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Trabalho - Estudo Do Caso Falencia Familiar
Trabalho - Estudo Do Caso Falencia Familiar
Trabalho - Estudo Do Caso Falencia Familiar
São Paulo
2015
Daniel Ferreira dos Santos - 41528239
São Paulo
2015
RESUMO
The present work consisted in the study of the fictitious case "The Place of
Conflict and Conflicts of Place in the bankruptcy of a Family Business", and had the
general objective of comparing the characters behaviors with the ethical normative
theories studied during the classes. It was noticed that the pluralist utilitarianism and
the deontological ethics influenced the behavior of the brothers and partners of the
fictitious enterprise, and the conflicts between them led the company to bankruptcy.
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................5
2.1. Introdução...................................................................................................... 6
3.1.1. Utilitarismo...........................................................................................13
4. IMPLICAÇÕES.......................................................................................................16
5. PERGUNTAS........................................................................................................ 18
Pergunta 1 ........................................................................................................ 18
Pergunta 2 ........................................................................................................ 18
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................19
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................20
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo geral analisar um caso fictício e relacioná-lo
com as teorias ético-normativas aprendidas em sala de aula. Para isso, será
apresentado o caso fictício "O Lugar dos Conflitos e os Conflitos de Lugar na
Falência de uma Empresa Familiar", extraído do 4º Volume da Revista Brasileira de
Casos de Ensino em Administração.
Por fim, são propostas duas perguntas para que o leitor reflita sobre o caso
apresentado, e encerra-se o trabalho com a conclusão.
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2. APRESENTAÇÃO DO CASO E ANÁLISE
2.1. Introdução
Marina: Esposa de Pedro e irmã mais nova de Marcelo, é mãe das duas
crianças. Trabalhou junto com o marido desde o início da fábrica de doces, e
desenvolveu uma identidade forte com a empresa, percebendo-a como a sua fonte
de renda.
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para supermercados, laticínios e outras fábricas de doces, que revendiam às
grandes redes de hipermercados em Belo Horizonte e região. Quando o pai de
Pedro deixou de administrar a empresa, passando-a aos seus filhos, Pedro e sua
irmã, alguns conflitos surgiram fazendo com que Pedro tomasse a decisão de seguir
os seus próprios passos. Mal sabia ele que os conflitos familiares se repetiriam na
sua vida profissional.
Crescer, contudo, também traz ônus. Quando a empresa tinha por volta de 10
anos, muitas dívidas de impostos começaram a se acumular. Pedro e Marina já
tinham aumentado a família com dois filhos, e ficavam a cada dia mais incomodados
com a não existência de fronteiras entre lar e trabalho e a falta de privacidade
trazida como consequência. Atendiam clientes nos finais de semana, tanto por
telefone (que era o mesmo para a residência e para a empresa) quanto
pessoalmente. Para se chegar ao escritório da empresa, era necessário atravessar a
sala e a cozinha da casa. A todo momento, havia movimento de gente dentro de
casa, entre funcionários, clientes, filhos e vizinhos. Funcionários da empresa
confundiam-se com os da casa (no caso, a empregada doméstica).
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graduado em Engenharia Civil, estava fazendo um curso no Serviço de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae) e teve a ideia de apresentar
o projeto da fábrica de doces como plano de negócios. Objetivavam, assim,
conseguir um financiamento que o Sebrae liberava para empreendedores,
fomentando o desenvolvimento da empresa planejada. Era a possibilidade de
crescimento e perspectiva de futuro vislumbrada por Pedro e Marina e a
oportunidade de Marcelo inserir-se no mercado de trabalho, já que não estava
atuando em sua área de formação acadêmica.
