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1 Nas lições de Anibal Bruno:’’ Direito Penal é o conjunto de normas jurídicas que regulam a atuação
estatal no combate do crime, através de medidas aplicadas aos criminosos. Nele se definem os fatos
puníveis e se cominam as respectivas sanções’’.
2 Há autores no Brasil como Flávio Monteiro de Barros que defende a ideia de que a nomenclatura
deste princípio é o dá RESERVA LEGAL e não da LEGALIDADE. Pois a legalidade seria uma definição
ampla que traria várias outras pertinência para o seu bojo, perdendo a característica restritiva que o
Direito Penal possui.
3 Esta tese é adotada pela ampla maioria doutrinaria, entretanto, alguns doutrinadores como a exemplo
o professor Frederico Marques, entendem que o princípio surgiu na idade média, no ano de 1215 com
a Magna Carta do Rei João da Inglaterra. Entretanto, tal corrente é dotada de minoridade em relação
a este entendimento. Ressalta-se que a Magna Carta era destinada aos nobres da Inglaterra,
excluindo-se os camponeses e plebeus.
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal
4Leia-se que Direitos e Garantias Individuais não ficam restritivamente ao texto normativo
Constitucional, mas estendem-se para outros direitos, principalmente, o Direito Penal.
5O Professor Luiz Flávio Gomes aborda que há a possibilidade de MP tratar de Direito Penal,
entretanto, este fenômeno só seria possível se fosse para beneficiar o réu.
sua efetiva transmissão para o mundo jurídico, estas características dimensionais
são:
LEI ESCRITA
ESTRITA (analogia)6
CERTA (taxatividade)7
ANTERIOR (irretroatividade da lei penal)
b) Princípio da Humanidade
Portanto, a corrente iluminista, passa a propor que o Estado deveria atuar nas
aplicações da pena com certa reserva ética. O Código Penal Brasileiro, bem como, a
Constituição Federal, trazem algumas vedações de penas que não podem ser
aplicadas no Brasil, que são estas:
I. Pena de Morte: a pena de morte é vedada no Brasil, salvo nos casos de guerra
declarada e a mesma só pode ser aplicada através do fuzilamento. Neste caso,
observa-se o princípio da legalidade e aplica-se as hipóteses do Código Penal
6 Ubi Eadem Ratio ibi Eadem Ius = a razão aplica-se ao mesmo direito. Cabe Analogia In Bona
Partem e não compete In mala partem.
7 A lei penal precisa ser certa e precisa.
Militar Brasileiro, a exemplo de crime militar em caso de guerra temos a: covardia;
traição à pátria.
II. Penas de Caráter Perpétuo: neste caso, o legislador traz em um rol taxativo não
somente a pena de reclusão de caráter perpétuo, mas sim, todos os outros
institutos que possam carregar esta característica, a exemplo: Medida de
Segurança, Pena de Multa.
III. Penas de Banimento: o Código Penal, veda, tacitamente a expulsão de
Brasileiros que cometeram crime do território nacional. Ou seja, penas como o
exilio é proibido.
IV. Penas de Caráter forçado: Segundo a LEP (Lei de Execução Penal) o trabalho
do preso é essencial para o sistema prisional, já que é medida socioeducativa,
entretanto, o Código Penal veda penas que possuam a características de
trabalhos forçados, a exemplo das penas aplicadas na Alemanha Nazista e da
Escravidão.
V. Penas Cruéis: considera-se penas cruéis todas aquelas dotadas de suplícios
corporais, a exemplo da tortura.
Significa dizer em grosso modo que cada caso é um caso, não devendo adotar
métodos de análises de formas genéricas, mas sim, individualizadas. Ela deve ser
observada nos 3 (três) momentos da pena que são:
➢ Previsão = Legislador;
➢ Aplicação = julgador aplica a pena;
8 Mesmo que esta pena seja de caráter patrimonial ela não atinge os herdeiros
➢ Execução = julgador/ administrador;
Significa dizer que o indivíduo não pode ser punido mais de uma vez pelo mesmo
fato. A título de exemplo temos o crime de infanticídio, previsto no Art.123, do Código
Penal, que diz:
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante
o parto ou logo após.
O referido artigo, traz que matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho,
durante o parto ou logo após, entrará no rol do crime de infanticídio. Entretanto, o
art.61, do Código Penal, traz as hipóteses de situação atenuante da pena, dentre
estas, está a hipótese do crime praticado contra descendente.
Neste caso, a situação agravante da pena de crime praticado contra descendente não
se aplica ao crime de infanticídio, já que, o infanticídio já pressupõe a conduta direta
e estaria valorando mais de uma vez o crime.
ATENÇÃO: O STF decidiu que a reincidência não caracterizaria a prática de Non Bis
In Idem, já que a reincidência é uma agravante e é constitucional.
e) Princípio da Lesividade
h) Princípio da Proporcionalidade
9É incabível a aplicação do princípio da adequação social, segundo o qual, dada a natureza subsidiária
e fragmentária do direito penal, não se pode reputar como criminosa uma ação ou uma omissão aceita
e tolerada pela sociedade, ainda que formalmente subsumidade a um tipo legal incriminador (Min.
Rogério Schietti, STIJ, RHC 60.611, sexta turma, 15.09.2015)
i) Princípio da Insignificância
➢ Mínima ofensividade;
➢ Ausência de periculosidade;
➢ Reduzido Grau de Reprovabilidade;
➢ Irrelevância da lesão jurídica;
10 Para o STF: o princípio da insignificância é vetor interpretativo do tipo penal, tendo por escopo
restringir a qualificação de condutas que se traduzam em ínfima lesão ao bem jurídico nele (tipo penal)
albergado. Tal forma de interpretação insere-se num quadro de válida medida de política criminal,
visando, para além da descaracterização, ao desconstrangimento da justiça penal, que deve ocupar
única e exclusivamente de condutas tidas como socialmente mais graves.