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(20240400-PT) Armada
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2024 25 DE ABRIL DE 1974
O DIA INICIAL, INTEIRO
E LIMPO
PROTEÇÃO DAS LINHAS
DE COMUNICAÇÃO
MARÍTIMAS
25 DE ABRIL
50 ANOS
UNIDADES DE SISTEMAS
NÃO TRIPULADOS DA
MARINHA
Livros de Honra
Reprodução de desenhos do “Livro de Honra” do NRP Hermenegildo Capelo, referente a outros eventos, exercícios e viagens
de instrução de cadetes, realizados a bordo, até agosto de 1990.
SUMÁRIO
02 Quarto de Vigia
25 DE ABRIL DE 1974
O DIA INICIAL, INTEIRO E LIMPO 4
16 O 25 de abril na primeira pessoa
18 Memória de um dia
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Saúde para Todos (111) PROTEÇÃO DAS LINHAS DE
COMUNICAÇÃO MARÍTIMAS
33 Quarto de Folga
Capa
25 de Abril. 50 Anos
Composição gráfica ASPOF TSN-DSG Mariana Lage
UNIDADE DE SISTEMAS NÃO
TRIPULADOS DA MARINHA (X31) 30
Fotos:
Mário Varela Gomes (Fundação Mário Soares e Maria Barroso
– Arquivo Mário Varela Gomes) Pasta: 06897.039.032
Alfredo Cunha (Fundação Mário Soares e Maria Barroso
– Arquivo Alfredo Cunha) Pasta: 10079.001.021
Mário Varela Gomes (Fundação Mário Soares e Maria Barroso
– Arquivo Mário Varela Gomes) Pasta: 06897.043.029
ARMADA Revista da
Publicação Oficial da Marinha Diretor Administração, Redação e Edição E-mail da Revista da Armada
Periodicidade mensal CALM AN António Carlos Dias Gonçalves Revista da Armada - Edífico das Instalações revista.armada@marinha.pt
Nº 594 / Ano LIV
Centrais de Marinha - Rua do Arsenal ra.sec@marinha.pt
Abril 2024
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25 DE ABRIL DE 1974
O DIA INICIAL, INTEIRO E LIMPO
Comemora-se este ano o cinquentenário do movimento do 25 de Abril de 1974, que depôs o regime do Estado Novo e iniciou
um processo de democratização da sociedade portuguesa, de descolonização dos territórios ultramarinos e de desenvolvimento
económico e social do país. De acordo com o historiador José Medeiros Ferreira, “de um ponto de vista histórico, o trânsito
efectuado pelas forças armadas portuguesas entre o regime de ditadura derrubado a 25 de Abril de 1974 e a promulgação da
Constituição a 25 de Abril de 1976 é, sem dúvida, notável e sem exemplo na história das passagens de regimes ditatoriais a
regimes de democracia politica”.1
O texto seguinte pretende evocar para os leitores da Revista da Armada, de uma forma sintética e tão factual quanto possível,
alguns dos passos que marcaram esse acontecimento histórico.
Adelino Rodrigues da Costa
CTEN M REF
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gência salazarista, optaram pela via da luta armada de liberta- trauma da queda de Índia Portuguesa em 1961, que “o exemplo
ção nacional, primeiro em Angola, depois na Guiné e a seguir da Índia é um precedente bem vivo do porvir que receamos”,
em Moçambique. O governo português depressa ficou isolado acusando o governo por não ter tido outra “visão dos factos” e
internacionalmente e, em 1965, o seu chefe António Salazar de ter desviado “a atenção da Nação para o campo circunstan-
declarou que “combatemos sem espectáculo e sem alianças, cial da conduta militar, acusando-se as Forças Armadas de não
orgulhosamente sós”. se terem batido heroicamente”.4
A guerra evoluiu de maneira assimétrica, embora com bas- Naturalmente, neste complexo quadro e perante a intransi-
tante violência nos três teatros de operações, em alguns dos gência política de Marcelo Caetano e daqueles que mais cega-
quais combatiam militares cubanos, mas era evidente o can- mente o apoiavam, terão nascido na Guiné os mais significati-
saço dos militares portugueses, sobretudo os oficiais do Exér- vos entusiasmos para que o protesto e a reivindicação corpora-
cito, muitos deles sobrecarregados com sucessivas comissões tiva dos oficiais das Forças Armadas fossem mais além.
de dois anos, vividas em condições extremas de actividade ope-
racional, de clima e de desconforto. 25 DE ABRIL DE 1974: O DIA INICIAL, INTEIRO E LIMPO
Em Agosto de 1968 o chefe do governo António Salazar ficou
impossibilitado de exercer as suas funções, provavelmente por
ter caído de uma cadeira, vindo a ser substituído por Marcelo No texto antecedente procurou-se apresentar de uma forma
Caetano, um reputado professor de Direito. Pensou-se numa necessariamente breve o ambiente político e o ambiente eco-
abertura do regime e imaginou-se a “primavera marcelista”, nómico e social do país, bem como algumas notas relativas à
mas essa ilusão foi breve. guerra colonial, à sua evolução e ao cansaço que vinha provo-
Há quem defenda que em Angola se estaria à beira de uma cando na oficialidade das Forças Armadas. Cada vez mais, mui-
vitória militar, enquanto na Guiné se estava na eminência de tos oficiais – sobretudo do Exército – compreendiam a justeza
um colapso, sobretudo depois de Março de 1973, quando o das lutas de cada um dos movimentos de libertação das coló-
PAIGC conseguiu neutralizar a supremacia aérea portuguesa, nias portuguesas, a impossibilidade de vencer uma guerra de
através da utilização dos mísseis Strella, de fabrico soviético. guerrilha e a encruzilhada a que a intransigência do governo os
Depois de ter limitado a vantagem aérea portuguesa e de ter estava a conduzir.
cercado três aquartelamentos, no dia 24 de Setembro de 1973 A percepção desta realidade não era generalizada, até porque
o PAIGC reuniu a sua assembleia nacional popular em Madina era escassa a circulação de informação, pois a “gente de con-
do Boé, no interior do território guineense, proclamando a fiança” estava muito dispersa por Mafra ou por Lamego, por
independência nacional que, em pouco tempo, foi reconhecida Cacine ou por Guidage, pelo saliente do Cazombo ou pelo rio
por oito dezenas de países. No dia 2 de Novembro, o plenário Zaire, no Lago Niassa, no planalto de Mueda, ou na área de Tete.
da Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Resolução Havia as limitações à liberdade de expressão inerentes a toda a
3061 (XXVIII) que saudava o novo estado soberano e condenava sociedade portuguesa porque a PIDE/DGS “tinha olhos e ouvidos
o governo português “pela ilegal ocupação de alguns sectores em todo o lado” e havia as razões de segurança militar.
do país e os repetidos actos de agressão das suas Forças Arma- Perante a crescente carência de capitães e subalternos, o
das contra o povo da Guiné-Bissau e Cabo Verde”. governo decidiu publicar os decretos-lei nº 353/73, de 13 de
O general António de Spínola, governador e comandante- Julho, e 409/73, de 20 de Agosto, pelos quais os oficiais do Qua-
-chefe das Forças Armadas da Guiné, tinha procurado uma dro Especial de Oficiais [vulgarmente designados por oficiais
saída política para o conflito em 1972, através da mediação do milicianos] podiam transitar para os quadros permanentes das
presidente senegalês Léopold Senghor, mas foi contrariado por armas de Infantaria, Artilharia e Cavalaria, mediante a frequên-
Marcelo Caetano, que nessa altura disse que “para a defesa cia de um curso intensivo na Academia Militar, constituído por
global do Ultramar é preferível sair da Guiné por uma derrota dois semestres lectivos. Estes oficiais ingressavam depois no
militar com honra, do que por um acordo negociado com os Quadro Permanente da respectiva arma, podendo ultrapassar
terroristas, abrindo o caminho a outras negociações”.2 em antiguidade os oficiais que haviam frequentado a Academia
Esta decisão foi “um murro no estômago” para os combaten- Militar durante quatro anos.
tes na Guiné, que não compreenderam as razões pelas quais foi Estes decretos, que permitiam criar oficiais em dois semestres,
rejeitada uma saída honrosa para aquele conflito e temeram violavam seriamente os direitos dos oficiais formados durante
que o governo se preparasse para transformar os militares em quatro anos na Academia Militar e constituíam um sinal de des-
“bodes expiatórios” do seu insucesso, como fizera com os mili- prestígio para o Exército e para as próprias Forças Armadas. Daí
tares da Índia Portuguesa em 1961. nasceu uma reacção corporativa, pois muitos oficiais do Quadro
No dia 22 de Fevereiro de 1974 foi publicado o livro Portu‑ Permanente viam-se prejudicados nas suas carreiras.
gal e o Futuro, da autoria do general Spínola, que teve grande A contestação a estes diplomas mobilizou cerca de 136 ofi-
sucesso e no qual expunha aquilo que os militares já tinham ciais do Exército, que no dia 9 de Setembro de 1973, se reuni-
percebido há muito tempo, ao dizer que “podemos assim che- ram quase clandestinamente no Monte Sobral, em Alcáçovas,
gar à conclusão que, em qualquer guerra deste tipo, a vitória num tempo em que não eram autorizadas quaisquer tipos de
exclusivamente militar é inviável. Às Forças Armadas apenas reuniões. Houve reencontros pessoais e houve reencontros de
compete, pois, criar e conservar pelo período necessário – ideais. Estava criado o Movimento dos Capitães na base de uma
naturalmente não muito longo – as condições de segurança questão corporativa, mas as questões profissionais e o prestígio
que permitirão soluções político-sociais, únicas susceptíveis de da instituição militar serviram de aglutinador para os oficiais
pôr termo ao conflito”.3 E acrescentava ainda, referindo-se ao que, como se escreveu depois, eram pouco politizados e pouco
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dados a actos de insubordinação. Naturalmente, as questões e António de Spínola para encabeçarem o movimento que,
da guerra e o problema colonial passaram a ser apreciadas. No a partir de então, tomou o nome de Movimento das Forças
mês de Outubro realizaram-se outras reuniões e foi criada uma Armadas (MFA).
