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Trabalho 1 Companheiro - Rito Adonhoramita
Trabalho 1 Companheiro - Rito Adonhoramita
Resumo
A análise material pode ser compreendida como uma investigação dos elementos
físicos, priorizando os significados visuais e deixando, inicialmente, de lado as
interpretações simbólicas. Ao examinar os símbolos, essa abordagem concentra-se
primeiramente na aparência física dos elementos, fornecendo assim uma base para a
análise de seu simbolismo. Dessa forma, ao explorar a história da Maçonaria, a análise
material focaliza-se na disposição da Loja, seus painéis e paramentos. Esta perspectiva é
considerada fundamental para compreender as mudanças rituais que ocorreram na
Maçonaria nos séculos XVIII e XIX, contribuindo para a consolidação e perpetuação do
caráter especulativo da Ordem. No entanto, isoladamente, essa abordagem não seria
suficiente. É apenas uma ferramenta que pretendemos utilizar como base para a
compreensão da simbologia maçônica. As transformações iconográficas estão
diretamente ligadas às revisões dos rituais e à reformulação do entendimento do
simbolismo dos graus. Nesse sentido, a disposição do templo e seus elementos simbólicos
e usuais evoluem ao longo da história da Maçonaria, até a consolidação de seu caráter
especulativo, que persiste até os dias atuais. Essas mudanças não ocorrem de forma
isolada, mas estão associadas a transformações que atendem tanto às necessidades
internas quanto externas da Ordem. O uso do painel dos graus acompanha naturalmente
essas transformações.
BREVE HISTÓRICO:
A decoração dos templos com painéis começou a se popularizar no século XVIII,
por volta de 1745, quando esses painéis eram originalmente conhecidos como planos de
loja1. Naquela época, o termo "plano de loja" era utilizado para descrever a disposição
para a recepção de Aprendizes-Companheiros ou Mestres. Durante esse período, os graus
de Aprendiz e Companheiro Maçom eram bastante próximos. Antes de 1780, as lojas
frequentemente admitiam Aprendizes e Companheiros na mesma sessão, e a elevação
para o grau de Companheiro ocorria pouco tempo após a iniciação. De acordo com os
Rituais do Marquês de Gages (1763), a elevação para o segundo grau poderia ocorrer no
mesmo dia da iniciação, levando o recém-iniciado a realizar mais duas viagens ao redor
da Loja e reintegrando-o. Durante esse procedimento, eram ensinados os passos
característicos do Companheiro: um passo lateral em direção ao Meio-Dia, outro em
direção ao Setentrião e o último em direção ao Oriente, simbolizando sua jornada pelos
quatro pontos cardeais. Nesse contexto, o "plano de recepção" (ou painel) também
começou a ser referido como "quadro".
O ritual do grau de Companheiro Maçom começa a se consolidar nas últimas
décadas do século XVIII, especialmente com o desenvolvimento do Rito Escocês e do
Rito Francês. Nos Rituais do Duque de Chartres (1784) e no Regulateur du Maçon (1786),
a cerimônia de recepção no segundo grau consiste em cinco jornadas simbólicas, ao final
das quais o iniciado é convidado a subir os cinco degraus no tapete da loja, representando
sua entrada simbólica no templo para contemplar a Estrela Flamejante. Este processo todo
é impregnado de simbolismo relacionado ao número 5: o número de degraus, de jornadas
e de pontas da estrela. A simbologia representa o ser humano em sua jornada de
aprendizado, com seus erros e acertos, buscando o aprimoramento moral e intelectual.
1
Cabe ressaltar que, na origem, os painéis de grau eram espécies de tapetes pequenos colocados
no chão ou, em alguns casos, desenhos.
GRANDE LOJA SO ESTADO DO MARANHÃO
A.’. R.’. L.’. S.’. CAVALEIROS DA FRATERNIDADE Nº 64
A PEDRA BRUTA E A PEDRA POLIDA são símbolos fundamentais nos dois graus.
Trata-se do caminho de aprimoramento que o Aprendiz Maçom trilha para chegar a
Companheiro e se aprimorar até a exaltação.
O SOL E A LUA aparecem na parte superior, o sol à direita e a lua à esquerda. Entre eles
está a Estrela Flamejante. O sol é a luz ativa, irradiante e a lua, a luz passiva, reflexa. O
companheiro maçom está entre elas. A ESTRELA FLAMEJANTE é a característica do
grau, representante da transição, característica do Companheiro Maçom.
união. Sete é o número da conclusão. Numero da perfeição, anso que Salomão passou
para construir e consagrar o templo e as SETE Artes.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES:
Em 1829, uma nova edição do Rito Escocês Antigo e Aceito (REAA) foi lançada pelo
Supremo Conselho da França, intitulada "Anciens Cahiers 5829", que estabelecia a
simbologia das jornadas do Companheiro. Essas jornadas deveriam fazer referência aos
Cinco Sentidos, às Cinco Ordens da Arquitetura (dórica, jônica, coríntia, toscana e
compósita), às Sete Artes Liberais (Trivium: gramática, lógica e retórica; e Quadrivium:
aritmética, música, geometria e astronomia) e às Duas Esferas (terrestre e celeste), sendo
esta última de natureza deísta. A dualidade presente nas Artes Liberais e nas Duas Esferas
representava a harmonia entre matéria e espírito, com as artes do espírito contidas no
Trivium e as da matéria no Quadrivium. Da mesma forma, a Esfera Celeste representava
o divino, enquanto a Terrestre representava o humano.
Desde 1829 até os dias atuais, o painel do grau de Companheiro permaneceu praticamente
inalterado. No final do século XIX, com o surgimento dos ideais positivistas, o rito passou
por algumas alterações que visavam eliminar seu caráter simbólico, as quais foram
posteriormente revertidas. As principais mudanças ocorreram na quarta jornada, que por
um tempo simbolizou os filósofos Solon, Sócrates, Licurgo e Pitágoras, e na quinta
jornada, que passou a ser uma exaltação à liberdade e glorificação do trabalho. Essas
modificações foram de curta duração, talvez tão breve quanto a própria influência do
pensamento positivista.
Na década de 1950, a Grande Loja da França incorporou algumas características anglo-
saxônicas em seus rituais com o objetivo de obter reconhecimento pela Grande Loja
Unida da Inglaterra. Uma das padronizações foi adotar a posição invertida das colunas no
painel dos graus de Aprendiz e Companheiro (coluna J à direita e B à esquerda).
CONCLUSÕES:
REFERENCIAS: