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Fonte: ILARI, Rodolfo; Basso, Renato.

O português da gente – a língua que


estudamos, a língua que falamos. São Paulo: editora Contexto, 2007 (capítulo
1, p.13-48).

Localização: livro virtual (fonte eletrônica)

 Capítulo 1

* Tópico: Um pouco de história – as origens do português (pp. 13-15)

- No século XIX, as línguas eram encaradas como organismos que nascem,


crescem, se reproduzem e morrem. Hoje sabemos que as línguas não morrem,
mas estão sempre mudando. (p.13)

- Não há ruptura entre o português falado hoje e o português falado em


Portugal. (pp. 13-14)

- Na época dos descobrimentos, o português já tinha características bem


definidas, pois a ortografia já havia sido fixada por meio da literatura no
período. (p.14)

- A riqueza de flexões nominais e verbais dos português é fruto de suas origens


latinas. (p.14)

- O português brasileiro é mais arcaico que o português europeu. (p.14)

* Tópico: As origens latinas do português (pp. 15-18)

- A variante que deu origem ao português é o latim vulgar, um vernáculo


(modelo de aprendizagem da língua por assimilação espontânea e
inconsciente), e não o latim literário, tampouco o eclesiástico. (p.15)

- Latim vulgar é uma variedade falada, o literário e o eclesiástico são


variedades ensinadas por meio da escrita. (p.17)

- Alguns falares locais derivados do latim vulgar ganharam prestígio entre as


línguas românicas; dentre elas, o português. (p.17)

* Tópico: O longo caminho entre as origens latinas e o português atual


(pp. 18-21)
- Por volta do ano 1000, as línguas românicas mais prestigiosas da Península
Ibérica, como o galego, o leonês e o castelhano se impuseram sobre as línguas
vizinhas, as quais desapareceram . No caso de Portugal, a base do que viria a
ser o português migrou do norte para o sul. (p.19)

* Tópico: O português arcaico (pp. 21-28)

- A língua falada no berço do estado português era parecida com o galego, daí
a denominação de galego-português. Foi o registro usado pelos trovadores.
(pp. 21-22)

- Os documentos oficiais eram escritos em latim literário (com alguma inflência


do vernáculo), e os documentos práticos eram escritos na língua corrente. (p.
22)

- Português arcaico: vai da formação do estado português até as Grandes


Navegações. Ele é um “meio caminho” entre o latim vulgar e o português atual.
(p.24)

- Na medida em que foi se tornando língua de cultura, houve a necessidade de


escrever a língua e uma das dificuldades foi segmentar a fala em palavras,
levando a segmentações diferentes das consideradas corretas. (p.25)

- Alguns sons do português não estavam presentes no latim. (p.25)

*Tópico: O português clássico (pp 28-37)

- Comparado ao português arcaico, o português clássico já nos parece bem


familiare o isso se deve a algumas modificações ocorridas no léxico e na
sintaxe, com o desaparecimento de formas e construções típicas do período
arcaico. (pp. 28-29)

- Os quinhentistas portugueses cumpriam um papel de fixar essas mudanças


na língua, escolhendo as construções as quais, de acordo com sua
sensibilidade, condiziam com o “gênio da língua”. Além disso, enriqueceram a
língua com o latim e o grego clássicos, redescobertos a época do
Renascimento. (p. 30)
- O português também incorporou palavras vindas dos continentes que eles
exploravam (África, América e Ásia), além de abosorver palavras de países
vizinhos, como Espanha e Itália. (p.31)

* Tópico: A difusão do português através das conquistas ultramarinas


(pp. 37-42)

- Com os descobrimentos, o português foi difundido por três continentes,


tornando-se a oitava língua mais falada do mundo. Contudo, apesar do
expressivo número de falantes, o português sofre com a concorrência de
línguas como o inglês, o francês e o espanhol. (pp. 37-38)

- A presença do português em vários lugares gerou situações como o


bilinguismo, o multilinguismo e a crioulização. (p.38)

- Bilinguismo/multilinguismo: convivência do português com outras línguas. Em


alguns lugares, a imposição do português fez com que esta fosse uma “língua
oficial”, ao passo que as populações locais falavam suas línguas nativas (p.39)

- Crioulização: falares que nascem do contato entre as línguas europeias e os


falares locais das regiões colonizadas. (p.39)

* Tópico: O português como língua de emigrantes (pp. 42-43)

- Com pessoas falantes do português saindo de seus países em direção a


outros lugares, o português torna-se uma língua de emigrantes. O emigrante
que fala a língua do país tende a fazê-lo de forma diferente dos nativos e tende
a incorporar em sua língua nativa elementos do idioma circulante. (pp. 42-43)

* Tópico: O português de Portugal depois do século XVII (pp. 43-45)

- Após seu apogeu, o povo português passou por um período de decadência


após o sumiço de D. Sebastião e com a anexação pela Espanha durante a
União Ibérica e após a transferência da corte para o Brasil (p.43)

- Durante o período da dominação espanhola, o espanhol foi falado pela


aristocracia portuguesa, dando origem a um falar “alusitanado” do castelhano.
(p.44)
- A partir do século XVII, o português falado em Portugal conheceu algumas
mudanças estruturais importantes, como a redução das vogais átonas, o som
chiante do /s/ e do /z/ em finais de sílaba. (pp. 46-47)

 Observações a respeito do texto

O texto nos apresenta um pouco do processo de evolução da língua


portuguesa. Essa evolução guarda em si uma história rica e complexa,
marcada por adaptações, influências dos mais diversos tipos.

Os tópicos a respeito das origens latinas do português reforçam e aprofundam


os temas discutidos em sala de aula, com destaque para a raízes do
português, as quais se entrelaçam com o latim vulgar. Essa variante popular,
em contraste com o latim literário e religioso, deu origem às línguas românicas,
como o português, o espanhol, o francês e o italiano.

Outro assunto particularmente interessante tratado no texto é o papel que a


literatura cumpriu para a fixação dos elementos linguísticos do português. Esse
processo se observou na consolidação do chamado português arcaico e
também durante a formação do português clássico durante o período do
Renascimento.

A partir do século XVI, com as Grandes Navegações, o português se expandiu


para outros continentes. Essa expansão gerou o contato com outras línguas,
incorporando novos vocábulos e criando variantes regionais, como o português
brasileiro. Esse evento, associado a influência que os renascentistas ajudou a
formatar o idioma como conhecemos hoje.

O último ponto a se destacar é a situação atual do idioma. Apesar da


expressiva quantidade de falantes, o português enfrenta desafios como a
concorrência de outras línguas globais, como o inglês.

A preservação da língua portuguesa e sua diversidade cultural é fundamental


para a identidade dos países lusófonos. Com o português torndo-se uma língua
de emigrantes, alguns falantes absorvem estruturas de outros idiomas ao seu
falar e cabe pensar a respeito da possibilidade dessas influências serem o
motor de futuras transformações que o português pode sofrer. Dessa forma, o
futuro do português dependerá da capacidade de se adaptar às novas
tecnologias, à globalização e à constante evolução das sociedades.

De acordo com as informações trazidas pelo texto, ao longo de sua história, o


português se adaptou, se reinventou e se expandiu, tornando-se um idioma
global com uma rica história. A compreensão de suas origens e evolução nos
permite apreciar a beleza e a complexidade dessa língua que nos une.

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