comissão coordenadora. No dia 24 de Novembro, na reunião de Muitos oficiais democratas lamentavam, mais tarde, não
S. Pedro do Estoril, foi abertamente colocada a hipótese de uma terem sabido destas decisões, mas era necessário prevenir a
solução de força em alternativa às vias legalistas, para ultrapas- fuga de informações, por razões elementares de segurança.
sar os problemas em discussão. O regime parecia acompanhar a evolução do movimento e
No dia 1 de Dezembro reuniram-se na Casa do Povo de Óbidos sabia-se que a polícia política estava atenta, mas foi possível
cerca de 170 oficiais representando a generalidade das unida- desviar atenções e progredir na definição de metas e na pre-
des militares, mas também alguns observadores da Marinha paração de acções, discutidas democraticamente em reuniões
e das tropas paraquedistas. Nessa reunião foi decidido que o sigilosas realizadas alternadamente nas residências de vários
movimento fosse alargado aos outros ramos das Forças Arma- oficiais, o que naquelas circunstâncias significava coragem,
das e fosse rebaptizado como Movimento dos Oficiais das For- confiança e determinação.
ças Armadas (MOFA), tendo sido debatidas várias propostas, Em Fevereiro de 1974 tinha sido divulgado o livro Portugal
designadamente: e o Futuro, do general António de Spínola, que teve grande
impacto público e que, naturalmente, interessou o meio mili-
1) A conquista do poder político e a sua entrega a uma tar, porque pela primeira vez um dignitário do regime, que
Junta Militar com a missão de democratizar o país; até há pouco tempo tinha sido o comandante-chefe das For-
2) A pressão sobre o governo para realizar eleições livres e ças Armadas da Guiné, assumia a discussão da guerra e o
legitimar-me perante o povo, designadamente quanto à problema colonial. A sua tese defendia que a questão colo-
política ultramarina; nial não tinha solução militar e veio a acelerar a decisão da
3) A utilização de reivindicações exclusivamente de natureza tomada do poder. A questão africana estava, realmente, no
militar para recuperar o abalado prestígio do Exército. centro dos problemas nacionais e, mais tarde, o general Costa
Gomes veio confirmar essa realidade.
A primeira hipótese recolheu numerosos apoios, mas foi a
via legalista que ainda vingou. A partir de então sucederam- O que tornou inevitável a revolta do 25 de Abril foi a neces‑
-se sucessivas reuniões e vários episódios, destacando-se a sidade de resolver o problema da guerra em África. As
reunião do dia 5 de Março em Cascais, na qual participaram reivindicações dos oficiais do quadro permanente foram
cerca de duas centenas de oficiais, incluindo alguns oficiais quase na totalidade satisfeitas. […] O problema colonial
da Marinha e da Força Aérea. Nessa reunião ficou decidida a era não só o mais importante, como aquele que os oficiais
tomada do poder pela via militar, foi mandatada uma comis- conheciam melhor, tendo certamente chegado à conclusão
são para redigir um programa político e foi decidido estabele- de que só poderia ser solucionado depois de derrubar o
cer contacto e convidar os generais Francisco da Costa Gomes regime então existente.5
Edifício da Praça Marquês de Pombal, nº 2, em Lisboa, onde funcionou a sede do Clube Militar Naval entre
1935 e 1988. Este espaço, que já não existe, foi sempre um local de convívio e de debate dos oficiais da
Armada sobre as questões da res publica, independentemente das suas orientações políticas.
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o, domínio público
Foto: Wikipédia, autor desconhecid
A Junta de Salvação Nacional que assumiu o poder no dia 25 de Abril de 1974, em nome do MFA, constituída pelo
CFR Rosa Coutinho, CMG Pinheiro de Azevedo, general Costa Gomes, general António de Spínola, brigadeiro Jaime
Silvério Marques e coronel Galvão de Melo. O general Manuel Diogo Neto encontrava-se então em Moçambique.
Como reacção a este livro, no dia 14 de Março os oficiais- Lisboa e os primeiros embates aconteceram na Ribeira das Naus
-generais dos três ramos das Forças Armadas tomaram parte e na Rua do Arsenal, bem próximo da “nau de pedra” e sob o
numa cerimónia de homenagem a Marcelo Caetano, o chefe solidário apoio da fragata Almirante Gago Coutinho.
do governo, expressando-lhe o seu apoio às posições governa- Quase ninguém acorreu em defesa do regime e, aconselhado
mentais, vindo esse grupo a ficar conhecido como a “Brigada pela PIDE/DGS, Marcelo Caetano refugiou-se no quartel da GNR
do Reumático”. Esta cerimónia foi considerada uma farsa e uma no Largo do Carmo, onde veio a ser cercado pelas tropas do capi-
submissão ao governo e à sua intransigência, tendo mostrado a tão Salgueiro Maia e por uma enorme multidão. Pelas 16 horas
justeza da decisão e apressado a preparação do levantamento
militar. A partir do quartel das Caldas da Rainha, uma coluna
militar com cerca de duzentos homens, incluindo três dezenas
de oficiais, marchou sobre Lisboa no dia 16 de Março, mas a
iniciativa tinha sido mal preparada e a coluna veio a render-
-se antes de entrar na capital, ficando onze dos oficiais detidos
na prisão militar da Trafaria. Esta iniciativa acabou por ser uma
experiência positiva para o MFA e para aqueles que vinham pre-
parando a intervenção militar.
De facto, quarenta dias depois do fracassado levantamento das
Caldas da Rainha, iniciava-se a Operação “Fim-Regime”, a partir
do Posto de Comando do MFA instalado no Regimento de Enge-
nharia da Pontinha. Como previsto, foram difundidas as senhas
do movimento, quando pelas 22 horas e 55 minutos do dia 24
de Abril, os Emissores Associados de Lisboa transmitiram a can-
ção “E depois do adeus”, de Paulo de Carvalho, como sinal para
os militares de Lisboa se prepararem. Depois, pelas 00 horas
e 20 minutos do dia 25 de Abril, o locutor de serviço na Radio
Renascença recitou os quatro primeiros versos de “Grândola, Vila
Morena”, de José Afonso, a que se seguiu a transmissão dessa
mesma canção, que era o sinal acordado para o início das ope-
rações. Alguns pontos estratégicos foram ocupados na cidade de
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e 30 minutos e depois de expirar o prazo dado inicialmente para todas as origens sociais e de todas as patentes, experimenta-
a rendição, que o capitão Maia impusera por megafone e na das no seu convívio a bordo dos navios, sobretudo nas longas
sequência de algumas negociações, Marcelo Caetano anunciou comissões de serviço ultramarinas.
a rendição e pediu para que um oficial do MFA de patente não No que respeita à oficialidade, o Clube Militar Naval (CMN)
inferior a coronel se apresentasse no quartel, para o poder “não que foi criado em 1866 pelos oficiais da Marinha, alguns dos
cair na rua”. Às 17 horas e 45 minutos, mandatado pelo MFA, o quais ainda tinham participado na guerra civil de 1832-1834 e
general Spínola chegou ao quartel do Carmo e, pelas 18 horas e que inscrevera entre os seus fins estatutários “fazer convergir
30 minutos, a viatura-chaimite “Bula” entrou no quartel e retirou os esforços colectivos dos associados para que a corporação da
Marcelo Caetano e dois dos seus ministros, que foram conduzidos Armada sirva com abnegação, zelo e denodo o seu país”, tor-
ao Posto de Comando do MFA, instalado no quartel da Pontinha. nou-se um elemento dinamizador das actividades cívicas, pro-
Assim terminava “o dia inicial, inteiro e limpo” a que Sofia fissionais e culturais dos oficiais da Armada.
de Melo Breyner se referira no seu poema “25 de Abril”. Tudo Mesmo no tempo da Monarquia, os oficiais da Marinha
parecia estar resolvido sem combates ou perda de vidas. O eram muito considerados. O rei D. Luís serviu na Marinha e
povo festejava nas ruas com grande alegria. A multidão diri- o rei D. Carlos escreveu que “o oficial da Armada é um tipo
giu-se então para a sede da PIDE/DGS, situada na rua António sui‑ generis na família militar”, acrescentando que “não são
Maria Cardoso, tendo sido das janelas desse edifício que, cerca monárquicos mas cumprem melhor no serviço do que mui-
das 20 horas, foram disparados tiros que provocaram quatro tos que afirmam sê-lo”.
mortos e 45 feridos. Foram as únicas vítimas da acção militar Esta visão do rei D. Carlos é bem curiosa porque, com os devi-
de 25 de Abril. dos ajustamentos, parece ser uma característica permanente
Finalmente, pela uma hora e trinta minutos do dia 26 de Abril da oficialidade da Marinha. Assim se compreende o seu forte
foi apresentada na televisão, directamente ao país, uma Junta empenhamento na implantação da República, bem como a sua
de Salvação Nacional de sete membros, que incluía o general intensa actividade política durante a 1ª República.