O contrato social dividia a nova empresa em duas partes iguais, uma para
Marcelo e outra para Marina. A dinâmica de lugar e poder, entretanto, já existia e
não seria reconfigurada da noite para o dia, com a simples assinatura de um
contrato. Marina guardava uma identidade com a antiga empresa, percebendo-a
como sua fonte de renda, na qual ela era responsável pelos problemas quando não
conseguia vendas. Quando Marcelo assumiu seu posto de sócio, foi criado um
contrato psicológico que gerava uma expectativa em Marina de progresso e de que
ele traria consigo mais vendas e clientes. A proposta consistia em dividir as funções
da seguinte forma: Marina cuidaria da produção, Pedro, da logística de transporte e
aquisição de matéria-prima, e Marcelo e sua esposa, Lídia, seriam responsáveis
pela rotina administrativa e pelo marketing. Captação de novos clientes,
propaganda, vendas e distribuição eram os pontos-chave do projeto. Só assim
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conseguiriam mais receita e bancariam a profissionalização, ou seja, o pagamento
das novas despesas, como aluguel de espaço, mais funcionários e maquinários.
O contrato psicológico foi rompido. Já que Marcelo não trouxera mais vendas,
Marina teria que continuar a correr atrás de receitas e fazer um trabalho que não era
dela para garantir o funcionamento da empresa e o sustento de sua família. Para
ela, portanto, a empresa regredia. Em vez de conseguir mais clientes, ela obteve
mais despesas, com o aumento de infraestrutura e a retirada de mais um sócio, que,
para ela, agia como um funcionário administrativo, funcionário este que ela não tinha
planos de contratar. Os irmãos (e sócios) começaram uma disputa de poder e lugar,
imbricando conflitos profissionais, familiares e pessoais. Enquanto Marina e Pedro,
trabalhando na produção e operações, cobravam de Marcelo que ele exercesse o
marketing, abrindo novos mercados, Marcelo argumentava que estava trabalhando
em outras tarefas, administrativas e de produção, e que essa não deveria ser
responsabilidade dele. Ele alegava que “não tinha se formado para correr atrás de
cliente”. Essa divisão foi se tornando um conflito maior a cada dia.
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Essa história, contudo, não tinha o mesmo sentido para Marcelo. Ele comprou
o que sobrou da antiga empresa e abriu uma nova, na qual tinha que assumir seu
papel de sócio, de proprietário, e faria isso profissionalizando alguns processos,
como a contabilidade. Não era porque não estava conseguindo clientes e mais
vendas que não estava trabalhando, portanto tinha o direito de fazer a mesma
retirada que sua sócia, afinal o contrato social previa a divisão igualitária da
sociedade. Ele julgou a atitude da sócia, e também irmã mais nova, irresponsável e
moralmente errada, pois ela estaria roubando. Dessa forma, enquanto um discutia
uma questão de lógica racional e emotiva, outro discutia uma questão de lógica legal
e ética.
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para realizar a entrega prevista. O desfecho deu-se com a ausência de Marina no
momento da saída de Marcelo e a ida do funcionário à entrega, em detrimento do
processo produtivo. Para demarcar seu lugar na organização, Marina tinha avisado
ao funcionário que ele sofreria sanções caso a desobedecesse, o que ocasionou a
sua demissão. É interessante notar que, em princípio, a demissão não ocorreu por
uma questão de incompatibilidade ou disfunção do funcionário, mas por uma
questão relacionada à dinâmica simbólica de poder e lugar.
Uma possível solução para o conflito entre Marina e Marcelo seria redistribuir
as funções e cargos, de maneira que ficasse bastante claro e objetivo o que cada
um deveria fazer pela empresa. Visto que Marina tinha um vínculo muito mais antigo
com a empresa, desde a sua criação, e a utilizava como fonte de renda para sua
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família, seria justo que ela possuísse uma participação maior na companhia,
respaldada pelo contrato social.
Vale lembrar que, enquanto Marina agiu de emotiva e racional, pois procurava
obter o sustento da família e o bom andamento do negócio, Marcelo agiu de forma
moral e legal, pois procurou seguir a sua regra moral de que roubar é errado, e agiu
baseado no que o contrato social da empresa dizia.
