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IMPLANTODONTIA
IMPLANTODONTIA
Tecido Ósseo
Osso Alveolar
Os processos alveolares são as porções da maxila e mandíbula que suportam as raízes dentárias. O
processo alveolar pode ser dividido em osso alveolar propriamente dito, radiograficamente conhecido
correspondente a lâmina dura, que reveste internamente o alvéolo. Já o osso do processo alveolar (ou
osso de suporte), que é a continuação do osso alveolar a partir da crista óssea alveolar e reveste o
processo alveolar externamente.
Histologicamente, há dois tipos de ossos: o osso trabeculado (esponjoso) e o osso compacto. O osso
alveolar propriamente dito (lâmina dura) é uma modificação do osso compacto, uma vez que contém
fibras perfurantes provenientes do ligamento periodontal. O osso alveolar parece ser mais denso que o
osso do processo alveolar, principalmente nas radiografias. Na realidade não há diferenças no conteúdo
mineral entre eles. A maior densidade radiográfica observada na lâmina dura pode ser atribuída a
disposição mineral ao redor dos feixes de fibras colágenas e a aparente ausência dos canais de nutrição.
A estabilidade se dá pela formação de uma camada estável de óxidos (filme), formada quando do corte
da peça de titânio e sua exposição ao oxigênio do ar ou ainda por fluidos fisiológicos. Esse filme de óxido
formado na superfície do titânio oferece resistência a corrosão e impede a sua degradação. Os eventos
primários após a instalação de um implante, como a interação sanguínea (adesão plaquetária e
fibrinogênio) e outros elementos do corpo, dependem principalmente da superfície do filme do óxido de
titânio (TiO2) (TEXTOR2001).
Em relação aos processos de modificação da superfície dos implantes, podem ser por adição ou
subtração. O método por adição se dá por meio de revestimento do implante com partículas de titânio
ou hidroxiapatita, conhecido como plasma spray O método de subtração é por remoção superficial da
camada superficial por meios físicos e/ou químicos, como jateamento, modificação por feixe laser e
ataque ácido.
Ainda não existe na literatura uma unanimidade em relação ao melhor tipo de tratamento de
superfície, sendo que a ósseo-integração pode ocorrer tanto em superfícies tratadas ou não, contudo, o
tratamento de superfície parece promover um melhor resultado da ósseo-integração, principalmente no
estágio inicial, acelerando o tempo de cura e permitindo o carregamento antecipado dos implantes,
garantindo assim, maior conforto ao paciente e otimizando o tempo do cirurgião-dentista (SILVA, 2016).
- Em 1985, foi proposta por Lekholm e Zarb, uma classificação, que avalia a proporção relativa do osso
cortical e trabecular.
• Tipo 2: osso com uma camada fina de osso compacto à volta de um núcleo de osso trabecular denso;
• Tipo 3: osso com uma camada fina de osso cortical à volta de osso trabecular denso, com resistência
favorável;
• Tipo 4: osso com uma camada fina de osso cortical, com um núcleo de osso trabecular de baixa
densidade.
O osso do tipo 2 é considerado por muitos autores o tipo de osso ideal para a colocação de implantes,
devido a espessura considerável do osso cortical que permite uma boa estabilidade primária e o osso
trabecular que possui maior vascularização, comparado ao tipo 1
O tipo de osso 2 é mais característico na região anterior da mandíbula (66%), seguida da região
posterior (50%). Na maxila, o osso do tipo 3, é considerado o mais prevalente na região anterior (65%),
seguida da região posterior (50%).
Processo de ósseo-integração
A ósseo-integração, como o próprio termo indica, é a integração, de maneira estável e funcional, entre
o osso — da mandíbula ou maxilar — e uma superfície de titânio. No processo, o titânio não é rejeitado
pelo organismo, pois as células ósseas acabam “envolvendo” a superfície desse material, incorporando-a
a sua estrutura, o que permite ao implante ficar fixo. Desse modo, substitui exatamente a raiz
dentária que, posteriormente, vai receber a prótese. Dessa maneira, a ósseo-integração é considerada
o sucesso da instalação do implante dentário, pois, se ela não ocorrer, esse dispositivo não é mais viável.
Nesse caso, ele tem que ser descartado e é preciso que o paciente espere o tempo de cicatrização ou,
dependendo do caso, no mesmo ato, um novo implante precisa ser instalado.
No Brasil, a era da ósseo-integração começou apenas em 1987 quando o Cirurgião-Dentista Júlio Cézar
Sá Ferreira usou a técnica de Bränemark pela primeira vez no país.
A formação do coágulo sanguíneo após o preparo cirúrgico na interface osso-implante e sua retenção
na superfície do implante é considerado um pré-requisito para a ósseo-integração. Após a instalação do
implante, células osteogênicas (mesenquimais), através de uma rede de fibrina migram em direção a
superfície do implante, colonizando-o rapidamente, essas células diferenciam-se em odontoblastos, que
irão produzir uma matriz orgânica óssea, que posteriormente irá se calcificar. A diferenciação e o
desenvolvimento dos osteoblastos pelas células osteogênicas são dependentes da liberação de fatores
de crescimento osteoindutores e osteopromotores (GF), como: proteínas ósseas morfogenéticas (BMP)
fatores de crescimento semelhantes a insulina (IGF), fatores de crescimento derivados de plaquetas
(PDGF) e fatores de crescimento de fibroblastos (FGF). A matriz orgânica óssea é constituída
principalmente de colágeno do tipo I (85%), colágeno tipo III e V (5%). O restante são proteínas não
colágenas.
Uma vez que ocorreu a formação óssea inicial, sob o estimulo de carga no implante, ocorrerá a
remodelação óssea e o osso neoformado vai sendo gradativamente substituído por osso lamelar
(maduro), com maior resistência as forças mastigatórias.
Com a tecnologia empregada nessa área, devido aos estudos e aos avanços de tratamento de superfície
dos implantes, esse tempo foi reduzido para 28 e 22 dias. Isso acontece porque existem formas de
acelerar o processo de ósseo-integração dos implantes. Por exemplo, é possível estimular a sinalização
celular, agilizando esse fenômeno.
Além disso, é preciso considerar alguns fatores que vão interferir no tempo da ósseo-integração, como:
A ósseo-integração pode não ocorrer da mesma maneira em todos os casos, visto que existem pontos
que podem favorecer ou dificultar o processo. Desse modo, o implantodontista precisa avaliar alguns
fatores, como:
O planejamento cirúrgico desse tratamento é essencial para ter êxito no processo de ósseo-integração
do implante dentário. Então, é preciso que o especialista analise:
Há ainda a questão cirúrgica, em que o leito deve estar bem preparado, ter a vascularização adequada,
além de garantir a estabilidade primária desse implante (o torque com o qual é instalado). Isso é
importante para que não sofra micro movimentos maiores que o necessário, a fim de não ocorrer
fibrose.
Remodelação Óssea
A remodelação óssea é de fundamental importância para a estabilidade secundária do implante em
longo prazo e inicialmente são influenciados principalmente pela estabilidade biomecânica do implante
no local de cicatrização.
A ausência de mobilidade do implante logo após a sua instalação obtida pela macro retenção mecânica
entre a interface do implante e o leito receptor é conhecida como estabilidade primária. E é dependente
da quantidade ou qualidade óssea, do desenho do implante e a técnica cirúrgica. É um pré-requisito
para o processo ósseo-integração e pode ser avaliada clinicamente no momento da instalação do
implante pelo torque de inserção, teste de percussão ou pela análise de frequência de ressonância
(AFR). A avaliação pelo torque de inserção é possível realizar somente na fase de instalação do implante
e a AFR em todas as fases do tratamento.
Uma vez atingida a estabilidade primária, com a ósseo-integração deverá ocorrer a estabilidade
secundária a partir do contato da superfície do implante com o osso neoformado, sem crescimento ou
desenvolvimento de tecido fibroso na interface osso-implante. Assim a estabilidade secundária é obtida
após a reparação e remodelamento ósseo em resposta ao trauma cirúrgico.