Você está na página 1de 1

P1-S2-C1 - Creio em Deus Pai (198 -

#CIC #teologia

Artigo 1 - "CREIO EM DEUS PAI TODO-PODEROSO, CRIADOR DO CÉU E DA TERRA"


PARÁGRAFO 1 - CREIO EM DEUS
Esta expressão da profissão de fé é também a mais fundamental
Os artigos do Credo dependem todos do primeiro
Assim como os demais mandamentos explicitam todos do primeiro
"Há um só Deus por natureza, por substância e por essência"
Mas em pessoas três
Jesus confirma que Deus é o "único Senhor"
Ao mesmo tempo, diz que ele mesmo é "o Senhor" (Mc 12,35-37)
"E, falando Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é Filho de Davi? O próprio Davi disse pelo Espírito Santo: O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. Pois, se Davi mesmo lhe chama
Senhor, como é logo seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade."
Deus revelou seu nome ao povo de Israel
i.e., Deus se dá a conhecer
Quando Moisés perguntou à Ele o que falar ao povo se o indagassem sobre o nome de Deus, Ele respondeu:
"Diga aos israelitas: Eu sou AQUELE QUE SOU [...] Este é meu nome para sempre, e assim serei lembrado de geração em geração" (Ex 3, 13-15)
YHWH - "Eu Sou Aquele que É"
209 - " Por respeito à santidade de Deus, o povo de Israel não pronuncia seu nome. Na leitura da Sagrada Escritura, o nome revelado é substituído pelo título divino "Senhor ("Adonai", em grego "Kýrios"). É com este título que será aclamada a divindade de Jesus: "Jesus é Senhor".

PARÁGRAFO 2
I. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
§232 - "A fé de todos os cristãos se fundamenta na Trindade (Santíssima Trindade)" - São Cesário de Arles
§233 - Os Cristão são batizados no nome (único) do Pai, do Filho e do Espírito Santo
§234 - O mistério da Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Sendo o ensinamento maior na hierarquia das verdades da fé.
§235 - Parágrafo dispensável
§236 - Os Padres da Igreja distinguem dois termos:
Theologia: o discurso sobre o mistério da vida íntima de Deus
Oikonomia: todas as obras pelas quais Deus se releva e comunica sua vida aos homens; todas as ações de Deus
Pelo Oikonomia nos é revelada a Theologia, mas é a Theologia que dita a Oikonomia. Assim como são as ações de uma pessoa que nos revelam sua personalidade, mas sua personalidade que dita suas ações.
§237 - A trindade é um mistério de fé (documento Dei Filius), isto é, "mistérios ocultos em Deus, que não podem ser conhecidos se não forem revelados lá do alto".

II. A revelação de Deus como Trindade


§238 - Deus é chamado de Pai, e ele é Pai em vários sentidos
§239 - Dois principais sentidos são: (i) Deus é a origem de tudo, o doador da vida; (ii) Deus é terno, cuidadoso e amoroso com sua criação. Contudo, Deus transcende a paternidade e maternidade humanas, não sendo Ele homem nem mulher.
§240 - Jesus relevou outro sentido da "Paternidade" de Deus, Ele é Pai (primeira pessoa da Santíssima Trindade) em relação ao seu Filho (a segunda pessoa).
§241 - Por isso, São Paulos disse : "Ele, o primeiro Filho, é a revelação visível do Deus invisível; ele é superior a todas as coisas criadas." - Cl 1, 15, e também São João falou de Jesus como o Verbo que estava com o Pai desde o princípio
§242 - Seguindo a tradição dos apóstolos a Igreja, no Concílio de Niceia (325) a Igreja entende que o Filho é consubstancial ao Pai.
§243 - Antes de sua páscoa, Jesus anuncia o envio do Paráclito, o qual, agindo desde a criação, guiará o corpo místico de Cristo até que ele volte. Assim, Jesus também revelo a terceira pessoa da trindade.
§244 - O Espírito estava com o Pai e o Filho desde o princípio.
§245 - A fé apostólico relativa ao Espírito Santo foi confessada no Concílio de Constantinopla (381), onde se concluiu que "Nós acreditamos no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai" (Credo Niceno-Constantinopolitano) e "O Espírito Santo, que é a terceira pessoa da Trindade, é Deus, uno e igual
ao Pai e ao Filho, da mesma substância e também da mesma natureza... Contudo, não dizemos que Ele é somente o Espírito do Pai, mas, ao mesmo tempo, o Espírito do Pai e do Filho" (XI Concílio de Toledo (ano 675), Symbolum: DS 527).
§246 - O Concílio de Florença (1438) confessou o Filioque
§247 - Embora só tenha sido oficializado no séc. XV, o Papa Leão Magno já tinha confessado o Filioque dogmaticamente em 447. Esse adição ao Credo foi sendo gradualmente admitida na liturgia (principiando no séc. VIII), até ter sido oficializada. Esta doutrina é ponto de divergência com a tradição oriental.
§248 - Os orientais embasam sua crença na passagem de Jo 15, 26, "Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim.". Contudo, cremos que o Pai, junto com o Filho, são "o princípio único de que procede o Espírito
Santo" (II Concílio de Lião (1274))