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3. COMPARAÇÃO DO CASO COM AS TEORIAS ÉTICO-
NORMATIVAS
3.1.1. Utilitarismo
Em outras palavras, é dizer que uma ação só será "correta" se produzir uma
consequência positiva, e só será "incorreta" quando produzir uma consequência
negativa.
De acordo com a ética deontológica, ser moral não é apenas conseguir "boas"
consequências, mas, principalmente, agir de acordo com as normas morais. A
moralidade é, pelo menos em parte, a sua própria essência, e o valor está
concentrado nos atos e regras, e não nas consequências.
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3.2. Comparação entre o caso apresentado e as teorias ético-
normativas selecionadas
O conflito que compõe o caso estudado neste trabalho ocorreu entre os dois
irmãos e sócios, e foi identificado que cada um deles agiu de acordo com uma teoria
ético-normativa diferente. Portanto, a análise deste caso será realizada à luz de
duas teorias, ao invés de apenas uma.
Marina agiu de acordo com o utilitarismo, visto que suas ações foram guiadas
por seu objetivo de assegurar a sua posição como proprietária da empresa, e
garantir a renda de sua família. O caso dá a entender que ela não agiu de má fé,
porém, utilizou alternativas não muito adequadas, como tirar dinheiro da empresa
sem prestar contas, para atingir os seus objetivos.
Marcelo, por outro lado, agiu segundo a ética deontológica, visto que procurou
seguir sempre as regras morais estabelecidas, guiando-se pelas regras em si, e não
pelo resultado de suas ações. Ao julgar que Marina estava roubando e ser inflexível
quanto à sua retirada de capital ser igual a da irmã, mesmo sabendo que ela tinha
dois filhos e era muito mais antiga e importante para o funcionamento da empresa,
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Marcelo está se utilizando das leis e da regra moral "roubar é errado, independente
das circunstâncias", para defender a sua posição.
Se por um lado, ele estava agindo de acordo com a moral, por outro lado, se
empreendeu suas ações de forma irracional, e a sua inflexibilidade com a irmã, a
qual tinha motivos compreensíveis para fazer o que estava fazendo, impediu a
condução da empresa de forma harmônica, e tornou a situação cada vez mais crítica
até a falência definitiva da organização.
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4. IMPLICAÇÕES
Já Marcelo e Lídia, além da relação ruim com Marina, também ficaram sem
seus empregos. Além disso, perderam a oportunidade de fazer a fábrica de doces
crescer.
Entre todos os itens citados nesta parte do trabalho, a empresa foi o mais
afetado. A princípio, o texto do caso não indica a presença de grandes obstáculos
econômicos, políticos ou competitivos para o crescimento da empresa, sendo
plausível acreditar que, caso o conflito entre os sócios não ocorresse e a companhia
fosse bem administrada, ela poderia ter crescido bastante, e se tornado um
empreendimento grande e lucrativo para os seus sócios.
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4.3. Para a sociedade
Visto que a companhia estudada no caso não era muito grande, e possuía
poucos funcionários, os impactos na sociedade existiram, embora tenham sido
relativamente pequenos.
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5. PERGUNTAS
Visto que a disputa entre os irmãos ocorreu devido a uma divisão mal
executada das funções e poderes dentro da empresa, a qual ignorou vários
aspectos simbólicos, a solução do problema está em redefinir esta divisão.
Uma vez redefinida a divisão, todos deveriam cumprir com aquilo que foi
discutido, e agir com bom-senso e sinceridade.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRETAS, Paula Fernandes Furbino; SARAIVA, Luiz Alex Silva. O Lugar dos
Conflitos e os Conflitos de Lugar na Falência de uma Empresa Familiar. Revista
Brasileira de Casos de Ensino em Administração, São Paulo, Volume 4, número
1, 2014. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/gvcasos/issue/
view/1219> Acesso em: 28 out. 2015.
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