António de Spínola, que assumiu as funções de Presidente da Depois, durante a vigência do regime do Estado Novo, o
República, o general Costa Gomes e o brigadeiro Jaime Silvério ambiente político alterou-se substancialmente, tendo havido
Marques (Exército), o capitão-de-mar-e-guerra Pinheiro de Aze- oficiais que se comprometeram activamente com o regime,
vedo e o capitão-de-fragata Rosa Coutinho (Marinha) e o general embora também tivesse havido outros que o combateram e
Manuel Diogo Neto e o coronel Galvão de Melo (Força Aérea). que, por isso, vieram a ser demitidos.
Durante a manhã do dia 26 de Abril aconteceu a rendição A 2ª Guerra Mundial foi um marco na história da Europa e do
da PIDE/DGS e começou a libertação dos presos políticos das mundo. Apesar de Portugal se ter mantido neutral, a sociedade
cadeias de Caxias e de Peniche. portuguesa esteve dividida na sua simpatia por cada um das
partes em confronto. A vitória dos Aliados deu um forte ânimo
A MARINHA E OS IDEAIS DEMOCRÁTICOS às forças políticas democráticas portuguesas, ao mesmo tempo
que Portugal se tornava membro-fundador da NATO, enquanto
a Marinha passava a incorporar novos navios, novas tecnolo-
As características culturais da corporação da Armada, ou da gias e novos procedimentos operacionais. Enquanto parte inte-
Marinha, como costuma ser referenciada, consolidaram-se atra- grante da sociedade portuguesa, a oficialidade da Marinha não
vés dos tempos pela sintonia existente entre os seus homens de só acompanhava a dinâmica interna dos movimentos oposicio-
nistas que reclamavam a democracia, como passou a conviver
com algumas Marinhas de países democráticos.
O Clube Militar Naval, que desde sempre acolheu todos os
seus sócios sem cuidar de saber se eram “monárquicos ou
republicanos”, mais tarde e noutro contexto, também acolheu
os seus sócios sem cuidar de saber se eram “situacionistas ou
democratas”, isto é, o CMN foi sempre um espaço de conví-
vio para os oficiais da Marinha, independentemente das suas
orientações políticas, havendo muitos que ainda se recordarão
de ver nas suas salas em amena cavaqueira, antes de 1974,
alguns oficiais cujo “perfil político” era bem diverso. No conví-
vio desse espaço associativo, esqueciam-se os postos militares
e todos se tratavam por “consócios”, mas este ambiente cívico e
cultural também existia nas unidades navais, em cujas câmaras
se conversava abertamente sobre as questões da res publica,
o que não acontecia na generalidade dos espaços públicos ou
privados, pois era sabido como a PIDE actuava contra os oposi-
cionistas, os descontentes e os que falavam de mais.
Numa entrevista concedida à Revista da Armada em Dezem-
A imprensa vespertina lisboeta do dia 25 de abril de 1974, cujas primeiras bro de 1993, o capelão António Ferreira de Melo descreveu o
edições vieram para a rua quando ainda não estava consumada a seu ingresso na Marinha em 1961, quando tinha 36 anos de
rendição do governo de Marcelo Caetano. idade e foi colocado na Escola Naval.
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Antes de chegar à Escola Naval, alguém me disse que eu ia NATO, sendo sabido que, na guerra de guerrilhas com que nos
cair num “vespeiro” e que tivesse cautela. Quando lá cheguei, defrontávamos era improvável que as nossas tropas viessem a
ia, de facto, com muito medo… A mesa que me destinaram à triunfar. Ninguém ignorava esta realidade e aumentava o desa-
hora das refeições era de respeito: os comandantes Pinheiro grado pela teimosia com que o regime recusava quaisquer saí-
de Azevedo, Eugénio Gameiro, Serra Brandão, Teixeira da das políticas para os conflitos.
Mota e o engenheiro Vila Real… Nesse contexto, o CMN, que sempre cultivara os princípios
Logo no meu primeiro almoço, o comandante Pinheiro de democráticos e a liberdade de expressão entre os seus sócios,
Azevedo começou por abordar um tema político, quente para tornou-se um dinâmico pólo de discussão da actualidade.
a época, no qual foi contestado pelos outros oficiais presen‑ Na Assembleia Geral realizada no dia 22 de Fevereiro de 1968,
tes. Eu pensei que me estavam a lançar uma casca de banana! aconteceu que foram apresentadas duas listas concorrentes,
A conversa foi muito calorosa, zangando-se por vezes, mas uma encabeçada pelo contra-almirante Henrique Tenreiro, um
depois do almoço sairam de braço dado, combinando uma oficial intimamente ligado ao regime, sendo a outra lista enca-
nova tertúlia para depois da hora de serviço. beçada pelo contra-almirante Mexia Salema. Desse confronto
Isto era completamente novo para mim! E, a pouco e pouco, eleitoral, que teve algumas peripécias, resultou a vitória da lista
fui aprendendo o sentido da verdadeira democracia, pois presidida pelo sócio Mexia Salema, que tinha como presidente
aqueles e outros oficiais tinham ideais diferentes, o que não da direcção o comandante Manuel Lopes de Mendonça.
obstava a uma verdadeira amizade entre todos.6 A lista vencedora tinha o apoio dos sócios mais jovens e da sua
acção resultou uma actividade associativa muito dinâmica diri-
Este episódio relatado pelo capelão Ferreira de Melo era rela- gida por diversos grupos de trabalho, designadamente sobre
tivamente comum na Marinha, mas tinha particular incidência questões técnico-profissionais e assuntos culturais, bem como
nas instalações do CMN, então localizadas na Praça Marquês a realização de colóquios para os quais foram convidadas per-
de Pombal. sonalidades relevantes da cultura portuguesa.
A partir de 1968, quando muitos dos seus sócios já tinham Durante vários anos e com o apoio das suas sucessivas direcções,
efectuado comissões nos mares, nos rios e nas matas africanas, o CMN manteve as suas actividades com a crescente participa-
era crescente a sensibilização para os problemas coloniais e da ção dos seus sócios. A partir de Outubro de 1973 as instalações
guerra, mas também para a crítica aos abusos e à arrogância do do CMN tornaram-se um local de encontros diversos que, entre
poder político, bem como à intransigência de Salazar e à condi- outros objectivos, preparavam a ligação ao Movimento dos Capi-
ção de “orgulhosamente sós” a que conduzira o país. A dureza tães. Intensificaram-se, então, os contactos com os grupos organi-
da guerra agravara-se em virtude dos apoios que os movimen- zados de oficiais do Exército e alguns oficiais superiores da Marinha
tos de libertação recebiam, inclusive de países membros da passaram a integrar alguns dos grupos de trabalho em actividade.
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s)
so – Arquivo Mário Varela Gome
ação Mário Soares e Maria Barro
Foto Mário Varela Gomes (Fund
Lisboa, Largo do Carmo: Os populares em apoio ao MFA
ocupam uma viatura blindada durante o cerco ao quartel do Carmo.
Mais tarde, no dia 13 de Março de 1974 e como reacção à a corajosa responsabilidade de os representar no Posto de
repressão dirigida a alguns oficiais do Exército que tinham sido Comando do MFA na Pontinha.
presos na prisão militar da Trafaria, um grupo de 130 oficiais da Nessa madrugada começou a concretizar-se a premonição expre
Marinha reunido no CMN aprovou uma moção de solidariedade ssa em 1967 pelo poeta Manuel Alegre n’O Canto e as Armas:
e declarou a sua determinação de não colaborar com quaisquer
medidas a tomar contra os seus camaradas dos outros ramos Que o poema seja microfone e fale
das Forças Armadas. uma noite destas de repente às três e tal
No dia 24 de Abril de 1974, enquanto representante dos ofi- para que a lua estoire e o sono estale
ciais da Marinha envolvidos no movimento que visava o der- e a gente acorde finalmente em Portugal.7
rube do governo, o comandante Victor Crespo, que na Escola
Naval fora professor de muitos desses jovens oficiais, assumiu Tudo se passou em poucas horas e como depois se disse, “o regime
caiu de podre”.
Embora este texto tenha um carácter evocativo e não pro-
cure evidenciar quaisquer protagonistas em termos individuais,
até para evitar injustas omissões, mas também porque muitos
fizeram o que a sua consciência determinou sem esperar qual-
quer reconhecimento, é da mais elementar justiça aqui refe-
rir o último Ministro da Marinha do regime, que foi o contra
‑almirante Manuel Pereira Crespo.
Tinha sido empossado no dia 19 de Agosto de 1968 e, através
de diferentes vias, conhecia a insatisfação dos oficiais da Mari-
nha, as suas reivindicações, os seus anseios e as suas propostas,
até porque algumas vezes recebeu os seus porta-vozes e as suas
petições. A sua inteligência e o seu espírito democrático defen-
deram sempre aqueles que vinham lutando pelo prestígio da
Marinha, quando poderia simplesmente usar dos seus poderes
e afastá-los da corporação.
Os dias que se seguiram aos acontecimentos de 25 de Abril de 1974 foram Alguns meses depois, no seu exílio no Rio de Janeiro, Marcelo
de enorme euforia para os portugueses e as principais revistas da época
– O Século Ilustrado e a Flama – destacaram as grandes manifestações
Caetano escreveu um livro a que deu o título Depoimento, no
populares de regozijo pela reconquista da liberdade, que encheram as qual analisou a Marinha com mágoa, mas com muita lucidez e
praças e as ruas das cidades e vilas portuguesas. muita informação.
