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Professora Fernanda Prata

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

IMPOSTOS

 Não vinculados – não há ação do Estado para que exista o fato gerador de um imposto.

Art. 16, CTN - Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

 Não afetados – arrecadação para custear despesas públicas em geral, mesmo que existam impostos
fiscais ou extrafiscais.

Art. 167, CF - São vedados:


IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do
produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos
para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para
realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts.
198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;

 Natureza contributiva e não contraprestacional – impostos são pagos para


contribuir, participar dos gastos públicos em geral. Não são pagos para receber
uma contraprestação específica.

 Tributam fatos econômico-financeiros:


Ex.: IPVA (propriedade de veículos), ITCMD (recebimento de herança e
doações), IPTU (propriedade de imóveis).

 Constituição Federal estipula quais impostos poderão ser cobrados pelos entes federados (“poderão”
porque nem todos foram instituídos). Trata-se de uma divisão taxativa.

 Arts. 153 e 154, CF: impostos competência da União.


 Art. 155, CF: impostos de competência dos Estados e do Distrito Federal.
 Art. 156, CF: impostos de competência dos Municípios e do Distrito Federal.

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou
não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as
causas de sua criação.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
Professora Fernanda Prata

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;


II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza
ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.

 Instituídos, em regra, por lei ordinária. Duas exceções entre os impostos de competência da União:

 IGF (Imposto sobre Grandes Fortunas) – art. 153, VII, CF: deve ser criado por lei
complementar.

 Competência residual da União para instituição de impostos – art. 154, I, CF: a União pode
criar imposto residual, respeitando os ditames constitucionais, sendo um deles a instituição
mediante lei complementar.

 Art. 154, II, da CF – Imposto Extraordinário sobre Guerra – única hipótese que permite a invasão
de competência.

Classificação dos Impostos:

 Ordinários ou Extraordinários
Ordinários: basta a lei criá-lo, ordinariamente.
Extraordinários: precisam de uma situação extraordinária para serem criados. O único
imposto extraordinário é o Imposto Extraordinário sobre Guerra.

 Diretos ou Indiretos

Contribuinte de direito: eleito pela lei como o contribuinte do tributo.


Contribuinte de fato: não foi eleito pela lei para ser contribuinte, mas que por uma razão de
repercussão econômica assumirá o encargo econômico-financeiro do tributo.

Diretos: são aqueles em que o contribuinte de direito e o contribuinte de fato são a mesma
pessoa, não havendo a transferência do encargo econômico-financeiro a terceiros.
Ex.: IPVA, IR.

Indiretos: contribuinte de direito e de fato são pessoas diferentes, havendo a transferência do


encargo econômico-financeiro para terceiros (o contribuinte de direito transfere o encargo
econômico-financeiro para o contribuinte de fato).
Ex.: ICMS, IPI, ISSQN e IOF.

 Reais ou Pessoais
Reais: levam em consideração as características da coisa tributada.
Pessoais: levam em consideração as características da pessoa tributada. O único imposto
pessoal é o IR.
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 Proporcionais ou Progressivos
Proporcionais: percentual único; não importa a qualidade do produto.
Ex.: ICMS sobre camisa – alíquota 18%. Independe do valor da camisa.

Progressivos: alíquota e base de cálculo aumentam progressivamente, gradativamente.


Ex.: IR.

Em regra, os impostos reais não poderão ser progressivos. Existem três exceções: IPTU e
ITR (previsão na Constituição) e o ITCMD (previsão em Resolução do Senado Federal).

Art. 145, CF – A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os


seguintes tributos:
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Pessoal e progressivo / Real e proporcional REGRA

Real e progressivo: o IPTU e o ITR / ITCMD EXCEÇÃO

Quando extrafiscais terão alíquotas progressivas.

 art. 153, §4º, I, da CF – ITR

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


(...)
VI - propriedade territorial rural;
(...)
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas;
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 O ITR é fixado conforme o Grau de Utilização da área  quem usa mais, paga
menos. Quem usa pouco, paga um valor maior (Lei nº 9.393/96)

 art. 182, §4º, da CF e art. 156, §1º, I, da CF – IPTU

Progressividade extrafiscal – progressividade no tempo

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento
das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
(...)
§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no
plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado,
subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena,
sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão
previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em
parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros
legais.

 Previsão no texto originário da Constituição Federal


 Extrafiscal  estimular o cumprimento da função social da propriedade
 Progressividade no tempo  o parâmetro para a progressividade não é o valor do
imóvel, mas, sim, o passar do tempo sem o adequado aproveitamento do solo
urbano.

Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001): aplicação do IPTU progressivo no


tempo pelo prazo de cinco anos consecutivos (art. 7º). A lei municipal específica
determinará a alíquota do IPTU aplicável a cada ano: não pode exceder duas vezes
o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de 15% (art. 7º, §1º).

Progressividade fiscal – progressividade no espaço

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I - propriedade predial e territorial urbana;
(...)
§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o
imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)

 Somente é legítima a partir do advento da Emenda Constitucional 29, de 13 de


setembro de 2000.
 Fiscal  visa aumentar a arrecadação, retirando de quem pode pagar mais; quanto
mais valioso o imóvel, maior o percentual/alíquota incidente.

Progressividade em razão do número de imóveis?


Súmula 589, STF – É inconstitucional a fixação de adicional progressivo do Imposto
Predial e Territorial Urbano em função do número de imóveis do contribuinte.
Professora Fernanda Prata

 ITCMD

Resolução nº 09/1992 – Senado Federal


Art. 2º As alíquotas dos Impostos, fixadas em lei estadual, poderão ser progressivas em função
do quinhão que cada herdeiro efetivamente receber, nos termos da Constituição Federal.

 Progressividade ITCMD  conforme o valor do quinhão que cada herdeiro receber.

A constitucionalidade da previsão era bastante duvidosa, pois ela parecia contrariar a


jurisprudência consolidada da Corte no sentido que a progressividade de impostos reais
dependeria de expressa autorização constitucional. O STF analisou a temática e
entendeu que “essa progressividade não é incompatível com a Constituição Federal
nem fere o princípio da capacidade contributiva”. (RE nº 562.045/RS).

Impostos reais passaram a ser progressivos?

Ressalte-se não ser correta a afirmação genérica no sentido de que, a partir da EC nº


29/2000, os impostos reais passaram a poder ser progressivos. A citada Emenda
criou exceção a uma regra e, conforme é cediço em hermenêutica, as exceções
devem ser interpretadas restritivamente.

Em 2013, o STF promoveu uma importante evolução no seu entendimento que pode
ter o condão de resultar no futuro cancelamento da Súmula 668 (ou seja, ser
possível a progressividade de tributos reais). Trata-se do julgamento proferido nos
autos do Recurso Extraordinário 562.045/RS, em que a Corte aceitou a
progressividade das alíquotas do ITCMD (imposto real) do Estado do Rio Grande
do Sul.

TAXAS

Taxa de Polícia Administrativa e Taxa de Serviço Público

 Taxa de Polícia Administrativa: poder que o Estado tem de limitar as liberdades e garantias
individuais.

Art. 78, CTN – Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos.

Fiscalização no exercício do Poder de Polícia do Estado. Assim, o Estado pode cobrar uma taxa
para custear esse serviço de fiscalização.

Ex:
União: Taxas de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários - Comissão
de Valores Mobiliários

Em MG: Taxa de Renovação do Licenciamento Anual do Veículo (TRLAV)


Professora Fernanda Prata

Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental do Estado de Minas Gerais (TFAMG)


Taxa de Fiscalização Judiciária / Emolumentos Relativos aos Atos Notariais e de
Registro

Em BH: Taxa de Fiscalização de Engenhos de Publicidade (TFEP)


Taxa de Fiscalização, Localização e Funcionamento (TFLF)
Taxa de Fiscalização Sanitária (TFS)

Em Contagem: Taxa de Fiscalização de Localização e Funcionamento


Taxa de Fiscalização de Engenhos de Publicidade
Taxa de Fiscalização Sanitária
Taxa de Fiscalização de Licença para Ocupação do Solo.

 Taxa de Serviço Público específico e divisível, de utilização efetiva ou potencial: o Estado na


prestação de um serviço público, mas deve respeitar as condições: serviço específico E divisível.
De utilização efetiva OU potencial.

 serviço específico: serviço prestado a alguém. É possível identificar o destinatário.


 serviço divisível: presume-se um gasto na prestação do serviço.

