Você está na página 1de 3

Historiografia Cristã Medieval

No princípio, o cristianismo era só mais uma dentre as várias doutrinas religiosas orientais. Nasceu no
seio da religião judaica que, como todas as religiões antigas, era nacional ou própria a uma população
bem identificada. Contudo, tinha uma perspectiva completamente nova: a ideia de evangelização, a
possibilidade de espalhar a ‘boa nova’ para o mundo inteiro, a fim de converter os pagãos ou não-cristãos.
É neste sentido que se diferencia do judaísmo, uma religião de um “povo eleito”, ou pertencente a
uma cultura em especial, como a religião egípcia ou grega, hoje denominadas mitologias Pensamento
histórico cristão e suas características

Pensamento Histórico e suas características


Na decadência de Roma, o Cristianismo virá a dar uma mudança metodológica radical, introduzindo o
providencialismo.

A Teologia afirma que a História, em seu conjunto, deve ser compreendida e julgada a partir do
nascimento de Jesus Cristo. Constitui ele o sentido último e o critério de toda a História, tanto a que
precedeu como a que segue. Esta pretensão histórica levantada em favor de curta actividade de um
profeta galileu, que terminou supliciado sob um governador romano, está em flagrante contradição
com o princípio mesmo da História, segundo a concebe o historiador moderno.

O cristianismo primitivo interessa-se realmente por uma série de eventos de uma natureza especial,
sobrenatural, anteriores e posteriores ao ano 1 e que forma “a história bíblica”. Este todo orgânico,
relacionado com o referido acontecimento central, recebe dele o seu sentido. Os primeiros cristãos
pretendem lançar um julgamento sem apelo sobre os dados da história geral e sobre a totalidade dos
acontecimentos do presente. A história “profana” deixa pois de ser, para os cristãos, profana.

Historiografia Cristã Medieval


Com a queda império romano do ocidente, um novo contexto histórico irá surgir, caracterizado pela
destituição da economia urbana e comercial e o regresso a uma economia essencialmente agrícola e
de subsistência, da qual resultará fatalmente o isolamento das populações. Todavia, os laços de
consanguinidade são substituídos pelos estreitos vínculos da identidade religiosa, da comunhão da
mesma fé, em que o pai ancestral e carnal é substituído pelo pai celestial cristão.
Foi uma época da regressão em vez duma expansão: as populações refluem novamente aos campos.
As cidades arruínam-se, as rotas comerciais encurtam-se e acabam em muitos casos por desaparecer.
O contacto e o intercâmbio de produtos e de ideias entre as comunidades ou povos diferentes
(diferentes na língua, na raça, nos costumes, nas crenças, nas técnicas, na cultura) que tinham estado
até aí, deixaram de ser possíveis. Numa sociedade em que a actividade económica predominante era
a agricultura, não há dúvidas de que a mão-de-obra servil está sujeita a uma corporação sacerdotal que
a explorava em nome da divindade.

Trata-se de uma historiografia cristã, em que o Cristo é o enfoque principal. O cristianismo nasceu na
Judeia (Palestina), região que fazia parte e era dominada pelo império romano. Os judeus devido a
opressão submetida pelos Assírios, Persas, Gregos, Medos e Romanos acreditavam na vinda do
Messias anunciado pelos profetas que os devia libertar da opressão dos povos estrangeiros a que
estavam sujeitos e restauraria o trono de David restabelecendo no mundo o governo de Jeová, único
Deus que havia revelado ao povo de Israel mediante Moisés.

Após a morte de Jesus Cristo, a doutrina de Jesus foi levada pelos seus discípulos (apóstolos), a todo
o mundo romano, cumprindo a palavra anunciada por Jesus “ide e anunciai a todas as nações”. Por
toda a parte divulgavam que Jesus era o Messias anunciado ao mundo pelos profetas e o salvador do
Mundo. Era o início do cristianismo. As suas reuniões secretas, as críticas a sociedade esclavagista
romana e a recusa em adorar os deuses romanos e prestar culto ao imperador, originaram numerosas
perseguições desencadeadas pelos governadores de Roma.

Características da Historiografia Medieval


 História Providencialista: é uma história que coloca por cima do homem a vontade Divina;
 É uma história universalista que começa no tempo de Adão e Eva e termina com o fim do
mundo;
 É uma história onde toda a acção humana no tempo é impelida pelos dignos de Deus, o que
fez da sabedoria da História sabedoria divina;
 É uma história apologética, visto que prevê o fim do homem e do mundo, tomando assim o
carácter apocalíptico;
 É uma história repetitiva e cíclica;
 É uma história de poucas críticas de documentos, sem profundeza pela veracidade dos factos,
nem com a reconstituição fidedigna da história da humanidade.

Limitações da Historiografia Cristã Medieval


A vida da idade média esteve fortemente influenciada pela igreja católica que difundiu o cristianismo
como forma de pensamento dominante entre a classe erudita e o povo, o que impediu a livre pesquisa
provocando assim um forte retrocesso a história e de mais ciências.

Você também pode gostar