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TRABALHO AVALIATIVO

DIREITO PENAL - TEORIA DA PENA


Escolher apenas 01 caso para dissertação.
Agrupamento de 5 a 8 alunos
Mínimo 2 (duas) laudas, com referência, se for o caso. Vale 3 (três) pontos para somar com
a AV. Entregar no dia 04/06/2024.
ESTUDOS DE CASO:
1) A partir dos temas debatidos em aula, avalie as indagações a seguir: por que são cada
vez mais constantes, no Brasil, os linchamentos? O que leva alguém a tirar a vida de um
semelhante seu, principalmente, quando se leva em consideração que, por força da nossa
história recente são, cada vez mais, lançadas à vala comum da fome e da miséria?
A resposta mais comum é bem conhecida: a sede de "justiça pelas próprias mãos”,
acreditando estar com isso equilibrando a situação entre a conduta sofrida pela vítima e a
retribuição dada ao criminoso. O que mais chama a atenção não é, propriamente, que haja
reação, mas o tipo e a forma da reação: o sacrificio da vida, totalmente desproporcional,
através de morte violenta ou de tortura, quase uma tentativa de afirmar, pela brutalidade
dos atos, o absurdo praticado antes pelo criminoso. Absurdo que justificaria outros absurdos
como os próprios linchamentos.
Essa conduta que parece ser de época remota da história da humanidade, é, infelizmente,
cada vez mais presente na atualidade. Com base nos debates realizados em aula,
responda justificadamente: a que mais você atribui essa repulsa por meio do linchamento?
É possível que os linchamentos falem a linguagem crua e rude dos setores da sociedade
que não acreditam ou nunca acreditaram na justiça?

2) Este princípio traz à tona o caráter personalíssimo da pena, isto é, ninguém será
apenado por um crime que não tenha cometido ou pelo menos participado na sua
execução. Para efeitos didáticos de como uma sanção penal pode passar da pessoa do réu
para outros, nos utilizaremos de um dos capitulos mais ultrajantes da história brasileira, a
condenação de José da Silva Xavier, Tiradentes: Portanto condenam ao Réu Joaquim José
da Silva Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da tropa paga da Capitania de
Minas a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas publicas ao lugar da forca e
nella morra morte natural para sempre, e que depois de morto the seja cortada a cabeça e
levada a Villa Rica aonde em lugar mais publico della será pregada, em um poste alto até
que o tempo a consuma, e o seu corpo será dividido em quatro quartos, e pregados em
postes pelo caminho de Minas no sitio da Varginha e das Sebolas aonde o Réu teve as
suas infames práticas e os mais nos sitios (sic) de maiores povoações até que o tempo
também os consuma; declaram o Réu infame, e seus filhos e netos tendo-os, e os seus
bens aplicam para o Fisco e Câmara Real, e a casa em que vivia em Villa Rica será
atrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique e não sendo própria será
avaliada e paga a seu dono pelos bens confiscados e no mesmo chão se levantará um
padrão pelo qual se conserve em memória a infâmia deste abominável Réu?
Segundo a Constituição Federal e a legislação penal brasileira, a que princípio está se
referindo o contexto acima? Formule propostas de adequação à situação descrita.