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A Marinha era, até 1961, uma pequena corporação com um Nessa altura, a Marinha tinha uma intensa actividade opera-
corpo de oficiais que se distinguia pela cultura, pelo aprumo cional, não só na afirmação da soberania nacional nas águas
e pela disciplina e onde todos se conheciam, de todos se continentais e insulares, mas também com a sua participação
sabiam as qualidades, as virtudes, os defeitos e as fraque‑ nos compromissos NATO, designadamente na Força Naval Per-
zas… A partir de 1961 couberam-lhe também numerosas e manente da NATO (STANAVFORLANT), que tinha sido criada em
importantes missões no mar e em terra. Além dos navios 1968 e que em 1969 passou a ter a participação de uma fragata
modernos, fragatas e corvetas destinados a escolta oceânica portuguesa da classe Almirante Pereira da Silva, uma classe
ou a missões de soberania, foram construídos numerosos de três navios que tinham sido adquiridos com a participação
navios mais pequenos para serviço no Ultramar, que pudes‑ financeira americana e que não podiam ser utilizados nas águas
sem penetrar e navegar nos rios da Guiné, de Angola e de ultramarinas.
Moçambique. E criou-se o Corpo de Fuzileiros, a infantaria de Porém, os meios humanos e materiais da Marinha, que eram
Marinha a que couberam tantas e tão delicadas missões. De substanciais, encontravam-se dispersos pelas áreas dos Coman-
tudo isso resultou o alargamento de efectivos e de quadros, dos Navais (Cabo Verde, Angola e Moçambique) e de alguns
embora sem perda do carácter primitivo da corporação. Comandos da Defesa Marítima (Guiné, Macau e Timor).
Em contacto frequente com o estrangeiro, os oficiais da Havia diversos meios navais oceânicos, alguns ainda do tempo
Armada começaram a ser sensíveis à argumentação com que da 2ª Guerra Mundial, a que se juntaram as fragatas da classe
por lá Portugal era atacado em razão da defesa do Ultramar. Comandante João Belo, a partir de 1967, e as corvetas das
A literatura e os livros que liam corriam no pendor socialista, classes João Coutinho e Baptista de Andrade, a partir de 1970,
fazendo reviver uma velha tendência esquerdista que datava bem como alguns navios integrados nas missões hidrográficas.
dos últimos tempos da monarquia e fizera com que a Marinha Porém, houve a necessidade de ajustar os meios navais às con-
tivesse tido papel preponderante na proclamação da Repú‑ dições hidrográficas e operacionais dos territórios africanos,
blica e na política dos primeiros tempos do novo regime. As tendo sido desenvolvido um vasto programa de construção
camadas novas recebiam a influência da onda geracional. naval em vários estaleiros portugueses.
[…]
A democracia e o socialismo ganhavam terreno. E a aver‑ Em cerca de 15 anos, a Marinha de Guerra Portuguesa
são à guerra do Ultramar também: aqui não tanto por mandou construir 56 lanchas de fiscalização, 36 pequenas
cansaço, mas por repugnância pela própria natureza da [classe Bellatrix, classe Júpiter, classe Alvor, classe Albatroz
guerra. Começaram a surgir os pedidos de saída da Mari‑ e outras] e 20 grandes [classe Argos e classe Cacine], na
nha, alguns formulados por jovens oficiais que exemplar‑ sua esmagadora maioria destinadas a ser utilizadas nas
mente se tinham comportado e às vezes haviam ganho colónias, embora algumas delas já não tenham chegado a
altas condecorações […].8 prestar serviço durante a guerra colonial. […]
Foram construídos três subtipos de lanchas: as pequenas
A apreciação de Marcelo Caetano em relação à Marinha e aos (LDP), as médias (LDM) e as grandes (LDG). […]. No total,
seus oficiais revela bem como era um homem inteligente, mas foram construídas entre 1961 e 1976, as últimas das quais
incapaz de resistir às forças mais retrógradas do regime e que só ficaram prontas após a descolonização, 97 lanchas, das
a “primavera marcelista”, que inicialmente animara os sectores quais 26 LDP, 65 LDM e 6 LDG.9
democráticos da sociedade, não resistira aos chamados “ultras”
do regime. A Marinha possuía ainda as forças de Fuzileiros, encontran-
do-se nos territórios africanos, de forma continuada, cerca de
uma dúzia de Destacamentos de Fuzileiros Especias (DFE) e um
A MARINHA EM ABRIL DE 1974
número semelhante de Companhias de Fuzileiros (CF), o que
significava a presença permanente de cerca de 2.500 fuzileiros
A participação da Marinha no movimento que se apresentou nos teatros de operações.
aos portugueses no dia 25 de Abril de 1974 iniciou-se formal- No período que se seguiu ao 25 de Abril, com o processo de
mente em Outubro de 1973, quando foi constituído um grupo descolonização e a gradual redução do seu dispositivo nas áreas
de ligação ao Movimento dos Capitães. A partir de então, suce- ultramarinas, a Marinha foi chamada a um esforço adicional e,
deram-se encontros e trocas de informações entre oficiais do uma vez mais, cumpriu as suas missões.
Exército e da Marinha que, por razões de segurança, tinham
uma divulgação muito restrita. DO 25 DE ABRIL DE 1974 AO 25 DE ABRIL DE 1976:
Tem-se dito e escrito que “a Marinha chegou tarde ao 25 de AS PROMESSAS CUMPRIDAS
Abril”, mas também se pode afirmar que muito antes da questão
corporativa que mobilizou os capitães do Exército em 1973, já mui- A data de 25 de Abril de 1974, a festa popular vivida nesse dia
tos oficiais da Marinha, mas também alguns do Exército, tinham e as mudanças políticas e sociais então iniciadas em Portugal,
uma atitude crítica perante o autoritarismo e o obscurantismo do são alguns dos mais importantes acontecimentos a que os por-
regime, sonhando com uma sociedade democrática. Assim, foi sem tugueses assistiram no século XX.
surpresa que a Marinha marcou presença no Posto de Comando Por isso, quando se comemoram 50 anos sobre essa data,
do MFA, instalado no quartel da Pontinha, onde o comandante todas as análises são oportunas desde que se fundamentem na
Victor Crespo, antigo e prestigiado professor da Escola Naval, mar- verdade histórica e nos depoimentos de quem viveu os aconte-
cou presença na primeira linha da intervenção operacional. cimentos, embora seja necessário distinguir a verdade histórica
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em vigor no dia 25 de Abril de 1976, afirmando no seu texto Cinquenta anos depois, tanto os historiadores como os cida-
preambular o seguinte: dãos que se interessam pelos assuntos da sociedade portu-
guesa podem facilmente concluir que o 25 de Abril valeu a pena
A 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas, e que os militares da Marinha souberam ultrapassar as dificul-
coroando a longa resistência do povo português e interpretando dades circunstanciais e contribuíram para que a corporação da
os seus sentimentos profundos, derrubou o regime fascista. Armada servisse “com abnegação, zelo e denodo o seu país”.
Libertar Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo
representou uma transformação revolucionária e o início de Adelino Rodrigues da Costa
uma viragem histórica da sociedade portuguesa. CTEN M REF
A Revolução restituiu aos Portugueses os direitos e liberda‑ N.R. O autor não adota o novo acordo ortográfico
des fundamentais. No exercício destes direitos e liberdades,
os legítimos representantes do povo reúnem-se para elaborar
uma Constituição que corresponde às aspirações do País.
Notas
A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português
de defender a independência nacional, de garantir os direitos
1
José Medeiros Ferreira, “Portugal em transe (1974-1985)”, Lisboa, 1993, p. 224.
De um ponto de vista histórico o trânsito efectuado pelas AFONSO, Aniceto e GOMES, Carlos de Matos, Guerra Colonial, Lisboa, Editorial
Notícias, 2000 (ISBN: 972-46-1192-2).
forças armadas portuguesas entre o regime de ditadura
derrubado a 25 de Abril de 1974 e a promulgação da Cons‑ CAETANO, Marcelo, Depoimento, Rio de Janeiro, Distribuidora Record, 1974.
tituição a 25 de Abril de 1976 é sem dúvida notável e sem CONTREIRAS, Carlos de Almada, Operação Viragem Histórica – 25 de Abril de
exemplo na história das passagens de regimes ditatoriais a 1974, 2ª edição, Lisboa, Edições Colibri, 2018 (ISBN: 978-989-689-659-1).
regimes de democracia politica.10 COSTA, Adelino Rodrigues da, “As guerras do fim do Império (1961-1974)”.
[…] In António Costa Canas (coord.), História da Marinha Portuguesa – Viagens e
Há, obviamente uma distinção a fazer entre o Movimento Operações Navais (1824-1974), Lisboa, Academia de Marinha, 2020 (ISBN: 978-
dos Capitães e o MFA. […] 972-781-157-1).
Ou seja, o Movimento dos Capitães é responsável pela fase FERREIRA, José Medeiros, “Portugal em transe (1974-1985)”. In José Mattoso
de conspiração e pelo derrube da ditadura, o MFA é-o pelo (dir.), História de Portugal, Oitavo Volume, Lisboa, Círculo de Leitores, 1993
(ISBN: 972-42-0972 -5).
período de transição posterior e sempre se quis institucio‑
nal, legal e constitucional.11 LAURET, Pedro, “O Clube Militar Naval – 1968 a 1974. A assembleia geral de 22 de
Fevereiro de 1968”. In Anais do Clube Militar Naval, Lisboa, Ano 152, Tomos 7 a
12, Jul-Dez, 2022, pp. 387-400.