III. Santíssima Trindade na Doutrina da Fé


§249 - A verdade da Santíssima Trindade esteve desde o princípio embebida na fé e na tradição da Igreja. "A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam sempre convosco" (2 Co 13, 13).
§250 - Nos primeiros séculos a Igreja se preocupou mais com a formulação mais explícita da fé trinitária.
§251 - Na formulação do maior dos dogmas, a Igreja valeu-se de termos filosóficos como substância, hipóstase, relação etc. Mas fez isso não subordinando o Divino ao saber humano, mas eleveu o sentido desses termos.
§252 - "A Igreja utiliza o termo «substância» (sin. «essência» ou «natureza») para designar o ser divino na sua unidade; o termo «pessoa» ou «hipóstase» para designar o Pai, o Filho e o Espírito Santo na distinção real entre Si; e o termo «relação» para designar o fato de que a sua distinção reside na referência
recíproca de uns aos outros." - não tem como resumir esse parágrafo.
§253 - Um só Deus, em pessoas três. A divindade não é dividade entre as três, mas cada uma é Deus por inteiro.
§254 - As pessoas divinas são realmente distintas entre si, pelas suas relações de origem. "O Pai gera, o Filho é gerado, o Espírito Santo procede." (IV Concílio de Latrão (1215), Cap. 2, De errore abbatis Ioachim: DS 804)
§255 - "Com efeito, «n'Eles tudo é um, onde não há a oposição da relação". "Por causa desta unidade, o Pai está todo no Filho e todo no Espírito Santo: o Filho está todo no Pai e todo no Espírito Santo: o Espírito Santo está todo no Pai e todo no Filho." (Concílio de Florença (1438), Decretum pro Iacobitis, DS
1330.)
§256 - Carta de São Gregório Teólogo aos catecúmenos de Constantinopla.

IV. As obras divinas e as missões trinitárias


§257 - Deus nos destinou de antemão a nos tornamos filhos adotivos de Jesus Cristo (Ef 1, 5), que sejamos "conformes a imagem do Seu Filho" (Rm 8, 29).
§258 - Toda a economia divina é obra comum das três pessoas divinas. Porém cada pessoa realiza a obra conforme sua propriedade pessoal : "um só Deus e Pai, de Quem são todas as coisas; um só Senhor Jesus Cristo, para Quem são todas as coisas; e um só Espírito Santo, em Quem são todas as coisas" (II
Concílio de Constantinopla (553, Anathematismi de tribus Capitulis, 1: DS 421)
§259 - Toda a vida cristão é uma comunhão com a Trindade. Quem da glória ao Pai, o faz pelo Filho no Espírito Santo. Quem segue ao Filho, o faz porque o Pai o atrai e o Espírito Santo o move.
§260 - O fim última de toda economia divina é que as criaturas possam participar da unidade da Santíssima Trindade (Jo 17, 21-23). Mas antes disso, somos chamados a deixar a Trindade habitar em nós por meio de nossas ações.

Você também pode gostar