os Guardas Vermelhos e os
comitês revolucionários, foi a experiência mais avançada do proletariado também na questão
das tarefas da juventude.
O papel da juventude chinesa de crítica ativa ao conservadorismo no desenvolvimento do
socialismo, tendo em conta que este é, assim como o capitalismo, desenvolvido sob intensa
luta de classes, pressupondo, portanto (assim como no capitalismo), a aplicação de verdades
universais da luta de classes, como a da violência revolucionária, a de que “o poder nasce do
fuzil”, de que “as massas fazem a história e o Partido as dirige” e de que “rebelar-se é justo”,
foi de extrema importância em fornecer à chefatura do PCCh a resposta material à altura do
que se demandava naquele momento, insurgindo-se contra a burocracia, o revisionismo e
tudo o que demais representava o velho mundo, indo além, apontando o novo esplendor da
humanidade. A juventude revolucionária e proletária chinesa lançou-se na imensa tarefa de
canhonear os quarteis generais da burguesia burocrática daquele país, a fim de levar a luta de
classes até a meta final, o comunismo.

Juventude anti-imperialista

Hoje, vivemos numa época em que a contradição entre socialismo e imperialismo existe
apenas na esfera ideológica e histórica, portanto, a contradição principal de nossa época é
aquela que opõe o imperialismo às nações e povos oprimidos do mundo. De forma que as
lutas de libertação nacional, de resistência à invasão imperialista e aquelas que se dão no seio
do imperialismo são parte integrante e decisiva da revolução proletária mundial em sua nova
onda. E a juventude continua a dar mostras de toda sua fúria anti-imperialista, seja
cometendo atos de guerra contra o imperialismo ianque em baixo de suas barbas, ou na
resistência a pedra e pau na Palestina.

A rebelião negra nos EUA que incendeia o país é majoritariamente jovem. A heroica
resistência palestina, bem como a afegã, iraquiana e tantas outras tem em suas fileiras
importante participação da juventude.

Também são numerosos os quadros jovens dos partidos comunistas que dirigem a mais
consequente das lutas, a guerra popular em seus países.

Diferentemente, porém, dos coletivos que iludem as massas a respeito de uma “superação do
capitalismo” por um sistema idílico e que não se sabe bem o que será (e, daí, utilizando a
definição de “anticapitalista”), nós jovens rebeldes proletários e semiproletários não
dissimulamos que nossa posição é agrária, antifeudal e anti-imperialista e que este podre
sistema semicolonial e semifeudal só pode ser – e será fatalmente – substituído pela ditadura
do proletariado e das classes revolucionárias, com o socialismo e até o futuro comunismo.

O imperialismo, a burguesia e a reação, utilizando-se dos mais modernos e sofisticados meios


de comunicação, que eles monopolizam, baseados em toda essa cultura podre, buscam de
forma sistemática depositar seus montes de lixo sobre a cabeça da juventude, na tentativa de
paralisar ou desviar toda nossa energia. Como o único valor do imperialismo é o dinheiro, o
lucro, todos os outros valores próprios da humanidade e muito fortes na juventude, como a
solidariedade, o amor, a amizade, a luta por justiça, a revolta contra as desigualdades, a busca
de uma sociedade justa e fraterna são negados e substituídos por sua propaganda hipócrita,
tentando convencer-nos de que vivemos no melhor dos mundos possíveis, incentivando o
consumismo cuja maior expressão são os shopping centers, esse mundinho artificial, elitista e
alienante. Estimulam assim a alienação e o conformismo.
O imperialismo é o regime da violência, do racismo, da discriminação, da exploração da
criança, da transformação da mulher em objeto de compra, da prostituição infantil e da
marginalidade da juventude. E faz propaganda de tudo isso como se fossem coisas próprias do
ser humano e não de seu sistema.

É isso que o imperialismo e a burguesia têm a oferecer à juventude. A injeção de drogas, a


banalização e a deformação do amor e do sexo, a substituição da solidariedade pelo egoísmo,
a crença de que o importante é “se dar bem” porque o mundo não tem jeito. Através dos meios
de comunicação distribuem e massificam sua cultura como instrumento privilegiado de impor
sua ideologia. A deformação da arte e da cultura do povo, o desenvolvimento do
individualismo, a divisão e a criação de conflitos artificiais como forma de procurar alienar,
dividir e dissipar a energia das pessoas, especialmente dos jovens, de tentar afastar-nos de
nossos sentimentos de justiça e igualdade e tentar impedir que nos engajemos na luta contra
esse sistema podre e decadente.

Mas apesar disso, a maioria da nossa juventude, ainda que sob essa forte pressão ideológica
burguesa, aspira ardentemente opor-se de maneira radical a todo esse estado de coisas, de
fome, de miséria, desemprego e falta de oportunidades. Apesar da cultura e educação oficiais,
omitirem e deturparem os fatos históricos, impondo-nos sua visão colonizadora de que no
Brasil não houve nem há luta popular, os jovens brasileiros que foram e são verdadeiramente
radicais, transformaram e transformam sua revolta em ação concreta contra o imperialismo,
como tantos que deram suas vidas como exemplo de luta contra a opressão e a exploração
imperialista.