Alguns militares da Marinha tiveram um papel activo na pre-
paração do movimento que no dia 25 de Abril de 1974 devolveu LOURENÇO, Vasco, do Interior da Revolução, entrevista de Maria Manuela
Cruzeiro, Lisboa, Âncora Editora e Centro de Documentação 25 Abril, 2009 (ISBN:
a democracia aos portugueses e no processo que se seguiu, o 978-972-780-234-0).
que constituiu um importante contributo para a modernização
PIMENTEL, Irene Flunser, A história da PIDE, Lisboa, Círculo de Leitores, 2011
e progresso de Portugal.
(ISBN: 978-972-759-956-1).
Todos eles são merecedores da nossa gratidão. É certo que no
seio da corporação da Marinha, tal como nos outros ramos das ROSAS, Fernando, “O Estado Novo (1926-1974)”. In José Mattoso (dir.), História de
Portugal, Sétimo Volume, Lisboa, Círculo de Leitores, 1994 (ISBN: 972-42-0916-4).
Forças Armadas e na sociedade em geral, houve algumas difi-
culdades de adaptação aos novos tempos e até alguns excessos, SOARES, Mário, Le Portugal Baillonné. Un témoignage, Paris, Calmann-Lévy, 1972.
embora sempre tivessem sido cumpridas todas as missões con- SPÍNOLA, António de, Portugal e o Futuro, Lisboa, Arcádia, 1974.
fiadas à Marinha, tanto no mar como em terra.
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Pasta: 10079.001.021
Arquivo Alfredo Cunha)
Mário Soares e Maria Barroso –
Foto Alfredo Cunha (Fundação
Lisboa, Rua António Maria Cardoso: uma força de fuzileiros aguarda
que sejam ultimados os pormenores da rendição da PIDE/DGS.
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da DGS não fora considerada como objectivo por não haver dis- chamada, fiz-lhe um relato sucinto de tudo o que sucedera, sobre-
ponibilidade de forças e tudo indiciava que estava praticamente tudo a incorreção das informações relativas à zona do objectivo.
sem pessoal. O Destacamento seria acompanhado por um Ofi- Concordou e disse-me que não queria o Destacamento nas ins-
cial Superior, mais sabedor das circunstâncias do Movimento. talações da FFC. A situação ainda não estava política e militar-
Era o coordenador político-militar. Levaria também um oficial mente bem definida. Aconselhou-me levar o DFE para o Cristo
que faria a ligação à patrulha de Polícia Militar que cortava o ‑Rei onde estava a força do Exército envolvida na sublevação
acesso à Rua António Maria Cardoso. Finalmente deu-me ins- militar, estaria junto de forças amigas. Depois de um ligeiro rea-
truções para o pessoal do Destacamento usar o uniforme azul bastecimento, embarcámos e saímos pelos portões secundários,
de saída. traseiros, da FFC rumo ao Cristo-Rei.
O salvo-conduto para a o Destacamento atravessar a Ponte O Governo, o regime, rendeu-se ao Movimento da Forças
sobre o Tejo em segurança seria acenar com as bóinas de fuzi- Armadas cerca das 17:00 horas desse dia.
leiro a partir das janelas dos autocarros, porque uma Bataria de Por volta das 18:00 horas recebi instruções do Posto de
Artilharia controlava no Cristo-Rei o acesso a Lisboa e as movi- Comando das Forças Armadas para me dirigir ao Ministério da
mentações de navios no Rio Tejo. Marinha e aguardar reforços e nova missão.
Ao Destacamento, perante formatura geral, expliquei tudo o Entretanto Meio Grupo de Combate do Destacamento com
que sabia e da importância da participação da Marinha. Frisei a militares da Bataria de Artilharia tinha ido ao Forte da Trafaria e
sensibilidade da situação e a importância da contenção na atua- libertara os Oficiais do Movimento das Caldas, ali detidos.
ção e comportamento individual. Já no Ministério cerca das 19:00 horas fui informado da pre-
Finalmente informei que se houvesse alguém com reservas para sença de um Oficial Superior da Marinha para coordenar a atua-
participar na missão, desse um passo em frente. Ninguém o fez. ção das forças em presença e a sua colaboração conjunta com
Cerca das 10:30 horas já no Largo de Camões/Chiado mandei o exército. A força de reforço era meia Companhia de fuzileiros,
estabelecer um perímetro de segurança em volta da sede do formada Ad hoc.
edifício e instalações da DGS (ruas António Maria Cardoso, Vítor Cerca das 20:30 horas foi estabelecido pela Força Conjunta
Cordon e Duques de Bragança). Para minha surpresa constatei um Perímetro de Segurança alargado que se estendia da Praça
que a grande porta principal do edifício estava bem fechada e na Duque da Terceira, Rua do Alecrim, Largo do Chiado, Rua António
varanda havia um grupo de Inspetores e um Oficial da Marinha. Maria Cardoso, Rua Vítor Cordon e Rua D. de Bragança. Dois Ofi-
Pelas janelas dava-se conta de muito outro pessoal no interior ciais Superiores, Marinha e Exército, assumiram a coordenação
do edifício. do emprego das Força Conjunta.
Decidi inspecionar o dispositivo do DFE e quando entrei na A sede da DGS estava segura e cercada mas continuava fechada
rua Vítor Cordon deparei com uma força de Blindados da GNR e inacessível e assim continuou até cerca das 08:00 horas da
cujo Comandante, oficial superior, me interpelou afirmando que manhã seguinte, dia 26.
entre a Marinha e a GNR sempre tinha existido um bom relacio- Esta situação/solução que terá sido acordada entre a Direcção
namento. Estava satisfeito, disse-me, “por ter o apoio dos Fuzos da DGS e o Movimento Militar permitiu a entrada pacífica nas
para proteger aquela rapaziada da DGS”. Percebi que não está- instalações da DGS, mas também a destruição de alguma docu-
vamos do mesmo lado da situação. Cumprimentei-o e sem mais mentação e o auto desarmamento de agentes e inspectores.
continuei. Cerca das 09:00 horas os Oficiais presentes e com funções no
Voltei à frente do edifício onde os dois Comandantes da Mari- Comando/Coordenação da Força Conjunta entraram nas insta-
nha argumentavam com opiniões diferentes, dizendo um que lações da Sede da DGS e no gabinete do Director assumiram em
estava ali em nome do Povo para tomar conta da situação e o nome do Movimento das Forças Armadas o controlo do Pessoal
outro do alto da varanda respondia que houvesse juízo pois esta- e das Instalações daquela polícia. Terminara de forma racional e
vam no edifício cerca de 250 homens bem armados. Quando me pacífica, o processo para ocupação da sede da DGS.
viu, conhecia-me, chamou-me pelo nome e disse-me que guar- O DFE10 recebeu, a meio da manhã, instruções para regressar
dasse os tiros para o mato, pois um confronto armado acabaria à FFC onde nos foi atribuída a missão de efectuar a segurança
num banho de sangue. da messe de oficiais daquela Força, transformada em centro de
O Destacamento estava num beco sem saída. Completamente detenção para Oficiais Generais.
exposto e em inferioridade de efectivos e armamento. A situa- Asseguramos esta missão durante três dias e em meados de
ção era tacticamente insustentável. O pessoal não tinha qualquer Maio o DFE embarcou para África.
hipótese de obter abrigo ou resguardo. Escrevi estas linhas para repor a minha verdade, a que vivi com
Ao Oficial Superior da Marinha que me acompanhara, dei conta o pessoal do Destacamento de Fuzileiros Especiais 10. Sem eles
da situação e dispositivo do DFE e da presença da força da GNR nada do que foi dito teria acontecido.
estacionada na parte Leste da rua Vítor Cordon. Tive a oportunidade de integrar a sublevação militar de 25 de
Aconselhei que tomássemos a única decisão acertada, voltar à Abril de 1974, porque tinha a MOTIVAÇÃO, a OPORTUNIDADE e
FFC. Concordou de imediato reagindo em voz alta. Pedi-lhe con- sobretudo os MEIOS, os Fuzileiros do DFE 10 (1974-1975).
tenção e calmamente embarcámos de volta à FFC. Sinto honra no que ajudámos a fazer pelo nosso País. Estou em
Seria cerca do meio-dia quando me apresentei no gabinete paz com a minha consciência.
do Comandante da FFC que nesse momento recebia um telefo-
nema do Vice-CEMA a dar-lhe ordem para me deter. Terminada a N.R. O autor não adota o novo acordo ortográfico
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ORDEM DA LIBERDADE
A Ordem da Liberdade é uma ordem honorífica portuguesa, foi
criada pelo Decreto-Lei nº 709-A/76, de 4 de Outubro, destinan-
do-se a “distinguir serviços relevantes prestados em defesa dos
valores da Civilização, em prol da dignificação da Pessoa Humana
e à causa da Liberdade”.
A Ordem da Liberdade foi atribuída aos seguintes militares da
Marinha, “com participação directa no 25 de Abril de 1974”.
01-10-1985
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Foto Alfredo Cunha (Fundação Mário Soares e Maria Barroso – Arquivo Alfredo Cunha) Pasta: 10079.001.050
MEMÓRIA
DE UM DIA
Lisboa, Praça do Comércio: um blindado da
Escola Prática de Cavalaria toma posição,
com a fragata Almirante Gago Coutinho
em fundo.
