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02.espciestributrias 20240228221754
02.espciestributrias 20240228221754
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
IMPOSTOS
Não vinculados – não há ação do Estado para que exista o fato gerador de um imposto.
Art. 16, CTN - Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Não afetados – arrecadação para custear despesas públicas em geral, mesmo que existam impostos
fiscais ou extrafiscais.
Constituição Federal estipula quais impostos poderão ser cobrados pelos entes federados (“poderão”
porque nem todos foram instituídos). Trata-se de uma divisão taxativa.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
Professora Fernanda Prata
Instituídos, em regra, por lei ordinária. Duas exceções entre os impostos de competência da União:
IGF (Imposto sobre Grandes Fortunas) – art. 153, VII, CF: deve ser criado por lei
complementar.
Competência residual da União para instituição de impostos – art. 154, I, CF: a União pode
criar imposto residual, respeitando os ditames constitucionais, sendo um deles a instituição
mediante lei complementar.
Art. 154, II, da CF – Imposto Extraordinário sobre Guerra – única hipótese que permite a invasão
de competência.
Ordinários ou Extraordinários
Ordinários: basta a lei criá-lo, ordinariamente.
Extraordinários: precisam de uma situação extraordinária para serem criados. O único
imposto extraordinário é o Imposto Extraordinário sobre Guerra.
Diretos ou Indiretos
Diretos: são aqueles em que o contribuinte de direito e o contribuinte de fato são a mesma
pessoa, não havendo a transferência do encargo econômico-financeiro a terceiros.
Ex.: IPVA, IR.
Reais ou Pessoais
Reais: levam em consideração as características da coisa tributada.
Pessoais: levam em consideração as características da pessoa tributada. O único imposto
pessoal é o IR.
Professora Fernanda Prata
Proporcionais ou Progressivos
Proporcionais: percentual único; não importa a qualidade do produto.
Ex.: ICMS sobre camisa – alíquota 18%. Independe do valor da camisa.
Em regra, os impostos reais não poderão ser progressivos. Existem três exceções: IPTU e
ITR (previsão na Constituição) e o ITCMD (previsão em Resolução do Senado Federal).
O ITR é fixado conforme o Grau de Utilização da área quem usa mais, paga
menos. Quem usa pouco, paga um valor maior (Lei nº 9.393/96)
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
(...)
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
legais.
ITCMD
Em 2013, o STF promoveu uma importante evolução no seu entendimento que pode
ter o condão de resultar no futuro cancelamento da Súmula 668 (ou seja, ser
possível a progressividade de tributos reais). Trata-se do julgamento proferido nos
autos do Recurso Extraordinário 562.045/RS, em que a Corte aceitou a
progressividade das alíquotas do ITCMD (imposto real) do Estado do Rio Grande
do Sul.
TAXAS
Taxa de Polícia Administrativa: poder que o Estado tem de limitar as liberdades e garantias
individuais.
Art. 78, CTN – Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.
Fiscalização no exercício do Poder de Polícia do Estado. Assim, o Estado pode cobrar uma taxa
para custear esse serviço de fiscalização.
Ex:
União: Taxas de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários - Comissão
de Valores Mobiliários
Regra do OLHO: “eu te vejo e tu me vês?”. Eu vejo o Estado prestando um serviço e o Estado
consegue me identificar?
Base de cálculo da taxa é o custo presumido do serviço. Independe do quanto a pessoa tenha ou
receba (Imposto: base de cálculo é o montante de riqueza exteriorizada pelo contribuinte; taxa não
pode ter a base de cálculo típica de um imposto).
Taxa X Tarifa
Taxa: natureza tributária
Tarifa: cobrada, normalmente, por empresas privadas concessionárias de um serviço público.
CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
Art. 81, CTN – A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados,
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e
como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.
Em decorrência de uma obra pública, determinado imóvel é valorizado. Cobra-se, então, desses
imóveis que obtiveram vantagem com a valorização uma contribuição de melhoria.
