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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...

VARA DO JÚRI DA
COMARCA DE ...

JOSÉ, já qualificado nos autos do processo nº..., que lhe


move a Justiça Pública, por seu advogado que esta
subscreve, vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, apresentar ALEGAÇÕES FINAIS SOB A
FORMA DE MEMORIAIS, com fundamento nos artigos
403, §3º, c.c artigo 411, §4º, ambos do Código de Processo
Penal, aduzindo a seguir seus fatos, fundamentos e
pedidos:

I – DOS FATOS

José era desafeto de Antonio há anos. Chegaram a ser bons amigos,


mas por conta de empréstimos feitos por José a Antonio e não honrados por
este, além do fato de Antonio ter tentado seduzir a esposa de José, tornaram-
se inimigos declarados.
Em dado momento, José decidiu adquirir uma arma de fogo com o
propósito de alvejar mortalmente Antonio quando o encontrasse
novamente. Comprou o revólver e as munições e o guardou municiado
embaixo do colchão, pensando em utilizar logo e se desfazer do objeto do
pretenso crime.
O filho de José, auxiliando a mãe na arrumação da casa, encontrou a
arma, retirou toda a munição e jogou fora, devolvendo a arma
desmuniciada ao local. Dois dias após esse fato, José entrou em casa
nervoso, foi ao quarto, pegou a arma e com ela em punho saiu na direção
de Antonio. Apontou-a para a cabeça do inimigo e puxou várias vezes o
gatilho, mas nada aconteceu.
Antonio saiu correndo e as pessoas que passavam pelo local
imobilizaram José e chamaram a polícia. José foi preso em flagrante delito
acusado do crime de tentativa de homicídio. Foi beneficiado com a liberdade
provisória e aguarda o processo em liberdade, sendo consequentemente
denunciado pelo MP como incurso nos arts, 121, “caput” c.c art. 14, II, do CP.

II – DO DIREITO

De acordo com os fatos narrados, a arma objeto do crime em questão,


estava desprovida de munição graças a anterior conduta do filho de José.
Assim sendo, a arma de fogo não poderia causar nenhuma
lesividade ao bem jurídico “vida” da vítima, ainda que por vontade e
consciência do autor, este pretendesse atingir.
Conforme foi verificado acima, José não consumou o crime uma vez que
o objeto utilizado estava desmuniciado, caracterizando, então, um crime
impossível, conforme artigo 17 do Código Penal:

Art. 17. É isento de pena quem comete o crime por erro quando ao
fato que o constitue, ou quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a
ação legítima.

Isto posto, estamos diante da atipicidade da conduta pela ineficácia


absoluta do meio utilizado, nos termos do artigo 17 do Código Penal.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, pleiteia-se pela absolvição sumária do réu, nos termos do


artigo 415, inciso III do Código de Processo Penal, diante da clara atipicidade da
conduta pela ineficácia absoluta do meio utilizado, caracterizando crime impossível.

Nestes termos,

Pede deferimento.

(local, data)

Advogado...

OAB...

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