O princípio jurídico em questão é o Princípio da Personalidade ou Princípio da


Responsabilidade Pessoal, consagrado no artigo 5o, XLV, da Constituição Federal do
Brasil. Este princípio estabelece que "nenhuma pena passará da pessoa do condenado", ou
seja, a pena deve ser pessoal e intransferível, recaindo apenas sobre o indivíduo que
cometeu
crime ou participou de sua execução.
No caso de José da Silva Xavier, o Tiradentes, a sentença proferida violou este
princípio, pois estendeu as consequências da pena além do próprio Tiradentes, atingindo
seus descendentes e seus bens. Seus descendentes foram declarados infames e seus
bens foram confiscados. Essas medidas ultrapassam a pessoa do condenado, violando
assim o Princípio da Personalidade.
Para adequar a situação descrita ao Princípio da Personalidade, a sentença deveria
se limitar à punição do próprio Tiradentes, sem estender as consequências da pena aos
seus descendentes ou ao confisco de seus bens. A declaração de infâmia dos
descendentes e o confisco de bens são medidas que ultrapassam a pessoa do condenado
violando assim o Princípio da Personalidade.
Além disso, é importante ressaltar que a legislação penal brasileira atual não prevê a
pena de morte, exceto em caso de guerra declarada, conforme o artigo 5o, XLVII, alínea ‘a',
da Constituição Federal. Portanto, a pena de morte aplicada a Tiradentes também não seria
admissível sob a legislação penal brasileira atual.
Em suma, a adequação à situação descrita envolveria a aplicação de uma pena que
respeitasse o Princípio da Personalidade e estivesse em conformidade com as penas
previstas na legislação penal brasileira atual. A pena deveria ser proporcional à gravidade
do crime cometido e limitada ao próprio Tiradentes, sem afetar seus descendentes ou
propriedade. Além disso, a pena de morte não seria aplicável, a menos que o crime
cometido se enquadrasse na exceção prevista na Constituição Federal.
Agora, vamos expandir essa discussão em uma redação dissertativa de quatro
páginas, explorando mais profundamente o Princípio da Personalidade, a situação de
Tiradentes e as implicações da violação desse princípio.

Introdução ao Princípio da Personalidade


O Princípio da Personalidade é um dos pilares fundamentais do sistema jurídico
brasileiro. Ele estabelece que a pena deve ser pessoal e intransferível, recaindo apenas
sobre o indivíduo que cometeu o crime ou participou de sua execução. Este princípio é
consagrado no artigo 5o, XLV, da Constituição Federal do Brasil, que afirma que "nenhuma
pena passará da pessoa do condenado". Isso significa que a pena não pode ser estendida
a outras pessoas, como familiares ou descendentes do condenado, nem pode resultar no
confisco de seus bens.
O Caso de Tiradentes
O caso de José da Silva Xavier, o Tiradentes, é um exemplo histórico da violação do
Princípio da Personalidade. Tiradentes foi condenado à morte por sua participação na
Inconfidência Mineira, um movimento de resistência contra o domínio colonial português no
Brasil. No entanto, a sentença proferida contra Tiradentes ultrapassou a pessoa do
condenado, estendendo as consequências da pena aos seus descendentes e aos seus
bens. Seus descendentes foram declarados infames e seus bens foram confiscados. Essas
medidas violam o Princípio da Personalidade, pois estenderam a pena além do próprio
Tiradentes.
Implicações da Violação do Princípio da Personalidade
A violação do Princípio da Personalidade tem implicações sérias para a justiça e a
equidade do sistema jurídico. Ao estender a pena além do indivíduo que cometeu o crime, o
sistema jurídico pune pessoas que não participaram do crime e que, portanto, não deveriam
ser responsabilizadas por ele. Isso é injusto e contraproducente, pois pode resultar em
ressentimento e desconfiança em relação ao sistema jurídico. Além disso, a violação do
Princípio da Personalidade pode resultar em penas desproporcionais, que ultrapassam a
gravidade do crime cometido.

Conclusão e Propostas de Adequação


Para adequar a situação descrita ao Princípio da Personalidade, a sentença deveria
se limitar à punição do próprio Tiradentes, sem estender as consequências da pena aos
seus descendentes ou ao confisco de seus bens. Além disso, a legislação penal brasileira
atual não prevê a pena de morte, exceto em caso de guerra declarada. Portanto, a pena de
morte aplicada a Tiradentes também não seria admissível sob a legislação penal brasileira
atual. A adequação à situação descrita envolveria a aplicação de uma pena que respeitasse
o Princípio da Personalidade e estivesse em conformidade com as penas previstas na
legislação penal brasileira atual. A pena deveria ser proporcional à gravidade do crime
cometido e limitada ao próprio Tiradentes, sem afetar seus descendentes ou propriedade.
Além disso, a pena de morte não seria aplicável, a menos que o crime cometido se
enquadrasse na exceção prevista na Constituição Federal.
Em suma, o Princípio da Personalidade é fundamental para a justiça e a equidade
do sistema jurídico. A violação deste princípio, como no caso de Tiradentes, resulta em
injustiça e desproporcionalidade. Portanto, é essencial que este princípio seja respeitado
em todas as decisões judiciais, para garantir que a pena seja justa e proporcional ao crime
cometido.

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