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A herança cultural e histórica, a realidade de então, caracte- decisões tomadas foram sempre tomadas democraticamente.
rizada pelo isolamento internacional do País, a guerra, a forte Neste processo mantínhamos contacto regular com oficiais
emigração, aliadas às nossas vivências resultantes da estadia ou superiores, que informávamos das nossas ideias, formas de
viagens ao estrangeiro, fizeram-nos tomar consciência do grande actuação e propósitos, e cuja grande maioria percebeu e nos
atraso e bloqueio de Portugal e da nossa sociedade. Foi isso que deu uma valiosa colaboração. Como sempre sucede em tudo,
nos levou a organizarmo-nos e a desenvolvermos um processo há excepções: no próprio dia 25 de Abril o que se passou na
interno de consciencialização cívica, social e política, com uma fragata Gago Coutinho difere bem dos casos do petroleiro São
forte dimensão cultural, no sentido da mudança. Gabriel, da Esquadrilha de Submarinos, da fragata Sacadura
Sempre que, em nosso entender, valores essenciais da cultura Cabral, da Base Naval, da Direcção de Armas Navais, da Escola
da Marinha ou princípios de dignidade humana eram postos em de Fuzileiros e da Força de Fuzileiros; em todas estas unidades
causa, encontrávamos formas de os defender e de nos manifes- actuámos no respeito do compromisso que havíamos firmado
tarmos, reforçando a dinâmica do processo e a coesão do grupo. com os camaradas do Exército: neutralizar quaisquer acções,
As nossas actuações tiveram muitas vezes como motivação movimentações ou tentativas que a hierarquia da Marinha
imediata questões de dignidade e prestígio da Marinha e a tomasse contra o MFA.
solidariedade para com camaradas. Tiveram esses fundamen- A nossa estratégia não passava pelo envolvimento directo de
tos várias exposições colectivas que endereçámos ao ministro unidades navais ou dos seus comandantes; procurámos sempre
da Marinha e intervenções que fizemos no Clube. Cabe dizer evitar que oficiais mais antigos corressem riscos dispensáveis.
que o ministro Pereira Crespo compreendeu as nossas razões e Para além da presença de um elemento da Marinha no posto
motivações, e consequentemente mantivemos sempre com ele de comando na Pontinha e da acção militar de ocupação da
uma mútua relação de lealdade. A grande divergência residia sede da PIDE /DGS e do Forte de Caxias, demos um contributo
na guerra colonial. muito significativo para a elaboração do Programa Político do
O ministro percebeu naturalmente que o caminho que seguía- MFA, que constituiu um elemento essencial para a adesão
mos teria consequências políticas negativas para o regime e, popular e para a dinâmica do processo subsequente ao 25 de
assim, procurou travar o processo que se desenrolava no Clube; Abril, visando uma democracia participativa aberta a todos.
iam nesse sentido os despachos nº 18, de 5 de Fevereiro de 1971, Celebramos agora no CMN o 50º aniversário dos aconteci-
e nº 115, de 30 de Setembro de 1972, cujo efeito acabou por ser mentos mais significativos deste processo.
contraproducente, dado que nos levou a criar formas de organi-
zação mais seguras e coesas.
Em cada nova fase aprofundávamos o debate quanto à
maneira de atingirmos os nossos objectivos, sendo que as N.R. O autor não adota o novo acordo ortográfico
Ah! Mas ele… está… aqui! Decidi assim, por mera curiosidade, saír do meu gabinete na
Foi com estas palavras que o então Comandante (Cte) Pinheiro Base do Alfeite e ir à Força de Fuzileiros do Continente tentar
de Azevedo reagiu ao telefonema em que o Cte Almada Contrei- conhecer o que porventura lá estivesse a ocorrer, tendo sido
ras (o principal – e muito esquecido – responsável pelas Ope- bem acolhido pelo Cte Pinheiro de Azevedo, que na Sala de Ofi-
rações de Fuzileiros no quadro da sublevação) indigitava o meu ciais desenvolvia intensos contactos telefónicos.
nome para acompanhar e coordenar as Forças de Fuzileiros que Soube então que uma primeira tentativa de ocupação da
se deslocariam à Sede da polícia política (DGS/PIDE) visando a Sede não tinha sido coroada de êxito devido à inesperada des-
sua neutralização. proporção das Forças em confronto (além de 300 agentes, e
Para a razão da surpresa contida na frase pronunciada con- de uma coluna da GNR mecanizada e artilhada) com que se
corre a circunstância de eu ter deixado de participar, em 6 de deparou o Destacamento de Fuzileiros comandado pelo então
Março, no movimento conspirativo (em que estava envolvido 1º Tenente Vargas de Matos* (o único Comandante de Unidade
desde 16 de Outubro) devido a discordâncias com os jovens militar de Marinha que se tinha prontificado a participar na
oficiais que nele participavam, pelo que era desconhecedor do sublevação), tendo então retirado para o Cristo Rei para espe-
que se passava na manhã do dia 25 de Abril. rar por reforços.
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SÍNTESE CURRICULAR
O VALM Carlos Ventura Soares nasceu em Moçambique em 1963, tendo-se alistado De julho de 2018 a janeiro de 2022 foi Diretor-Geral do IH. De janeiro de 2022
na EN em 1981. a dezembro de 2023 foi Superintendente do Material. É, desde 29 de dezembro de
Foi oficial imediato dos NRP Bacamarte e Limpopo e oficial de guarnição do NRP 2023, Diretor-Geral da Autoridade Marítima e Comandante-Geral da Polícia Marítima.
Almeida Carvalho. Exerceu ainda o Comando do Agrupamento dos Navios Hidrográficos. O VALM Ventura Soares é autor de várias comunicações e publicações nas áreas
No Instituto Hidrográfico (IH) prestou serviço na Brigada Hidrográfica N.º 2, na Divi- das ciências do mar e das políticas e estratégias marítimas. Tem representado
são de Oceanografia e na Escola de Hidrografia e Oceanografia, como Diretor. Foi Diretor Portugal, a Autoridade Marítima Nacional, a Marinha e o IH em vários fóruns
Técnico de 2006 a 2012 e Diretor de Documentação, cumulativamente com as funções internacionais no âmbito militar e científico, dos quais se destaca a representação
de adjunto do Diretor-geral, de 2013 a 2014. nacional no Comité Científico do NATO Undersea Research Centre (2001-2006),
Acumulou as funções de Diretor de Faróis com as de Diretor do Instituto de Socorros a co-chairman da Presidência Portuguesa do European Coast Guard Functions
Náufragos em 2014/2015, tendo permanecido como Diretor de Faróis até 2016, quando Forum (2016-2017), chairman do Steering Committee do NATO Maritime GEOME‑
foi promovido a oficial general e assumiu os cargos de subdiretor-geral da Autoridade TOC Centre of Excellence (2020-2022) e chairman da Comissão Hidrográfica do
Marítima e 2.º Comandante da Polícia Marítima. Atlântico Oriental (CHAtO) (2020-2022).
SUPERINTENDENTE DA INFORMAÇÃO
No passado dia 10 de janeiro tomou uma nova matriz organizacional cen-
posse, como Superintendente da Infor- trada no digital; assegurar a liberdade
mação, o COM Armando José Dias Cor- de ação no ciberespaço, para potenciar
reia. A cerimónia teve lugar na Casa da o funcionamento e as operações.
Balança e foi presidida pelo Chefe do Seguiu-se a intervenção do ALM CEMA
Foto 2SAR TA Ricardo Pinho
SÍNTESE CURRICULAR
O COM Armando José Dias Correia nasceu na Figueira da Foz em 1966. Entrou os primeiros serviços de Intranet e Internet, bem como a criação da moderna Rede
para a EN em 1985 tendo concluído o Curso de Formação de Oficiais de Marinha e de Comunicação da Marinha.
sido promovido a Guarda-Marinha a 01OUT90. No estrangeiro, foi o representante nacional na célula permanente da Força Marí-
Especializou-se em Informática e possui, entre outros, o Mestrado em Informá- tima Europeia (EUROMARFOR) entre SET2013 e SET2016, tendo passado dois anos no
tica, o Mestrado em Estratégia, o Curso Geral Naval de Guerra, o Curso Complemen- Comando Naval Espanhol (ALFLOT) e um ano no Comando Naval Italiano (CINCNAV).
tar Naval de Guerra e o Curso de Promoção a Oficial General. Durante a Presidência Portuguesa do Conselho da EU (PPUE 2021) foi, no Reino da
Foi comandante do NRP Bérrio (2010-2013), Oficial Imediato do NRP D. Carlos I (1999- Bélgica, Assessor do General MILREP.
2002) e Chefe de Serviço de Navegação do NRP Comandante João Belo (1990-1993). Escreveu mais de quatro dezenas de artigos em revistas nacionais e estrangeiras
Em terra, desempenhou vários cargos no âmbito das Tecnologias de Informação e participou em oito livros, sendo o seu livro de eleição «O Mar no Século XXI».
e Comunicação. Idealizou, planeou e liderou os projetos que marcaram a evolução Recebeu vários prémios, destacando-se, em 2011, em ex-áqueo, o prémio “Almi-
da Marinha na área das Tecnologias de Informação e Comunicação, nomeadamente rante Teixeira da Mota”, da Academia de Marinha.