Taxa de Iluminação Pública? Súmula nº 670, STF: O serviço


de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

 de utilização efetiva: utilização efetiva do serviço (pagou a taxa, recebeu o serviço).


 de utilização potencial: existe o serviço que fica à disposição do contribuinte. O
pagamento da taxa independe da utilização do serviço (se usar ou não, paga a taxa e
o serviço está disponível).

Ex: Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos

 Regra do OLHO: “eu te vejo e tu me vês?”. Eu vejo o Estado prestando um serviço e o Estado
consegue me identificar?

 Referibilidade / Contraprestação – natureza remuneratória: referibilidade entre o ente estatal e o


contribuinte. É uma contraprestação, uma remuneração, posto que se paga a taxa em troca de um
serviço.

 Vinculadas – sempre há participação do Estado no fato gerador.

 Afetadas – o produto da arrecadação visa custear um serviço determinado, específico.

 Base de cálculo da taxa é o custo presumido do serviço. Independe do quanto a pessoa tenha ou
receba (Imposto: base de cálculo é o montante de riqueza exteriorizada pelo contribuinte; taxa não
pode ter a base de cálculo típica de um imposto).

Art. 145, CF – A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os


seguintes tributos:
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

 Competência comum: A Constituição determina que a União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios podem criar taxas. A divisão de competência é administrativa.
Professora Fernanda Prata

Ex: taxa de serviço público pela emissão de passaporte  União

 Instituição por lei.

 Taxa X Tarifa
Taxa: natureza tributária
Tarifa: cobrada, normalmente, por empresas privadas concessionárias de um serviço público.

CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA

 Competência comum – todos os entes podem criar contribuições de melhoria.

Art. 81, CTN – A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados,
pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que
decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e
como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado.

 Em decorrência de uma obra pública, determinado imóvel é valorizado. Cobra-se, então, desses
imóveis que obtiveram vantagem com a valorização uma contribuição de melhoria.

 Limites: devem ser observados conjuntamente.

 Geral (total): despesa realizada, custo da obra. O ente federado que realizar a obra não pode
arrecadar além do valor de custo da obra.

 Individual: o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Ninguém
pode pagar mais do que ganhou com a valorização do imóvel.

 Natureza indenizatória – o contribuinte devolve à sociedade um valor em virtude do ganho


econômico que obteve com a valorização imobiliária.

 Vinculado – existe a participação do Estado, qual seja, a realização de uma obra pública.

 Afetado – produto da arrecadação tem destino certo, o custo da obra pública.

 Estudo prévio – antes que a obra aconteça, deve ser apresentado estudo prévio contendo memorial
descritivo da obra, orçamento, parcela do custo a ser financiada pela contribuição, entre outros.

Art. 82, CTN – A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma
das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer
dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se
refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
Professora Fernanda Prata

§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a
que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos
respectivos fatores individuais de valorização.

 Lançamento ao término da obra – notificação somente ao término da obra para confirmar a


ocorrência da valorização.

Art. 82, CTN – §2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada


contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da
forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o
respectivo cálculo.

 Instituição por lei.

Contribuição de melhoria = obra pública + valorização imobiliária

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

 São tributos. Havia dúvida se eram tributos por serem restituíveis. Discussão superada.

 Competência exclusiva da União, mediante lei complementar.

Art. 148, CF – A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou
sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o
disposto no art. 150, III, "b".

 Requisitos fáticos e formais: a lei complementar que instituir determinará o fato gerador, o fato
tributável.

 para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa


ou sua iminência.

 no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,


observado o disposto no art. 150, III, "b".

(OAB/MG) Tendo em vista a necessidade de investimento público de caráter urgente e de relevante


interesse nacional, o Estado de Sergipe, mediante lei complementar, em 06 de junho de 2005, instituiu
empréstimo compulsório, cujo fato gerador era a venda de mercadoria; a base de cálculo, o valor da
mercadoria importada; e a alíquota, 10%. Quanto ao empréstimo compulsório descrito acima, é
correto afirmar que:
a) Trata-se de uma exigência legítima, porque os empréstimos compulsórios podem ter fatos geradores
próprios de impostos.
b) O empréstimo compulsório instituído pelo Estado de Sergipe, cumpriu com todos os requisitos
constitucionais para a sua exigência.
c) Trata-se de uma exigência inconstitucional, porque os empréstimos compulsórios são de
competência privativa da União Federal.
d) Deve ser declarado inconstitucional, porque a Constituição determina que o fato gerador do empréstimo
compulsório é o investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional.
Professora Fernanda Prata