Geral (total): despesa realizada, custo da obra. O ente federado que realizar a obra não pode
arrecadar além do valor de custo da obra.
Individual: o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Ninguém
pode pagar mais do que ganhou com a valorização do imóvel.
Vinculado – existe a participação do Estado, qual seja, a realização de uma obra pública.
Estudo prévio – antes que a obra aconteça, deve ser apresentado estudo prévio contendo memorial
descritivo da obra, orçamento, parcela do custo a ser financiada pela contribuição, entre outros.
Art. 82, CTN – A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma
das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer
dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se
refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
Professora Fernanda Prata
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a
que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos
respectivos fatores individuais de valorização.
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
São tributos. Havia dúvida se eram tributos por serem restituíveis. Discussão superada.
Art. 148, CF – A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou
sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o
disposto no art. 150, III, "b".
Requisitos fáticos e formais: a lei complementar que instituir determinará o fato gerador, o fato
tributável.
RESPOSTA:
a) Falsa: muito embora possa haver coincidência do FG dos impostos, a cobrança não é legítima, já que o
Estado não é competente para instituir tal espécie tributária. A competência é exclusiva da União.
b) Falsa: o Estado não tem competência para a instituição do referido tributo. Art. 148, CR/88.
c) Verdadeira: art. 148, CR/88.
d) Falsa: O investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional não é fato gerador do
empréstimo compulsório e sim uma das situações em que sua criação é possível. O fato gerador virá descrito
na lei complementar criadora do empréstimo compulsório.
Vinculação? – para saber se é, ou não, um tributo vinculado é preciso conhecer o fato gerador.
Dessa forma, só é possível saber se será vinculado após a instituição do empréstimo compulsório. O
mesmo acontece com a base de cálculo.
Art. 148, CF – Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório
será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2020/0
3/17/entre-infartos-falencias-e-suicidios-os-30-
anos-do-confisco-da-poupanca.htm
Não vinculadas – não é vinculado, uma vez que não há ação do Estado no fato gerador do tributo. A
contribuição de iluminação pública é vinculada.
Classificação:
1) Sociais
2) De Intervenção no Domínio Econômico – CIDE
3) Interesse de categorias profissionais ou econômicas – Corporativas
4) Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública – COSIP
Art. 212, da CF – A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
(...)
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do
salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.
Decreto nº 6.003/2006
Art. 1º A contribuição social do salário-educação obedecerá aos mesmos prazos, condições,
sanções e privilégios relativos às contribuições sociais e demais importâncias devidas à
Seguridade Social, aplicando-se-lhe, no que for cabível, as disposições legais e demais atos
normativos atinentes às contribuições previdenciárias, ressalvada a competência do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, sobre a matéria.
§ 1º A contribuição a que se refere este artigo será calculada com base na alíquota de dois
inteiros e cinco décimos por cento, incidente sobre o total da remuneração paga ou
creditada, a qualquer título, aos segurados empregados, ressalvadas as exceções legais, e
será arrecadada, fiscalizada e cobrada pela Secretaria da Receita Previdenciária.
Contribuições para os Serviços Sociais Autônomos – Sistema “S” – art. 240, da CF. São
pessoas jurídicas de direito privado, não integrantes da Administração Pública, mas que
realizam atividades de interesse público e, justamente por isso, legitimam-se a ser
destinatárias do produto da arrecadação de contribuições.
Art. 240, da CF – Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos
empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de
formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
Professora Fernanda Prata
Art. 195, CF – A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta,
nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento; PIS / COFINS
c) o lucro; CSLL
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. PIS e COFINS
IMPORTAÇÃO
Lei nº 8.212/1991
Art. 26. Constitui receita da Seguridade Social a contribuição social sobre a receita de concursos
de prognósticos a que se refere o inciso III do caput do art. 195 da Constituição Federal.
(...)
§ 4º O produto da arrecadação da contribuição será destinado ao financiamento da Seguridade
Social.