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Fonte: https://cnnportugal.iol.pt/houthis/iemen/quem-sao-os-houthis-e-porque-estao-a-atacar-navios-no-mar-vermelho/20240112/65a0fea1d34e371fc0bbdd89
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DR
Linhas de comunicação marítimas no oceano índico e
respetivos pontos de estrangulamento
Ásia e a Europa, por onde transita cerca de 15% do comércio consistentemente à medida que a China e outras potências
mundial, 12% do petróleo mundial, cerca de 8% do gás natu- regionais crescem em população e riqueza. Em 2017, os
ral liquefeito, e 30% do transporte marítimo de contentores. trânsitos através do Estreito de Malaca atingiram mais de
16 milhões de barris/dia, uma grande parte dos quais eram
b) Estreito de Ormuz – Situado entre Omã e o Irão, ligando carregamentos de petróleo destinados à China, ao Japão e
a passagem marítima dos países do Golfo (Iraque, Kuwait, à Coreia do Sul. Os estreitos de Lombok e de Sunda alimen-
Arábia Saudita, Barém, Qatar e Emirados Árabes Unidos) tam o Mar da China Meridional e são igualmente críticos do
ao Mar Arábico, no seu ponto mais estreito tem apenas ponto de vista do comércio marítimo mundial.
21 milhas náuticas de largura. Possibilita o transporte de
cerca de um quinto do petróleo bruto e de um terço do A eventual impossibilidade de utilização destas vias marítimas
gás natural liquefeito produzido a nível mundial, fornecido aumenta, por vezes de forma determinante, o risco, o tempo e
pelos países localizados no Golfo Pérsico, assegurando um o custo do transporte marítimo mundial, suscitando a possibili-
fluxo médio diário de crude de cerca de 21 milhões de bar- dade de uma subida dos preços dos combustíveis, criando uma
ris por dia. pressão inflacionária e aumentando a possibilidade de haver
escassez de bens e produtos. Além disso, com o aumento da
c) Estreito de Malaca – Esta passagem, que liga o Oceano distância e da duração dos trajetos marítimos, aumenta a emis-
Índico ao Pacífico (Mar da China Meridional), assume uma são de gases poluentes, originando também impactos ambien-
importância económica e estratégica especial para o Indo tais negativos.
‑Pacífico, uma vez que nesta área coexistem nove dos dez É neste contexto que forças navais de diversos países, coliga-
portos marítimos mais movimentados do mundo, sendo que das ou em atuação autónoma, garantem a dissuasão de poten-
cerca de 60% do comércio marítimo mundial passa por esta ciais agressores, apoiam operações de estabilização em zonas
região. As economias da região representam, no seu conjunto, de crise, e asseguram a liberdade de navegação e a proteção das
60% do PIB mundial. Com apenas cerca de 1,7 milhas de lar- linhas de comunicação marítimas, ao longo das quais é trans-
gura no seu ponto mais estreito, pelas suas águas transita portada a maioria dos hidrocarbonetos e dos bens que circulam
mais de 25% do petróleo transportado entre a Ásia Ociden- na complexa cadeia global de abastecimento. A sua presença
tal e o resto do continente um número que tem aumentado em espaços marítimos específicos cria efeitos dissuasores e
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transmite relevantes mensagens estratégicas, demonstrando a primento (autossuficiência tática); A presença, que também se
capacidade e a determinação para operar sem constrangimen- pode exprimir pela aptidão das forças navais para pairar na vizi-
tos: as forças navais são, por natureza e propósito, forças pre- nhança de uma região, com empenhamento, sem real ocupa-
paradas para as operações mais complexas e exigentes e têm ção de território e sem comprometimento, é um valor decisivo
características muito próprias – prontidão, mobilidade, flexibili- para a gestão de crises internacionais, nomeadamente consi-
dade, versatilidade, presença e autonomia. derando a não dependência quanto ao apoio por parte de uma
A prontidão é uma característica inata das forças navais, cor- nação hospedeira; Por fim, a autonomia, proporcionada por
respondendo à capacidade de responder, operacionalmente, uma capacidade de reabastecimento orgânico, traduz a capa-
de forma quase imediata, sendo assegurada, entre outros cidade das forças navais permanecerem longos períodos numa
aspetos, pela logística integrada, no sentido orgânico; A mobi- área de operações sem necessidade de demandar pontos de
lidade é garantida pela liberdade de circulação e de utilização apoio logístico em terra.
que o mar confere, bem como pela possibilidade de percorrer
largas distâncias por dia, traduzindo-se na capacidade de inter- CONCLUSÃO
venção sustentada a longa distância; A flexibilidade traduz-se
na aptidão para, adaptando-se à mudança de circunstâncias A mobilidade e uma presença discreta, atuando livremente
em que decorre a execução da missão atribuída, assegurar, em águas internacionais, conferem às forças navais a capaci-
simultaneamente, uma resposta escalonada; A versatilidade dade de estarem simultaneamente presentes num determi-
permite desempenhar uma vasta gama de missões e passar nado local e serem minimamente intrusivas, algo que só as
rapidamente de ações de baixa intensidade, como a monitori- Marinhas podem alcançar.
zação dos espaços marítimos, para tarefas de alta intensidade, Tendo o mar como área de operações, as forças navais são um
envolvendo o potencial uso da força, correspondendo à capaci- instrumento essencial para os Estados, constituindo um elemento
dade que cada elemento da força naval tem de executar vários fulcral para garantir a liberdade de navegação e assegurar os neces-
tipos de tarefas com um nível de eficácia estável no seu cum- sários índices de segurança marítima, bem como de proteção do
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JOSANDRA ALEXANDRE este tema no seu relatório final de estágio “Megaoperação con-
tra o tráfico de amêijoa-japonesa, de pessoas e contra o traba-
VERÓNICA ALMEIDA
Licenciatura em “Ciências Forenses e Criminais”. O Karaté deu‑
-me disciplina, a função de delegada deu-me paciência. Quer ser inspetora da PJ e trabalhar na parte de investigação
O seu objetivo com o curso? Ajudar na investigação para com‑ criminal, isto é, recolher provas para análise da cena do crime.
bater crimes de violência doméstica, abuso sexual e tráfico de A minha entrada na Unidade Central de Investigação Criminal
armas. O porquê destas áreas? Aos 15 anos, no secundário, (UCIC) da PM veio desmistificar a ideia que tinha desta organi‑
numa sessão de esclarecimento sobre violência no namoro, aper‑ zação. Encontrei um ambiente muito bom, com grande espírito
cebi-me de que este tipo de violência existia, embora, a sexual de equipa. Nunca pensei que as pessoas estivessem tão abertas
seja a que mais me incomoda. à nossa entrada, pensei que podíamos atrapalhar os trabalhos.
Apesar de a primeira escolha de local de estágio ter sido a Polí- Mas não, estivemos sempre acompanhadas pelos vários agentes
cia Judiciária (PJ), talvez porque é o mais conhecido, seguiu a envolvidos nas operações.
recomendação da orientadora para vir para o CGPM, não tinha Acompanhou a visita ao posto de Sesimbra, onde falou com os
ideia do que fazia a Polícia Maritíma (PM). mergulhadores forenses, tendo-lhe sido apresentados os crimes
Em boa hora o fez, segundo disse, pois tiveram connosco uma que investigavam, o equipamento que utilizavam e o modo como
paciência dos deuses. tentam resolver os vários processos.
O trabalho de campo esteve ligado ao tráfego ilegal da apanha Fiquei de tal modo fascinada que se um dia concorresse à PM,
da amêijoa-japonesa, tendo participado nas buscas e na eva- seria para ingressar no Grupo dos Mergulhadores Forenses. Não
cuação dos armazéns, mas O que mais me marcou foi o pânico é de admirar que o seu trabalho de estágio seja “Constituição da
dos suspeitos, principalmente dos migrantes! Vai desenvolver Prova em Ambientes Subaquáticos”.
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agenda
Cultural
ABRIL
AQUÁRIO VASCO BANDA BIBLIOTECA CENTRAL FRAGATA MUSEU PLANETÁRIO
DA GAMA ARMADA DE MARINHA D. FERNANDO II DE MARINHA DE MARINHA
E GLÓRIA
21h30 SEX
Concerto no Auditório 01
Municipal de Albufeira
11h45 DOM
Ensemble BA no Palácio 03
da Cidadela (Cascais)
21h30 SEX
Concerto no Cineteatro Curvo 08
Semedo (Montemor-O-Novo)
21h30 SAB
Concerto no Cineteatro 16
da Estarreja
11h45 DOM
Ensemble BA no Palácio 17
da Cidadela (Cascais)
11H45 DOM
Ensemble BA no Palácio 24
da Cidadela (Cascais)
BANDA
ARMADA
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SÍNTESE CURRICULAR
O CFR Ricardo Faias Martins ingressou na EN em 2000, tendo con-
cluído a licenciatura em Ciências Militares Navais, classe de Marinha,
em 2005.
Ao longo da sua carreira militar desempenhou diversas funções,
nomeadamente como Gunnery Officer (GUNO) a bordo da fragata
D. Francisco de Almeida entre 2012 e 2016, Chefe de Departamento
de Operações da Escola de Tecnologias Navais (ETNA) entre 2018 e
2019, e em 2019 destacou para a fragata Vasco da Gama como Chefe
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UMA TENÇA
BEM MERECIDA
O que hoje aqui trago é um episódio que, contrariamente ao
que tem sucedido até hoje, não está directamente relacio-
nado com a Marinha ou com as coisas do mar. A curiosidade
do documento e o seu interesse histórico justificam, a meu ver,
a quebra do procedimento seguido até hoje; o eventual leitor
ajuizará quanto à justeza da opção tomada.
O episódio em apreço encontra-se descrito num contrato
efectuado, nos cartórios notariais com data de 20 de Novembro
de 1584.
Nesse dia, João Fernandes, homem preto, a quem o padre
João Nunes, vigário da igreja de Eiras (Coimbra) concedera
carta de alforria, compareceu, no paço dos tabeliães em Lis-
boa, juntamente com a mulher, Antónia Duarte, referida como
sendo branca, ao tempo moradores na rua Direita de Santa
Justa, com o intuito de celebrar um contrato de renúncia de
uma tença, que lhe fora concedida por D. Filipe I e que igual-
mente o autorizava à sua renúncia, no valor de 10000 reis
anuais, em D. Francisco da Silva, freire professor no mosteiro
de Odivelas da ordem de S. Bernardo, pelo preço e quantia
de 70000 reis, sem quaisquer encargos, que este se obrigava
a pagar.
Perguntar-se-á o eventual leitor, que até aqui pacientemente
seguiu este relato, qual a excepcionalidade do sucedido que,
em boa verdade, não seria nenhum acaso no contrato estabe-
lecido não se encontrasse indicada a razão para a atribuição
de tal tença, a qual fora concedida a João Fernandes por este
ter descoberto, enterrado no areal de Darque, (frente a Viana
do Castelo) o jaez do cavalo do rei D. Sebastião que D. António
Prior do Crato ali mandara enterrar, na sequência da fuga às
tropas invasoras que o perseguiram até quase a Viana do Cas-
telo, segundo a tradição D. António ter-se-á então escondido
no paço de Anha, local este bem próximo de Darque.
Tal achado, tivesse ele ocorrido na realidade ou tivesse sido
“fabricado” ao servir, na perfeição, qualquer que fosse o caso,
os interesses de D. Filipe constituiu, a meu ver, justificação mais
que suficiente para a atribuição de uma tal recompensa.
Cmdt. E. Gomes
CIATALGIA
O nervo ciático é o maior nervo do corpo humano. Tem origem na junção das raízes nervosas que nascem entre a 4ª vértebra lombar
e a 3ª vértebra do osso sagrado, e dirige-se para baixo, passando pelos glúteos, coxas, pernas e pés, sendo responsável pela função
sensitiva e motora dessas áreas. Existe um de cada lado do corpo. Ao ser afetado, desencadeia dor que é conhecida como ciatalgia.
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33 ABRIL 2024
7 9 4 5 6 3 1 2 8 6 2 1 9 3 8 5 4 7 1 2 9 7
3 5 8 2 1 7 9 4 6 5 8 4 1 2 7 3 6 9
2 1 6 9 4 8 7 3 5 9 7 3 4 6 5 2 8 1
2 5 8 8 6 7 4
6 8 1 4 3 2 5 7 9 8 4 7 3 5 9 1 2 6
5 2 7 1 9 6 3 8 4 2 5 9 6 7 1 8 3 4
7 4 5 3 2 8 9
9 4 3 7 8 5 2 6 1 3 1 6 2 8 4 7 9 5
8 6 2 3 5 9 4 1 7 1 9 8 5 4 2 6 7 3
5 7 3 9 5 7 8 6 3
4 3 9 8 7 1 6 5 2 4 3 2 7 1 6 9 5 8 1 4 2
1 7 5 6 2 4 8 9 3 7 6 5 8 9 3 4 1 2
DIFÍCIL FÁCIL 3 8 9 5
3 4 1 5 6
7 1 2 3 3 4
SOLUÇÃO: PROBLEMA Nº 104 8 9 7 8 3 2
DIFÍCIL FÁCIL
Problema nº 104 SUDOKU
SCH CM
Dias Matias
CAIS CALAS T A A I C E D I R É M E F E
DEFENSA DECAPAR S D E C A P A R A C I B M E
EMENDA EMBICAR E S U R J A E E A A U L A F
FALUA FALCAS T O S E U D V T P S A S M P
FAIM FACEIRA A T A P T N A N A S S U I U
ELEFANTE EFEMÉRIDE F R C S N E F A C E I R A S
CORVINEIRA CALE A E L E A M A F I T A T F A
CAJU CALAFATE L P A S N E F E D U C S I L
A S F S N A H L U R T A S A
SOLUÇÃO: PROBLEMA Nº 11 C A L E A R I E N I V R O C
Problema nº 11 SOPA DE LETRAS
CALM AN
Nunes Marques
Não cai naturalmente na asneira de meter o R, e W joga trunfo mostrando que saiu a carta seca. Havendo todo o interesse em 2
abrir o corte a ♣ para ter entradas na mão, deve começar por jogar para o R que W não arrisca e faz de A, atacando novamente 7 5
com outro trunfo como melhor defesa. Mas mesmo com esta boa colocação do A♣ e distribuição 2-2 dos trunfos, só consegui- V 3 7
mos contar 9 vazas (5♥+A♠+2 cortes a ♠+R♣).Vejamos então como encontrar a vaza que falta; fica no morto e joga R♣ baldando D 8 D
um ♦ e outro para cortar; A♠ e outra que corta;segue com V♣ coberto pela D no que balda o último ♦ da mão, eliminando ao A 9 4 A 2
mesmo tempo o naipe de ♣ e reduzindo a mão de E a ♦. Este será, assim, obrigado a jogar o A que S corta, e as 2 ♠ que ainda tem 5 ♠♥♦♣ 4
na mão serão eliminadas, cortando 1 no morto e baldando a outra no R♦. 7 3 SUL (S) 6 6
10 9 9 7
SOLUÇÃO: PROBLEMA Nº 273 8 5 V 10 V 3 8
10 8 A D R 4 D A
♠ ♥ ♦♣ ♠ ♥ ♦♣
ESTE (E) 2 2 6 OESTE (W)
a D♦. 5 4 9
E-W vuln. Analise as 4 mãos e encontre a linha de jogo que S deve seguir para cumprir 4♥, recebendo a saída V 6 10
R R 3 R
GRAU DE DIFICULDADE – FÁCIL, CARECENDO DE ATENÇÃO
♠ ♥ ♦♣
NORTE (N)
Problema nº 273 JOGUEMOS O BRIDGE
QUARTO DE FOLGA
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NOTÍCIAS PESSOAIS
NOMEAÇÕES FALECIDOS
• CTEN M David Fernando Castelo Cardoso Pereira, Comandante • 82054 CMG AN REF João de Deus Carocho • 107151 CFR SG REF
do NRP Setúbal • 1TEN M António Luís Marques de Jesus, Coman- Natalino Duarte Ventura • 159146 CFR SG REF Manuel Ferreira •
dante do NRP Zaire • 1TEN M Diogo Miguel Simões Monteiro, 40064 CTEN OT REF José Augusto Matos • 101845 1TEN SG REF
Comandante do NRP Tejo. José António Teodoro Ferreira • 361954 SMOR L REF Hermes
Augusto Teixeira • 549859 SMOR FZ REF Manuel Gomes Fonseca
RESERVA • 764861 SMOR SE REF José dos Santos Duarte • 192771 SMOR
CM REF José António Caleja • 600581 SMOR B REF António Fran-
• CFR AN Francisco José Lavaredas Serrano • SMOR ETC Rui cisco Rei Menino • 183246 SAJ E REF Armando Pereira dos Santos •
Manuel Paiva Santos • SCH MQ Luís Miguel de Matos Monteiro • 8473 SAJ H REF Francisco Simões Miguel • 1088663 SAJ TF REF Dia-
CMOR TFH Carlos Alberto dos Santos Gomes • CMOR FZ António mantino Pereira Ferreira • 243350 SAJ M REF José Luís Gemelgo
Manuel Martins Rodrigues • CMOR TFH Paulo Jorge Lopes Moreno • 127264 SAJ FZ REF Rogério Joaquim do Carmo • 333053 1SAR
• CMOR V José Alberto da Silva Ferreira • CMOR FZ Rui Manuel CE REF Evaristo Luz Vicente • 395355 1SAR TR REF José Joaquim
Novais José • CMOR C Vítor José Balbino • CMOR FZ António de Unguento • 138172 CAB A REF Norberto Arsénio Marques •
Almeida Rodrigues. 301093 CAB CM ACT Sérgio Duarte da Costa Felicidade.
CONVÍVIOS
“FILHOS DA ESCOLA” DE 1985 CLASSE JOÃO BELO
39 o ANIVERSÁRIO EX-GUARNIÇÕES 1967 A 2008
Vai realizar-se no próximo dia 25 de maio na cidade de Realiza-se no dia 1 de junho, em Fernão Ferro, o 8º almoço/
Évora, um almoço/convívio dos “Filhos da Escola” de 1985. convívio das ex-guarnições de 1967 a 2008 das F481, F482 e
Para mais informações os interessados deverão contactar os F483. O evento é alargado a familiares e amigos.
camaradas João Carlos Cruz, TM 967878870 e De Sousa Eurico Os interessados deverão contactar: António Chaveiro SMOR T
para o mail: armadafilhosdaescolade1985@gmail.com. TM 912181547, João Códices SAJ A TM 937494548 ou e-mail
joaobeloguarnicoes1967.2008@gmail.com.
AF_PUB_LISSA_210x297mm.pdf 1 15/02/25 16:40
AF_PUB_LISSA_210x297mm.pdf 1 15/02/25 16:40 AF_PUB_LISSA_210x297mm.pdf 1 15/02/25 16:40
M C
C
Y M
M
CM Y
Y
MY CM
CM
CY
MY
MY
CMY
CY
CY
K
CMY
CMY
K
K
34 ABRIL 2024
“UM
OLHAR
SOBRE
A SAÚDE
NAVAL”
DESAFIO ARTÍSTICO:
FOTOGRAFIA
| 1º classificado
Autor:
1TEN TS-ENF Jorge Lourenço
Situada na:
Rua Jardim do Tabaco n. 18,
Lisboa
Mapa Google