RESPOSTA:
a) Falsa: muito embora possa haver coincidência do FG dos impostos, a cobrança não é legítima, já que o
Estado não é competente para instituir tal espécie tributária. A competência é exclusiva da União.
b) Falsa: o Estado não tem competência para a instituição do referido tributo. Art. 148, CR/88.
c) Verdadeira: art. 148, CR/88.
d) Falsa: O investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional não é fato gerador do
empréstimo compulsório e sim uma das situações em que sua criação é possível. O fato gerador virá descrito
na lei complementar criadora do empréstimo compulsório.

 Vinculação? – para saber se é, ou não, um tributo vinculado é preciso conhecer o fato gerador.
Dessa forma, só é possível saber se será vinculado após a instituição do empréstimo compulsório. O
mesmo acontece com a base de cálculo.

 Afetada – a aplicação dos recursos tem um destino determinado.

Art. 148, CF – Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório
será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

 Restituição – é um tributo restituível. A lei que criar o empréstimo compulsório estabelecerá a


forma de restituição.

Exemplo: Plano Collor – “confisco” das


contas feito pelo ex-presidente da república
Fernando Collor de Melo.
Do dia 19 de março de 1990 em diante,
correntistas e poupadores, pessoas físicas e
jurídicas, só conseguiram sacar 50 mil
cruzados novos, cerca de R$ 8,3 mil em
valores atuais. O restante seria devolvido,
em 12 parcelas iguais, a partir de 16 de
setembro de 1991, acrescidas de correção
monetária e juros de 6% ao ano.

https://economia.uol.com.br/noticias/bbc/2020/0
3/17/entre-infartos-falencias-e-suicidios-os-30-
anos-do-confisco-da-poupanca.htm

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS (ou parafiscais)

 São tributos – havia dúvida se eram taxas ou impostos.


Tinham base de cálculo e não vinculação igual aos impostos. Mas eram afetadas igual às taxas.
Inicialmente, consideravam uma espécie tributária sui generis. Depois, passou a ser reconhecida
como um tributo autônomo.

 Não vinculadas – não é vinculado, uma vez que não há ação do Estado no fato gerador do tributo. A
contribuição de iluminação pública é vinculada.

 Afetadas – o produto da arrecadação tem destinação certa.


Professora Fernanda Prata

 Parafiscalidade – é a delegação dos elementos da capacidade tributária ativa. É a permissão pelo


ente que retém a competência tributária de atribuir a outro ente o poder de arrecadar, fiscalizar e
administrar os tributos.
Exemplos: contribuições corporativas. São de competência da União, mas a capacidade
tributária ativa (fiscalização, cobrança) é realizada pelos Conselhos de Fiscalização das
Profissões: CRC, CRM, CRO, CRP, entre outros.

Art. 149, CF – Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no


domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

 Classificação:
1) Sociais
2) De Intervenção no Domínio Econômico – CIDE
3) Interesse de categorias profissionais ou econômicas – Corporativas
4) Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública – COSIP

1) Contribuições Sociais: contribuições sociais gerais, da seguridade social e outras contribuições


sociais.
Seguridade Social
 SAP: Saúde,
1.a) Contribuições sociais gerais: destinadas a outras atuações da União na área social. Assistência social
e Previdência.
 Salário-educação – art. 212, §5º, da CF.

Art. 212, da CF – A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos,
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
(...)
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do
salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.

Decreto nº 6.003/2006
Art. 1º A contribuição social do salário-educação obedecerá aos mesmos prazos, condições,
sanções e privilégios relativos às contribuições sociais e demais importâncias devidas à
Seguridade Social, aplicando-se-lhe, no que for cabível, as disposições legais e demais atos
normativos atinentes às contribuições previdenciárias, ressalvada a competência do Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, sobre a matéria.
§ 1º A contribuição a que se refere este artigo será calculada com base na alíquota de dois
inteiros e cinco décimos por cento, incidente sobre o total da remuneração paga ou
creditada, a qualquer título, aos segurados empregados, ressalvadas as exceções legais, e
será arrecadada, fiscalizada e cobrada pela Secretaria da Receita Previdenciária.