§ 5º A base de cálculo da contribuição equivale à receita auferida nos concursos de prognósticos,
sorteios e loterias.
§ 6º A alíquota da contribuição corresponde ao percentual vinculado à Seguridade Social em
cada modalidade lotérica, conforme previsto em lei.
O artigo acima possibilita que a União crie nova contribuição social destinada à
Seguridade Social, observado o art. 154, I, da CF: lei complementar, não
cumulatividade e inovação quanto às bases de cálculo e fatos geradores.
De 2002 e 2012, a Cide arrecadou R$ 76 bilhões, dos quais R$ 37,6 bilhões foram investidos em
infraestrutura de transporte, segundo a Confederação Nacional de Transporte (CNT). Do total
arrecadado pela Contribuição, 20% dos recursos são desvinculados, de acordo com o instrumento
Desvinculação de Receitas da União (DRU), 29% são destinados aos estados e municípios e 51%
são investidos conforme determina a lei.
Entre 2003 e 2008, 70% dos recursos investidos em infraestrutura de transporte vieram da Cide.
Em 2007, essa porcentagem subiu para 95,6%. Em junho de 2011, a alíquota foi zerada para
compensar o reajuste nos preços da gasolina e do diesel. Em janeiro de 2015, o governo editou
decreto instituindo a alíquota de R$ 0,10 por litro para a gasolina, e R$ 0,05 por litro para o
diesel, que passou a ser cobrada em maio deste ano.
Fonte: Agência Senado
Professora Fernanda Prata
São contribuições corporativas aquelas criadas pela União com o objetivo parafiscal de obter
recursos destinados a financiar as atividades de interesses de instituições representativas ou
fiscalizatórias de categorias profissionais ou econômicas (corporações).
Contribuição sindical:
A Constituição Federal, em seu artigo 8º, IV, prevê a criação de duas contribuições sindicais:
A contribuição fixada em lei era cobrada de todos os trabalhadores. Essa exação era um tributo,
pois atendia a todos os elementos constantes da definição de tributo do art. 3º, do CTN. Essa era a
Contribuição Sindical ou “Imposto Sindical”.
Art. 582, da CLT – A contribuição dos empregados que autorizarem, prévia e expressamente, o
recolhimento da contribuição sindical será feita exclusivamente por meio de boleto bancário ou
Professora Fernanda Prata
ADI nº 5794
Julgamento: 29/06/2018
À época da votação:
Brasil: ~ 16.800 sindicatos. Arrecadação em 2016:
África do Sul: 191 sindicatos. R$3,96 bilhões de reais
Estados Unidos: 160 sindicatos.
Argentina: 91 sindicatos.
CONTRIBUIÇÃO
SINDICAL DEIXOU
DE SER UM
TRIBUTO
Exemplos dessas instituições são os conselhos de fiscalização de profissões: CRC, CRM, CRO,
CRP, entre outros.
Estados, Distrito Federal e Municípios poderão cobrar a Previdência Social de seus servidores
(servidor público estatutário), desde que tenham instituto próprio de Previdência.
Art. 149, CF – §1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada
de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art.
40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União.
- II - ITCMD - ITBI
- IE - ICMS - ISSQN
- IR - IPVA - IPTU
- IPI
- Taxas - Taxas
- IOF
- ITR - Contribuições de Melhoria - Contribuições de Melhoria
- IGF - Contribuição Especial da - Contribuição para o custeio do
- Imposto residual Previdência dos seus servidores Serviço de Iluminação Pública
- IEG públicos estatutários (desde que
- Contribuição Especial da
- Taxas tenham instituto próprio de
Previdência dos seus servidores
Previdência).
- Contribuições de Melhoria públicos estatutários (desde que
tenham instituto próprio de
- Empréstimos Compulsórios
Previdência).
- Contribuições Especiais Sociais
- CIDE
- Contribuições Especiais Corpo-
rativas
LC = quórum qualificado (maioria absoluta) e matérias mais relevantes conforme o critério do constituinte – as
situações que exigem LC estão na Constituição.