As correntes oportunistas, em razão de seu esmagamento ideológico e moral, umas no campo


do reformismo e legalismo burguês, outras no do radicalismo de boca pequeno-burguês
inconsequente, atuam como ervas daninhas, como entraves ao desenvolvimento da ideologia
proletária no interior do movimento. Essas correntes expressam em última instância a
impotência e temor em tocar profundamente nos problemas que afetar diretamente a vida da
juventude em geral e dos estudantes em particular, e buscar soluções verdadeiras. Por isso
mesmo se põem a tagarelar demagógica e oportunisticamente seus academicismos e abc do
atraso ou suas fraseologias ultra-revolucionárias e estéreis.

A corrente revolucionária proletária, corrente político-ideológica mais radical consequente da


sociedade, para incorporar o movimento estudantil ao movimento operário revolucionário,
luta para estabelecer as posições proletárias no seu interior e desenvolver um potente
movimento revolucionário estudantil, que, como historicamente tem demonstrado os
diferentes processos revolucionários, cumpre papel de grande envergadura na revolução, seja
como sua mais obstinada “tropa de choque”, seja como sua reserva especial.

Para cumprir tal tarefa é necessário assumir com radicalidade o combate sem tréguas às
correntes oportunistas desenvolvendo um profundo e extenso trabalho de agitação,
propaganda e organização revolucionárias nas principais escolas. Há que dedicar-se ao estudo
do marxismo-leninismo-maoísmo para se formar na concepção revolucionária do mundo e
adotar uma forma correta de vida. Há que desenvolver um trabalho paciente e dedicado, não
importando o resultado quantitativo no primeiro momento, tratando-se agora, sem mais
atrasos, de se iniciar um conjunto de atividades. Semear, regar e cuidar todo dia que,
rapidamente, se fará grandes colheitas.
A justa conduta moral do jovem revolucionário

Uma das questões a destacar-se nesta luta é o enfrentamento do problema do álcool e das
demais drogas. Todos sabemos o quanto é destruidor para os seres humanos do ponto de vista
de saúde física e mental da vida familiar. A sociedade capitalista estimula e facilita a
utilização das drogas e do álcool por duas razões; a segunda é que a droga, o alcoolismo são
instrumentos eficientes para afastar as massas da compreensão real dos seus problemas,
tornando-as apáticas e descrentes, facilitando a exploração e a dominação.

E nós militantes da Unidade Vermelha, que estamos cada dia mais conscientes e mais
dispostos a dar nossas vidas pela luta de nosso povo, acreditamos no futuro luminoso que a
humanidade tem pela luminoso que a humanidade tem pela frente e portanto não
necessitamos de qualquer fórmula química que nos faça sonhar. Nossos sonhos são
realizáveis e construímos a cada dia, com cada pequena ação de cada um de nós no rumo
revolucionário. O que devemos nos propor a cada dia, companheiros, é trabalharmos para nos
formarmos como seres humanos melhores.

Organização da Juventude

Organizar por escolas e fortalecer aí a atividade junto às massas, participando do seu dia a
dia, levantando suas reivindicações e organizando nos mais diferentes níveis a luta das
massas, além de um permanente trabalho de informação, agitação política, de denúncias do
imperialismo, da reação, da burguesia e do latifúndio, esforçando-se para realizar da forma
mais criativa um sistemático trabalho de propaganda revolucionária. Para esse trabalho de
base é imprescindível partir de situações e fatos concretos para organizar a denúncia e a
propaganda, utilizando as mais variadas formas que possam atrair e aproximar os elementos
avançados atingindo profundamente as massas.

De um modo geral, o trabalho das massas nas suas distintas etapas deverá no plano político
levantar as reivindicações mais sentidas, apontar a origem dos problemas, as causas que
provocam e mantêm o povo na miséria e debaixo da opressão, denunciando os diferentes
governos de plantão da grande burguesia e do latifúndio a serviço do imperialismo.

Denunciar suas políticas, tal como ocorre na etapa atual com a chamada política “neoliberal”
iniciada nos anos 90, aprofundada por Lula e Dilma e agora em sequência com o
gerenciamento Temer, que seguindo os ditames do capital financeiro internacional e as
ordens dos USA completa a desnacionalização da economia e entrega do nosso país através de
leiloatas que chamam de privatizações, liquidando o resto da soberania; destroi a indústria
nacional e arruina a agricultura com as altas taxas de juros; impõe um desemprego cruel
semeando a fome e a seguridade social; promove “reformas” para retirar direitos históricos
adquiridos pelos trabalhadores através de muita luta e sacrifício.

Para fortalecer o trabalho ideológico das massas, é decisivo que nos eduquemos do ponto de
vista de classe, difundir a ideologia do proletariado, termos claro o papel do Estado, como
instrumento de violência da burguesia, do latifúndio e do imperialismo. Educar as massas na
luta contra o aparelho policial-militar. Desenvolver e encarnar os símbolos de luta, aprender a
cantar A Internacional. Divulgar a história das lutas de nosso povo, nossos herois não
apresentados ao povo pelas classes dominantes.