 Contribuições para os Serviços Sociais Autônomos – Sistema “S” – art. 240, da CF. São
pessoas jurídicas de direito privado, não integrantes da Administração Pública, mas que
realizam atividades de interesse público e, justamente por isso, legitimam-se a ser
destinatárias do produto da arrecadação de contribuições.

Art. 240, da CF – Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos
empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de
formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
Professora Fernanda Prata

Exceto o SEBRAE – é um serviço que não abrange exclusivamente determinada


categoria profissional ou econômica, pois as empresas beneficiárias da atuação do
SEBRAE podem ser de diversos setores da economia.

1.b) Da seguridade social:

Art. 195, CF – A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta,
nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento; PIS / COFINS
c) o lucro; CSLL
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. PIS e COFINS
IMPORTAÇÃO

PIS Programa de Integração Social


COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CSLL Contribuição Sobre o Lucro Líquido
Concurso de Prognóstico todos e quaisquer concursos de sorteios de números, loterias,
apostas, inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do Distrito
Federal e municipal.

Lei nº 8.212/1991
Art. 26. Constitui receita da Seguridade Social a contribuição social sobre a receita de concursos
de prognósticos a que se refere o inciso III do caput do art. 195 da Constituição Federal.
(...)
§ 4º O produto da arrecadação da contribuição será destinado ao financiamento da Seguridade
Social.
§ 5º A base de cálculo da contribuição equivale à receita auferida nos concursos de prognósticos,
sorteios e loterias.
§ 6º A alíquota da contribuição corresponde ao percentual vinculado à Seguridade Social em
cada modalidade lotérica, conforme previsto em lei.

1.c) Outras contribuições sociais:

Art. 195, CF – A seguridade social será financiada


por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais:
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a
garantir a manutenção ou expansão da seguridade
social, obedecido o disposto no art. 154, I.
Professora Fernanda Prata

 O artigo acima possibilita que a União crie nova contribuição social destinada à
Seguridade Social, observado o art. 154, I, da CF: lei complementar, não
cumulatividade e inovação quanto às bases de cálculo e fatos geradores.

 A exigência de lei complementar só é aplicável para a criação de novas contribuições.


Para criação daquelas cujas fontes já constam da Constituição, vale a regra geral: a
utilização de lei ordinária.

2) Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico: como o próprio nome indica a CIDE é


um tributo extrafiscal, como nítido instrumento de planejamento, corrigindo as distorções e abusos
de segmentos descompassados e, não somente, carreando recursos para os cofres públicos, como
instrumentos de arrecadação.

A extrafiscalidade da CIDE é diferente das dos outros tributos (diminuição/aumento da carga


tributária sobre a atividade cujo estímulo/desestímulo se deseja). Ao afetar a arrecadação a uma
determinada atividade, essa, por receber um “reforço orçamentário”, tem-se por incentivada.

Ex.: CIDE Combustíveis – os seus recursos são destinados ao financiamento de projetos


ambientais, programa de infraestrutura de transportes e pagamento de subsídio a preços ou
transporte de combustíveis.

A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-combustíveis) foi instituída pela Lei


10.336/2001 com a finalidade de assegurar um montante mínimo de recursos para investimento em
infraestrutura de transporte, em projetos ambientais relacionados à indústria de petróleo e gás, e
em subsídios ao transporte de álcool combustível, de gás natural e derivados, e de petróleo e
derivados.

De 2002 e 2012, a Cide arrecadou R$ 76 bilhões, dos quais R$ 37,6 bilhões foram investidos em
infraestrutura de transporte, segundo a Confederação Nacional de Transporte (CNT). Do total
arrecadado pela Contribuição, 20% dos recursos são desvinculados, de acordo com o instrumento
Desvinculação de Receitas da União (DRU), 29% são destinados aos estados e municípios e 51%
são investidos conforme determina a lei.

Entre 2003 e 2008, 70% dos recursos investidos em infraestrutura de transporte vieram da Cide.
Em 2007, essa porcentagem subiu para 95,6%. Em junho de 2011, a alíquota foi zerada para
compensar o reajuste nos preços da gasolina e do diesel. Em janeiro de 2015, o governo editou
decreto instituindo a alíquota de R$ 0,10 por litro para a gasolina, e R$ 0,05 por litro para o
diesel, que passou a ser cobrada em maio deste ano.
Fonte: Agência Senado
Professora Fernanda Prata

O STF classifica a contribuição do SEBRAE como de intervenção no domínio


econômico (RE-AgR 404.919) ela é cobrada de médias e grandes empresas, para
financiar ações em benefício das pequenas e microempresas, sobre a folha de pagamento.

