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Fato Social
Fato Social
JAIME MONTEIRO
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA PROFESSOR: GILSON MELO 2º ANO DO ENSINO MÉDIO
I BIMESTRE
FATO SOCIAL
O que é fato social?
Fato social é um conceito do sociólogo Émile Durkheim e se refere aos hábitos e maneiras de
agir e de pensar que determinam a forma como os indivíduos se comportam em uma sociedade.
Segundo Durkheim, os fatos sociais estão expressos em regras, valores e normas sociais e
obrigam os indivíduos a agirem de acordo com os padrões culturais.
Quando um indivíduo age fora desses padrões em uma sociedade, ele será considerado
desajustado ou poderá, até mesmo, ser punido.
Os fatos sociais são externos aos indivíduos, pois fazem parte de uma consciência coletiva e
já estão estabelecidos antes de seu nascimento.
Segundo Émile Durkheim, para que um costume ou comportamento seja considerado um fato
social, é preciso que possua três características:
• Generalidade: o fato social, expresso em regras e valores, deve ser aplicado a todos ou
à maioria dos indivíduos em uma sociedade;
• Exterioridade: o fato social está fora da consciência individual, é independe da vontade
dos indivíduos e anterior a eles;
• Coercitividade: os fatos sociais exercem força sobre os indivíduos e aqueles que não
seguirem os padrões impostos pela sociedade podem ser punidos.
Segundo Durkheim, os fatos sociais determinam a forma como os indivíduos agem em uma
sociedade: moldam a forma de agir, pensar e de compreender o mundo.
Alguns exemplos de fatos sociais são:
• Relações de parentesco;
• Casamento;
• Papel de cada membro em uma família;
• Utilização de vestimentas;
• Rituais religiosos e culturais;
• Organização política.
Quando um indivíduo não age de acordo com o fato social, este poderá sofrer
constrangimento ou punição. Isso poderá acontecer com alguém que em nossa sociedade
decida andar pelas ruas sem roupas.
Como em nossa sociedade temos o costume de andar vestidos, a nudez causará
estranhamento por parte das outras pessoas e, se houver lei para o tema, o indivíduo pode ser
responsabilizado pelo ato.
As regras impostas pelos fatos sociais não precisam estar sempre escritas, muitas vezes são
compreensões tácitas, presentes no consciente da coletividade.
Há, no entanto, muitos fatos sociais que estão traduzidos na forma de leis e normas que
compõem os ordenamentos jurídicos dos países, com punições previstas para o seu
descumprimento.
Para Durkheim, os fatos sociais atuam como imposições sobre os indivíduos, que podem não
sentir essa força por já estarem habituados a eles.
A força dos fatos sociais, no entanto, poderá ser sentida por um indivíduo quando este tentar
transgredi-los.
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O papel da educação nos fatos sociais
A educação é, por si só, um fato social e também é a maneira pela qual os indivíduos são
moldados para agir de acordo com os padrões culturais de uma sociedade.
A educação parte do princípio de que os indivíduos adultos são responsáveis por ensinar e
educar as crianças de acordo com os valores e costumes da sociedade.
Isso significa que as crianças vão para a escola não apenas para aprender os conteúdos das
disciplinas, mas para entender as normas sociais e como devem se portar em sociedade.
Em outras palavras, a escola prepara o indivíduo para viver em coletividade e agir conforme
os padrões culturais e éticos estabelecidos. Esses padrões servem como uma baliza para o
comportamento das pessoas.
Na escola, os alunos também constroem suas compreensões sobre o mundo, se entendem
enquanto uma sociedade e conhecem suas origens.
Émile Durkheim nasceu na França em 1858, onde viveu até seu falecimento em 1917. O
pesquisador dedicou sua vida a estudos sobre os comportamentos coletivos.
Durkheim inaugurou a sociologia como uma disciplina científica ao desenvolver um método
científico rigoroso para as pesquisas sociais.
Em seu método científico, definiu os fatos sociais como o objeto central de estudo da
sociologia. Os fatos sociais ajudavam a explicar o comportamento repetitivo dos indivíduos em
uma sociedade.
Em seu entendimento, a sociedade estava acima do indivíduo e os fatos sociais agiam como
imposições aos comportamentos individuais.
AÇÃO SOCIAL
A Ação Social é um conceito que Weber estabelece para as sociedades humanas e a essa
ação só existe quando o indivíduo estabelece uma comunicação com os outros.
Tomemos o ato de escrever como exemplo. Escrever uma carta certamente é uma ação
social, pois ao fazê-lo o agente tem esperança que a carta vai ser lida por alguém. Sua ação só
terá significado enquanto envolver outra pessoa. No entanto, escrever uma poesia, na medida
em que ela envolve apenas a satisfação ou a expressão das sensações do poeta, não é uma
ação social.
Na visão de Weber, a função do sociólogo é compreender o sentido das ações sociais, e fazê-
lo é encontrar os nexos causais que as determinam. Assim, o objeto da Sociologia é uma
realidade infinita e para analisá-la é preciso construir tipos ideais, que não existem de fato,
mas que norteiam a referida análise.
Os tipos ideais servem como modelos e a partir deles a citada infinidade pode ser resumida
em quatro ações fundamentais, a saber:
1. Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente racional. Toma-se um
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fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a escolha dos melhores meios para se realizar
um fim.
2. Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a ação, mas o
valor, seja este ético, religioso, político ou estético.
3. Ação social afetiva, em que a conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho,
vingança, loucura, paixão, inveja, medo, etc...
4. Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos arraigados.