Conclusão

Para um jovem, enfim, ser revolucionário proletário hoje, corresponde a um amor infinito ao
povo e ódio infinito ao inimigo. Corresponde um compromisso mortal com a verdade, com a
ciência em geral e, em particular, com a ciência do desenvolvimento da luta de classes do
proletariado na História. Corresponde se empreender no esporte, no bom cuidado à saúde e
moral superior à da burguesia, como forma de ensinar pelo exemplo e criticar pela prática os
velhos costumes e ditames burgueses. Corresponde criticar todo o velho mundo e a velha
sociedade, travando a batalha também no campo mais poderoso pelo qual ela se expressa: na
arte e na cultura. Corresponde substituir parte a parte tudo aquilo que significa o atraso, pelo
que representa o novo e vibrante no mundo. Corresponde baixar às cinzas o podre e
decadente capitalismo burocrático brasileiro e o imperialismo em escala global.

Corresponde, enfim, mirar a História como razão da vida, a vida como missão da classe e ter
sempre em mente o futuro luminoso da Humanidade.

Reafirmamos, portanto, nosso compromisso em levantar alto a bandeira da GRCP como forma
de travar a luta em torno da ideologia proletária para que esta se imponha como mando e
guia da revolução mundial. Mais do que isso, como principal instrumento de luta contra o
revisionismo de todo o tipo, para conjurar o perigo da restauração capitalista no curso das
revoluções presentes e as vindouras, no escarpado e cruento curso da nova onda da revolução
proletária mundial.

Dois pés atrás, portanto, com os tergiversadores e “marxistas” cujo “materialismo histórico”
não contempla metade do globo! Dois pés atrás com os “doutorados” e publicadores da velha
cultura, cujas análises da GRCP não passam de contemporizações e vacilações “técnicas”
pequeno-burguesas dos acontecimentos que ali se deram. Dois pés atrás com os pretensiosos
“enxadristas da realpolitik”, cujo social-chauvinismo, na ânsia por defender outros amos
imperialistas (chinês ou russo), jogam com a retórica da “geopolítica”, reivindicando um
pseudo-pragmatismo militarista e burocrático por essência, que termina por jogar o
proletariado à reboque da burguesia.

Honra e glória a todos camaradas revolucionários chineses pelo labor de titãs


empreendido na GRCP e todos aqueles que hoje desfraldam sua bandeira!

Viva a Grande Revolução Cultural Proletária!

Viva a Juventude Combatente!

Viva a nova onda da revolução proletária mundial!

Abaixo a guerra imperialista! Viva a Guerra Popular!

Unidade Vermelha, 2016 – Birô Político/Comando Nacional


Tese para o Congresso Extraordinário de Outubro
I Zu zi pai: Em chinês, seguidores da via capitalista.
II A forma como se descrevia por vezes os membros revisionistas da linha de direita do PCCh,
que ocupavam posições dirigentes, em particular Liu Chao-chi.

IIILenin, para definir a prática do oportunismo em relação às mais variadas questões


políticas, adicionava o “prefixo” social, ou seja, para indicar que se tratava de uma tal prática
reacionária mas com uma faixada social, típica dos partidos da esquerda oportunista. Assim
criou os termos social-patriotismo, social-chauvinismo, social-fascismo e social-imperialismo.
O movimento comunista, após o golpe revisionista de Kruchov na URSS, passou a classificá-la
como social-imperialista, “Socialista em palavras, imperialista na prática”.

IV Este compilado de documentos foi editado com o nome de “A Carta Chinesa”, publicado no
Brasil pelo Núcleo de Estudos do Marxismo-leninismo-maoísmo apenas em 2003, pela Editora
Terra.

VStalin em pronunciamento à Liga da Juventude Comunista já havia destacado que existia ali
um fenômeno de “burocracia comunista”, porém creditava este fenômeno ao fato de a Liga da
Juventude ser operária e camponesa e não apenas operária, como era o Partido.

VIDo grupo de Lin Piao, que foi para a direita posteriormente.

VII O caso de Lin Piao exige um estudo mais detalhado, mas em linhas gerais, envolve sua
saga de adorador fanático do Presidente Mao (provavelmente, como forma de abrir caminho
para sua própria acensão como líder supremo) até seu intento de Golpe de Estado, fuga da
China e acidente aéreo que causou sua morte na Mongólia em condições até hoje não
esclarecidas.

i TSETUNG, Mao 1969 Pronunciamento no IX Congresso do Partido Comunista da China.

ii LENIN, V. 1919 A Economia e a Política na Época da Ditadura do Proletariado

iii MASI, Edoarda 1981 China Winter: Workers, Mandarins and the Purge of the Gang of Four.

iv MLM REVOLUTIONARY STUDY GRUPO IN THE U.S. 2007 Evaluating the Cultural Revolution
in China and its Legacy for the Future.

v PARTIDO COMUNISTA DO PERU 1981 Sobre o Marxismo-Leninismo-Maoísmo.

vi LENIN, V. 1918 O Estado e a Revolução.

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