STF - Recurso Extraordinário nº 603.624 – Julgamento em: 23/09/2020


CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS AO SERVIÇO BRASILEIRO
DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE), À AGÊNCIA BRASILEIRA DE
PROMOÇÃO DE EXPORTAÇÕES E INVESTIMENTOS (APEX) E À AGÊNCIA BRASILEIRA DE
DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL (ABDI). RECEPÇÃO PELA EMENDA CONSTITUCIONAL
33/2001. DESPROVIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1.O acréscimo realizado pela EC
33/2001 no art. 149, § 2º, III, da Constituição Federal não operou uma delimitação exaustiva das bases
econômicas passíveis de tributação por toda e qualquer contribuição social e de intervenção no domínio
econômico. 2.O emprego, pelo art. 149, § 2º, III, da CF, do modo verbal “poderão ter alíquotas”
demonstra tratar-se de elenco exemplificativo em relação à presente hipótese. Legitimidade da exigência
de contribuição ao SEBRAE - APEX - ABDI incidente sobre a folha de salários, nos moldes das Leis
8.029/1990, 8.154/1990, 10.668/2003 e 11.080/2004, ante a alteração promovida pela EC 33/2001 no
art. 149 da Constituição Federal. 3.Recurso Extraordinário a que se nega provimento. Tema 325, fixada
a seguinte tese de repercussão geral: “As contribuições devidas ao SEBRAE, à APEX e à ABDI com
fundamento na Lei 8.029/1990 foram recepcionadas pela EC 33/2001 ".

3) Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas ou Contribuições


Corporativas: contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas.

São contribuições corporativas aquelas criadas pela União com o objetivo parafiscal de obter
recursos destinados a financiar as atividades de interesses de instituições representativas ou
fiscalizatórias de categorias profissionais ou econômicas (corporações).

 Contribuição sindical:

A Constituição Federal, em seu artigo 8º, IV, prevê a criação de duas contribuições sindicais:

Art. 8º, da CF - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:


(...)
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será
descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva,
independentemente da contribuição prevista em lei;

A contribuição fixada pela assembleia-geral para o custeio do sistema confederativo do


respectivo sindicato: é voluntária, sendo paga pelos trabalhadores que já se sindicalizaram. A
ausência de compulsoriedade aliada ao fato de a contribuição não ser criada por lei, denotam a
ausência de natureza tributária da exação. Essa contribuição é conhecida como Contribuição
Confederativa.

A contribuição fixada em lei era cobrada de todos os trabalhadores. Essa exação era um tributo,
pois atendia a todos os elementos constantes da definição de tributo do art. 3º, do CTN. Essa era a
Contribuição Sindical ou “Imposto Sindical”.

A contribuição sindical, antes da reforma trabalhista, era obrigatória e cobrava-se o valor


equivalente a um dia de trabalho, uma vez por ano, dos colaboradores da empresa, autônomos e
profissionais liberais – débito efetuado no mês de abril. A partir de 2018, tornou-se optativa. Se
optar por pagar, será necessário autorizar a cobrança na folha de pagamento.

Art. 582, da CLT – A contribuição dos empregados que autorizarem, prévia e expressamente, o
recolhimento da contribuição sindical será feita exclusivamente por meio de boleto bancário ou
Professora Fernanda Prata

equivalente eletrônico, que será encaminhado obrigatoriamente à residência do empregado ou, na


hipótese de impossibilidade de recebimento, à sede da empresa. (Nova Redação dada pela Medida
Provisória 873/2019)

ADI nº 5794
Julgamento: 29/06/2018

Ementa: Direito Constitucional e Trabalhista. Reforma Trabalhista. Facultatividade da Contribuição


Sindical. Constitucionalidade. Inexigência de Lei Complementar. Desnecessidade de lei específica.
Inexistência de ofensa à isonomia tributária (Art. 150, II, da CRFB). Compulsoriedade da
contribuição sindical não prevista na Constituição (artigos 8º, IV, e 149 da CRFB). Não violação à
autonomia das organizações sindicais (art. 8º, I, da CRFB). Inocorrência de retrocesso social ou
atentado aos direitos dos trabalhadores (artigos 1º, III e IV, 5º, XXXV, LV e LXXIV, 6º e 7º da CRFB).
Correção da proliferação excessiva de sindicatos no Brasil. Reforma que visa ao fortalecimento da
atuação sindical. Proteção às liberdades de associação, sindicalização e de expressão (artigos 5º,
incisos IV e XVII, e 8º, caput, da CRFB). Garantia da liberdade de expressão (art. 5º, IV, da CRFB).
Ações Diretas de Inconstitucionalidade julgadas improcedentes. Ação Declaratória de
Constitucionalidade julgada procedente. (...)
4. A Lei nº 13.467/2017 emprega critério homogêneo e igualitário ao exigir prévia e expressa
anuência de todo e qualquer trabalhador para o desconto da contribuição sindical, ao mesmo tempo
em que suprime a natureza tributária da contribuição, (...)

À época da votação:
Brasil: ~ 16.800 sindicatos. Arrecadação em 2016:
África do Sul: 191 sindicatos. R$3,96 bilhões de reais
Estados Unidos: 160 sindicatos.
Argentina: 91 sindicatos.

CONTRIBUIÇÃO
SINDICAL DEIXOU
DE SER UM
TRIBUTO

 Contribuição de categorias profissionais:

Contribuições corporativas para o custeio das entidades de fiscalização do exercício de profissão


regulamentadas.

Exemplos dessas instituições são os conselhos de fiscalização de profissões: CRC, CRM, CRO,
CRP, entre outros.

E a anuidade paga para a OAB?

STJ – EResp nº 463.258/SC: Diante da natureza intrínseca da OAB, uma autarquia


detentora de características diferentes das autarquias consideradas entes descentralizados,
denota-se que as contribuições recebidas pela entidade não têm natureza tributária.
Professora Fernanda Prata

4) Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP): serviço prestado à


sociedade, qual seja, a iluminação pública. Alguns consideram que é vinculada à atividade estatal.

Art. 149-A, CF – Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição,


na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública,
observado o disposto no art. 150, I e III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na
fatura de consumo de energia elétrica.

 Competência das Contribuições Especiais:

Sociais, CIDE’s e Corporativas: União


Iluminação pública: Municípios e o Distrito Federal.

 Estados, Distrito Federal e Municípios poderão cobrar a Previdência Social de seus servidores
(servidor público estatutário), desde que tenham instituto próprio de Previdência.

Art. 149, CF – §1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada
de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art.
40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União.

 Instituição por lei ordinária, em regra.

 Competência residual para a instituição de contribuições especiais sociais, para a


Seguridade Social: a lei poderá instituir outras fontes destinadas ao custeio da Seguridade
Social, desde que por lei complementar.
SAP Saúde, Assistência Social e Previdência Social
Professora Fernanda Prata

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES AOS TRIBUTOS:

QUADRO DE COMPETÊNCIA DOS TRIBUTOS

União Estados e Distrito Federal Municípios e Distrito Federal

- II - ITCMD - ITBI
- IE - ICMS - ISSQN
- IR - IPVA - IPTU
- IPI
- Taxas - Taxas
- IOF
- ITR - Contribuições de Melhoria - Contribuições de Melhoria
- IGF - Contribuição Especial da - Contribuição para o custeio do
- Imposto residual Previdência dos seus servidores Serviço de Iluminação Pública
- IEG públicos estatutários (desde que
- Contribuição Especial da
- Taxas tenham instituto próprio de
Previdência dos seus servidores
Previdência).
- Contribuições de Melhoria públicos estatutários (desde que
tenham instituto próprio de
- Empréstimos Compulsórios
Previdência).
- Contribuições Especiais Sociais
- CIDE
- Contribuições Especiais Corpo-
rativas

Serão instituídos por Lei Complementar:


1) Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF).
2) Imposto residual de competência da União.
3) Empréstimos Compulsórios.
4) Contribuições Especiais Sociais Residuais destinadas
à Seguridade Social

Diferença entre Lei Complementar e Lei Ordinária


Não há hierarquia entre as leis. A diferença é o quórum e a matéria.

LC = quórum qualificado (maioria absoluta) e matérias mais relevantes conforme o critério do constituinte – as
situações que exigem LC estão na Constituição.

LO = quórum simples (maioria relativa) e matérias menos relevantes.

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