CLASSE SOCIAL
Classe social é um grupo dentro de uma sociedade que se diferencia de outros em decorrência
de características econômicas, políticas ou culturais. A classe social é composta por indivíduos
que ocupam posição próxima na escala da produção e do consumo, por isso têm em comum
um padrão de vida, hábitos culturais, poder de influência, mentalidade e interesses.
Na literatura sociológica, esse conceito abrange diferentes concepções, que divergem
conforme o critério que adotam para classificar as classes. Nas sociedades capitalistas, esse
critério é predominantemente econômico, mas, em algumas concepções, pode vincular a renda
a outros aspectos, como escolaridade, aporte cultural ou poder político.
As classes sociais distinguem as pessoas de acordo com alguns critérios, como condição
financeira, acesso à cultura, escolaridade etc.
Karl Marx (1818-1883), em sua análise econômica da história, observou que em todos os
períodos as bases econômicas eram estruturadas pelo antagonismo entre grupos de opressores
e oprimidos. Essa luta movia as sociedades e promovia a transição de um modelo econômico
para outro. Assim, na sociedade antiga, havia senhores e escravos; na sociedade medieval,
suseranos e vassalos; na sociedade moderna, capitalistas e trabalhadores. No capitalismo esse
antagonismo é expresso nas classes sociais.
Para Marx, há dois grandes grupos de interesse de classe contrários um ao outro: o grupo dos
que possuem os meios de produção (terra, fábrica, banco, etc.), também
denominado burguesia, e o grupo dos que possuem apenas sua força de trabalho, também
denominado proletariado. O grupo de proprietários é formado por uma minoria de indivíduos,
já o grupo do proletariado é formado pela maioria dos indivíduos. Estes vendem sua força
produtiva aos donos do capital, que pode ser produtivo (indústria, agricultura e pecuária),
financeiro (bancos, seguradoras) ou ligado ao setor de serviços (comércio, transportes,
comunicação, etc.). A desigualdade nas relações de trabalho e na divisão da riqueza produzida
permite a acumulação de mais capital.
Max Weber (1864-1920) não se restringe ao critério econômico para definir classe social.
Para ele, a posição social de um indivíduo é resultado da combinação de três fatores:
• o status (honra, prestígio);
• a riqueza (renda, posses);
• o poder, isto é, a capacidade de influência sobre outros segmentos da sociedade.
Weber não minimiza a preponderância do aspecto econômico, sendo esse o fator que gera
uma “situação de classe”, em que um grupo possui condições similares quanto à possibilidade
de possuir ou não bens materiais ou simbólicos. Todavia, esse autor avalia que há outros
aspectos importantes que não se explicam exclusivamente pela renda, pois o status remete a
uma dimensão subjetiva, simbólica, cultural, sendo um atributo de posição dentro da
estratificação social que confere privilégios e deferências.
Em síntese, para Weber, as sociedades são divididas em estratos, e a posição das classes é
condicionada pela renda, poder e status. O status é um fenômeno típico da estratificação social,
segundo o qual ocupar determinada posição na estrutura da sociedade implica tratamento de
honra, privilégios.
Para Max Weber, o conceito de classe social envolve renda, poder e status.
Um grande sociólogo que desenvolveu seu conceito de classes na linha teórica de Weber
foi Pierre Bourdieu (1930-2002), para quem os grupos de classe são definidos não só pela
posição que ocupam no processo produtivo, mas pelo acesso que têm a bens materiais e
culturais. Assim, nas sociedades de massas, a distinção de classe engloba outro aspecto além da
posse dos meios de produção: o poder de consumo. Essa capacidade de consumir bens culturais
não necessariamente está ligada à renda ou à ocupação profissional. Ela está ligada à posse de
determinados conhecimentos que permitem apreciar certos bens culturais — obras de arte, por
exemplo. A delineação das classes agrega ao capital econômico o capital cultural (saberes
artísticos, científicos, literários, entre outros), que permeia a construção dos gostos, hábitos,
padrões de consumo e pode ser motivador de tratamento honroso perante os demais e também
da diferenciação entre classes sociais. Saiba mais sobre esse outro pensador considerado como
um dos clássicos da sociologia em: Max Weber.
Èmile Durkheim (1858-1917) estudou a divisão social do trabalho. Em seu livro, fruto de sua
tese de doutorado e publicado em 1893, reforçou a ideia da predominância do coletivo sobre o
indivíduo. Para ele, a divisão do trabalho gera uma solidariedade entre aqueles que
desempenham a mesma função e um sistema de direitos e deveres entre eles. Sociedades
complexas, com alto grau de diversificação do sistema produtivo e, por isso, incontáveis
ocupações reforçam essa preponderância do social, de forma que o indivíduo não pode ser
autossuficiente em um sistema altamente integrado e complexo.
Dentro da dinâmica da sociedade e conforme seu sistema de valores, as atividades laborais
são classificadas como mais ou menos importantes e, a partir dessa escala valorativa, delineiam-
se os agrupamentos sociais, o que Marx chamaria de classes, e Weber, grupos de status. Para
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Durkheim, a divisão do trabalho é norteada por princípios morais, e não econômicos. Seu
impacto na vida social também é mais moral que econômico. E quanto mais complexa é uma
sociedade, maior é a divisão social do trabalho.
Para Durkheim, os grupos sociais adquirem status, honraria ou prestígio em razão das
posições profissionais ou funcionais que são mais valorizadas na sociedade e mais bem
integradas. A vinculação entre os indivíduos se dá por meio da complementaridade das posições
que ocupam na divisão do trabalho. Para saber mais sobre o criador do método sociológico,
leia: Émile Durkheim.
Para Èmile Durkheim, grupos obtêm prestígio e inserção social a partir da ocupação profissional.
REFERÊNCIAS
https://www.significados.com.br/fato-social/
http://www.sociologia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=559
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/classe-social.htm